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O presidente Jair Bolsonaro prestou sua solidariedade ao primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, que está internado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para o tratamento contra a covid-19. Pelo Twitter, o presidente brasileiro desejou ao britânico uma breve recuperação e desejou força à família do premiê e ao povo do Reino Unido.

"Minha solidariedade ao primeiro-ministro @BorisJohnson. Faço votos para que ele se recupere o quanto antes. Desejo, também, muita força para sua família e para todo o grande povo britânico, ao qual estamos unidos no combate ao covid-19 e aos seus efeitos malignos", tuitou Bolsonaro.

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Johnson, de 55 anos, foi o primeiro líder mundial diagnosticado com a doença causada pelo novo coronavírus. Desde ontem 6, está internado em UTI após agravamento de seu estado de saúde. O secretário das relações exteriores do Reino Unido, Dominic Raab, está substituindo Johnson no cargo de primeiro-ministro.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, que passou a noite na UTI após o agravamento de seu estado de saúde devido ao coronavírus, recebeu oxigênio, mas não teve que utilizar um respirador, informou um de seus ministros nesta terça-feira (7).

"O primeiro-ministro recebeu um pouco de oxigênio", disse o ministro de gabinete Michael Gove à emissára de rádio LBC. "Mas não foi aplicado um respirador", completou, antes de explicar que o aparelho está no local para o caso de necessidade.

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Único líder de uma grande potência enfermo de Covid-19, Johnson, 55 anos, foi internado no Hospital St Thomas de Londres no domingo (5) para ser submetido a exames depois que os sintomas persistiam por 10 dias.

Na segunda-feira à tarde, seu estado de saúde "se agravou e, por conselho da equipe médica, foi transferido para a Unidade de Terapia Intensiva", informou durante à noite um porta-voz de Downing Street.

Enquanto o primeiro-ministro está internado, o Executivo é liderado pelo ministro das Relações Exteriores, Dominic Raab.

Enquanto na Itália e Espanha a pandemia começar a dar sinais de uma leve desaceleração, o Reino Unido está virando um novo epicentro na Europa.

Na segunda-feira, o país superou 5.000 mortes, com 439 vítimas fatais em 24 horas. Apesar do número de mortes diárias ter registrado queda pelo segundo dia consecutivo - após 621 no domingo e 708 no sábado -, a mortalidade bateu vários recordes na semana passada e os especialistas advertem contra um otimismo antecipado.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, infectado pelo novo coronavírus, "segue no comando" do governo, apesar de ter sido hospitalizado para fazer exames, afirmou o ministro da Habitação.

"Hoje está no hospital para ser submetido a exames, mas continuará sendo informado dos que acontece e permanece no comando do governo", declarou à BBC Robert Jenrick, ministro da Habitação e Comunidades.

Depois de ter sido diagnosticado há 10 dias, Johnson, 55 anos, é o líder político mais importante a ter contraído o vírus e foi hospitalizado no domingo (5) à noite para novos exames, anunciou seu gabinete, ao destacar que esta era uma "medida de precaução".

"O primeiro-ministro tem sintomas persistentes há 10 dias", disse Robert Jenrick. "Passou a noite no hospital (...) Esperamos que como resultado dos exames seja capaz de voltar a Downing Street o mais rápido possível", completou o ministro.

O ministro das Relações Exteriores, Dominic Raab, deve substituir Johnson no comando da reunião diária sobre o combate à COVID-19 nesta segunda-feira.

O primeiro-ministro britânico Boris Johnson, que deu positivo para o coronavírus, anunciou nesta sexta-feira (3) que estenderá sua quarentena além dos sete dias recomendados, porque ainda tem sintomas.

"Embora me sinta melhor, ainda tenho sintomas. Estou com febre e devo continuar em quarentena", declarou em um vídeo publicado na rede social Twitter, no qual pediu aos britânicos que não cedessem à tentação e ficassem em casa neste fim de semana.

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O confinamento foi decretado no país há 11 dias. "Trabalhamos o dia todo para combater o vírus", disse o chefe de governo, que continua cumprindo suas tarefas de sua casa em Downing Street.

Criticado por sua maneira de gerenciar a crise, o governo britânico prometeu realizar 100.000 exames por dia até o final do mês e, nesta sexta-feira, abriu um hospital de campanha que poderá acomodar até 4.000 leitos.

De acordo com os últimos dados oficiais, o novo coronavírus matou 3.000 pessoas em hospitais do Reino Unido.

O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, testou positivo para o novo coronavírus (Sars-Cov-2), informou o próprio premier nesta sexta-feira (27) através de suas redes sociais.

“Nas últimas 24 horas, eu desenvolvi os sintomas leves e testei positivo para o coronavírus. Eu estou agora isolado, mas eu vou continuar a guiar a resposta do governo via videoconferência enquanto combatemos esse vírus. Juntos vamos derrotar isso. #FiqueemCasaSalveVidas”, escreveu.

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Em vídeo postado junto com a mensagem, Johnson informou que está com febre e uma leve tosse, mas que continuará trabalhando. O premier ainda agradeceu os profissionais de saúde, através do Serviço Nacional de Saúde (NHS), que estão lutando contra o coronavírus por todo o país, e aos mais de 600 mil voluntários que se dispuseram a atuar no combate à pandemia.

"Nós vamos superar isso. Aplicando as medidas que todos estamos ouvindo muito sobre isso. É preciso que todos compreendam que o quanto mais rápido aplicarmos essas medidas, mais rápido nós vamos derrotar isso, mas rápido nosso país vencerá essa epidemia e voltaremos à vida normal", disse ainda.

"Obrigado a todos que estão fazendo o que estou fazendo, trabalhando de casa, para parar a disseminação do vírus de casa para casa. Essa é a maneira que vamos vencer. Nós vamos vencer isso e vamos vencer juntos. Fique em casa, proteja a NHS e salve vidas", finalizou.

