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A expectativa de aprovação da reforma da Previdência, após oito meses de tramitação, levou o Índice Bovespa a bater novos recordes nominais nesta terça-feira. Embora a conclusão da reforma já seja dada como certa há algum tempo, a sua materialização é considerada como uma espécie de sinal verde para o retorno do investidor estrangeiro, que há tempos tem se afastado do mercado brasileiro. Sob o argumento da incerteza quanto ao andamento dos esforços fiscais no País, a saída de recursos externos na B3 soma R$ 32,3 bilhões no acumulado do ano.

Operando em terreno positivo durante praticamente todo o pregão, o Ibovespa chegou ao final do dia marcando inéditos 107.381,11 pontos, com alta de 1,28%. Os ganhos do índice foram sustentados principalmente pelas ações do setor financeiro, bloco que responde por cerca de 30% da composição da carteira teórica do índice. A alta nesse grupo foi generalizada, com ganhos superiores a 2% na grande maioria das ações.

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"A aprovação da reforma da Previdência será como o extermínio do vilão da temporada de uma série. A expectativa é que ela destrave a economia e traga o investidor estrangeiro de volta", disse Rafael Bevilacqua, analista da Levante Ideias de Investimento. "Depois da reforma da Previdência, ainda há muitas coisas para o governo realizar, mas são todas menores. Se a economia não evoluir e o estrangeiro não voltar, descobriremos que temos um problema maior do que imaginávamos de estagnação econômica", afirma.

Para Guilherme Macedo, sócio da Vokin Investimentos, o apetite do investidor pelas ações mostra uma aposta do investidor em um período de maior dinamismo da economia, com aprovação de reformas, em meio a um ambiente de juro real muito baixo. "A alta de hoje (terça) indica o começo de uma tendência e está mais relacionada ao lado da economia, com a percepção de que a equipe econômica tem tudo desenhado, diagnosticado. E a aprovação de uma reforma da Previdência, que é sempre algo muito difícil de ser feito, tem um significado simbólico importante", afirma.

Outro importante destaque do dia, com potencial para contagiar o mercado como um todo, foram as ações da Petrobras. Os papéis foram beneficiados por um conjunto de fatores, como a alta do petróleo, o reajuste dos preços do gás e a expectativa otimista quanto ao resultado trimestral da estatal, que será divulgado na próxima quinta-feira.

No meio da tarde, a Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO) aprovou o relatório do projeto de lei em que o governo solicita a abertura de crédito especial de R$ 40,5 bilhões, para, entre outras destinações, a União pagar à Petrobras os valores correspondentes à revisão do acordo do contrato de cessão onerosa. Ao final do dia, as ações da companhia tiveram valorizações de 3,06% (ON) e de 2,88% (PN).

O apetite por risco no cenário internacional e a perspectiva positiva para a economia brasileira deram fôlego ao Índice Bovespa no período da tarde e o indicador voltou a renovar seu recorde histórico de fechamento. Segundo analistas ouvidos pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, a cautela com os fortes ruídos políticos ficou em segundo plano em um ambiente de apostas na retomada do ciclo econômico doméstico - a semana que será marcada pela divulgação de resultados trimestrais de peso, como os da Vale e da Petrobras.

Depois de uma manhã morna, com oscilações contidas em meio ao vencimento do mercado de opções, o Ibovespa acelerou os ganhos na segunda etapa dos negócios e fechou aos 106.022,28 pontos, com ganho de 1,23%. O recorde anterior havia sido registrado em 10 de julho (105.817 pontos no fechamento). Os negócios somaram R$ 18,8 bilhões, incluindo os R$ 5,988 bilhões movimentados no exercício de opções.

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Para Glauco Legat, analista da Necton Investimentos, a segunda-feira não chegou a apresentar noticiário de relevo, mas um conjunto de fatores alimenta a expectativa de que as ações serão a classe de ativos com melhores chances de retorno para o investidor em 2020.

"Em um ambiente negativo para a América Latina, o Brasil tem se mostrado um mercado resiliente. O investidor local já comprou bolsa e falta o ingresso do estrangeiro, mas foi um sinal bastante positivo para o mercado a notícia de que o EWZ (principal ETF brasileiro) teve um ingresso de US$ 126 milhões em uma semana, a maior entrada em oito meses", disse Legat.

O profissional lista uma série de fatores que vêm animando o investidor além das reformas estruturais, como a cessão onerosa, os leilões de energia e os movimentos para o novo marco do saneamento, entre outros. Tudo isso ocorrendo em um período de ciclo de queda de juros. Nesta tarde, a Caixa Econômica Federal informou que antecipará para 2019 os pagamentos a todos os trabalhadores do saque imediato do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Com a mudança anunciada nesta segunda, R$ 40 bilhões que seriam liberados até 2020 serão injetados já em 2019.

"Há um esforço do governo no sentido de implementar medidas no lado micro. Várias delas não terão efeito imediato na economia, mas apontam para o lado positivo. O cenário político preocupa, pois mostra uma briga muito forte, mas não está fazendo preço", afirma o profissional.

Após uma manhã de instabilidade, em que alternou leves altas e quedas, o Ibovespa não resistiu à piora das bolsas americanas e operou em território negativo ao longo da segunda etapa de negócios, abaixo da linha dos 105 mil pontos. Segundo operadores, em meio a incertezas externas e à falta de novos gatilhos domésticos para uma nova onda de valorização do índice, investidores preferiram adotar uma postura cautelosa.

Com máxima aos 105.464,25 pontos e mínima de 104.524,97 pontos, o principal índice da B3 encerrou a sessão desta sexta-feira (18) aos 104.728,89 pontos, em queda de 0,27%. Apesar da queda nos dois últimos dias, o Índice fechou a semana com alta de 1%. O volume negociado hoje foi de R$ 16,1 bilhões.

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Operadores lembram que o Ibovespa passou por uma recuperação expressiva nos últimos dias e era natural que, ao se aproximar do recorde histórico, houvesse um movimento de ajustes técnicos. De fato, o índice subiu em seis das últimas oito sessões. Do piso dos 99.867,59 pontos, no dia 8, até o teto de 105.422,80 pontos, no dia 16, o Ibovespa acumulou valorização de 5,56%.

A aprovação do acordo para saída do Reino Unido da União Europeia, o Brexit, e a trégua na guerra comercial sino-americana diminuíram a tensão nos mercados globais. Mas ainda há certa cautela, já que ainda há etapas pendentes para a concretização desses avanços. O acordo do Brexit ainda precisa ser aprovado pelo parlamento britânico, com votação prevista para este sábado. O entendimento entre China e Estados Unidos, além de parcial, é precário. Não se descarta a possibilidade de o presidente americano, Donald Trump, voltar a atacar os chineses durante o processo de negociação.

"A bolsa está com volume baixo e sem força para novas altas. Muita gente não quer ficar exposto durante o fim de semana, porque a incerteza lá fora ainda é grande", afirma Pedro Galdi, analista da Mirae Asset, ressaltando que o mercado está muito sensível ainda à questão da guerra comercial e pode "chacoalhar" com qualquer declaração negativa de Trump.

No ambiente doméstico, a expectativa para a próxima semana se concentra na votação da reforma da Previdência em segundo turno no Senado, prevista para terça-feira, 22. A opinião predominante entre profissionais ouvidos pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, é a de que os atritos entre o presidente Jair Bolsonaro e o partido pelo qual ele se elegeu, o PSL, não ameaçam a votação da reforma.

Para Galdi, da Mirae, com a aprovação da reforma da Previdência, aliada a sinais de melhora da economia, como os números do Caged em setembro (criação de 157.213 vagas formais), o Ibovespa pode ganhar fôlego e rumar para os 110 mil pontos até o fim do ano. "Faltam dois meses do fim do ano e, se não tiver problema lá fora, o índice pode buscar novo recorde até dezembro", diz.

