Como substituir o adoçante de forma saudável no dia a dia?

Um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) identificou o potencial cancerígeno na substância artificial mais usada em alimentos industrializados e recomendou que o consumo seja evitado

sex, 21/07/2023 - 11:04
Marcelo Camargo/Agência Brasil Embalagens de adoçantes encontrados no mercado Marcelo Camargo/Agência Brasil

As propagandas de antigamente indicavam os adoçantes como uma opção saudável e vendiam a ideia de que eles ajudariam na perda de peso. O aspartame, um dos adoçantes artificiais mais presentes em ultraprocessados e refrigerantes, virou objeto de uma recente investigação da Organização Mundial da Saúde (OMS), que identificou o potencial cancerígeno da substância e recomenda que seu consumo seja evitado. 

Presente no nosso dia a dia, na sobremesa, no sorvete, no suco ou na pausa para o cafezinho, os adoçantes sem sacarose, também chamados de edulcorantes, podem trazer doenças crônicas com o uso prolongado, explicou a nutricionista Hortência Andrade. 

"Antigamente a gente pensava que esses edulcorantes controlavam o peso corporal, reduzia doenças crônicas não transmissíveis, mas hoje já tem vários estudos que provam que eles não trazem esses benefícios. Pelo contrário, eles podem estar associados com doenças crônicas, como diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e até mesmo o câncer", avaliou. 

LeiaJá também: Inca recomenda evitar uso do adoçante aspartame

Com capacidade de adoçar 200 vezes maior que o açúcar de mesa, os edulcorantes e o açúcar refinado ficam praticamente empatados em relação aos riscos à saúde. Para quem não abre mão do docinho, Hortência sugere a escolha por aquele que seja usado em menor quantidade e cita a stevia como uma possibilidade interessante, por sua origem vegetal. 

Apesar da OMS estipular uma dose segura em torno de 2,5g diários para uma pessoa de 60kg, a nutricionista indica o uso da frutose, o açúcar natural das frutas facilmente encontrado na uva passa.  

Porém, o ideal recomendado pela especialista é programar o paladar a alimentos mais amargos, sem a adição de qualquer açúcar. "O ideal mesmo é que a gente programe o nosso paladar para evitar o consumo desses edulcorantes", frisou. 

Os álcoois de açúcar podem ser aliados nesse processo de adaptação. "Ainda para adoçar as bebidas e refeições, a gente consegue utilizar os polióis, que a gente tem como exemplo o xilitol e o eritritol", comentou Hortência, que alerta para alguns de seus efeitos adversos como gases e outros desconfortos gastrointestinais em algumas pessoas. "É uma opção individualizada", complementou. 

COMENTÁRIOS dos leitores