Voto nordestino: as benesses e desafios para os candidatos
Com mais de 42 milhões de eleitores, a região tem capacidade de definir uma eleição
De 2018 para cá, o Nordeste teve um aumento de 8,1% no número de eleitores e reafirmou seu caráter essencial na disputa à Presidência. Além do peso do voto nas urnas, o futuro gestor precisa entender que a região representa uma agenda que reflete os principais desafios do Brasil.
O voto nordestino saltou de 39,2 milhões para 42,4 milhões desde as últimas eleições gerais. Hoje, seus eleitores representam 27,095% de todo o país, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que coloca a região como o segundo colégio eleitoral mais robusto, atrás apenas do Sudeste, com 42,64%. "Esse número não é desprezível. Ele pode, de fato, definir a eleição", apontou a doutora em Ciência Política Priscila Lapa.
Mesmo sendo o mais votado no eixo Sudeste, o candidato que conquista mais votos no Nordeste sem dúvida fica mais próximo da faixa presidencial. Por isso, em visitas de campanha à região, os postulantes que não são da região tentam criar uma ligação com os populares e posam para fotos com chapéu de couro.
Se analisado o valor qualitativo, a região reúne os principais desafios do país, "seja de desenvolvimento igualitário, de inclusão, os desafios da fome, da miséria, da educação, da saúde e da infraestrutura", elencou a cientista.
Muito longe da ótica do "vitimismo", mas dos desafios que devem ser superados pelos gestores e legisladores, Priscila destaca outras demandas da região, como a realidade de as médias e grandes cidades crescerem em um ritmo, enquanto as demais crescem mais lentamente.
"É inevitável que isso tudo compõe também a agenda do povo nordestino. Então, o voto do nordestino ganha também esse peso de agenda. Da capacidade que o candidato tem que ter de olhar essa agenda desse conjunto de pessoas e saber contemplá-las nas suas plataformas eleitorais", completou.