Apesar de, no início da pandemia, o governo de Johnson ter adotado uma postura de deixar o vírus circular, para imunizar a população, na última semana, houve uma mudança drástica na postura, seguindo as orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS). O país vive agora em um isolamento obrigatório, para evitar a disseminação do Sars-CoV-2.

Até o momento, são 11.813 casos no Reino Unido com 578 mortes confirmadas, de acordo com o Centro John Hopkins. 

Da Ansa

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, disse ontem que a saída do Reino Unido da União Europeia não será adiada em razão da pandemia do coronavírus. O prazo final para o divórcio é dezembro.

As conversas presenciais entre membros do bloco e o governo britânico, que ocorreriam em Londres, na próxima semana, foram suspensas. "O Reino Unido e a UE estão plenamente conscientes do cronograma em que estamos trabalhando", disse Johnson, em comunicado.

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O primeiro-ministro britânico Boris Johnson e sua namorada, Carrie Symonds, anunciaram neste sábado que estão esperando um bebê e que ficaram noivos.

"O primeiro-ministro e a sra. Symonds têm o prazer de anunciar seu compromisso e estão esperando um bebê para o início do verão (boreal)", disse o porta-voz do casal à Associação de Imprensa da Agência Britânica de Imprensa.

Uma porta-voz de Downing Street confirmou a notícia à AFP, sem fornecer mais detalhes.

Johnson, de 55 anos, foi casado duas vezes e se separou de sua segunda esposa em 2018. Ele anunciou publicamente seu relacionamento com Symonds no início de 2019.

Johnson será o primeiro chefe de governo britânico a se casar durante o exercício de seu cargo, em 250 anos. Ele e Symonds também são o primeiro casal a viver na residência oficial do primeiro-ministro sem serem casados.

Johnson tem quatro filhos de sua segunda esposa, Marina Wheeler, e sua filha mais velha é cinco anos mais nova do que Symonds. Ele também tem uma filha, resultado de uma aventura de 2009.

Quem pagou pelas luxuosas férias de fim de ano no Caribe do primeiro-ministro britânico? Boris Johnson foi convocado nesta quinta-feira (13) para dar explicações, sob a ameaça da oposição iniciar uma investigação parlamentar.

Após sua vitória nas eleições legislativas de dezembro, Boris Johnson e sua namorada, Carrie Symonds, passaram o feriado de Ano Novo, que custaria 15.000 libras (cerca de 19.500 dólares) na ilha particular de Mustique, destino favorito dos ricos e famosos em São Vicente e Granadinas, no Caribe.

Boris Johnson afirma que essas férias foram pagas por David Ross, um doador do Partido Conservador e co-fundador da distribuidora de telefones celulares Carphone Warehouse.

Como tem a obrigação de fazer, o primeiro-ministro conservador declarou esse convite generoso ao Parlamento, afirmando que havia aceitado um "alojamento de férias privado para minha namorada e para mim, no valor de 15.000 libras".

Segundo esta declaração, David Ross pagou por essas férias que duraram de 26 de dezembro a 5 de janeiro.

"Todos os requisitos de transparência foram respeitados", disse um porta-voz de Boris Johnson.

Mas um porta-voz de David Ross garantiu à imprensa britânica que o empresário só havia ajudado o líder político a encontrar uma acomodação sem lhe fornecer dinheiro.

Dada a confusão gerada por essas explicações, o porta-voz disse mais tarde: "Ross forneceu uma acomodação para Johnson em Mustique estimada em 15.000 libras. Portanto, é uma contribuição em espécie de Ross para Johnson, e a declaração de Johnson na Câmara dos Comuns é correta".

Mas as declarações na quinta-feira não convenceram o prinipal grupo de oposição do primeiro-ministro, o Partido Trabalhista.

O partido escreveu ao comitê parlamentar sobre regras que exigiam uma investigação, argumentando que as perguntas permaneciam sem resposta.

O primeiro-ministro britânico Boris Johnson afirmou em discurso que a saída do Reino Unido da Europa pode ser um "esplêndido sucesso". O vídeo foi publicado no Twitter oficial do premiê na noite desta sexta-feira, 31, uma hora antes da oficialização do Brexit.

No vídeo, Johnson afirma entender os diferentes sentimentos que os ingleses experimentam neste momento - destacando que há aqueles que encaram o Brexit como um 'momento de esperança' e outros que experienciam 'ansiedade e 'perda'.

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"Eu entendo todos esses sentimentos e nosso trabalho, enquanto governo - o meu trabalho - é unir este país agora e nos levar à frente", disse. E acrescentou: "a coisa mais importante para dizer hoje à noite é que este não é um final, mas um começo. Este é o momento em que amanhece e a cortina sobe em um novo ato no nosso grande drama nacional".

Confira a íntegra do discurso:

"Hoje estamos saindo da União Europeia.

Para muitas pessoas, este é um momento surpreendente de esperança, um momento que eles pensavam que nunca chegaria. E há muitos, é claro, que sentem uma sensação de ansiedade e perda.

E depois há um terceiro grupo - talvez o maior - que começou a se preocupar com o fato de que toda a disputa política nunca chegaria ao fim.

Entendo todos esses sentimentos e nosso trabalho como o governo - meu trabalho - é reunir este país agora e nos levar adiante.

A coisa mais importante a dizer hoje à noite é que isso não é um fim, mas um começo. É o momento em que o amanhecer se abre e a cortina sobe em um novo ato em nosso grande drama nacional.

