"O governo fará sua parte", diz Câmara sobre enchentes

Governador de Pernambuco convocou uma reunião com lideranças políticas do estado, na manhã desta sexta-feira (2), para abrir o diálogo sobre o que está sendo feito para minimizar os danos causados pelas fortes chuvas

por Eduarda Esteves sex, 02/06/2017 - 14:06
Brenda Alcântara/LeiaJáImagens O socialista confirmou o recebimento de um aporte do Governo Federal no valor de R$ 17 milhões Brenda Alcântara/LeiaJáImagens

O governador Paulo Câmara (PSB) reuniu, na manhã desta sexta-feira (2), lideranças políticas de Pernambuco em uma reunião no Palácio do Campo das Princesas. O encontro teve como objetivo apresentar soluções e abrir o diálogo sobre o que está sendo feito para minimizar os danos das vítimas das cheias que atingiram a população pernambucana na última semana. No estado, são 31 municípios afetados, 24 em situação de emergência. De acordo com o último levantamento, 46.131 pessoas estão fora das residências. 

Paulo Câmara afirmou que os trabalhos emergenciais e de ajuda humanitária já estão sendo feitos, além disso confirmou o recebimento de um aporte do Governo Federal no valor de R$ 17 milhões e disse que mais R$ 3,5 milhões devem abastecer os cofres estaduais até a semana que vem. "Além das verbas federais, também vamos utilizar recursos do estado e das prefeituras para garantir a retomada das cidades em termos de funcionamento", ressaltou. 

Após um posicionamento duvidoso de Câmara sobre a verba federal destinada a construção das barragens, o Ministério da Integração comprovou em notas que o dinheiro estava disponível, mas o erro teria sido da gestão estadual. Durante a reunião, o governador foi alvo de críticas de políticos da oposição sobre a não finalização das obras e a "culpa" das consequências causadas pela enchente no Agreste e na Mata Sul. 

Das quatro barragens prometidas em 2010, e não concluídas, o governador garantiu já foram feitos os orçamentos de duas e já possui licitações finalizadas. Câmara garantiu que cálculos já estão sendo realizados para o fechamento dos outros dois reservatórios. "Temos que verificar o que podemos fazer, quais recursos podem ser mobilizados e criar prazos para dizer a população que vamos assumir cronogramas de modo a concluir essas obras de prevenção", ressaltou o governador. 

Um recurso no valor de R$ 600 milhões via Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES), também serão utilizados pelo governo na conclusão de obras hídricas e também na prevenção a enchentes. "Na visita de Michel Temer solicitei particularmente a agilidade desse empréstimo para que possamos fazer a nossa parte", disse Paulo Câmara.

O senador Armando Monteiro (PTB), principal opositor de Câmara no estado, participou o encontro e disse que o momento é de juntar forças. "Tivemos falhas no passado, as obras atrasaram e projetos que não foram concluídos a tempo. Estamos juntando forças que são adversárias, do ponto de vista político, mas nesse momento de tragédia, temos que nos unir", apontou o senador. 

O deputado estadual Edilson Silva (PSOL), também da bancada oposicionista, foi a reunião convocada pela gestão estadual e considera que essa união é um gesto importante pela potencialidade das forças unidas. O político, no entanto, não exitou ao fazer críticas ao governador e as suas responsabilidades pela tragédia na Mata Sul e no Agreste de Pernambuco. 

"Ele é grande responsável por esse caos na Mata Sul. Mentiu sobre a conclusão dessas obras, mas o Governo Federal provou que os recursos estavam disponíveis e não foi feito porque o governo estadual não deu enfoque a isso.  Paulo Câmara priorizou obras da copa, obras que estão inacabadas no Grande Recife e o resultado é esse que a gente está vendo", destacou Edilson Silva.

Apesar de receber críticas, Paulo Câmara disse que o momento é de mostrar tudo que está sendo feito e as necessidades financeiras e de logística " Estou muito preocupado com os mais de 50 mil desalojados e desabrigados em Pernambuco, não foi ficar ouvindo fofoca em off da oposição, vou continuar trabalhando por Pernambuco", concluiu.

COMENTÁRIOS dos leitores