PF: megaoperação mira facção que bancava presos federais

Mais de 600 mandados são cumpridos em 19 estados e no Distrito Federal. O lucro do tráfico era lavado e repassado aos integrantes atrás das grades

por Victor Gouveia seg, 31/08/2020 - 08:31
reprodução/Flickr/Autos - Brasil Cerca de 1.100 agentes foram destinados para o cumprimento dos mandados em praticamente todo território nacional reprodução/Flickr/Autos - Brasil

Na manhã desta segunda-feira (31), mais de 1.000 policiais federais cumprem 623 mandados - entre prisão e apreensão - para investigar o crime de lavagem de dinheiro praticado por organizações criminosas em todo território nacional. Parte dos lucros adquiridos com o tráfico de drogas era repassado para integrantes que estão reclusos em presídios federais.

As informações obtidas pela Polícia Federal (PF) apontaram a existência do "Setor do Progresso", que lavava o dinheiro da facção e o distribuía em inúmeras contas, dentre elas a do “Setor de Ajuda". Este era responsável por recompensar e pagar as contas de, pelo menos 210 integrantes, que estão atrás das grades.

Eles recebiam os valores mensais por terem ocupado cargos importantes na organização ou executado missões determinadas pelos líderes, como execuções de servidores públicos. Para manter o esquema e enganar as autoridades, os depósitos eram feitos em contas de pessoas que não faziam parte da facção, que repassavam a "ajuda" aos criminosos.

A 2ª Vara de Tóxicos de Belo Horizonte, Minas Gerais, bloqueou R$ 252 milhões, e expediu 422 mandados de prisão preventiva e 201 mandados de busca e apreensão, em 19 Estados e no Distrito Federal. Em Pernambuco são cumpridos oito mandados de prisão, sendo dois no Presídio de Itaquitinga, na Mata Norte, e os demais nas cidades de Olinda, Recife e Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife.

Os presos são investigados por participar da organização, associação para o tráfico e lavagem de dinheiro, cujas penas podem atingir até 28 anos de prisão. O objetivo da operação Caixa Forte é descapitalizar o grupo e prender lideranças para enfraquecer o comércio ilegal de entorpecentes no país.

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