E sim, trata-se em parte de usar esses novos poderes - essa soberania recapturada -para realizar as mudanças pelas quais as pessoas votaram. Seja controlando a imigração, ou criando franquias, ou liberando nossa indústria pesqueira, ou fazendo acordos de livre comércio. Ou simplesmente fazendo nossas leis e regras para o benefício das pessoas deste país.

E é claro que acho que é a coisa certa, saudável e democrática a se fazer. Porque, por todos os seus pontos fortes e por todas as suas qualidades admiráveis, a UE evoluiu mais de 50 anos em uma direção que não se adéqua mais a este país.

E esse é um julgamento que você, o povo, confirmou agora nas pesquisas. Não uma, mas duas.

E, no entanto, este momento é muito maior que isso. Não se trata apenas de uma liberação legal, é potencialmente um momento de verdadeira renovação e mudança nacional.

Este é o início de uma nova era na qual não aceitamos mais que suas chances de vida - as de sua família - dependam de em que parte do país você cresce.

Este é o momento em que realmente começamos a nos unir e subir de nível: derrotando o crime, transformando nosso NHS, e com melhor educação, com excelente tecnologia e com o maior renascimento de nossa infraestrutura desde os vitorianos, espalharemos esperança e oportunidade para todas as partes do Reino Unido

E se conseguirmos acertar, acredito que a cada mês que passa, cresceremos em confiança, não apenas em casa, mas no exterior. E em nossa diplomacia, nossa luta contra as mudanças climáticas, nossas campanhas por direitos humanos, educação feminina, redescobriremos os músculos que não usamos há décadas. O poder do pensamento e ação independentes

Não porque queremos prejudicar tudo o que nossos amigos da UE fizeram - é claro que não.

Queremos que este seja o começo de uma nova era de cooperação amigável entre a UE e uma enérgica Grã-Bretanha.

Uma Grã-Bretanha que é simultaneamente uma grande potência europeia e verdadeiramente global em nosso alcance e ambições.

E quando olho para os ativos incríveis deste país, nossos cientistas, nossos engenheiros, nossas universidades líderes mundiais, nossas forças armadas, quando olho para o potencial deste país que está prestes a ser lançado, sei que podemos transformar essa oportunidade em um sucesso esplêndido.

E quaisquer que sejam os obstáculos na estrada à frente, sei que teremos sucesso.

Obedecemos ao povo, recuperamos as ferramentas do autogoverno.

Agora é a hora de usar essas ferramentas para liberar todo o potencial deste país brilhante e melhorar a vida de todos em todos os cantos do nosso Reino Unido. "

Despedida final

O Brexit acontecerá às 20h desta sexta-feira, 1.317 dias após a decisão dos britânicos de deixar a União Europeia. No entanto, o texto final do acordo prevê um período transitório até 31 de dezembro de 2020, durante o qual os britânicos seguirão aplicando e sendo beneficiados pelas normas europeias.

A transição busca evitar uma ruptura abrupta, especialmente para as empresas, e dar tempo para negociar a futura relação entre Londres e a UE.

Segundo o acordo, o período pode ser prorrogado até o fim de 2022 no máximo. Mas o Primeiro-ministro britânico Boris Johnson rejeita a possibilidade e incluiu no projeto de lei apresentado aos deputados um dispositivo que proíbe qualquer extensão da transição.

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Boris Johnson apostou toda sua carreira na arriscada promessa de concretizar o Brexit. E venceu. Ao cumprir sua palavra e acabar com anos de crise, o homem que foi uma das figuras mais polarizantes do país sai legitimado.

Nesta sexta-feira (31) às 23h (locais, 20hde Brasília), o Reino Unido encerra 47 anos de um relacionamento complicado com a União Europeia (UE) e torna-se o primeiro país membro a abandonar o bloco.

Foi justamente com a promessa de cumprir, "custe o que custar", o resultado do referendo de junho de 2016 que aprovou o Brexit que este político, com o apelido de "BoJo", chegou ao poder em julho, o que tornou realidade o sonho de sua vida.

Pouco depois, contra os prognósticos, conseguiu nas eleições legislativas antecipadas de dezembro uma maioria esmagadora que os conservadores não registravam desde a década de 1980, o que deixou claro que seus compatriotas depositavam as esperanças nele.

Também ganhou o respeito dos colegas europeus, alguns deles muito céticos a princípio como o francês Emmanuel Macron, quando conseguiu renegociar em outubro um acordo de divórcio que parecia bloqueado, demonstrando determinação e seriedade.

Mas, embora seja um dos políticos mais populares do país, este homem de 55 anos com uma cabeleira loira revolta, desperta muitas críticas por uma retórica populista, que lhe valeu a comparação com Donald Trump, e uma falta de rigor que muitos denunciam como mentiras.

- Exercício incomum no Brexit -

No referendo de 2016, este grande fã de Winston Churchill - sobre quem escreveu uma biografia - surgiu como um dos principais defensores do Brexit, mas só após realizar um exercício incomum.

Colunista do jornal conservador The Daily Telegraph, havia preparado um artigo anunciando que apoiava a permanência no bloco e outro afirmando o contrário, o que deu a impressão de que sua decisão escondia um cálculo político.

"O único em que Boris Johnson acredita é Boris Johnson", disse à AFP o ex-diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC) Pascal Lamy, que conhece a família Johnson desde que Boris era um rapaz que estudava na Escola Europeia de Bruxelas, onde seu pai foi um eurodeputado

Alexander Boris de Pfeffel Johnson nasceu em 1964 em Nova York, no seio de uma família de políticos, jornalistas e celebridades.

Um de seus bisavós era turco e foi ministro do último Império Otomano.

E ele sempre se refere a ele quando é acusado de islamofobia. Como quando comparou as mulheres vestidas de burca a caixas dos correios, declarações que junto com outras lhe renderam também a acusação de misoginia, embora seus partidários as qualifiquem como simples brincadeiras.