Entre as blue chips, as ações da Petrobras fecharam em queda, em dia de baixa do petróleo no mercado internacional. Os dados da produção da petroleira no terceiro trimestre, contudo, foram considerados fortes pelos analistas. Já as ações ON da Vale amargaram queda de 1,46%, em semana de retração do preço do minério. Dados da economia chinesa foram mistos. O PIB da China subiu 6% no terceiro trimestre (anualizado), o menor crescimento em 27 anos, mas a produção industrial e as vendas no varejo aceleraram em setembro na comparação com igual período do ano passado.

Com participação relevante no Ibovespa, as ações de bancos, à exceção do Banco do Brasil, fecharam em queda, com perdas mais acentuadas da PN do Itaú (-1,18%) e das units do Santander (-1,32%). Os papéis do BB subiram 2,56%, a terceira maior alta da carteira teórica do índice, após a oferta subsequente de ações (follow on) ser precificada em R$ 44,05, apenas 2% abaixo em relação ao preço de fechamento de quinta.

As duas maiores altas do Ibovespa foram das ações da Eletrobras - ON subiu 5,03% e PNB, 3,37%. Foram bem recebidas as declarações do ministro de Minas e Energia, Bento Ribeiro, dando conta de que o projeto de lei para capitalização da empresa será enviado ao Congresso entre o fim deste mês e o início de novembro.

Em meio ao dia positivo em Wall Street e à alta expressiva das ações da Petrobras, impulsionadas pelo avanço do projeto do megaleilão da cessão onerosa, o Ibovespa emendou o quinto pregão seguido de ganhos nesta terça-feira, 15. O índice até chegou a romper o teto psicológico dos 105 mil pontos no fim da primeira etapa de negócios, mas perdeu fôlego ao longo da tarde e encerrou com avanço de apenas 0,18%, aos 104.489,56 pontos.

Segundo profissionais ouvidos pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, fatores técnicos e o desconforto com a crise envolvendo o presidente Jair Bolsonaro e seu partido, o PSL, acabaram limitando os ganhos do Ibovespa, a despeito da alta em torno de 1% das bolsas americanas. Nas últimas cinco sessões, o principal índice da B3 não apenas voltou a ser negociado acima dos 100 mil pontos como acumulou valorização de 4,628%.

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Um experiente operador de uma corretora local observa que quarta é dia de vencimento de opções sobre o Ibovespa, o que deixa o mercado mais sensível à disputa entre comprados e vendidos. A volta do apetite ao risco no exterior, após a trégua na guerra comercial entre Estados Unidos e China, abriu espaço para uma recuperação relevante do índice nos últimos dias.

Na máxima do dia, no início da tarde, o Ibovespa atingiu 105.047,62 pontos, impulsionado especialmente pelas ações da Petrobras. Com os preços internacionais do petróleo operando perto da estabilidade e a aprovação do projeto de partilha dos recursos do megaleilão da cessão onerosa na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, as ações da petroleira renovavam máximas atrás de máximas. A expectativa é que o projeto seja apreciado no plenário da Casa ainda nesta terça.

A piora nos preços do petróleo, com queda de mais de 1%, ao longo da tarde e um movimento natural de realização de lucros acabaram reduzindo os ganhos dos papéis da Petrobras e, por tabela, do Ibovespa. Apesar disso, as ações da petroleira terminaram com bom desempenho: PN subiu 1,06% e ON, 1,35%. As ações de siderúrgicas também contribuíram para manter o sinal positivo do Ibovespa. Os papéis da CNS avançaram 2,87%, liderando os ganhos na carteira teórica do índice. Do lado negativo, a Vale ON fechou em queda de 0,17% e PN do Bradesco caiu 0,81%.

O analista da Ativa Investimentos Ilan Arbetman observa que, com os ganhos nesta segunda-feira, o papel PN da Petrobras zerou as perdas em outubro por conta do avanço do projeto da cessão onerosa. Além de beneficiar a ação da petroleira, a aprovação do projeto limpa a pauta do Senado e aumenta as chances de que a reforma da Previdência seja votada em segundo turno já no dia 22. "Essa questão da previdência ainda é uma trava para o mercado, porque há sempre o risco de atraso. A recuperação do índice nos últimos dias foi mais por conta do cenário externo", afirma.

Para Arbetman, uma nova rodada de valorização do índice daqui para frente está ligada a fatores domésticos, como balanço positivos terceiro trimestre e o avanço da agenda de reformas. "Se houver sinais que mostrem o destravamento da economia, o Ibovespa pode ultrapassar os 105 mil pontos e fechar o ano perto entre 108 mil e 110 mil pontos", diz.

Um ponto de atenção no mercado é a crise entre Bolsonaro e o PSL, que ganhou um novo capítulo com a operação da Polícia Federal que teve como alvo o presidente da legenda, Luciano Bivar. Teme-se que uma escalada das tensões entre o presidente e a legenda abale a já frágil relação do Planalto e o Congresso, respingando na agenda de reformas e, por tabela, na expectativa de retomada da economia.

Apesar da falta de força das bolsas americanas, em meio à cautela em torno da concretização do acordo parcial entre China e Estados Unidos, o Ibovespa manteve o sinal positivo ao longo da tarde e fechou acima dos 104 mil pontos pela primeira vez desde o dia 1º de outubro. Nas últimas quatro sessões, o principal índice da B3 acumulou valorização de 4,44%. Em outubro, porém, ainda apresenta perda, de 0,42%.

Impulsionadas pelo aumento das apostas de que a taxa Selic cairá abaixo de 5% ao ano, ações de bancos e varejistas apresentaram alta firme e sobrepujaram o efeito negativo do tombo dos papéis de Vale e siderúrgicas. Com mínima aos 103.438,47 pontos, o Ibovespa fechou aos 104.301,58 pontos, alta de 0,45%. O volume negociado foi reduzido, de R$ 10,7 bilhões, em razão do feriado do Dia de Colombo, nos Estados Unidos, que diminuiu o giro de negócios em Wall Street.

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Profissionais ouvidos pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, afirmam que, com a perspectiva de votação final da previdência no Senado até dia 22 e afastado o risco iminente de uma escalada da guerra comercial, investidores aproveitaram que muitos papéis haviam sofrido em demasia para recompor posições.

Um experiente operador de uma corretora local lembra que o Ibovespa chegou a fechar abaixo dos 100 mil pontos no início da semana passada, em meio aos temores de que as negociações sino-americanas malograssem e aos ruídos políticos internos, com a disputa em torno da partilha dos recursos do megaleilão do pré-sal. "Com essa melhora no humor, muitos papéis pareceram com preços atraentes, o que estimulou compras. Mas o Ibovespa ainda parece sem forças para superar os 105 mil pontos", afirma.

Lá fora, depois de celebrar o acordo parcial entre China e Estados Unidos na sexta-feira, o mercado adotou uma postura mais cautelosa. Chineses afirmaram que querem "novas conversas" antes de assinar a chamada "Fase 1" do entendimento parcial e ainda buscam um acordo comercial abrangente. O principal ponto de preocupação é a possibilidade de os Estados Unidos elevarem tarifas a produtos da China em 15 de dezembro.

Por aqui, a perspectiva é que o PL da cessão onerosa seja apreciado na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado e no plenário da Casa ainda nesta terça-feira, 15. Por ora, os atritos entre o presidente Jair Bolsonaro e seu partido, o PSL, não assustam os mercados, dizem operadores.

Com a expectativa pelo megaleilão em novembro, as ações da Petrobras conseguiram se desvencilhar do efeito negativo da queda de mais de 2% dos preços do petróleo e fecharam em alta - PN subiu 0,18% e ON, 0,58%. Na contramão, o papel da Vale amargou queda de 1,34%, na esteira da baixa de 2,42% do preços no porto de Qingdao, na China.

O destaque positivo do pregão foram os papéis de bancos, varejistas e incorporadoras, que tendem a ser beneficiados pelo avanço do crédito em um ambiente de juros menores. Não por acaso, entre os índices setoriais da B3, as maiores altas foram do Índice Financeiro (1,04%), Índice Imobiliário (0,93%) e Índice de Consumo (0,51%). Entre as blue chips, Itaú PN subiu 1,68% e Bradesco PN avançou 1,41%. No setor de consumo, destaque para o papel ON de Magazine Luiza (4,12%), maior alta entre as ações que compõem o Ibovespa, e para a B2w (+1,89%).

