EUA pede que seus cidadãos patrocinem refugiados

Pela primeira vez, cada cidadão americano poderá patrocinar diretamente a recepção no país de um refugiado, sem passar por uma associação ou ONG

qui, 19/01/2023 - 19:29
OLIVIER DOULIERY Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, visita ucranianos que fugiram de seu país em um campo na fronteira da Polônia, em 5 de março de 2022 OLIVIER DOULIERY

Os Estados Unidos anunciaram, nesta quinta-feira (19), o lançamento de um programa para receber refugiados, instando todos os americanos a patrocinar um para aumentar o número extremamente baixo de admissões no país.

Pela primeira vez, cada cidadão americano poderá patrocinar diretamente a recepção no país de um refugiado, sem passar por uma associação ou ONG.

“O ‘Welcome Corps’ (Corpo de Boas-vindas, em tradução livre) representa a maior inovação na recepção de refugiados nas últimas quatro décadas”, disse o secretário de Estado, Antony Blinken, em um comunicado.

Durante o primeiro ano, o objetivo é mobilizar até 10 mil americanos para o acolhimento de cerca de 5 mil refugiados.

Os cidadãos que desejarem patrocinar um refugiado deverão passar por extensos controles de segurança e fornecer provas de suas capacidades financeiras.

Não está previsto nenhum incentivo econômico para esses patrocinadores, que precisarão demonstrar que dispõem de 2.275 dólares por três meses para a compra de roupas e outros artigos de primeira necessidade.

O presidente Joe Biden fixou em 125 mil o número de refugiados que os EUA poderão receber a cada ano fiscal (de outubro a outubro), rompendo com os cortes realizados pelo ex-presidente Donald Trump.

Mas os Estados Unidos, país construído sobre a imigração, estão longes desse limite. Nos três primeiros meses do ano fiscal de 2023, apenas 6.750 refugiados foram admitidos, segundo números do Departamento de Dados.

O projeto piloto, aberto a refugiados “de todo o mundo”, é inspirado em programas similares no Canadá.

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