Pinguim achado morto tinha máscara dentro do estômago

O caso aconteceu dois dias depois do feriado em meio a Pandemia, no dia 9 de setembro, na praia de Juquehy, em São Paulo

qua, 16/09/2020 - 16:19
Divulgação/Instituto Argonauta Pinguim morreu com máscara no estômago Divulgação/Instituto Argonauta

Encontrado morto na praia de Juquehy, em São Sebastião, no Litoral Norte de São Paulo, um pinguim teve sua morte investigada e ambientalistas apontaram que uma máscara facial N95 (usada para prevenção contra o coronavírus) foi encontrada dentro do seu estômago.

O caso aconteceu dois dias depois do feriado em meio a Pandemia, no dia 9 de setembro. A equipe do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) do Instituto Argonauta para Conservação Costeira e Marinha foi acionada para recolher o animal, da espécie Pinguim-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus).

O pinguim foi levado para a Unidade de Estabilização (UE) do Argonauta que executa o PMP-BS Área São Paulo para necropsia, mas, para surpresa de todos, o exame localizou lixo oriundo da pandemia enrolada em seu estômago, uma máscara facial N95.

Presidente do Instituto Argonauta, o oceanógrafo Hugo Gallo Neto atenta para os problemas que estão sendo ocasionados pelo descarte inadequado de resíduos, em especial a esse tipo de lixo da Pandemia. “Nós já vínhamos alertando o aparecimento de máscara, e esse caso é a prova inequívoca de que esse tipo de resíduo causa mal e mortalidade também na fauna marinha, além da irresponsabilidade da pessoa que dispensa uma máscara em um lugar inadequado, pois é um lixo hospitalar com risco de contaminação de outras pessoas”, critica.

Gallo Neto reforçou ainda que a questão de resíduos precisa ser trabalhada em todos os níveis, desde criança nas escolas, ainda com a criação de legislação mais rígida para evitar que as pessoas joguem lixo em qualquer lugar. “Também são necessárias políticas de fiscalização na legislação que coíba com multa, e ainda trabalhar a colocação de lixeiras. O impacto não é somente na fauna, mas também na saúde e na questão econômica, porque tem que limpar a sujeira que as pessoas deixam. Se deixar a Praia Grande (foto abaixo) com o lixo que as pessoas estão deixando, por exemplo, no dia seguinte ninguém vai querer ir lá. Está se tornando um problema crônico e de grande impacto”, completa o oceanógrafo.

Com informações a assessoria do Instituto Argonauta

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