Diante da retomada lenta da atividade e das projeções de inflação bem comportadas, crescem as expectativa de mais corte da Selic. Depois de recuar 0,07% em julho, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) avançou 0,07% em agosto ante julho (com ajuste sazonal) - abaixo da media de 0,20% do Projeções Broadcast, mas dentro do intervalo esperado (entre -0,20% e +0,50%).

A expectativa em torno de um acordo parcial entre China e Estados Unidos deu o tom aos negócios nos mercados globais nesta sexta-feira. Em sintonia com as bolsas em Nova York, o Ibovespa operou em alta firme ao longo de todo o dia e emendou o terceiro pregão seguido de valorização. Entre mínima aos 101.818,60 pontos e máxima aos 104.380,89 pontos, o principal índice da B3 fechou aos 103.831,92 pontos, em alta de 1,98%, com volume negociado de R$ 15,4 bilhões. Com recuperação nos últimos dias, o Ibovespa não apenas anulou as perdas de mais de 2% nos pregões de segunda e terça-feira como encerrou a semana com ganhos de 1,25%.

O otimismo tomou conta dos mercados ainda pela manhã, após o presidente americano, Donald Trump, afirmar, no Twitter, que "coisas boas estão acontecendo nas reuniões com a China". À tarde, enquanto investidores aguardavam o desenlace do encontro entre Trump e o Li He, vice-primeiro-ministro chinês, com início agendado para as 15h45 (de Brasília), circularam informações extraoficiais de que as partes haviam chegado a um acordo parcial. Basicamente, a China compraria mais produtos agrícolas dos EUA em troca do adiamento da imposição de novas tarifas a mercadorias chinesas.

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Na reta final dos negócios, Trump anunciou que havia chegado a um acordo "fase 1" e "muito substancial" com o gigante asiático. As negociações com a China, disse Trump, terão duas ou três fases. O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steven Mnuchin, afirmou que os EUA não vão aplicar o aumento de tarifas sobre a China com início previsto para o próximo dia 15. Mas a alta tarifária prevista para 15 de dezembro continua valendo.

O estrategista da Monte Bravo, Rodrigo Franchini, observa que a alta do Ibovespa esteve atrelada principalmente ao ambiente externo benigno, embora haja também um pano de fundo doméstico favorável à recuperação do mercado. "Com um acordo parcial entre China e Estados Unidos, a aversão ao risco e a volatilidade diminuem, o que favorecer a busca de retornos em países emergentes, afirma Franchini.

Por aqui, o mercado ainda reverbera a aprovação, pela Câmara dos Deputados, do projeto de lei da partilha do megaleilão de petróleo da cessão onerosa - o que diminui as tensões políticas e, por tabela, diminui os temores de aumento destas tensões e de atraso na votação final da reforma da Previdência no Senado.

Uma vez assegurada a solvência das contas públicas com a reforma do sistema de aposentadorias, espera-se que o governo se volte para medidas que alimentam a expectativa de retomada do crescimento, como a aceleração das privatizações. As seguidas revisões para baixo das projeções para a taxa Selic no fim do ano, que ganharam ainda mais força com a nova ponderação do IPCA, trazem expectativa de aceleração da atividade.

Não por acaso, a alta do Ibovespa nesta sexta-feira foi generalizada, abrangendo diversos setores, como varejistas, bancos e exportadores de commodities. Dos 68 papéis que integram a carteira teórica do Ibovespa, apenas duas ações terminaram em queda: PNB da Eletrobras caíram 2% e ON, 1,42%. Entre os índices setoriais, a liderança coube ao Índice de Materiais Básicos (3,05%), seguido pelo Índice de Consumo (1,93%).

No grupo das blue chips, Vale ON liderou os ganhos, com alta de 2,92%, seguida por o papel PN da Petrobras (+1,94). Os papéis dos principais bancos avançaram mais de 1%, com destaque para a ação ON do BB (+1,87%).

Franchini, da Monte Bravo, afirma que a conjugação de maior apetite ao risco, caso se consolide a trégua na guerra comercial sino-americana, com queda da Selic pode dar um fôlego extra ao mercado acionário no fim deste ano. "Esse cenário de juro básico de 4,5% no fim do ano é disruptivo. Se o ambiente externo permanecer positivo, podemos ver o Ibovespa superar os 105 mil pontos nas próximas semanas e começar a sonhar com 110 mil pontos no fim do ano", diz.

O Índice Bovespa inicia a quarta-feira, 9, em alta, em sintonia com o sinal positivo das bolsas europeias e dos índices futuros de Nova York. Os sinais de boa vontade da China em estabelecer um acordo parcial com os Estados Unidos favorecem o apetite por risco no exterior.

Por aqui, a alta é reforçada pela expectativa de destravamento da reforma da Previdência no Senado, depois do entendimento fechado na terça-feira sobre a partilha dos recursos dos leilões da cessão onerosa entre Estados e municípios.

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As ações da Petrobras estão entre os destaques positivos do dia, não apenas pelo noticiário local, mas também sob influência da alta dos preços do petróleo no mercado internacional.

Por outro lado, os papéis da JBS têm queda expressiva, em reflexo do questionamento das aquisições da empresa nos Estados Unidos feito por senadores do país.

Às 11h39, o Ibovespa tinha 100.366,41 pontos, com ganho de 0,39%. Petrobras ON e PN subiam 0,74% e 0,65%, respectivamente.

Já JBS ON recuava 3,59% e liderava as perdas do índice. Os papéis também contaminavam as ações de suas concorrentes. BRF ON perdia 1,26% e Marfrig ON, 2,44%.

Em baixa desde a abertura dos negócios, o Ibovespa aprofundou o ritmo de queda ao longo da tarde e encerrou o pregão desta segunda-feira (7) não apenas abaixo dos 101 mil pontos como no menor nível desde 3 de setembro. Segundo operadores, o mercado acionário doméstico azedou em meio à percepção de piora do ambiente político local, diante da possibilidade de atraso na votação da reforma da Previdência, e à queda firme das bolsas americanas no fim da sessão, às vésperas da retomada de negociações comerciais entre China e Estados Unidos.

Com mínima aos 100.541,89 pontos, registrada na última meia hora de negócios, o principal índice da B3 fechou aos 100.572,77 pontos, em queda de 1,93% - o que levou as perdas acumuladas em outubro a 3,98%. A sessão foi de liquidez reduzida, R$ 13,4 bilhões. Entre as 68 ações da carteira teórica do Ibovespa, apenas o papel da RD fechou em alta (+0,62%).

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Para analistas ouvidos pelo Broadcast, a eventual postergação do calendário de votação da reforma da Previdência no Senado, em meio a disputas para divisão dos recursos do leilão do pré-sal, evidencia a fragilidade da coordenação política do governo e joga dúvidas sobre o sucesso da agenda de reformas.

"A desidratação da reforma da Previdência já deixou um gostinho amargo no mercado. A possibilidade de atraso no segundo turno com essa questão da barganha em torno da cessão onerosa estressou ainda mais", afirma Rodrigo Franchini, estrategista da Monte Bravo.

Líder do PSL no Senado, Major Olímpio afirmou que talvez a Casa consiga votar a reforma em segundo turno apenas a partir do dia 22 de outubro. Comitiva de parlamentares - que inclui o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e o da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) - viaja dia 10 para Roma para participação da cerimônia de canonização da Irmã Dulce. O retorno ao Brasil está marcado para dia 14, véspera da data acordada para votação no Senado. Teme-se que a tramitação da reforma possa se prolongar ainda mais caso os parlamentares não cheguem a um acordo sobre a divisão dos recursos do megaleilão do pré-sal.

Por enquanto, não há sinal de mudança no volume de dinheiro do leilão do pré-sal que será destinado aos cofres da Petrobras (R$ 33,6 bilhões). Mas o embate em torno da partilha é citado como um dos fatores que prejudicam as ações da estatal, que operaram em queda mesmo nos momentos em que o petróleo subia lá fora. Com o preço da commodity virando para o lado negativo, as ações da Petrobras aprofundaram a queda - PN recuou 1,28% e ON, 1,56%.

