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O segundo debate entre os candidatos do Governo de Pernambuco aconteceu na noite dessa quinta-feira (1º) em Caruaru, no Agreste de Pernambuco. O embate foi direto e não teve temas pré-definidos, com livre escolha para os postulantes. A abertura do bloco foi feita por Miguel Coelho (União Brasil), que perguntou a Danilo Cabral (PSB), em ordem definida por sorteio. O debate foi promovido pelo Diario de Pernambuco, Rádio Clube, Rádio Cultura e TV Nova.  

Desta vez, o candidato do PL, Anderson Ferreira, não compareceu. Marília Arraes (Solidariedade) também faltou ao debate, pela segunda vez seguida. O primeiro foi o promovido pela Rádio Liberdade de Caruaru, no último dia 26. Apesar de dois dos maiores opositores de Danilo Cabral terem faltado a discussão, a troca foi marcada por fortes críticas ao PSB e ao projeto de continuidade do poder da legenda através da candidatura de Cabral. 

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A continuidade da ordem de perguntas foi a seguinte: João Arnaldo (PSOL) pôde indagar Raquel Lyra (PSDB); na terceira oportunidade, o pastor Wellington Carneiro (PTB) perguntou a Miguel; depois, o candidato do PSB questionou João Arnaldo; e, por último, a candidata tucana indagou o petebista. 

Destaques 

O ex-prefeito de Petrolina, que foi o primeiro a falar, abordou questões de infraestrutura e voltou a focar na duplicação da BR-232, que é uma promessa unânime entre os candidatos. Ele relembrou que, há oito anos, quando o governador Paulo Câmara assumiu o Executivo estadual, a mesma promessa eleitoral havia sido feita. Miguel ainda criticou Danilo por “esconder o governador” e por tentar nacionalizar a campanha estadual. Danilo é o candidato apoiado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). 

"Danilo, muito oportuna a tua pergunta para a gente poder falar para todo pernambucano que está cansado de andar nas piores estradas do Brasil, que é fruto da omissão e da incompetência do governo de Paulo Câmara, que é o governo que você representa. A nossa proposta é poder duplicar a 232 até Custódia, porque é o que dá pra fazer com o dinheiro do estado, e não a gente fazer promessa com dinheiro dos outros, que é como você está fazendo. Vamos terminar a BR-104 para poder potencializar o Polo das Confecções, puxar a BR-423 de São Caetano até Garanhuns, duplicar as nossas estradas estaduais como a PE-90, a PE-60 e a PE-45”, respondeu Miguel. 

Raquel Lyra, pela segunda vez, debateu em um polo eleitoral que tem dominado há quase uma década. A aprovação da candidata em Caruaru, onde governou por quase dois mandatos completos, chegou a 80%. "É muito bom participar desse debate em Caruaru, minha terra. Tenho muito orgulho da mudança que iniciei aqui como prefeita. O que começamos em Caruaru tem que continuar e chegar em mais cidades", afirmou Raquel. 

A ex-prefeita também lembrou que o estado tem a Região Metropolitana mais pobre do Brasil: "Há cerca de 15 meses venho andando pelo estado todo e é impressionante a quantidade de gente que não tem o que comer. No meu governo, vamos garantir comida na mesa com o Mães de Pernambuco, que atenderá mães de crianças de até seis anos e que estão na linha de pobreza, para que possam receber R$ 300 por mês, e o Bom Prato, que oferecerá restaurantes fixos e móveis com refeição de qualidade a preço simbólico." 

Quanto ao abastecimento de água, Raquel apresentou projetos que prometem garantir água na torneira em todo o estado. Na área da educação, ratificou a criação de 60 mil novas vagas de creche e, em relação à saúde, reforçou a construção de cinco maternidades. Já na questão da mobilidade, ela se comprometeu em mudar a realidade de quem precisa utilizar o transporte público, principalmente o metrô do Recife. 