- Trajetória clássica -

Seguindo a trajetória clássica das elites britânicas, estudou nas prestigiosas Eton e Oxford.

Em 1987 iniciou uma carreira de jornalista no 'The Times', que o demitiu um ano depois por inventar algumas declarações. Entre 1989 e 1994 foi correspondente do Telegraph em Bruxelas, onde escreveu artigos que ridicularizavam as regulações europeias.

"Não inventava as histórias, mas sempre caía no exagero", lembra Christian Spillmann, jornalista da AFP em Bruxelas nestes anos.

Eleito deputado em 2001, ele perdeu um cargo na cúpula conservadora três anos depois por mentir sobre um caso extraconjugal. Um dos vários escândalos pessoais de um político que não quer dizer quantos filhos tem... além dos quatro reconhecidos.

Divorciado duas vezes, agora mora em Downing Street com a namorada, Carrie Symonds, de 31 anos.

Ganhou status de estrela após ser eleito prefeito de Londres em 2008 e, embora lhe atribuam alguns projetos desastrosos, brilhou com os bem sucedidos Jogos Olímpicos de 2012.

Foi nomeado ministro das Relações Exteriores por Theresa May em julho de 2016. É acusado de ter cometido erros diplomáticos graves antes de pedir demissão dois anos depois por divergências sobre a estratégia do Brexit.

Mas demonstrou que a sua estratégia era a mais eficaz. Resta, no entanto, a tarefa de negociar a futura relação com a UE, que se anuncia complicada e voltará a testar sua capacidade de seduzir e convencer.

O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, chegou a Muscat, em Omã, na manhã deste domingo para participar do primeiro de três dias de condolências oficiais após a morte do sultão Habo Qaboos bin Said al Said. A cerimônia é liderada pelo novo sultão, Haitham bin Tariq Al Said, com quem o premiê britânico se reunirá.

A previsão é que Johnson vá à cerimônia no Palácio Al Alam, ao lado do príncipe de Gales, do ministro de Defesa e do Chefe do Estado-Maior. O primeiro-ministro se encontrou com Said quando era ministro de Relações Exteriores em dezembro de 2017 e em janeiro de 2018. O Reino Unido e Omã têm um relacionamento bilateral amplo e de mais de 200 anos.

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"Nossos países têm laços econômicos profundos e interesses compartilhados de defesa e segurança. Existem fortes laços entre nossos cidadãos em áreas como educação e artes", mencionou um comunicado de Downing Street, sede oficial do governo britânico, enviado à imprensa.

"O Reino Unido também coopera estreitamente com Omã em questões regionais, trabalhando juntos para enfrentar desafios compartilhados e promover a paz e a estabilidade", continuou a nota. Após ter conhecimento da morte do sultão, Johnson declarou ontem estar profundamente triste com a notícia. "Ele era um líder excepcionalmente sábio e respeitado, que fará muita falta. Será lembrado por sua devoção ao desenvolvimento de Omã em uma nação estável e próspera, e como o pai da nação que procurou melhorar a vida do povo Omã."

Boris Johnson se prepara para alcançar o que parecia impossível. Após anos de divisões, os deputados britânicos devem aprovar nesta quinta-feira (9) um acordo histórico para retirar o Reino Unido da União Europeia em 31 de janeiro.

Inicialmente negociado pela então primeira-ministra Theresa May e modificado por Johnson depois de chegar ao poder em julho, o texto foi várias vezes recusado pelo Parlamento. A rejeição forçou três adiamentos e causou uma profunda crise política.

Agora, com a esmagadora maioria que o primeiro-ministro conservador alcançou nas eleições legislativas de dezembro, o projeto que traduz o acordo de divórcio com Bruxelas na legislação britânica deve ser aprovado sem dificuldade.

Após três dias de exame legislativo desapaixonado, que contrastou com os acalorados debates que durante anos marcaram um processo caótico em uma câmara dividida entre apoiadores e críticos do Brexit, os deputados adotarão o texto em uma votação não menos histórica por ser absolutamente previsível.

O debate deve começar às 13h15 (10h15 de Brasília), mas a votação está marcada para várias horas depois.

Assim, em 31 de janeiro, três anos e meio após a consulta de 2016, na qual 52% dos britânicos votaram pelo Brexit, o Reino Unido encerrará 47 anos de um complicado relacionamento com a UE.

Pela primeira vez desde sua criação, o bloco perderá um país-membro e conquistará um poderoso concorrente comercial e financeiro à sua porta.

- Temor de desregulamentação -

Carismático e polêmico, Johnson, de 55 anos, que antes de primeiro-ministro foi chanceler e prefeito de Londres, acumulou derrotas políticas e judiciais nos primeiros meses de seu mandato, quando herdou o frágil governo minoritário de May.

Ainda assim, conseguiu negociar com a UE um acordo que os 27 afirmavam imutável. Mais tarde, impulsionado por eleitores cansados do bloqueio político, conseguiu os 365 deputados que, em uma câmara de 650, permitiram a aprovação do acordo.

Liderada por um Partido Trabalhista em busca de um novo líder depois de sofrer sua pior derrota eleitoral desde 1935, a oposição afirma que o acordo do Brexit será usado como "um aríete" para realizar uma maior desregulamentação.

Mas não conseguiu alterá-lo e, com os trabalhistas atolados em uma crise de identidade, não tentou com muita convicção nos últimos dias.

Após a aprovação desta quinta-feira, o texto passará na próxima semana para a Câmara dos Lordes, onde também não deverá encontrar contratempos.

O processo será concluído com a assinatura da rainha Elizabeth II, em 22, ou 23, de janeiro.

O acordo, que permite um divórcio tranquilo e uma transição até dezembro de 2020 para evitar rupturas abruptas e negociar o futuro relacionamento, também deve ser ratificado pelo Parlamento Europeu.

