Para vencer a esquerda, pré-candidatos tentam unir forças

Partidos de oposição tentam viabilizar única candidatura para disputar a Prefeitura do Recife

por Jameson Ramos seg, 24/08/2020 - 18:19
Montagem/LeiaJáImagens Montagem/LeiaJáImagens

O cenário eleitoral para a disputa da Prefeitura do Recife ainda não está definido, pelo menos não no campo mais voltado à direita. Os partidos de esquerda, por outro lado, já definiram quem deve concorrer: Marília Arraes (PT) e João Campos (PSB).

Para não dizer que nada foi definido no campo da oposição, o Podemos bateu o martelo e garantiu que a delegada Patrícia Domingos vai seguir com a sua pré-candidatura, que será confirmada assim que a corrida eleitoral começar na capital. Em entrevista ao LeiaJá, Patrícia comentou que havia um diálogo com diversos partidos na tentativa de buscar uma unidade entre eles e definir, dentro do possível, apenas uma candidatura que bateria de frente com os candidatos da esquerda. Mas parece que esse diálogo não foi tão bom para o Podemos, que garantiu lançar a delegada sem o apoio dos outros partidos.

Agora, pré-candidatos como Daniel Coelho (Cidadania) e Mendonça Filho (DEM) andam conversando entre si e com os outros partidos da oposição na tentativa de definir como será o cenário. “A gente tem sete partidos que declaram defender candidatura única, o que não é o caso do Podemos que já definiu a candidatura de Patrícia. Inclusive, o não anúncio da nossa candidatura é em respeito aos outros seis partidos (sem contar com o Cidadania) que estão nesse conjunto, para que a gente tenha um momento adequado para o anúncio coletivo”, explica o Daniel.

Figurando bem nas últimas pesquisas divulgadas, Coelho aponta que a sua candidatura seria a mais competitiva dentre as outras. “Cada um tem toda a legitimidade de defender a sua postulação, agora quem quer unidade tem que ter paciência e entender o tempo de cada partido”, reforça.

Mendonça Filho comunga do mesmo pensamento de Daniel e explana que já começou a sua pré-campanha. “Está mantido o diálogo das forças de oposição de avaliar até o prazo final das convenções para definir como vamos nos posicionar diante desse quadro eleitoral que teremos pela frente. A eleição vai ser diferente, porque ela vai exigir menos eventos de grande público, até por conta das decisões provocadas pela pandemia. Mas a gente vai manter as andanças pela cidade, contato direto com a população avaliando as principais necessidades para um projeto de mudança para a cidade do Recife”, salienta.

Já são vinte anos seguidos que a esquerda comanda a capital pernambucana. Diante disso, Daniel Coelho reforça a necessidade de união dos partidos de oposição no Recife. “Se não tiver unidade, corre-se o risco de ter um segundo turno com o PT e o PSB, que garantiria para o PSB à reeleição. Esse é o cenário que já foi visto em 2016 (quando Geraldo Júlio venceu João Paulo nas urnas) e a gente sabe que tende a repetir o resultado (levando em consideração esse cenário). O desejo de mudança das pessoas ele não é um desejo para o retorno que uma coisa que nem o Recife, nem o Brasil quer mais, que é o PT governando”, avalia.

Túlio Gadelha

No dia 29 de julho, o deputado federal Túlio Gadelha confirmou a sua pré-candidatura à Prefeitura do Recife pelo PDT. No entanto, no dia 30 de julho, a ex-vereadora Isabella de Roldão também lançou o seu nome como pré-candidata do partido para disputar a PCR. 

Sendo assim, só depois de uma convenção da legenda é que será definido quem deve representar o PDT no Recife. Já há um movimento para a confirmação do nome de Túlio.

Nesta segunda-feira (24), em carta endereçada ao presidente nacional do Partido Democrático Trabalhista (PDT), Carlos Lupi, mais de 20 pré-candidatos a vereador do Recife pelo partido declararam apoio ao projeto do pré-candidato a prefeito e deputado federal Túlio Gadêlha. Os nomes que assinaram o documento representam maioria da chapa proporcional que disputará vagas na Câmara Municipal.

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