As maiores quedas dentro da carteira teórica do índice foram das ações da Eletrobras, com perdas de 7,90% do papel ON. Os papéis foram abalados pela notícia de que o governo desistiu de injetar recursos na companhia para torná-la mais atraente aos investidores - o que pode prejudicar o processo de privatização.

"Com a economia estagnada, o mercado acaba olhando para a política. Essa briga entre Câmara e Senado pela divisão da cessão onerosa, além do fogo amigo dentro do governo, aumentou o nível de estresse", afirma Luiz Roberto Monteiro, operador sênior da corretora Renascença, ressaltando que o investidor estrangeiro continua a retirar recursos da B3. Em apenas três pregões, em outubro os investimentos estrangeiros já registram um saldo negativo de R$ 4,381 bilhões. Fonte: Dow Jones Newswires.

Sem tirar do radar o noticiário político doméstico intenso, o mercado acionário local reagiu mesmo ao exterior nesta sexta-feira. A reação negativa dos investidores por mais um revés na relação já complexa entre Estados Unidos e China contaminou este último pregão da semana.

Ainda assim, perto do final da sessão, a Bolsa mostrou algum fôlego, com os investidores tentando salvar os parcos ganhos acumulados nos últimos cinco dias (0,25%) e deixar o retorno mensal mais próximo de 4% (3,90%) uma vez que na segunda-feira próxima setembro chega ao fim. Assim, o Ibovespa encerrou em leve baixa de 0,23% e conseguiu defender os 105.077,63 pontos.

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Rodrigo Barreto, analista da Necton Investimentos, relata que o índice à vista subia 0,26%, aos 105,6 mil pontos, na máxima do dia, quando os investidores tomaram conhecimento de rumores indicando que, entre as novas intenções do presidente americano Donald Trump, está uma imposição de limites a fluxos de investimentos dos EUA para a China.

A notícia veiculada pela imprensa americana de que a Casa Branca avalia limitar os fluxos de capital americanos para a China, colocando um freio por exemplo em investimentos no país, gerou um movimento de maior cautela na parte da tarde nas bolsas de Nova York. A discussão sobre o assunto estaria em estágios iniciais, segundo fontes anônimas citadas, por exemplo, pela rede CNBC, mas a possibilidade já foi suficiente para deixar investidores na defensiva, após um ânimo melhor mais cedo, quando repercutia a notícia da mesma emissora de que a próxima reunião sobre comércio entre americanos e chineses deve começar dia 10 de outubro em Washington.

Para Álvaro Bandeira, economista-chefe e sócio do banco digital ModalMais, os mercados, que já estão voláteis, vão seguir dessa maneira a cada novidade envolvendo a guerra comercial entre as duas maiores economias do planeta. "Sobre o impeachment de Trump ninguém acredita muito, mas traz ruído, o que nunca é positivo".

Já no cenário doméstico, destaca Bandeira, o quadro político - como a primeira parte do julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) cujo placar de 6 a 3 já cria jurisprudência para a anulação de condenações realizadas no âmbito dessa operação - teve certa influência quando coloca em suspeição o combate à corrupção. "Aí, o estrangeiro tira um pouco o pé e o volume do mercado cai", diz ele. O giro financeiro da sessão foi de R$ 12 bilhões, abaixo da média mensal.

De acordo com a B3, o investidor estrangeiro havia ingressado com R$ 3,529 milhões no pregão da última quarta-feira e, em setembro, o saldo é positivo em R$ 812,148 milhões. No entanto, no ano, ainda está negativo em R$ 20,417 bilhões.

Depois de uma manhã de muita instabilidade, o Ibovespa ganhou força ao longo da tarde desta quinta-feira e conseguiu não apenas se descolar do sinal negativo das bolsas americanas como superar os 105 mil pontos (no fechamento) pela primeira vez desde 11 de julho. Impulsionado especialmente pelas ações de bancos e Petrobras, o principal índice acionário da B3 encerrou o pregão desta quinta-feira, 26, aos 105.319,40 pontos, em alta de 0,80%.

Após o estresse provocado pelo adiamento da votação da reforma da Previdência no Senado, investidores se animaram a refazer posições na bolsa diante da expectativa, embora ainda tímida, de melhora da atividade econômica. Aos dados fortes da criação de vagas formais em agosto divulgados na quarta se somou o reforço das apostas de mais cortes da taxa básica de juros (Selic), na esteira da divulgação do Relatório Trimestral de Inflação (RTI) do terceiro trimestre.

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Segundo analistas, uma redução da Selic para baixo de 5% até o fim do ano pode estimular um aumento das concessões de empréstimos. Não por acaso, as duas maiores altas entre os índices setoriais do Ibovespa foram de segmentos que se beneficiam da perspectiva de expansão do crédito - o Índice Financeiro (IFNC) subiu 1,62% e o Índice Imobiliário (Imob), 1,01%.

No setor financeiro, o papel PN do Itaú avançou 2,88%, figurando, ao lado da ON da Via Varejo, como a maior alta dentre as ações que compõem a carteira teórica do Ibovespa. Já a ação PN do Bradesco subiu 1,44%, enquanto as units do Santander avançaram 1,12%.

O Ibovespa também se beneficiou da valorização das ações da Petrobras, que ganharam fôlego extra na segunda etapa de negócios com a promulgação de trecho de emenda constitucional que autoriza a realização do megaleilão do pré-sal em novembro. Isso vai garantir o pagamento de R$ 33 bilhões da dívida da União com a petroleira. Com a alta moderada do petróleo no mercado internacional, o papel PN da empresa subiu 1,32% e fechou cotado em R$ 27,70, na máxima.

Felipe Fernandes, analista da Toro Investimentos, afirma que o aumento das tensões no ambiente externo, com a possibilidade de impeachment do presidente dos EUA, Donald Trump, foi, de certa forma, ofuscado pela expectativa de melhora da economia local. "Apesar do adiamento da votação, a Previdência deve ser aprovada. O Caged surpreendeu e as projeções de inflação estão baixas, o que vai permitir mais queda de juros e estimular a economia", afirma.

Fernandes ressalta, contudo, que a alta do Ibovespa se deu em um ambiente de liquidez muito reduzida, o que mostra falta disposição para apostas mais contundentes. O volume negociado na B3 foi de R$ 13,67 bilhões, em linha com os pregões anteriores, mas bem abaixo da faixa usual entre R$ 16 bilhões e R$ 20 bilhões "Não há razões para o investidor que está alocado desfazer posições e quem ainda está fora espera sinal de uma tendência mais consistente de alta para retornar ao mercado", afirma o analista da Toro Investimentos.

Um experiente operador de uma corretora no Brasil ressalta que os investidores locais - institucionais, fundos e pessoas físicas - já têm parcela grande de suas carteiras alocada em bolsa. Para que o Ibovespa rompa o teto informal dos 106 mil pontos é preciso que o investidor estrangeiro volte a mostrar apetite pelos ativos domésticos. "Os números de setembro mostram que o estrangeiro está voltando, mas o volume de entrada ainda é muito baixo", afirma.

De fato, em setembro, até a última terça-feira (24), o saldo de investimentos estrangeiros na bolsa é positivo em R$ 808,619 milhões. No acumulado do ano, contudo, há saída líquida de R$ 20,420 bilhões.

O mercado acionário doméstico abriu a semana em marcha lenta. Em um pregão de liquidez muito reduzida (R$ 11 bilhões), o Ibovespa oscilou cerca de 800 pontos entre a máxima e a mínima, sempre no patamar dos 104 mil pontos. Com diminuição das perdas na reta final dos negócios, o principal índice da B3 encerrou esta segunda-feira em queda de 0,17%, aos 104.637,82 pontos.

Segundo operadores, preocupações com a desaceleração da economia global, em meio a dados fracos da zona do euro e ao impasse comercial entre China e Estados Unidos, mantêm os investidores na defensiva. Por aqui, tanto a aprovação da reforma da Previdência no Senado (mesmo que com algum atraso e certa desidratação) quanto o ambiente de juros menores já estão, em grande parte, refletidos nos preços das ações. A ata do Copom e o IPCA-15 de setembro, que serão divulgados nesta terça, devem corroborar o quadro de inflação comportada e espaço para mais cortes da taxa Selic.