O texto inclui, entre outras questões, os direitos dos cidadãos europeus no Reino Unido, assim como os britânicos na UE; a conta - de cerca de 39 bilhões de libras - que Londres deve pagar para honrar seus compromissos financeiros com o bloco; e como manter aberta a fronteira terrestre na ilha da Irlanda.

Após o Brexit, Londres e Bruxelas embarcarão em uma segunda e mais complicada fase de negociação: a de seu futuro relacionamento.

Johnson prometeu concluí-lo antes do final do ano para não precisar prolongar o período de transição.

A nova presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, deixou claro, porém, que o tempo é insuficiente para se chegar a um acordo completo de livre-comércio.

Vitorioso após as eleições legislativas no Reino Unido, o primeiro-ministro Boris Johnson organiza nesta segunda-feira (16) sua equipe de governo com o objetivo de remover os obstáculos ao Brexit.

Com uma maioria jamais vista para os conservadores desde Margaret Thatcher, o líder Tory deve anunciar hoje a reorganização do seu governo, tendo como prioridade lançar o mais rápido possível as medidas para permitir a saída do Reino Unido da União Europeia em 31 de janeiro.

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Deve ainda se dirigir aos 109 parlamentares conservadores recém-eleitos entre os 365 assentos conquistados por seu partido na quinta-feira para exortá-los a trabalhar e alcançar o Brexit, pelo qual 52% dos britânicos votaram em junho de 2016.

"O primeiro-ministro deixou bem claro que (...) devemos responder à confiança do público e alcançar o Brexit", disse uma fonte do governo. "É por isso que a primeira lei que os deputados votarão será o acordo para retirar o Reino Unido da União Europeia", acrescentou.

O primeiro-ministro pretende apresentar aos deputados antes do Natal, talvez esta semana, o documento negociado minuciosamente com Bruxelas em meados de outubro, que deveria permitir um divórcio tranquilo após 47 anos de casamento.

- Discurso da rainha -

Antes de considerar o Brexit, a nova Câmara dos Comuns vai se reunir na terça-feira para eleger o "speaker" (presidente). Provavelmente irá reconduzir a trabalhista Lindsay Hoyle, eleita um mês antes das legislativas.

Ela terá a tarefa de liderar os debates, muitas vezes animados, sobre o Brexit, assim como o fez o truculento John Bercow. Cada um dos 650 parlamentares jurará lealdade à Coroa, um processo que deve levar vários dias.

Finalmente, Boris Johnson poderá detalhar seu programa legislativo na quinta-feira, durante o tradicional discurso lido pela rainha Elizabeth II, de 93 anos. Uma vez que o último discurso da monarca foi há dois meses e com o Natal se aproximando, a cerimônia deverá ser reduzida. Boris Johnson defenderá mais uma vez sua prioridade: concretizar o Brexit.

Também poderá anunciar medidas para melhorar o serviço nacional de saúde (NHS), como prometeu para romper com a imagem de austeridade colada ao seu partido. Este serviço gratuito, ao qual os britânicos são muito apegados, sofreu cortes drásticos sob os governos conservadores nos últimos 10 anos.

Segundo uma fonte em Downing Street, o governo planeja anunciar um aumento de 33,9 milhões de libras (40,6 milhões de euros) no orçamento do NHS.

O primeiro-ministro, por outro lado, descartou a possibilidade de oferecer à Escócia um segundo referendo sobre a independência da região, como exigido pela primeira-ministra escocesa Nicola Sturgeon, que obteve bons resultados nas legislativas com seu partido SNP.

A recusa de Boris Johnson não "encerra o caso", alertou Sturgeon no domingo na BBC, enfatizando que a Escócia, que votou 62% em 2016 para permanecer na União Europeia, "não pode ficar trancada no Reino Unido contra sua vontade".

Uma vez que o Brexit tenha sido alcançado politicamente em 31 de janeiro, Londres e Bruxelas iniciarão duras negociações para chegar a um acordo comercial definindo suas relações após o período de transição programado até o final de 2020.

O presidente Jair Bolsonaro cumprimentou nesta sexta-feira (13) o premiê britânico, Boris Johnson, pela vitória nas eleições realizadas nessa quinta (12) no Reino Unido e disse que está disposto a trabalhar no fortalecimento das relações entre os dois países.

“Cumprimento os britânicos e o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, pela grande vitória de ontem. Brasil e Reino Unido compartilham o apreço à autodeterminação e à soberania”, escreveu em publicação na sua conta pessoal no Twitter. “Estamos dispostos a trabalhar no fortalecimento de nossas relações e na construção de uma parceira cada vez mais sólida e benéfica para nossos povos”, completou em uma segunda postagem.

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Os votos das eleições dessa quinta-feira (12) ainda estão sendo contados, mas o Partido Conservador já conquistou maioria absoluta, ultrapassando os 326 lugares necessários para ter a maioria no Parlamento.

Johnson está na liderança do Partido Conservador desde a renúncia, em julho, de Theresa May, e tem a missão de concretizar o Brexit, a saída do Reino Unido da União Europeia. Jeremy Corbyn, derrotado pelo Partido Trabalhista, admitiu que o resultado "é decepcionante".

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, conseguiu a ampla maioria parlamentar que precisava para permanecer no cargo e levar adiante o plano do Brexit. A seguir as prováveis próximas etapas da política no Reino Unido.

- Concretizar o Brexit -

O Partido Conservador de Johnson fez campanha com a promessa de retirar o Reino Unido de uma vez por todas da União Europeia (UE), mais de três anos depois do referendo que aprovou o Brexit em 2016.

Depois de chegar ao poder em julho, Johnson conseguiu renegociar o acordo de divórcio com Bruxelas, mas não teve votos suficientes na Câmara dos Comuns para aprovar o pacto.

