Lula sobre Alckmin na vice: proposta é reconstruir o país

Em entrevista a uma rádio mineira, ex-presidente falou sobre a Lava Jato, sobre as eleições 2022 e ter Geraldo Alckmin como seu vice

por Vitória Silva qui, 24/03/2022 - 11:28
Ricardo Stuckert Geraldo Alckmin e Lula durante evento em São Paulo Ricardo Stuckert

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) compartilhou suas expectativas para as Eleições 2022 e disse esperar que a campanha “dê um show de civilidade”. Em nova entrevista à rádio mineira Super, na manhã desta quinta-feira (24), o presidenciável aproveitou para justificar a escolha de Geraldo Alckmin (PSB) como seu candidato a vice-presidente. 

“Já tive o José Alencar de vice, que eu não conhecia antes, mas tive o prazer de conviver com uma das pessoas mais extraordinárias que conheci. O Alckmin já foi meu adversário em 2006, e isso não é problema, porque estamos tentando construir uma proposta de reconstrução do país”, esclareceu. A escolha de Alckmin como parte da chapa desagradou não apenas integrantes do PT, como aliados do PCdoB e PSOL, assim como apoiadores do ex-presidente; no entanto, o PT foi adiante com a decisão. 

Desculpas

Lula também voltou a mencionar diretamente a Rede Globo de televisão, a quem atribui parcela de culpa pela repercussão e impacto das acusações contra si na operação Lava Jato. O petista sugeriu que a rede dos Marinho peça desculpas a ele “pelas mentiras contadas” e por terem sido “enganados pela operação de Curitiba”. 

“Um dia a Rede Globo poderia fazer um editorial com o Bonner pedindo desculpas pelas mentiras que contaram contra mim, dizendo que foram enganados pela força-tarefa de Curitiba. Eu espero que isso um dia aconteça. Eu sigo adiante, mas não esqueço o que aconteceu com a minha família, que minha esposa morreu por causa dessas mentiras, o que meus filhos sofreram, mas estou com cabeça erguida e tranquilo, porque Deus provou que a mentira tem perna curta”, declarou o ex-presidente. 

O patrono petista continuou e disse que só não dá mais atenção ao assunto pois está focado no plano que tem chamado de “recuperação do Brasil”. “Eu não tenho tempo para pensar nisso, porque o que eu quero é cuidar do povo brasileiro, que precisa de alimentação, de educação, de saúde. A Operação que fique para os livros”, finalizou no assunto. 

Suspeita de propina no MEC

Adversário principal de Jair Bolsonaro (PL), Lula não deixou de citar as denúncias recentes sobre um suposto gabinete paralelo no Ministério da Educação, envolvendo o chefe da pasta Milton Ribeiro e o próprio chefe do Executivo. O chamado lobby de pastores do MEC envolve a concessão de verbas e privilégios a pastores bolsonaristas sem cargo no Governo Federal. 

“Os governos que mais criaram instrumentos de fiscalização foram os governos do PT. Por que não aparece denúncia de alguns governos? Porque se nada é investigado, não aparece corrupção. Agora mesmo estão denunciando uma quadrilha na educação, mas onde está a investigação?”, questionou o ex-presidente. 

Confira a entrevista completa na íntegra: 

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