Dia Internacional da Música é celebrado hoje
Músicos destacam os principais desafios da profissão e revelam suas influências
Nesta sexta-feira (1º), é celebrado o Dia Internacional da Música, que visa destacar uma das maiores formas de artes existentes no mundo. A data foi concebida em 1975 pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), ao lado da organização não governamental International Music Council.
Além da questão artística, muitos profissionais encontram na música uma motivação de trabalho. O vocalista e guitarrista da banda paulista Rolls-Rock, Eduardo Costa, está envolvido no meio musical desde a sua infância, além de ter uma motivação por parte de seu pai, que também é músico. “Apesar de ter feito faculdade de ciência da computação, eu sempre tive muito mais gosto pela música e sabia que seria muito mais feliz fazendo o que eu gosto”, comenta.
Costa vive de música há 19 anos e carrega consigo inspirações como Jimmy Page, Eddie Van Halen (1955-2020), Steven Tyler, Paul McCartney e Glenn Hughes. Além deles, o músico destaca colegas de profissão brasileiros, entre eles João Kurk (1950-2017), Giba San, Fabio Cirello e Paschoal Appolário. Para Costa, o músico paulistano está sempre em uma jornada para tocar em lugares que ofereçam boas estruturas e bons caches.
“Acredito que esses sejam os maiores desafios, mas, antes de tudo isso, tem muita coisa a ser feita. É preciso ter uma banda onde todos os integrantes pensem iguais, queiram a mesma coisa e falem a mesma língua, para que seja possível arredondar os interesses e ensaios”, afirma.
Outro que também transformou a arte sonora em profissão foi o publicitário e músico da banda Elfara, Matheus Calchi, que enfatiza não saber o que faria caso não trabalhasse com música. “Não tive nenhuma influência na família, simplesmente o mosquitinho picou e já era. Desde os meus oito anos de idade, eu já sabia o que queria”, destaca.
Entre suas diversas influências, está o seu professor, músico, compositor, engenheiro de som e produtor musical Paulo Anhaia. “O cara não sabe brincar com música, produziu os melhores discos no Brasil”, declara Calchi. De maneira geral, Calchi acredita que a profissão musical proporciona diversos desafios, entre eles, o alto custo dos instrumentos. “O país não incentiva, ainda mais hoje em dia que é difícil ver uma criança que deseje ganhar um violão. A gente trabalha porque ama mesmo, tem que ser meio louco pra trabalhar com arte”, lamenta.
Na visão do compositor, doutor em música e coordenador de graduação musical Sergio Molina, a atuação na área no século XXI exige cada vez mais conhecimento, que possibilite uma atuação diversificada. “É necessário estar pronto para atender as demandas que venham de diferentes subáreas, como interpretação e performance, criação, trilhas, regência, uso de tecnologia e área didática”, explica.
De acordo com o professor, o espaço de atuação é cada vez mais ocupado por profissionais graduados e pós-graduados, com capacidade de refletir, dialogar e propor soluções criativas no mercado de trabalho. “E é justamente essa ampla visão da área que um estudo organizado de música possibilita”, finaliza.