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Além disso, nesta terça haverá a votação da nova versão do parecer do relator da Previdência, Tasso Jereissati (PSDB-CE), na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. A votação no plenário da Casa está marcada para quarta-feira, 25. Investidores também devem monitorar nesta terça o discurso do presidente Jair Bolsonaro na Assembleia Geral da ONU, após o desgaste na imagem do país por conta dos atritos com países europeus no caso das queimadas na Amazônia.

"É uma semana de definições, o que traz cerca cautela. A redução dos juros, que deveria animar a bolsa por conta da expectativa de migração de recursos para a renda variável, não teve grande efeito. Há muita preocupação com essa questão da guerra comercial entre China e Estados Unidos", afirma Ariovaldo Ferreira, gerente da mesa de renda variável da H. Commcor. "Sem fatos novos positivos, é difícil o índice deixar essa faixa entre 104 mil e 105 mil pontos", acrescenta.

Analistas observam que, na ausência de propulsores para um novo movimento ascendente do índice, investidores apenas promovem rotação de carteiras entre setores. Depois de sustentarem a alta do índice na sexta-feira, os papéis dos bancos pesaram sobre o mercado no pregão. A ação PN do Itaú caiu 0,32%. A PN do Bradesco, que operou em queda ao longo da tarde, virou na reta final e fechou em alta de 0,20%. Mesmo assim, Índice Financeiro (IFNC) amargou queda de 0,37%.

Papéis de consumo e imobiliárias também tombaram, com as ações das Lojas Renner - que representam cerca de 2,15% da carteira teórica do Ibovespa - amargando queda de 1,30%. Destaque negativo também para a queda de 2,05 dos papéis ON da Embraer (o quarto maior tombo dentro do índice), na esteira da notícia de que a Comissão Europeia de Competição vai instaurar um amplo estudo para checar práticas anticompetitivas após a oferta da Boeing pela divisão comercial da Embraer.

A queda do Ibovespa só não foi maior nesta segunda-feira por conta da alta das ações da Petrobras - PN (1,78%) e ON (0,43%) -, impulsionadas pelo avanço, embora moderado, dos preços internacionais do petróleo, e pela notícia de antecipação de R$ 8,4 bilhões dos recebíveis da Eletrobras.

Na ausência de indicadores domésticos de peso e já absorvido o impacto da sinalização do Copom de mais corte de juros, o mercado acionário brasileiro oscilou nesta sexta-feira ao sabor do noticiário sobre as negociações comerciais sino-americanas e de ajustes técnicos de posições. Apesar da falta de fôlego para se firmar acima do patamar dos 105 mil pontos, o Ibovespa conseguiu se descolar do sinal negativo das bolsas americanas ao longo da tarde e fechar no azul, graças ao bom desempenho dos bancos.

Com mínima de 103.913,50 pontos e máxima de 105.044,50 pontos, o principal índice da B3 terminou o dia em alta de 0,46%, aos 104.817,40 pontos. O volume negociado foi expressivo, de R$ 22,3 bilhões. Com os ganhos desta sexta-feira, o Ibovespa encerrou a semana com valorização de 1,27%. Na quinta-feira, no pós-Copom, o índice chegou a flertar com o recorde histórico (105.817,06 pontos, em 10 de julho), quando chegou a ser negociado acima dos 106 mil pontos.

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Depois do tombo de quinta, os papéis de bancos se recuperaram nesta sexta-feira e, ao lado das ações de consumo, garantiram a alta do Ibovespa. Um avanço discreto de Vale ON (0,21%) e Petrobras ON (0,26%), na reta final dos negócios, ajudou a consolidar o sinal positivo do índice. A ação ON do Bradesco fechou em alta de 3,34%, e a PN, de 1,76%. Os papéis do Itaú - com maior peso individual na carteira teórica (9,10%) - subiram 0,26%.

Do lado negativo, as ações da ON e PN da Eletrobras lideraram as baixas na carteira teórica, com perdas superiores a 5%, na esteira de dúvidas sobre a privatização da companhia.Na quinta, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, disse que a Casa não tem disposição em aprovar um projeto para privatizar a Eletrobras.

O Ibovespa até ensaiou romper o teto dos 105 mil pontos no início da tarde, mas acabou solapado por um novo foco de tensão na guerra comercial entre China e Estados Unidos, que levou a um aprofundamento das perdas em Nova York. Circularam notícias, atribuídas a uma associação de agricultores de Montana, de que uma delegação chinesa teria cancelado uma visita que faria a propriedades rurais.

Mais cedo, o presidente dos EUA, Donald Trump, havia afirmado que não busca um entendimento parcial com a China, mas um acordo comercial completo. Segundo o republicano, o seu governo poderia chegar a um pacto com o país asiático "muito rapidamente", mas ele prefere "fazer a coisa do jeito certo".

De acordo com Lucas Carvalho, analista da Toro Investimentos, sem um "driver" interno capaz de animar os investidores, o Ibovespa ficou muito atrelado ao ambiente externo. "Houve um estresse à tarde com a questão da China, mas logo o mercado se acalmou, o que garantiu essa leve alta do Ibovespa", afirma Carvalho, ressaltando que, por ora, não há fatores que levem o índice a superar de forma consistente os 105 mil pontos.

Para Carvalho, um novo movimento ascendente do Ibovespa depende de sinais mais claros de que haverá um acordo entre China e Estados Unidos, além de números corporativos que mostrem uma recuperação da economia doméstica. "A aprovação da reforma da Previdência está em boa parte precificada. Vamos ver como a liberação do FGTS contribui para o consumo e se essa perspectiva de conviver com juros mais baixos vai perdurar", diz o analista da Toro.

A expectativa de que a taxa Selic siga em trajetória cadente e encerre o ano abaixo de 5%, desencadeada pelo comunicado do Copom quarta à noite, embalou os negócios no mercado acionário nesta quinta-feira. Após certa euforia pela manhã, quando tocou momentaneamente os 106 mil pontos, o Ibovespa perdeu fôlego ao longo da tarde e - com uma piora acentuada na reta final do pregão - fechou em queda, abaixo dos 105 mil pontos.

Operadores atribuíram a degringolada do índice no fim do dia à virada das bolsas americanas para o terreno negativo, em meio às preocupações com a guerra comercial sino-americana, e a um forte movimento de realização de lucros dos papéis dos bancos. Após registrar máxima de 106.001,35 pontos na primeira etapa de negócios, aproximando-se do recorde histórico intraday (106.659 pontos, em 10 de julho), o Ibovespa fechou em queda de 0,18%, aos 104.339,16 pontos.

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"O Ibovespa encontra dificuldades para romper os 105 mil pontos. Sempre que chega nesse patamar, o índice retorna", diz Thiago Salomão, analista de Investimentos da Rico, ressaltando que a queda das ações dos bancos, que têm peso preponderante na carteira teórica, acabou ofuscando a alta dos papéis mais ligados à atividade doméstica. "Os bancos até abriram em alta, então o efeito da queda à tarde sobre o índice foi maior. O setor financeiro tinha subido bastante recentemente, e, com esse juro mais baixo, parece que há uma migração para outros setores."

Quarta à noite, o Copom cortou a taxa Selic em 0,50 ponto porcentual, para 5,50% ao ano, como esperado pelo mercado. Houve surpresa com as projeções de inflação benignas e a sinalização clara de que há mais espaço para novas reduções dos juros. Pesquisa relâmpago do Projeções Broadcast mostra que a maioria do mercado passou a trabalhar com taxa Selic entre 4,5% e 4,75% no fim do atual ciclo de afrouxamento monetário.

Não por caso, as estrelas do dia na bolsa foram os setores de consumo e construção civil, cujos resultados estão mais ligados à expansão do crédito e ao ritmo de atividade. Entre os índices setoriais da B3, o Índice Imobiliário subiu 2,40%, e o Índice de Consumo, 0,89%. Na contramão, o Índice Financeiro fechou em queda de 1,09%.