Já Danilo Cabral, que foi o alvo de todos os candidatos presentes, deu continuidade às ideias apresentadas no primeiro debate e também na primeira apresentação das diretrizes de governo. O socialista enfatizou que, com o Comida na Mesa, Pernambuco terá a maior rede de proteção social do Nordeste, em parceria com as prefeituras e os pequenos agricultores. Ele também repetiu sobre as cozinhas comunitários em todos os 184 municípios pernambucanos. 

Para induzir a interiorização do desenvolvimento, Danilo garantiu um grande pacote de obras viárias. Junto a um possível mandato de Lula, o socialista prometeu duplicar a BR-232 até Serra Talhada, construindo uma terceira faixa até Salgueiro, integrando o Sertão ao restante do estado.  

“Eu represento a Frente Popular e tenho o apoio do presidente Lula para que, juntos, possamos construir um novo tempo em Pernambuco. A gente viveu o melhor momento com Lula presidente e Eduardo governador e tivemos a honra de fazer parte dessa história, como secretário de Educação, e de ter iniciado uma revolução na educação do estado, que hoje é uma referência no Brasil”, afirmou Danilo. 

 

Há pouco mais de quatro anos, durante debate na RedeTV!, a reação do então deputado Jair Bolsonaro a pautas classificadas como feministas foi o assunto mais comentado ao fim do embate. Assim como no encontro promovido pela Band neste domingo, o candidato ficou visivelmente incomodado ao ter seu comportamento em relação às mulheres confrontado ao vivo. Em 2018, pela adversária Marina Silva (Rede). Anteontem, pelas senadoras Simone Tebet (MDB) e Soraya Thronicke (União). Em comum, a defesa da paridade de gênero e o fim da violência política contra as mulheres.

Ontem, entre avaliações de quem perdeu ou ganhou mais com o debate, um consenso entre especialistas: o combate à discriminação feminina praticada publicamente se incorpora agora às temáticas mais relevantes da eleição presidencial. Após o encontro, conforme levantamento da Torabit, empresa parceira do Estadão na criação da ferramenta Monitor de Redes Sociais, entre o meio-dia de domingo e o meio-dia de ontem, Simone e Soraya ganharam protagonismo, recebendo 10,9% e 10,3% das menções no mesmo período, se colocando à frente de Ciro Gomes (6,6%) e Luiz Felipe d’Avila (2,8%) - Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com 33,8%, e Bolsonaro (35,58%) lideraram.

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De acordo com a cientista política Graziella Testa, da FGV-SP, essa tendência se deve ao preparo das mulheres. "Esses temas já estavam nos planos das campanhas, mas o preparo mostrado tanto pela Vera Magalhães (jornalista atacada por Bolsonaro) como pela Simone Tebet resultou não apenas no deslize de Bolsonaro, mas na dificuldade pública de os candidatos homens lidarem com essas questões."

Segundo Graziella, há um embaraço de se conversar de igual para igual. "É hora de eles (candidatos à Presidência) entenderem de fato quais são suas questões e o que precisam fazer para não transparecer tanto essa falta de familiaridade em estar de igual para igual com uma mulher no âmbito público", afirmou.

A agressividade e o destempero demonstrados especificamente pelo presidente diante de temas que envolvem 52% da população - e do eleitorado -, são, na visão da advogada Sheila de Carvalho, uma prova de que essa é uma prática deliberada do presidente.

"Ele (Bolsonaro) joga para um nicho de apoiadores que acredita que as mulheres são inferiores e que podem ser domadas sob uma perspectiva de violência. Assim como outros políticos, ele ainda não entendeu que a agenda de mulheres não é transversal ou identitária, mas estrutural, assim como o racismo", disse a especialista em direitos humanos e integrante da Coalizão Negra.

A reação das redes bolsonaristas reforça a fala de Sheila. Não foram poucos os perfis no Facebook e no Instagram que comemoraram a resposta dada por Bolsonaro a Vera Magalhães - "Você deve dormir pensando em mim" - ou atacaram Soraya ao relembrar o apoio dado por ela em 2018 a Bolsonaro. Agora, a senadora virou "traíra".