Agora, com a maioria dos parlamentares a favor do texto, ele deve agilizar o processo de aprovação do acordo para concretizar o Brexit na nova data prevista, 31 de janeiro.

O acordo tem duas partes.

O Tratado de Retirada detalha aspectos chaves do divórcio, como os direitos de seus respectivos cidadãos, a conta de 39 bilhões de libras que o Reino Unido deve pagar e a forma de manter aberta a fronteira na ilha da Irlanda.

O texto contém ainda uma declaração política que esboça as grandes linhas da futura relação econômica e de segurança entre Reino Unido e UE.

Johnson disse que submeteria o acordo ao Parlamento, sob a forma de projeto de lei que deve ser traduzido à legislação britânica, antes que os deputados iniciem as férias de fim de ano.

Mas o debate detalhado do texto não deve acontecer até o início de janeiro, tanto na Câmara dos Comuns como na Câmara dos Lordes.

O texto também deve ser ratificado pelo Parlamento Europeu antes de entrar em vigor, acabando formalmente com 46 anos de integração britânica na UE.

- Negociações comerciais -

Porém, nada mudará imediatamente após a data oficial do Brexit. O Tratado prevê um período de transição para permitir que empresas e administrações se adaptem à nova situação e dar tempo para a negociação da futura relação.

Este período termina em 31 de dezembro de 2020 e Johnson afirma que até a data terá negociado um ambicioso acordo de livre comércio com a UE, o principal sócio comercial do Reino Unido.

Muitos analistas independentes, no entanto, consideram que este período é insuficiente para negociar um acordo de tal dimensão, e ainda mais para ratificá-lo e implementá-lo.

O Tratado de Retirada permite ampliar o período de transição em um ou dois anos, mas Londres deve apresentar a solicitação até 1 de julho de 2020.

- Novo líder trabalhista -

A vitória de Johnson marca a derrota eleitoral para o líder do principal partido de oposição, o trabalhista Jeremy Corbyn.

O ex-sindicalista septuagenário anunciou uma "reflexão interna" e que não vai liderar o partido nas próximas eleições, o que abre o caminho para a sucessão.

Apesar do apoio a várias propostas da esquerda, incluindo a nacionalização das ferrovias, Corbyn fez campanha como o líder opositor mais impopular em quase meio século.

Considerado um rebelde inclusive dentro de seu partido, Corbyn, um político muito mais à esquerda que grande parte dos trabalhistas, surpreendeu ao vencer a disputa pela liderança da formação em setembro de 2015.

Sobreviveu à rebelião da cúpula do partido graças ao apoio das bases e conquistou um resultado melhor que o esperado nas eleições de 2017.

Mas foi criticado por sua posição ambígua sobre o Brexit, ao prometer um novo referendo, mas assegurando que permaneceria neutro.

E também por não agir com a velocidade e determinação necessárias às várias acusações de antissemitismo dentro de seu partido.

Os jornais britânicos, divididos entre a euforia e a decepção pelo resultado das eleições legislativas, concordam nesta sexta-feira (13) que a vitória de Boris Johnson é "histórica" e abre o caminho para concretizar o Brexit em 31 de janeiro.

"Vitória para Boris... e para el Brexit!", afirma o tabloide Daily Express, assim como outros jornais populares, favoráveis aos conservadores.

O Daily Mail pediu aos leitores em sua primeira página que demonstrem alegria com a vitória de Johnson. O único tabloide favorável aos trabalhistas de Jeremy Corbyn, o Daily Mirror, fala de um "pesadelo de Natal".

O Financial Times, jornal de referência do mundo dos negócios, destaca que Johnson não depende mais do apoio dos eurocéticos dentro do Partido Conservador.

O Daily Telegraph, muito favorável a Johnson, destaca a "humilhante derrota" da líder do Partido Liberal-Democrata, Jo Swinson, a principal rival da campanha pró-Brexit por sua promessa de cancelar a saída da UE.

Seu partido perdeu muitas cadeiras no Parlamento e Jo Swinson não foi reeleita. O jornal The Guardian considerou o resultado um "choque" e admite que "a aposta de forçar eleições antecipadas para unificar o voto pelo Brexit funcionou".

The Independent recorda que Johnson conseguiu o "maior avanço dos conservadores desde (Margaret) Thatcher", enquanto os trabalhistas "registram os piores resultados desde (Clement) Attlee", que ficou no poder entre 1945 e 1951.

Boris Johnson se tornou primeiro-ministro com a promessa de concretizar o Brexit e, após a reeleição com uma vitória esmagadora, deseja acabar com as divisões no Reino Unido, embora seja uma das figuras mais polarizantes do país.

A vitória eleitoral é um mandato "não apenas para tornar efetivo o Brexit, mas para unir este país e levá-lo adiante, concentrados nas prioridades dos britânicos", afirmou Johnson.

Mas, embora seja um dos políticos mais populares do país, este homem de 55 anos com uma cabeleira loira revolta, desperta muitas críticas por uma retórica populista que lhe valeu a comparação com Donald Trump e uma falta de rigor que muitos denunciam como mentiras.

"A verdade importa?", questionou a moderadora durante um debate eleitoral. "Acho que sim", respondeu Johnson, arrancando risadas do público.

No poder desde julho, sofreu uma série de reveses em seus primeiros meses de mandato: 21 deputados conservadores se rebelaram contra ele, a justiça anulou por considerar "ilegal" sua suspensão dos trabalhos parlamentares e acabou obrigado a pedir um terceiro adiamento do Brexit, apesar de ter dito que preferia "estar morto em uma vala".

Apesar das polêmicas, o país decidiu dar uma carta branca a Johnson para que possa cumprir sua grande promessa: retirar o país da União Europeia.