Sócio e gestor de renda variável da RJI Gestão & Investimentos, Rafael Weber observa que a piora do Ibovespa não pode ser atribuída ao ambiente externo, já que não houve deterioração tão aguda das bolsas americanas. Weber atribui a falta de força do índice para se sustentar acima dos 105 mil pontos à ausência de sinais mais claro de recuperação da atividade econômica.

"O mercado já precificou a questão da reforma da Previdência e os juros menores, o que sustenta o Ibovespa no nível atual. Para o índice buscar os 115 mil, 120 mil, ou até mesmo uma nível menor, de 110 mil, os números da atividade precisam melhorar", afirma o gestor da RJI, ressaltando que os investidores se mostram receosos, após as sucessivas frustrações das estimativas de crescimento. "A possibilidade de juros bem menores deveria ter trazido mais otimismo, mas ninguém quer se adiantar e comprar antes de ver os resultados na economia."

Em uma sessão marcada pela expectativa em torno da decisão de política monetária do Federal Reserve, o Ibovespa operou ao longo da tarde sob forte influência das oscilações dos índices em Wall Street. Em um primeiro momento, houve certa decepção com o comunicado do BC americano, que não se comprometeu com uma sequência de cortes de juros. Em meio ao aprofundamento das perdas em Nova York, o Ibovespa chegou a operar pontualmente abaixo dos 104 mil pontos e desceu até mínima dos 103.684,12 pontos. Declarações do presidente do Fed, Jerome Powell, porém, trouxeram certo alívio. Com a virada do índice Dow Jones para o terreno positivo, o Ibovespa praticamente zerou as perdas e fechou aos 104.531,93 pontos (-0,08%).

Como esperado pela ala majoritária do mercado, o Fed reduziu a taxa básica de juros em 0,25 ponto porcentual, para uma faixa entre 1,75% e 2,00%. A decisão não foi unânime. Dois dirigentes votaram por manutenção e um por um corte de 0,50 ponto. Segundo o chamado gráfico de pontos, a maioria dos dirigentes vê mais uma redução de 0,25 ponto até o fim de 2019, para uma faixa entre 1,50% e 1,75% - nível que seria mantido ao longo de 2020. Em seu comunicado, o Fed afirma o mercado de trabalho continua "forte" e que a economia segue expansão moderada.

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Em entrevista coletiva, Powell evitou repetir que o corte de juros se trata de um "ajuste de meio de ciclo", expressão que causou alvoroço em julho, por sugerir que o Fed descartaria a possibilidade de uma sequência de redução de juros. Embora tenha salientado que as próximas decisões dependem dos indicadores econômicos, esquivando-se de comprometer com mais afrouxamento monetário, Powell deixou uma porta aberta para novos cortes. Ele afirmou que seria um erro tentar manter "o poder de fogo da política monetária" até que uma desaceleração ganhe impulso. Mais: que se economia se enfraquecer mais, o BC americano está preparado "para ser mais agressivo".

Para Vitor Péricles de Carvalho, estrategista da LAIC-HFM Gestão de Recursos, o tom do comunicado levemente mais hawkish e previsão de apenas mais uma redução de 0,25 ponto dos juros neste ano assuntaram um pouco os investidores, que esperam sinais mais claros sobre o grau de afrouxamento monetário. "Powell mostrou que o Fed está totalmente 'data dependent' e continuará com esse tom de ajuste pontual, de acordo com os indicadores", afirma Carvalho, ressaltando que a incerteza sobre o ritmo desaceleração da economia americana, em meio à guerra comercial com a China, é muito elevada.

Por aqui, a expectativa majoritária do mercado é que o Copom anuncie nesta noite nova redução da taxa Selic em 0,50 ponto porcentual, para 5,50% ao ano, e deixe a porta aberta para, pelo menos, mais uma redução. Uma ala relevante de economistas já trabalha com a possibilidade de Selic abaixo de 5% no fim do ano.

Na expectativa de mais afrouxamento monetário, as ações de varejistas tiveram mais um pregão positivo. Operadores destacam que a queda dos preços internacionais do petróleo e a baixa do minério de ferro levaram os papéis de Petrobras e Vale, respectivamente, a quedas superiores a 1%, o que limitou o fôlego do Ibovespa.

O desafogo nos preços do petróleo, após notícia de retomada rápida dos níveis de produção de petróleo na Arábia Saudita, e a aposta crescente de mais reduções da taxa Selic neste ano animaram o mercado acionário nesta terça-feira. Após uma manhã de perdas, o Ibovespa ganhou força na segunda etapa de negócios e encerrou o pregão em alta de 0,90%, aos 104.616,86 pontos, perto da máxima (104.618,64 pontos).

No exterior, o dia foi marcado de perdas de cerca de 7% dos preços dos contratos futuros de petróleo, após a alta de dois dígitos observada na segunda, na esteira do ataque à petrolífera Saudi Aramco, na Arábia Saudita. Notícias de que a produção saudita de petróleo estará integralmente recuperada num prazo de duas a três semanas abriram espaço para a queda da commodity e diminuíram as tensões lá fora, apesar de cerca cautela diante da troca de farpas entre Estados Unidos e Irã.

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Apesar de castigar as ações da Petrobras, que devolveram parte dos ganhos de segunda, com queda de 1,32% (PN) e 1,55% (ON), a perspectiva de normalização da oferta de petróleo tira de cena a possibilidade de uma alta perene e ainda mais forte dos preços da commodity, com repercussões deletérias sobre as expectativas de inflação e crescimento.

Também diminuem as pressões por um reajuste dos preços dos combustíveis em meio ao fantasma da mão pesada do governo sobre a política de preços da Petrobras. Na segunda à noite, em entrevista a TV Record, o presidente Jair Bolsonaro disse que ligou para o presidente da companhia, Roberto Castello Branco, para conversar sobre o impacto da disparada do petróleo. Castello Branco teria dito que "não deve mexer nos preços do combustível".

"A notícia de normalização da oferta na Arábia Saudita levou à queda mais forte do petróleo e tirou um pouco do peso do Ibovespa, já que traz mais tranquilidade para a economia como um todo" afirma Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença, ressaltando que a possibilidade de ingerência do governo na política de preços da Petrobras desagradou ao mercado.

O impacto da queda das ações da Petrobras sobre o índice foi mais do que anulado pela alta em bloco do setor financeiro, em especial do papel PN do Bradesco (2,67%), de varejistas, construção e da recuperação das companhias áreas. A ação PN da Azul, que segunda havia amargado queda de mais de 8%, fechou com alta de 3,09%.

A valorização de papéis de companhias mais ligadas à atividade doméstica é reflexo, segundo analistas, da expectativa de um afrouxamento monetário mais intenso. Além da aposta consensual de que o Comitê de Política Monetária (Copom) anuncie nesta quarta-feira, 18, nova redução da Selic em 0,50 ponto porcentual, para 5,50% ao ano, o mercado especula que o comunicado do comitê trará sinalização de que haverá mais cortes.

"Com essa expectativa de corte de juros, há um fluxo maior para empresas mais expostas à atividade interna, o que impulsiona papéis de varejistas e do setor imobiliário", afirma Régis Chinchila, analista da Terra Investimentos, ressaltando que as ações dos bancos estão bem "atrasadas" e têm espaço para continuar subindo.

Investidores também monitoram possibilidade de que o Federal Reserve (Fed, o banco Central americano) reduza novamente os juros, o que poderia dar força a ativos emergentes. Na tarde desta terça-feira, os contratos futuros de Fed Funds compilados pelo CME Group mostravam um mercado, grosso modo, dividido entre aposta em manutenção e corte de 0,25 ponto porcentual.

A disparada das ações da Petrobras, na esteira da valorização de dois dígitos dos preços do petróleo, impediu que o Ibovespa fosse tragado pelo ambiente de redução da exposição ao risco que tomou conta dos mercados acionários nesta segunda-feira. Na contramão das bolsas americanas e dos índices europeus, o principal índice da B3 fechou em alta de 0,17%, aos 103.680,41 pontos. O volume negociado foi expressivo, de R$ 27,856 bilhões, inflado pelo giro de R$ 7,576 bilhões do exercício de opções sobre ações.

