ONG ajuda mulheres marajoaras que vivem em Belém

Observatório do Marajó lança campanha de financiamento on-line para apoiar pessoas em situação de vulnerabilidade social por causa da pandemia do novo coronavírus

sex, 15/05/2020 - 18:16
Observatório do Marajó Cartas da campanha que vai ajudar mulheres do Marajó Observatório do Marajó

A ONG Observatório do Marajó abriu campanha de financiamento on-line com o objetivo de apoiar mulheres marajoaras em situação de vulnerabilidade social vivendo em Belém do Pará, neste período de pandemia causado pela covid-19. A campanha foi aprovada pelo edital nacional Matchfunding Enfrente. Por meio da plataforma de financiamento colaborativo Benfeitoria, o Fundo Enfrente triplica cada valor doado.

O recurso arrecadado será destinado a ações integradas em apoio a mulheres marajoaras e suas famílias, por meio da criação de uma rede de cuidado e informação e no beneficiamento com auxílios emergenciais no valor de R$ 400,00 a 25 mulheres.

Em condições precárias e sem acesso a direitos, mulheres marajoaras são especialmente vulneráveis num contexto marcado pela violência e exploração sexual e convivem constantemente com deslocamentos como estratégia de acesso a direitos e oportunidades. Muitas migram para Belém e Macapá, em busca de melhores condições.

Levantamento do Obervatório indica que as mulheres marajoaras ocupam trabalhos informais, precarizados, sem acesso e reconhecimento dos seus direitos trabalhistas. Na maioria das vezes, moram em quartos dos fundos nos trabalhos ou em habitações insalubres e superlotadas em periferias urbanas, sem acesso a saneamento básico e  água com regularidade.

Por esses motivos, avalia o Observatório, essas mulheres estão triplamente expostas ao novo coronavírus.  A “Rede de Apoio a Mulheres Marajoaras em Movimento”  funcionará em duas frentes: 1) criar um ambiente seguro, de confiança, cuidado e troca de informação entre mulheres que, a partir das suas experiências de deslocamento, se afastaram de suas redes originais de identidade e solidariedade; e 2) garantir um auxílio emergencial de R$ 400,00 por dois meses para que essas mulheres tenham o mínimo de estrutura durante a pandemia da covid-19.

“A rede pode ser um local onde essas mulheres recebam informações seguras, com linguagem acessível e livre de fake news sobre a pandemia. Um espaço de cuidado e de solidariedade para que possam enfrentar com apoio emocional as consequências do afastamento físico das suas famílias que ainda vivem no Marajó”, explica Micaela Valentim, gestora de projetos do Observatório.

Para a articuladora local do projeto “Mulheres Marajoaras em Movimento”, Andreyna Teles, a rede de apoio seria essencial para a adaptação dessas mulheres que migram para as cidades. “Se tivessem pessoas que pudessem ajudar mulheres que se deslocam de interiores pra cidade, ajudando-as de alguma forma para conseguir emprego, entrar em uma faculdade, fazer cursos técnicos, enfim, seria uma garantia de um emprego melhor e um sustento a família”, explica Andreyna. 

Como doar? 

As doações devem ser feitas na plataforma Benfeitoria até dia 31 de maio. A meta é arrecadar R$ 31 mil para garantir o apoio financeiro por ao menos dois meses para as mulheres da rede. As doações são a partir de R$ 10,00 e podem ser pagas por cartão de crédito ou boleto.

O Observatório do Marajó é um projeto da ONG Lute Sem Fronteiras, uma organização sem fins lucrativos que desde 2009 tem trabalhos sociais no Marajó. A missão da LSF é promover o acesso a direitos e o desenvolvimento de comunidades tradicionais, ribeirinhas e quilombolas do Marajó. 

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Da assessoria do Observatório do Marajó.

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