Fora da bolha, a violência política transmitida pela TV teve outras nuances: a risadinha de Ciro Gomes (PDT), as escolhas dos candidatos homens na ordem das perguntas (deixando as candidatas para o final) e a falta de entendimento de Lula sobre paridade nos ministérios. "Não se trata de uma questão de meritocracia", disse Sheila.

DESAFIO

Para o cientista político Antonio Lavareda, ao escolher falar para seu nicho, Bolsonaro tende a aumentar a diferença que existe em seu eleitorado quando se trata dos apoios entre homens e mulheres. "Um dos desafios da campanha tem sido avançar no segmento feminino, expondo cada vez mais, por exemplo, a primeira-dama, Michelle Bolsonaro. Mas episódios como o de ontem só reforçam esse gap."

Lavareda disse que a campanha de Bolsonaro e as demais terão de incorporar de forma mais vigorosa a temática feminina em seus discurso.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Favorita da fatia de empresários que rejeita a polarização entre Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro, a candidatura de Simone Tebet (PMDB) parece ter, enfim, ganhado um empurrão. Apesar de ainda ser um "dark horse" - ou seja, de no momento ter poucas chances de chegar ao segundo turno -, Simone animou parcela do setor produtivo com o seu desempenho no debate na Band, no domingo. A aposta é que, enfim, o gráfico da peemedebista se mova para cima nas pesquisas.

A "prova dos nove" do desempenho da candidata, que aparece em pesquisas de opinião de forma unânime como a melhor no debate, deve vir com os levantamentos eleitorais que serão divulgados a partir de quinta-feira. Por ora, a avaliação é de que as pesquisas mostrem mais os efeitos das entrevistas dos candidatos no Jornal Nacional - quando a candidata se saiu bem, mas foi ofuscada por Lula - e do início da campanha no rádio e na televisão.

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Ainda assim, de acordo com três fontes ligadas ao meio empresarial que apoiam Simone, ainda não é hora de comemorar. A ideia, agora, é aproveitar o crescimento da candidata nas redes sociais desde domingo para "viralizar" trechos dos embates que ela teve com os líderes, posicionando-a como uma opção a ambos. Mesmo entre os entusiastas da peemedebista, há cautela. Um dos empresários consultados pelo Estadão avalia que ela precisa ganhar visibilidade por ainda não ser conhecida por parte relevante da população.

A expectativa é de que, se ganhar tração nas pesquisas, ela naturalmente atraia mais curiosidade. E aí viria um efeito "bola de neve", em que a migração de parte do eleitorado para a candidatura traria mais votos. Uma das fontes consultadas a definiu como "a melhor alternativa para o Brasil", e outra afirmou que "ela está no jogo".

Em entrevistas recentes ao Estadão, declararam apoio a Simone Tebet empresários como Horácio Lafer Piva, ex-presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

Sócio e conselheiro da gigante de papel e celulose Klabin, Piva declarou sobre a candidata, no início deste mês: "Há várias dezenas de razões pelas quais eu luto pela Simone (Tebet). Mas eu centralizo na pacificação, já que eu acho que, (na eleição de) qualquer um dos outros dois candidatos, vamos manter a polarização agressiva. A Simone tem capacidade convocatória de trazer o que há de melhor no País. Basta as pessoas se disporem a escutá-la para ver que ela tem motivos corretos".

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A candidata do União Brasil à Presidência, Soraya Thronicke, classificou como "horror" os ataques que recebeu nas redes sociais durante o debate presidencial da TV Bandeirantes. No programa, Soraya confrontou o presidente, sobretudo pela maneira desrespeitosa que ele tratou as mulheres. "Quando homens são tchutchuca com outros homens, mas vêm para cima da gente sendo tigrão, eu fico extremamente incomodada", disse. No debate, Bolsonaro atacou a jornalista Vera Magalhães, da TV Cultura, e a candidata do MDB, Simone Tebet.

"Nos intervalos do confronto, minha equipe me passava os ataques que eu estava sofrendo na internet, por força da minha participação. Isso é um horror, é o subsolo do abismo", disse ela ao Estadão. Soraya foi alvo nas redes por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), de quem já foi aliada.

