Marília quer mudar nomes de ruas que homenageiam ditadores
Neta do ex-governador Miguel Arraes, a vereadora afirmou que quer “varrer o entulho da ditadura” das ruas do Recife
Na semana em que o golpe militar fez 51 anos, a vereadora Marília Arraes (PSB) apresentou dois projetos de lei que pedem a retirada dos nomes de líderes da ditadura das ruas, logradouros e equipamentos públicos do Recife. A neta do ex-governador Miguel Arraes, deposto naquele ano por militares, também quer cassar os títulos e comendas concedidos aos envolvidos com a época da repressão.
Na matéria, Marília prevê que a Comissão Estadual da Verdade seja consultada para esclarecer a participação de militares e torturadores, estando dispensada a consulta em casos notórios. A menção a datas ou fatos relacionados ao golpe de 1964 também poderá ser levada em consideração. A nova denominação vai priorizar “nomes que remetam a fatos ou a pessoas relacionadas à luta pela liberdade, pela à democracia e pelos direitos humanos”.
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Já a iniciativa que pretende retirar títulos e honrarias conferidas pela Câmara e pela Prefeitura do Recife é um projeto de decreto legislativo. Além os ex-presidentes Artur da Costa e Silva (cujo mandato foi de 1967 a 1969) e Emílio Garrastazu Médici (1969-1974), que receberam a Medalha de Mérito Cidade do Recife, também perderão as homenagens o almirante Antônio Roque Dias Fernandes, então Comandante do 3º Distrito Naval, e o coronel Ivan Rui de Oliveira – ambos tiveram participação na prisão e deposição do governador Miguel Arraes, em 1º de abril de 1964.
“Trata-se de fazer jus à história e à memória de tantos que tombaram na luta pela democracia. E é também um alerta, uma vez que, nos últimos dias, temos visto com preocupação os pedidos por uma intervenção militar no Brasil. Isso merece uma reflexão séria: na Alemanha, quem clama pela volta do nazismo é punido”, justifica a vereadora, que espera a aprovação das matérias o mais breve possível.