- Bisavô turco -

No referendo de 2016, este grande fã de Winston Churchill - sobre quem escreveu uma biografia - surgiu como um dos principais defensores do Brexit, mas só após realizar um exercício incomum.

Colunista do jornal conservador The Daily Telegraph, havia preparado um artigo anunciando que apoiava a permanência no bloco e outro afirmando o contrário, o que deu a impressão de que sua decisão escondia um cálculo político.

"O único em que Boris Johnson acredita é Boris Johnson", disse à AFP o ex-diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC) Pascal Lamy, que conhece a família Johnson desde que Boris era um rapaz que estudava na Escola Europeia de Bruxelas, onde seu pai foi um eurodeputado.

Conhecido popularmente como "BoJo", Alexander Boris de Pfeffel Johnson nasceu em 1964 em Nova York, no seio de uma família de políticos, jornalistas e celebridades. Um de seus bisavós era turco e foi ministro do último Império Otomano.

E ele sempre se refere a ele quando é acusado de islamofobia. Como quando comparou as mulheres vestidas de burca a caixas dos correios, declarações que junto com outras lhe renderam também a acusação de misoginia, embora seus partidários as qualifiquem como simples brincadeiras.

- "Rei do mundo" -

Segundo sua irmã, Rachel, quando criança, ele queria ser "rei do mundo". Seguindo a trajetória clássica das elites britânicas, estudou nas prestigiosas Eton e Oxford.

Em 1987 iniciou uma carreira de jornalista no 'The Times', que o demitiu um ano depois por inventar algumas declarações. Entre 1989 e 1994 foi correspondente do Telegraph em Bruxelas, onde escreveu artigos que ridicularizaram as regulações europeias.

"Não inventava as histórias, mas sempre caía no exagero", lembra Christian Spillmann, jornalista da AFP em Bruxelas nestes anos.

Eleito deputado em 2001, ele perdeu um cargo na cúpula conservadora três anos depois por mentir sobre um caso extraconjugal. Um dos vários escândalos pessoais de um político que não quer dizer quantos filhos tem... além dos quatro reconhecidos.

Divorciado duas vezes, agora mora em Downing Street com a namorada, Carrie Symonds, de 31 anos. Ganhou status de estrela após ser eleito prefeito de Londres em 2008 e, embora lhe atribuam alguns projetos desastrosos, brilhou com os bem sucedidos Jogos Olímpicos de 2012.

Na mente de todos ficou a imagem do prefeito Johnson, engasgado em uma tirolesa durante os Jogos e agitando uma bandeirinha enquanto aguardava ser despendurado, uma situação ridícula que, graças ao seu carisma, conseguiu tornar favorável.

Foi nomeado ministro das Relações Exteriores por Theresa May em julho de 2016. É acusado de ter cometido erros diplomáticos graves antes de pedir demissão dois anos depois por desavenças sobre a estratégia do Brexit.

O primeiro-ministro britânico Boris Johnson batalhava nesta quarta-feira (11) por cada voto, depois que uma pesquisa mostrou a redução de sua vantagem para as eleições antecipadas desta quinta-feira, (12) nas quais o Reino Unido decide o seu futuro.

Estas são as terceiras eleições legislativas organizadas pelo país em pouco mais de quatro anos, mas todos os partidos concordam em considerar as de 2019 "as mais importantes em uma geração".

O resultado das urnas definirá a abordagem à questão mais complexa apresentada aos britânicos em sua história recente: a saída da União Europeia, decidida por referendo em 2016, mas adiada três vezes pelo bloqueio político em um país profundamente polarizado.

Johnson, no poder desde julho, quando substituiu Theresa May como líder do Partido Conservador, busca uma maioria absoluta que permita concretizar o Brexit em 31 de janeiros, sem novos adiamentos.

Mas a oposição de centro-esquerda, liderada pelos trabalhistas de Jeremy Corbyn, quer convocar um segundo referendo que, dada a aparente mudança de parte da opinião pública, poderia simplesmente anular o Brexit.

As pesquisas apontavam até agora uma vantagem cômoda para os conservadores, mas a sondagem mais recente, considerada mais confiável por sua ampla mostra e metodologia, reduziu na terça-feira à noite a liderança a respeito da oposição trabalhista de 68 a 28 deputados em uma Câmara de 650 cadeiras.

E embora isto represente 339 deputados para Johnson, o instituto YouGov advertiu que, levando em consideração a margem de erro, os conservadores podem não conquistar a maioria.

Neste contexto, a menos de 24 horas da abertura dos locais de votação, Johnson concentra o último esforço para tentar seduzir eleitores tradicionalmente de esquerda mas que desejam o Brexit, tema a respeito do qual Corbyn continua demonstrando ambiguidade.

"Vamos batalhar por cada voto", afirmou em Guiseley, norte da Inglaterra, onde, dando sequência a uma campanha que tenta mostrá-lo como um homem do povo e não um distante político da elite londrina, começou o dia entregando garrafas de leite a eleitores que abriam as portas de casa ainda de pijamas.

- "No fio da navalha" -

Johnson advertiu para o risco de um novo bloqueio parlamentar. "A eleição não poderia ser mais crítica, não poderia ser mais acirrada. Eu apenas falo a todos que existe um risco real de que amanhã sigamos para um Parlamento sem maioria absoluta", declarou aos jornalistas.

Se conseguirem chegar ao poder, em coalizão ou com o apoio parlamentar dos nacionalistas escoceses do SNP e de outras formações de centro e profundamente pró-europeus como o Partido Liberal-Democrata, os trabalhistas têm outros planos para o Brexit.

Corbyn afirma que em seis meses conseguirá negociar um novo acordo de divórcio com Bruxelas, que mantenha laços muito estreitos entre as partes. Depois, ele promete submeter este acordo aos britânicos em um novo referendo junto com opção de simplesmente anular o Brexit.

