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Os restos mortais do ex-presidente argentino Néstor Kirchner foram transferidos na manhã desta quinta-feira - primeiro aniversário da sua morte - para um mausoléu no cemitério da cidade patagônica de Río Gallegos. A solenidade, fechada à imprensa, foi realizada na presença da presidente Cristina Kirchner e dos filhos Max e Florencia, além de familiares, amigos e funcionários do governo.

O mausoléu será aberto para visitação pública às 14 horas (15h de Brasília). Ele tem 11 metros de altura, 13 de comprimento e 15 de largura, em uma área de 650 metros quadrados, contrastando fortemente com os simples túmulos do cemitério municipal.

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Kirchner morreu no início da manhã de 27 de outubro do ano passado, vítima de um ataque cardíaco fulminante. Os kirchneristas deram início então a uma campanha para transformá-lo em um mito comparável ao fundador do movimento político peronista, Juan Domingo Perón.

Ao lado do desempenho da economia, a morte de Kirchner acabou sendo explorada na campanha da reeleição de Cristina, com terminou com uma vitória com quase 54% dos votos. Cartazes foram espalhados por Buenos Aires com a foto de Néstor e a frase: "Os boatos sobre a minha morte têm sido exagerados." Com esse espírito de que o ex-presidente continua vivo através da presidente Cristina e de seus seguidores, as homenagens se replicam em todo o país até a próxima sexta-feira.

As eleições na Argentina se desenvolvem com normalidade, sem registro de incidentes, segundo informou há pouco a presidente Cristina Kirchner, líder absoluta das pesquisas de intenção de votos. Cristina emitiu seu voto às 11h43 da manhã (12h43 de Brasília), em uma escola de Río Gallegos, província natal do ex-marido, Néstor Kirchner, onde se encontra a residência oficial da família. Diante de uma multidão que a esperava para votar, além de dezenas de profissionais de imprensa, Cristina cumprimentou cada um dos mesários e assistentes, fez pose para os fotógrafos ao votar e passou vários minutos posando para fotografias com os fãs. Em breve entrevista à imprensa, a presidente repetiu três vezes que estava vivendo esse dia "com muita emoção".

"Estamos consolidando um processo institucional e político que começou com as eleições abertas primárias para todos os partidos, que promove a abertura dos partidos à sociedade. Seria bom que as primárias pudessem ser feitas em todas as províncias e consolidar as eleições de maneira simultânea em todo o país para que a Argentina possa ter eleições em um mesmo dia. Creio que é o único país que tem eleições em diferentes dias", disse a presidente, referindo-se à legislação que permite às províncias ter cronogramas eleitorais diferentes entre si. Visivelmente emocionada, Cristina disse que estava feliz e triste ao mesmo tempo e recordou o marido morto há quase um ano, o ex-presidente Néstor Kirchner.

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"Sou presidente, militante, mas, sobretudo, sou mulher de um homem que marcou a vida política argentina. Creio que seus dois maiores amores na vida eram a família e a vocação de fazer parte da história", ressaltou. "De onde ele (Néstor) estiver penso que está muito contente", arrematou a presidente. Ao deixar o colégio onde votou, Cristina foi acompanhada por uma multidão que a abraçou, entregou-lhe cartas e a emocionou. Ela chorou com as demonstrações de carinho dos eleitores.

Além de Cristina, todos os candidatos já emitiram seus votos. Ricardo Alfonsín (União Cívica Radical), que votou em Chascomús, tentou um último alento aos seus eleitores: "Se não forçarmos chegar ao segundo turno, esse resultado será definitivo. Sabemos que é muito difícil alcançar o segundo turno, mas trabalhamos para isso", disse ele diante do triunfo certeiro de Cristina. O socialista Hermes Binner votou em Rosario, capital da província de Santa Fe, governada por ele. Confiante em obter um resultado acima de 15%, máxima projeção de intenção de votos conforme as pesquisas, Binner afirmou que "é preciso ver o resultado primeiro, antes de falar".

Alberto Rodríguez Saá (Compromisso Federal), queixou-se de uma eleição polarizada, mas afirmou sentir-se tranquilo. Elisa Carrió (Coalizão Cívica) falou em tom enigmático: "A verdade tem que ser vivida. Se não a vive hoje, a viverá amanhã. Posso estar acima, posso estar abaixo, mas não tenham dúvidas de que a luta pela verdade não termina jamais". Carrió deverá ter uma de suas piores votações nestas eleições. Eduardo Duhalde (União Popular), por sua vez, limitou-se a pedir aos cidadãos que "olhem mais além das eleições de hoje, que são um episódio democrático, mas o país continua adiante".

Pesquisas de opinião divulgadas neste domingo mostram que a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, conquistou uma grande liderança em sua campanha pela reeleição e parece no caminho para conquistar votos suficiente para vencer no primeiro turno.

Os adversários mais próximos da presidente são o socialista Hermes Binner, governador da província de Santa Fe, que tem entre 12% e 16% das intenções de voto, e o deputado social-democrata Ricardo Alfonsín, que conta com o apoio de 9% a 12% do eleitorado, segundo as pesquisas.

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Já Cristina, que venceu a primária presidencial em 14 de agosto, com 50,24% dos votos, teria 57,3% de preferência, segundo a empresa Management & Fit. O levantamento realizado pela Ipsos y Romer & Asociados indica que ela tem o apoio de 53% do eleitorado.

No dia 23 de outubro, Cristina pode vencer o primeiro turno da eleição presidencial se conseguir 45% dos votos, ou 40% e uma vantagem de mais de 10% sobre o segundo colocado.

A economia argentina cresceu em média entre 6% e 9% ao ano desde que seu marido e antecessor Néstor Kirchner - que morreu em outubro de 2010 - foi eleito em 2003.

Com exceção de 2009, quando a economia sofreu retração de 0,9% em meio à crise internacional, a Argentina tem batido todos os recordes de crescimento. O consumo está em expansão e o desemprego mal chega a 7%.

A atual taxa de crescimento, de cerca de 9%, é alimentada pelos altos preços das commodities, principalmente soja, já que a Argentina é um dos maiores exportadores do grão.

Nem a inflação, os escândalos de corrupção, o aumento de 928% na riqueza pessoal dos Kirchners desde 2009 nem o aumento da criminalidade conseguem abalar sua popularidade. As informações são da Dow Jones.

A Grã-Bretanha afirmou nesta quinta-feira que não tem nada "para especular" sobre a ameaça da presidente da Argentina, Cristina Kirchner, que ontem disse que seu país poderá suspender acordos temporários fechados entre Buenos Aires e Londres se os britânicos não abrirem discussões sobre o futuro da soberania das Ilhas Malvinas. Um diplomata britânico em Buenos Aires, que falou sob anonimato, afirmou que a Grã-Bretanha não tem "nenhuma dúvida de que as ilhas Falkland são britânicas".

Em discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas, Cristina ameaçou ontem suspender um acordo firmado em 1999 que permite que um voo da Lan Chile entre o Chile e as Malvinas faça escala em Río Gallegos, na patagônia argentina. Cristina também alertou o governo britânico que ele precisa abrir negociações sobre a soberania futura do território, como pediram algumas resoluções das Nações Unidas.

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Argentina e Grã-Bretanha se enfrentaram em uma breve e sangrenta guerra em 1982 pela posse das Malvinas, vencida pelos britânicos.

As informações são da Associated Press.

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