Trote considerado machista e misógino ganha repercussão

Ação foi realizada pelos estudantes de medicina da Universidade de Franca

por Camilla de Assis ter, 05/02/2019 - 18:07

Um trote realizado por uma turma de medicina da Universidade de Franca, no interior de São Paulo, causou grande repercussão nas redes sociais. Pelo veteranos, os calouros foram submetidos a situações humilhantes, consideradas machistas e misóginas como parte do processo de ingresso na instituição.

Os “bixos” e “bixetes”, como são chamados os homens e mulheres, respectivamente, estudantes da graduação, tiveram que entoar hinos de xingamento a outros cursos e a outra instituição de ensino superior que também oferece o curso de medicina. “Me reservo totalmente a vontade dos meus veteranos e prometo atender aos desejos sexuais” diz uma parte do hino, divulgada no perfil de uma rede social pertencente a um dos aplicadores do trote.

No vídeo disponibilizado na internet, mulheres aparecem molhadas, ajoelhadas, segurando espadas e fazendo o juramento lido por um dos veteranos. "Prometo nunca entregar meu corpo a nenhum invejoso, burro, trouxa, filho da p@@@ da odonto ou da Facesf", diziam as jovens.

Confira as imagens abaixo contendo mais detalhes dos hinos que os calouros precisaram entoar:

Em nota divulgada em seu site oficial, a Universidade de Franca afirmou repudiar quaisquer atos discriminatórios. “Homofobia, machismo, discriminação, constrangimento ou equivalentes, praticados por membros da comunidade universitária, em particular aqueles relacionados aos chamados ‘trotes’ aplicados aos novos estudantes”, afirmou a instituição na publicação.

A universidade ainda salientou que o trote se constitui a um ataque à própria instituição e os estudantes aplicadores ato serão identificados e passarão por punição. As sanções “podem ser de uma simples advertência até expulsão”.

Em nota, a Associação Atlética Acadêmica Dr. Ismael Alonso y Alonso condenou qualquer tipo de atitude de cunho discriminatório. O coletivo de estudantes de medicina ainda pediu desculpas ao curso de odontologia da instituição e a outras faculdades depreciadas no trote.

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