O Rio de Janeiro vive uma metástase, diz Jungmann

O ex-ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, afirmou que Wilson Witzel "não pode delegar à polícia a liberdade para escolher quem vai morrer e quem não"

ter, 20/08/2019 - 16:33
Rafael Bandeira/LeiaJa Imagens Jungmann avaliou a crise de segurança vivida no Rio de Janeiro Rafael Bandeira/LeiaJa Imagens

O ex-ministro da Segurança Pública do governo do ex-presidente Michel Temer (MDB), Raul Jungmann, conversou com a reportagem do LeiaJa.com nesta terça-feira (20) e opinou sobre a gestão do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), no que tange o trabalho voltado à segurança do estado.

De acordo com o pernambucano, Witzel lida com um trabalho árduo. “Ele tem pouco tempo de governo e um desafio gigantesco. O Rio de Janeiro vive o que eu chamei de uma ‘metástase’ porque lá o crime, as milícias, o crime organizado, o tráfico enfrenta o estado, com os agentes públicos de todas as áreas. Então é um enorme desafio”, avaliou.

Jungmann também ponderou que Witzel, enquanto chefe de estado, não pode delegar à polícia quem vai morrer. Segundo o ex-ministro, se o governador utilizar esse modo de trabalho vai corroborar com a corrupção da polícia do estado.

“Eu não conheço a política dele propriamente, mas ele tem feito muita questão de destacar que o enfrentamento com a bandidagem vai se dar de uma maneira sempre radical. Eu não tenho dúvidas de que a bandidagem no Rio de Janeiro alcançou um estágio gravíssimo, mas você não pode delegar à polícia, e eu espero que ele não esteja fazendo isso, a liberdade para escolher quem vai morrer e quem não. Porque isso é a pior forma de corrupção da polícia”, pontuou. 

Por fim, Raul Jungmann alertou que a polícia, em qualquer lugar, precisa atuar com um enquadramento legal e não pode assumir o papel de matar ou não. “Se a polícia não tiver um devido enquadramento legal e ela assumir o papel de eliminar ou não, você estará, sem sombra de dúvidas, promovendo uma quebra de disciplina, de respeito às normas legais que a médio e longo prazo será extremamente nociva para a atuação de qualquer polícia. Não só no Rio de Janeiro, mas em qualquer lugar”, finalizou.

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