Defesa de Dilma pede que Padilha e Yunes sejam ouvidos

Os depoimentos dessas testemunhas, alega a defesa da petista, poderão esclarecer as acusações do empresário Marcelo Odebrecht de que a empreiteira teria colaborado financeiramente com as legendas por meio de caixa 2

ter, 14/03/2017 - 10:00

A defesa da ex-presidente Dilma Rousseff pediu na segunda-feira (13) ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, e o ex-assessor especial da Presidência José Yunes sejam ouvidos no âmbito da ação que apura se a chapa encabeçada pela petista, de quem Michel Temer (PMDB) foi vice, cometeu abuso de poder político e econômico para se reeleger.

O pedido da defesa de Dilma foi feito depois de o ex-executivo da Odebrecht José de Carvalho Filho ter afirmado em depoimento à corte eleitoral na última sexta-feira (10) que Padilha recebeu pelo menos quatro senhas para o pagamento de caixa 2 ao PMDB. As senhas tinham os seguintes nomes: "Foguete", "Árvore", "Morango" e "Pinguim".

Padilha teria acertado locais de entrega do dinheiro da empreiteira mediante senhas trocadas com o ex-executivo. De acordo com Carvalho Filho, um dos locais indicados por Padilha foi o escritório de José Yunes, amigo e ex-assessor de Michel Temer. Esse pagamento teria sido realizado no dia 4 de setembro de 2014.

O valor total destinado ao PMDB chegou a R$ 5 milhões, dos quais R$ 500 mil teriam sido destinados ao então deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Carvalho Filho afirmou que para entregar as senhas esteve com Padilha pelo menos quatro vezes. O ex-executivo da Odebrecht trabalhava na equipe do ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht Cláudio Melo Filho. No anexo de delação premiada que veio à público em dezembro, Melo relata que foi Carvalho Filho quem o apresentou a Padilha.

Requerimento

A defesa de Dilma também pediu que o ministro Herman Benjamin, relator da ação no TSE, solicite à Procuradoria-Geral da República (PGR) e ao Supremo Tribunal Federal (STF) o compartilhamento do conteúdo das delações dos executivos e funcionários da Odebrecht que prestaram depoimento à corte eleitoral, preservando o sigilo decretado.

Os advogados que defendem a ex-presidente ainda solicitaram que sejam ouvidos lideranças dos partidos que integraram a chapa da petista em 2014, entre eles Rui Falcão (PT), Carlos Lupi (PDT), Gilberto Kassab (PSD) e Valdir Raupp (PMDB) e que o ex-ministro da Secretaria de Comunicação Social Edinho Silva (PT), coordenador financeiro da chapa Dilma-Temer, preste novo depoimento.

Os depoimentos dessas testemunhas, alega a defesa da petista, poderão esclarecer as acusações do empresário Marcelo Odebrecht de que a empreiteira teria colaborado financeiramente com as legendas por meio de caixa 2.

Dilma pediu também que o ministro Herman Benjamin reconsidere decisão sobre trecho do depoimento do ex-presidente da Construtora Norberto Odebrecht Benedicto Júnior referente à chapa do então candidato tucano à Presidência, senador Aécio Neves (MG). Herman determinou que essas partes sejam "tarjadas" nas transcrições que constarão nos autos da ação sobre a chapa Dilma-Temer.

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