As repercussões ao ataque a instalações petrolíferas na Arábia Saudita durante o fim de semana provocaram efeitos díspares sobre o mercado acionário doméstico. Lá fora, o petróleo chegou a subir quase 20%, com o corte da oferta após os ataques a refinarias da Saudi Aramco, a maior petrolífera do planeta. Reivindicado por um grupo do Iêmen, o episódio gerou um estresse diplomático entre Estados Unidos e Irã, o que deixou os investidores na defensiva.

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A redução de exposição ao risco levou a uma onda vendedora de papéis de bancos, com perdas superiores a 1% de Bradesco e Itaú, e da Vale (-2,41%), também abalada por dados fracos da atividade na China. Fora do grupo das blue chips, as aéreas, cujos custos são diretamente ligados à cotação do petróleo, lideraram as perdas. A PN da Azul caiu 8,45% e a da Gol, 7,77%. No outro lado da gangorra, as ações da Petrobras operaram em alta firme e chegaram, na máxima, a subir mais de 5%.

Em meio aos ganhos da petroleira e as perdas dos bancos, o Ibovespa mostrou instabilidade e alternou ligeiras altas e baixas ao longo da tarde. Na última hora de negócios, com a ação do Itaú perdendo mais de 2% e os papéis da Petrobras reduzindo os ganhos para baixo de 4%, o índice perdeu fôlego e se firmou em terreno negativo. Mas uma reviravolta dos minutos finais, com nova aceleração da alta da petroleira, o índice fechou no azul.

Para o estrategista Jefferson Laatus, mesmo descontado o efeito positivo das ações da Petrobras, o mercado acionário doméstico se comportou bem quando comparado às bolsas no exterior. À espera de mais informações sobre a magnitude do ataque e dos desdobramento geopolíticos, investidores apenas reduziram a exposição ao risco. "Houve uma busca por proteção, mais foi moderada. Existe uma cautela para não realizar movimentações mais bruscas, até porque tem a decisão de política monetária nos Estados Unidos nesta semana", diz Laatus.

De fato, a disparada dos preços do petróleo aguçou as expectativas em torno da decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) na quarta-feira, 18. Se de um lado a alta do petróleo pode afetar as expectativas de inflação, de outro aumenta os riscos de desaceleração da economia global, um dos motivos citados por dirigentes do Fed para justificar o mais recente corte de juros.

Por aqui, a alta do petróleo não abalou a confiança do mercado em mais afrouxamento monetário, com os juros futuros espelhando 100% de chances de redução da Selic em 0,50 ponto porcentual no encontro do Copom na quarta-feira, para 5,50% ao ano - o que, em tese, tende a estimular o mercado acionário.

Segundo analistas, é preciso monitorar se o impacto positivo inicial da alta do petróleo para as ações da Petrobras vai se sustentar. Há dúvidas se a empresa terá autonomia para seguir com sua política de preços e reajustar derivados, por conta da valorização do óleo no mercado internacional. "Vai entrar no radar essa questão da formação de preços, até porque a gente é produtor de petróleo, mas importador de gasolina. Tudo está na mão da gestão da Petrobras. A expectativa é que não haja ingerência política", afirma Bruno Madruga, responsável pela área de renda variável da Monte Bravo, que trabalha com Ibovespa acima dos 110 mil pontos no fim do ano.

Uma troca de afagos entre Estados Unidos e China e o pacote de estímulos à economia anunciado pelo Banco Central Europeu (BCE) animaram os mercados acionários nesta quinta-feira. Acompanhando o sinal positivo das bolsas em Nova York, o Ibovespa emendou o segundo dia de valorização e fechou a sessão desta quinta-feira, 12, em alta de 0,89%, aos 104.370,91 pontos - maior nível desde 18 de julho (104.716,59 pontos).

O principal índice da B3 foi impulsionado, sobretudo, pelo avanço expressivo de papéis ordinários da Vale (3,63%) e das siderúrgicas, na esteira da alta de 4,90% do minério de ferro no porto de Qingdao, na China. O Índice de Materiais Básicos (IMAT) liderou os ganhos entre os índices setoriais da B3, com valorização de 2,78%, Ainda entre as blue chips, destaque para o avanço dos papéis da Petrobras, a despeito da queda dos preços do petróleo, e da Ambev (+2,43%), após a ABInbev informar que retomou planos de lançar oferta pública de ações na bolsa de Hong Kong.

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Investidores já iniciaram os negócios sob o impacto positivo de um tuíte publicado quarta à noite por Donald Trump. No que classificou com um "gesto de boa vontade" para com os chineses, Trump anunciou o adiamento da elevação de tarifas de 25% para 30% sobre US$ 250 bilhões em produtos da China de 1º de outubro para 15 de outubro. O anúncio do presidente americano veio horas depois de o país asiático decidir isentar 16 tipos de produtos dos EUA de tarifas extras por um ano, a partir do dia 17.

Também pela manhã surgiram relatos de que Trump estaria considerando a possibilidade de um acordo provisório com a China - o que levou a aceleração das bolsas americanas e o Ibovespa até à máxima dos 104.618,01 pontos. As informações foram refutadas por uma autoridade da Casa Branca em seguida, o que diminui levemente o ímpeto das bolsas.

"Os mercados estão muito sensíveis a essa questão da guerra comercial, já que pode prejudicar o crescimento da economia americana e global. Esses afagos trouxeram certo alívio, o preço do minério subiu e isso acabou dando força a papéis com peso no Ibovespa", diz Pedro Galdi, analista de investimentos da Mira Asset, acrescentando que o anúncio de estímulos pelo BCE contribuiu para o apetite por risco e serviu como uma amostra do que pode acontecer caso o Federal Reserve (Fed)anuncie uma nova redução dos juros na semana que vem, como esperado pelo mercado. "Se o Fed for agressivo e Trump e os chineses continuarem a mostrar sinais de que querem negociar, há espaço para uma nova rodada de alta do Ibovespa".

O Banco Central Europeu manteve a taxa de refinanciamento em 0%, mas cortou a taxa de depósito, de -0,40% para -0,50%, e anunciou um programa de aquisição mensal de 20 bilhões de euros em ativos a partir de novembro, que será mantido "pelo tempo que for necessário para reforçar o impacto acomodatício das suas taxas de política". O presidente do BCE, Mario Draghi, alertou que o raio de ação da política monetária é limitado e sugeriu que os países que puderem adotem estímulos fiscais - o que refreia as apostas em ações mais agressivas por parte do BCE.

Apesar de uma recuperação na reta final do pregão desta terça-feira, quando voltou ao nível dos 103 mil pontos acompanhando a virada para o campo positivo do índice Dow Jones, o Ibovespa não teve forças para emendar o quinto pregão seguido de alta. Segundo operadores, a combinação de forte queda de ações de varejistas, abaladas pelo lançamento da Amazon Prime, e uma realização de lucros com papéis de bancos mais que sobrepujaram a nova rodada de avanço de siderúrgicas, Petrobras e Vale.

Com máxima de 103.503,45 pontos e mínima de 102.230,73 pontos, o Ibovespa fechou em queda de 0,14%, aos 103.031,50 pontos, em mais um dia de bom volume negociado, de R$ 17,362 bilhões. A despeito das perdas nesta terça-feira, o índice ainda apresenta alta de 0,09% na semana e ganhos de 1,88% no acumulado do mês.

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Em meio à agenda de indicadores domésticos e externos esvaziada e na expectativa pelas decisões de política monetária na Europa e nos Estados Unidos, além do desenrolar da novela do Brexit, os mercados operaram mais de olho no noticiário corporativo.

"Como não há um fato mais forte para direcionar o mercado, o índice oscilou junto com Nova York. Os bancos que estavam sustentando a alta dos últimos dias perderam força e as varejistas caíram bastante, o que acabou neutralizando o impacto positivo das ações ligadas a commodities", afirma Ariovaldo Ferreira, gerente da mesa de renda variável da H. Commcor, ressaltando que questões políticas internas, como o ritmo de tramitação da reforma da Previdência no Senado e a possibilidade de criação de um tributo nos moldes da extinta CPMF, "deixam o mercado com um pé atrás", mas não exercem ainda grande influência sobre as cotações.

