Recusa das famílias ainda dificulta doação de órgãos

Com percentual de 36% de negativas, a Central de Transplantes de Pernambuco (CT-PE) acredita que a falta de informação ainda é o entrave para realização dos transplantes

por Victor Gouveia qua, 03/04/2019 - 11:00
Reprodução/Pixabay Mesmo com alguns números favoráveis, quantidade de transplantes ainda não é suficiente Reprodução/Pixabay

Pernambuco realizou 93 transplantes de órgãos sólidos - coração, rim, fígado e coração - entre janeiro e fevereiro deste ano, um a mais comparado ao mesmo período de 2018. De acordo com a Central de Transplantes de Pernambuco (CT-PE), o percentual de 36% de negativas ainda é alto.

Apesar de alguns números favoráveis, a fila de espera se mantêm acima dos 1,1 mil, o que reforça a necessidade de mais doações. Em todo país, durante 2018, 43% das famílias entrevistadas recusaram o procedimento, em Pernambuco foi notada a porcentagem de 46%. A coordenadora da CT-PE Noemy Gomes relaciona a baixa adesão aos mitos relacionados à morte encefálica, condição que possibilita a doação. Para reverter o quadro, as Organizações de Procura de Órgãos (OPO) e as Comissões Intra-Hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTTs) buscam esclarecer as informações sobre os processos de transplante.

Fila de espera

Em Pernambuco, 1.164 pacientes aguardam um órgão ou tecido. A maioria dos pacientes buscam um rim (898), seguida de córnea (117), fígado (110), medula óssea (16), coração (13) e rim/pâncreas (10).

Em 2019, mesmo com 47 entrevistas e 17 recusas, foi apontado o aumento de 69% nos procedimentos de fígado, de 16 para 27; e de 33% nos de coração, de seis para oito. Em contraponto, houve a queda de 20% nos transplantes de rim, que ano passado atingiu a marca de 70, e agora, aponta apenas 56. Para as famílias que desejam realizar doação, o recomendado é entrar em contato com CTE-PE através do contato 3412-0205.

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