Humberto sugere que Dilma amplie o diálogo com a esquerda

Para o líder do governo no Senado, o movimento de diversos setores da sociedade contra o impeachment pode ajudar a presidente a reestruturar o país

por Giselly Santos ter, 05/04/2016 - 12:54

Com o debate contra o impeachment surgindo entre diversos setores da sociedade, o líder do governo no Senado, Humberto Costa (PT), defendeu que a presidente Dilma Rousseff (PT) invista no diálogo com os movimentos sociais, a juventude e as mulheres brasileiras depois que o processo em tramitação na Câmara dos Deputados for arquivado. Na avaliação do senador, se o povo permanecer antagônico ao que ele chama de “golpe contra a democracia", o impeachment não passará na Câmara.

“Temos de ter coragem e perseverança para continuarmos na luta. A presidente tem plena consciência de que, depois de todo esse processo, deve fazer amplo chamamento ao diálogo, incluindo a classe média e os empresários. Vamos apresentar uma proposta mínima de ações para fazer o Brasil crescer e gerar empregos, sem perseguir ninguém. O objetivo é tentar trazer todos, sem exceção, para esse diálogo”, afirmou. 

O senador ressaltou a importância da participação do ex-presidente Lula para ajudar o governo da presidenta Dilma a retomar completamente as conversas e o apoio das bases sociais e no Legislativo - a partir de bastante diálogo e propostas concretas a fim de se alterar o rumo das políticas. 

“As mudanças serão feitas com a liderança dessas duas grandes figuras da política brasileira. Temos condições de superar esse impasse cumprindo a lei, respeitando a democracia e seguindo a Constituição Federal. Tenho certeza que o Brasil vai retomar o seu rumo de crescimento”, disse.

No discurso, o parlamentar também contestou a ideia aventada por parte da oposição e setores da imprensa da renúncia de Dilma. Segundo ele, a sociedade já reconhece que nem o impedimento nem a renúncia da presidenta resolveriam os problemas do país.

“O impeachment subiu no telhado. Dificilmente vai se consolidar. Ora, por que insistem agora que uma presidenta eleita democraticamente renuncie junto com o vice para termos eleições gerais? Defendem que o governo não tem mais condições de governar, que não tem legitimidade. E existe legitimidade para esse Congresso Nacional aqui? Existe respeitabilidade para a Câmara?”, questionou.

Humberto acredita ser impossível que haja eleições para presidente da República e vice sem a mudança da atual legislatura do Congresso Nacional. "Como é possível isso existir? A ideia da eleição é falha. Teríamos que ter, então, eleição geral”, comentou.

O líder do governo também falou sobre o clima político hostil contra a presidente. Segundo ele, nem Jesus Cristo governaria com essa agressividade, essa campanha de parte da mídia e com o boicote de agentes econômicos a ações do governo. “Ninguém consegue governar com o clima que existe no país. Na verdade, a saída para a crise é os derrotados e contrários à política do Governo deixar a presidenta governar”, afirmou.

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