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A parlamentar afirmou que se sente insegura em meio a clima agressivo da campanha e avalia pedir reforço da segurança à Polícia Federal. "Este clima já raivoso das eleições faz com que o alerta seja acionado. Caso eu sinta necessidade, vou pedir reforço, sim, da minha segurança, e acho que todos os demais candidatos devam fazer o mesmo, caso achem necessário". De acordo com ela, quando concorreu ao Senado em 2018 foi necessário o uso de um colete à prova de balas por "ameaças no decorrer do processo eleitoral".

Soraya citou o "clima de rivalidade que tomou conta de parte da população e que já ocasionou em morte meses atrás", em referência ao episódio em que Marcelo Arruda, militante do PT, foi morto em Foz do Iguaçu (PR) em julho por um bolsonarista, e disse que teme "por sua vida, por sua família e por sua equipe".

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filhos do presidente, criticaram a senadora após a atuação dela em relação a Jair Bolsonaro no debate. Nas redes sociais, Flávio e Eduardo lembraram que a candidata a presidente se associou ao pai deles na eleição de 2018. Em resposta a uma postagem de Flávio, a senadora do União Brasil disse que o atual presidente e o filho são "traidores da pátria".

A lista de debates com candidatos à Presidência da República diminuiu após os líderes das pesquisas de intenção de voto, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), indicarem que não compareceriam a todos os eventos.

Ambos participaram do encontro promovido pela Band neste domingo, 28, em pool com TV Cultura, Folha de S. Paulo e UOL, mas não confirmaram presença nos que estão marcados para as próximas semanas. A princípio, o candidato do PT sugeriu ir somente aos debates realizados em pool; contudo, ele não confirmou presença no evento organizado pelo pool do consórcio de veículos de imprensa, que incluía o Estadão, e a realização foi suspensa.

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O Estadão ainda tem um debate marcado para o dia 24 de setembro, em parceria com o SBT, a CNN, a rádio Nova Brasil FM e a revista Veja. A CNN já cancelou o evento que faria individualmente devido à falta de confirmação de presença de Lula e Bolsonaro. O debate da TV Aparecida com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que estava agendado para o início de setembro, foi cancelado pelo mesmo motivo. O mesmo ocorreu com a Rede TV!.

Vale destacar que o Estadão também fará sabatinas com os candidatos ao Planalto. Conforme sorteio, o presidente Jair Bolsonaro será o primeiro entrevistado, no dia 16 de setembro. No dia 19 será a vez de Simone Tebet; Luiz Inácio Lula da Silva tem sabatina prevista para o dia 20, e a série se encerra no dia 21, com Ciro Gomes.

Veja a lista dos próximos debates

24 de setembro: Estadão, SBT, CNN, Nova Brasil FM e revista Veja

29 de setembro: TV Globo

Sabatinas do ‘Estadão’

16 de setembro: Jair Bolsonaro

19 de setembro: Simone Tebet

20 de setembro: Luiz Inácio Lula da Silva

21 de setembro: Ciro Gomes

A ministra Maria Claudia Bucchianeri, do Tribunal Superior Eleitoral, determinou a remoção imediata de uma publicação feita pelo deputado Eduardo Bolsonaro no Twitter com grave descontextualização de uma declaração dada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O post alegava que o petista iria acabar com o emprego dos motoboys ou acabar com a modalidade de trabalho por aplicativo, o que, segundo Maria Claudia jamais aconteceu. Segundo a ministra jamais houve qualquer afirmação de Lula no sentido de "encerramento" dessas funções ou de proibição do trabalho por aplicativo, mas, apenas, a intenção de revestir tais postos de trabalho de mais direitos e garantias.

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'O caso, portanto, é de grave descontextualização discursiva que subverteu e desvirtuou por completo o conteúdo da mensagem divulgada, com aptidão para induzir os eleitores e as eleitoras a erro, em especial os que são vinculados a esse setor, a respeito do real pensamento de determinado candidato sobre assunto de relevante interesse público', ponderou a ministra em despacho assinado na noite deste domingo, 28.