Sob impacto do lançamento no Brasil do serviço Amazon Prime, papéis de Magazine Luiz e B2W e Via Varejo lideraram as perdas na carteira teórica, com quedas superiores a 4%. Com degustação gratuita por 30 dias e assinatura mensal de R$ 9,90, o Amazon Prime oferece entrega com frete grátis de produtos - o que o coloca como concorrente direto com as grandes redes locais - e acesso a serviços streaming de vídeo, música e leitura.

Depois de avançar mais de dois dígitos nos últimos quatro pregões, os papéis dos principais bancos perderam força, com investidores embolsando lucros. A ação PN do Bradesco amargou queda de 1,77%, e a PN do Itaú recuou 1,94%. Com isso, o Índice Financeiro (IFNC) terminou o dia com queda de 0,97%, o pior entre os índices setoriais da B3.

Na ponta oposta, as ações da Petrobras subiram - PN (0,63%) e ON (0,77%) - a despeito da queda dos preços internacionais do petróleo. Já a ação da Vale avançou 0,73%, em meio à alta moderada (0,27%) do preço do minério no porto de Qingdao, na China. Os papéis da mineradora também se beneficiaram do fato de a agência de classificação de risco Fitch ter não apenas reafirmado, segunda à noite, o rating em BBB-, mas também ter retirado a observação para eventual rebaixamento. O dia também foi positivo para as siderúrgicas, com ações de Gerdau e CSN figurando no grupo das cinco maiores altas dentro do índice.

Após uma manhã de alta firme, em que chegou a superar os 104 mil pontos, o Ibovespa perdeu fôlego na segunda etapa de negócios nesta segunda-feira, em meio à hesitação dos principais índices em Nova York, e se situou momentaneamente em território negativo. Segundo operadores, um forte movimento de realização de lucros em papéis de varejo e, em menor medida, do setor elétrico se contrapôs à alta firme de papéis da Petrobras, Vale e do bloco financeiro, limitando os ganhos do principal índice da B3. Apesar da desaceleração ao longo da tarde, o Ibovespa terminou esta segunda-feira em alta de 0,24%, aos 103.180,59 pontos, emendando o quarto pregão seguido de valorização. No acumulado do mês, o índice já registra ganhos de 2,02%.

Sem indicadores domésticos de peso para guiar os negócios, investidores operaram de olho no cenário externo e no noticiário corporativo. Dados fracos das exportações chinesas em agosto deram lugar à visão de que o gigante asiático adote medidas de estimular a economia e levaram o preço do minério a subir mais de 4% no porto de Qingdao. Crescem também as apostas que o Banco Central Europeu (BCE) e o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) afrouxem ainda mais a política monetária para combater a desaceleração da atividade, em meio ao impactos negativos do impasse comercial sino-americano e do Brexit.

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Pegando carona na alta do preços do minério, as ações da Vale subiram 3,10% e as siderúrgicas registraram ganhos de mais de 4%, com destaque para o papel da Usiminas, que subiu mais de 8% e liderou os ganhos na carteira teórica do Ibovespa. Entre as demais blue chips, os bancos tiveram nova sessão de ganhos, embalados na expectativa de redução dos depósitos compulsórios.

Já os papéis da Petrobras avançaram mais de 1%, impulsionados pela valorização do petróleo e a publicação do edital do megaleilão de óleo excedente da sessão onerosa, que será realizado no dia 6 de novembro. Outro ponto positivo foi a aprovação do acordo para encerrar ação coletiva contra a Petrobras nos Estados Unidos. Também teria contribuído para impulsionar as ações da petroleira declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, dando conta de que deseja privatizar todas as estatais.

Os principais papéis de varejo e do setor imobiliários amargaram fortes quedas, com ações de Cyrela, B2W e Via Varejo perdendo mais de 5%. O Índice de Consumo (Icon) caiu 1,71%, e o Índice Imobiliário (Imob), 3,47%. Outro destaque negativo foi a JBS, que perdeu 3,53%. Com quase 3% de peso no índice, a ação do frigorífico foi abalada pelo fato de não ter unidades entre as que foram habilitadas a exportar carnes para a China.

Segundo a analista-chefe da Coinvalores, Sandra Peres, com a expectativa de retomada do crescimento doméstico e de aprovação das reformas, o Ibovespa tem caminho aberto para continuar sua escalada até o fim do ano, buscando algo entre 115 mil e 120 mil pontos. O que pode barrar o movimento de alta é sobretudo o ambiente externo, ainda tomado pela cautela em relação à falta de avanços nas negociações comerciais entre Estados Unidos e China.

"Mesmo atrasando um pouco, as reformas domésticas estão sendo encaminhadas, a inflação está controlada e a Selic tende a ser reduzida. Tudo isso é positivo para a bolsa", diz Sandra. "A grande preocupação é a questão da guerra comercial, com os tuítes do Trump (Donald Trump, presidente dos EUA) e a dúvida sobre até onde vai o corte de juros nos EUA", acrescenta.

A onda de apetite ao risco no exterior e a alta firme das ações da Petrobras, em meio ao avanço das cotações do petróleo e a aprovação da cessão onerosa, levaram o Ibovespa a se recompor das perdas de terça-feira e superar novamente o patamar dos 101 mil pontos. Com uma arrancada das ações da Vale na reta final do pregão, o principal índice da B3 encerrou a sessão aos 101.200,89 pontos, na máxima, com alta de 1,52%.

Segundo operadores, o principal condutor dos negócios na sessão foi o ambiente externo. Bolsas americanas e moedas emergentes ganharam terreno em meio a trinca formada por dados positivos da economia da China, aprovação de uma lei no parlamento britânico que impede um Brexit sem acordo e arrefecimento dos atritos entre Hong Kong e o governo chinês. Trata-se de um conjunto de notícias que reduz pontualmente os temores de uma desaceleração mais aguda da economia mundial, abalada pela perda de fôlego da atividade nos Estados Unidos.

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Discursos de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) ao longo do dia deixaram a porta aberta para nova redução dos juros por lá, o que tende a aumentar a liquidez e ampliar o apetite por ativos de risco. Isso, ressalta-se, caso o afrouxamento monetário ocorra em um quadro de desaceleração moderada da economia americana. Uma contração severa da atividade americana ensejaria aversão ao risco e um movimento de correção nas bolsas em Nova York.

O gestor de renda variável Rafael Weber, da gestora de recursos gaúcha RJI, ressalta que os indicadores nos EUA não respaldam um cenário catastrófico de recessão aguda, a despeito da guerra comercial. "Temos um cenário-base de mais corte de juros nos Estados Unidos, apesar dos ruídos provocados pela comunicação de Powell (Jerome Powell, presidente do Fed)", diz Weber, ressaltando que realizações de lucros pontuais nas bolsas americanas não podem ser descartadas. "Mas não vemos um cenário de queda mais forte que possa contaminar os mercados ao redor do mundo."

Investidores também monitoraram os trabalhos da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, que aprovou no fim da tarde o relatório do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) para a reforma da previdência. Weber, da RI Gestora, ressalta que, a despeito do crescimento ainda modesto do PIB, o avanço das reformas sugere que uma melhora gradual e contínua da atividade, o que dá sustentação a previsões de uma alta do Ibovespa para a casa dos 110 mil pontos até o fim deste ano. "Depois da aprovação da Previdência, vem a reforma tributária e a administrativa. Estamos fazendo a lição de casa e podemos crescer na faixa de 2% no ano que vem", afirma Weber.

No âmbito corporativo, papéis da Vale e, sobretudo da Petrobras, foram os destaques entre as blue chips. A petroleira foi beneficiada pela alta de mais de 4% dos contratos futuros de petróleo e, no âmbito doméstico, pela aprovação, terça à noite, no Senado da PEC da cessão onerosa. O texto prevê bônus de assinatura de R$ 106,561 bilhões, dos quais R$ 33,6 bilhões vão reforçar o caixa da petrolífera. O papel PN fechou em alta de 2,58%, e o ON, de 2,53%.

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