Porém, fiel a suas raízes eurocéticas, o líder esquerdista anunciou que permaneceria neutro e não participaria pessoalmente na campanha por nenhuma das opções.

O jornal conservador The Daily Mail fez um apelo a seus leitores para que compareçam às urnas, apesar da previsão para quinta-feira de um dia "chuvoso, com vento e frio", no qual a noite começará às 15H30 em vários pontos do país.

O Reino Unido não tem o hábito de convocar eleições nos meses de inverno, o que provoca o temor de um índice de participação abaixo da média.

"Mas esta eleição acontece no fio da navalha", adverte o tabloide. "Não vamos dormir em direção à catástrofe", acrescenta um editorial.

Com o programa mais esquerdista de seu partido em décadas, Corbyn prometeu reestatizar muitos serviços privatizados pela conservadora Margaret Thatcher nos anos 1980, acabar com as onerosas tarifas universitárias, descarbonizar a economia e elevar os impostos para os ricos, com o objetivo de aumentar exponencialmente as ajudas sociais.

"Vamos colocar dinheiro em seus bolsos porque merecem. Os ricos e as grandes empresas pagarão por isto", afirmou em sua mensagem final de quarta-feira.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, afirmou neste domingo (8) que lutará "por cada voto" nas eleições legislativas da próxima quinta-feira (12), no momento em que sua vantagem sobre a oposição trabalhista vem diminuindo, de acordo com algumas sondagens.

Segundo pesquisa do jornal "The Guardian", os conservadores estão 11 pontos à frente dos trabalhistas (43% contra 32% das intenções de voto). O líder conservador se recusou a dizer se renunciará, caso fracasse em seu objetivo de alcançar uma maioria parlamentar absoluta.

"Vou me concentrar nos próximos cinco dias, porque acho que é isso que as pessoas deste país estão esperando", desconversou.

Já o líder da oposição trabalhista, Jeremy Corbyn, prometeu negociar um novo acordo com Bruxelas e submetê-lo a uma nova consulta popular, afirmando que permanecerá "neutro" na campanha.

Contrariando os documentos do governo apresentados por Corbyn, Johnson havia declarado que, após o Brexit, não haverá tarifas alfandegárias entre a província da Irlanda do Norte e o restante do Reino Unido.

Hoje, porém, o premiê admitiu que haverá controles, mas que isso não afetará os produtos que circulam entre a Irlanda do Norte e o resto do território.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prometeu nesta terça-feira (3) se manter à margem da campanha eleitoral britânica, durante sua visita a Londres para uma cúpula da Otan, mas assegurou que vai encontrar Boris Johnson.

Donald Trump está em Londres para uma cúpula da Aliança Atlântica, organização que completa 70 anos. O evento incluirá reuniões dos 28 chefes de Estado e de governo no Palácio de Buckingham e em Downing Street.

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O Partido Conservador de Johnson, que lidera as pesquisas para as eleições legislativas antecipadas de 12 de dezembro, tenta manter distância de um imprevisível Trump e de suas declarações, as quais podem servir de munição para a oposição.

Desta forma, na agenda da visita não consta encontro bilateral entre Trump e Johnson. Mas, ao ser perguntado por jornalistas, o americano garantiu que "sim, vou me encontrar com ele".

Pouco antes, o ministro britânico das Relações Exteriores, Dominic Raab, disse à rede BBC que "não acreditar" que Johnson fosse se reunir em separado com o presidente americano - um fato incomum, dado que esta é a primeira visita de Trump ao país desde que seu colega foi nomeado primeiro-ministro.

"Não quero complicar"

Durante sua viagem anterior ao Reino Unido, em junho, Trump criticou a estratégia para o Brexit da então primeira-ministra Theresa May e sugeriu o abandono das negociações do acordo de divórcio com Bruxelas.

Também atacou duramente o prefeito de Londres, o trabalhista Sadiq Khan.

Consciente de que agora seus comentários serão observados com atenção, Trump prometeu se comportar.

"Vou me manter à margem da eleição", afirmou em coletiva de imprensa em Londres, "porque esse é outro país e eu não quero complicar" as coisas.

Considerou, porém, que "Boris é muito capaz e fará um bom trabalho". Lembrou ainda que sempre foi um "fã do Brexit", a saída da UE que o primeiro-ministro espera concretizar em janeiro, se vencer as eleições.

O líder da oposição, o trabalhista Jeremy Corbyn, tenta há dias usar politicamente a visita de Trump contra Johnson, acusando-o de querer "vender" o serviço público de saúde britânico NHS às empresas americanas, no âmbito de um acordo de livre-comércio após o Brexit.

"A única coisa que Boris Johnson pode fazer para tranquilizar as milhares de pessoas que se manifestam hoje é interromper as negociações comerciais entre o Reino Unido e os Estados Unidos, até que Trump mude os alvos e exclua qualquer referência aos produtos farmacêuticos e dados dos pacientes", declarou nesta terça Jonathan Ashworth, responsável pelas questões de saúde no Partido Trabalhista.

Ele fez referência à manifestação convocada para esta tarde contra Trump com a participação de funcionários do NHS.

O presidente americano assegurou que não tem interesse na saúde britânica. "Não a queremos mesmo que nos seja oferecida numa bandeja de prata", garantiu.

E, surpreendentemente conciliador, negou-se a repetir suas críticas a Corbyn. Sobre as acusações de antissemitismo que pesam sobre o trabalhista, defensor de longa data da causa palestina, limitou-se a afirmar: "não sei nada sobre esse cavalheiro".

E se Corbyn se tornar primeiro-ministro? "Posso trabalhar com qualquer um", disse.

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