Servidor da Alepe é afastado por fraudar licitações

O pregoeiro, que não teve a identidade revelada, foi afastado por contratos ilegais em torno de R$ 40 milhões. Durante anos, ele favoreceu um grupo de empresas em troca de propina, aponta a PF

por Victor Gouveia qui, 30/07/2020 - 08:27
Divulgação/Alepe Divulgação/Alepe

A Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) amanheceu movimentada pela visita da Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira (30). Embora nenhum parlamentar seja alvo da operação, 10 mandados de busca e apreensão foram cumpridos para a continuidade da investigação que apura contratos ilegais, que somados atingem cerca de R$ 40 milhões.

Segundo as autoridades, há uma relação de benefício entre as empresas que compõem a organização criminosa e, pelo menos, um servidor comissionado da Alepe, que não teve o nome divulgado. Ele atua na comissão de pregoeiros, setor responsável pelas licitações e pagamentos, e favorecia o grupo de empresários há anos em troca de propina. Para enganar a PF, o pedido de dinheiro era travestido como um convite para tomar café, que acabou batizando a operação como 'Coffe Break'.

Só na Alepe, quatro mandados foram cumpridos, enquanto os demais ocorreram nas residências dos envolvidos, localizadas nos bairros do Poço da Panela, Bongi e Graças, todos no Recife, e nos municípios de Ipojuca e Gravatá.

O servidor da Casa foi afastado temporariamente da função de pregoeiro. Ele e o empresário apontado como líder da organização foram indiciados por corrupção, advocacia administrativa e dispensa indevida de licitação.

Por meio de nota, Assembleia Legislativa de Pernambuco alegou: "Todos os contratos firmados respeitam a legislação vigente e passam por um criterioso processo de avaliação e controle da procuradoria e auditoria. Estamos à disposição das instituições de fiscalização para colaborar com o esclarecimento dos fatos".

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