Segundo a magistrada, a descontextualização de falas de Lula 'descambou na criação de um conteúdo discursivo jamais dito, a autorizar a intervenção corretiva da Justiça Eleitoral, como forma de assegurar mínima higidez do ambiente informativo, em cujo contexto o cidadão eleitor deve formar sua escolha'.

A senadora e candidata do União Brasil à Presidência, Soraya Thronicke, criticou na madrugada desta segunda-feira, 29, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho mais velho do presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL). A parlamentar, que já foi vice-líder do governo, disse que o presidente e o filho são "traidores da pátria" e que "jamais se curvará" a eles.

"Fui sim, eleita com Bolsonaro, acreditando nas bandeiras do combate à corrupção. Logo após, me decepcionei por completo, começando por você, que me ligou aos berros exigindo a retirada da minha assinatura na CPI da Lava Toga", afirmou a candidata. O episódio a que ela se refere aconteceu logo no início do governo, em 2019, quando uma parte da base bolsonarista no Senado queria instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar ministros do Supremo Tribunal Federal.

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A briga começou quando Flávio comentou nas redes sociais a atuação de Soraya durante o debate presidencial da Band. De acordo com o filho do presidente, a senadora só se elegeu em 2018 por causa de Bolsonaro. "Você que também nunca tinha ouvido falar da candidata Soraya, assim ela foi eleita: ‘a Senadora do Bolsonaro’. A história já mostrou como o eleitor trata os traidores", afirmou Flávio.

O primeiro debate presidencial da campanha aconteceu na noite deste domingo, 28, e contou com a participação dos candidatos Bolsonaro, Soraya, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB) e Felipe d’Avila (Novo). Durante o programa, o presidente virou alvo dos concorrentes por ofender as mulheres. Bolsonaro atacou a jornalista Vera Magalhães, da TV Cultura, e Simone Tebet.

Ex-vice-líder de Bolsonaro no Congresso, Soraya não poupou críticas ao ex-aliado durante o programa. "Quando homens são tchutchuca com outros homens, mas vêm para cima da gente sendo tigrão, eu fico extremamente incomodada", declarou.

Nas considerações finais do primeiro debate presidencial na TV em 2022, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) destacou a aliança com o candidato a vice Geraldo Alckmin (PSB), defendeu as gestões da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e falou do legado de seus dois mandatos à frente do Planalto.

"Eu fui procurar um companheiro com a experiência de 16 anos de governo em São Paulo para me ajudar a governar esse País. Eu sei o que fiz, sei o que vou fazer e por isso não entro no campo da promessa fácil porque sei como é difícil", disse o petista, que tem apostado na parceria com Alckmin para sinalizar compromisso com um mandato ao centro, caso seja eleito.

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Lula também usou a experiência dos dois mandatos para mostrar que estaria capacitado a resolver a crise econômica brasileira. "Quando eu cheguei à Presidência, o juros estava em 26% e deixei com 10%. Inflação estava em 12% e deixamos com 5%. Desemprego era 12 milhões e deixamos com 22 milhões de empregos", pontuou.

O petista voltou a defender Dilma e a dizer que sua sucessora na Presidência foi vítima de golpe. "Tive o prazer de indicar a primeira mulher candidata à Presidência da República, que, quando deixou o mandato, deixou desemprego padrão Finlândia. Aqui se fala do governo da Dilma, mas ninguém falou do golpe que a Dilma sofreu em 2016", ponderou.

Lula ainda provocou Jair Bolsonaro (PL) ao falar sobre obras públicas. "Eu ia falar de obras públicas, mas é tão medíocre de obras hoje que não vou falar para não humilhar quem está governando o Brasil."

O presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, citou na noite deste domingo (28), no primeiro debate presidencial das eleições na TV, o ex-ministro Antonio Palocci para trazer à tona casos de corrupção no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A estratégia da campanha do chefe do Executivo é tentar aumentar a rejeição ao petista no eleitorado ao relembrar escândalos de desvio de dinheiro. "O seu governo foi o governo mais corrupto da história do Brasil", declarou Bolsonaro. O presidente também disse que as administrações petistas foram caracterizadas pela "cleptocracia", ou seja, "à base do roubo".

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STF

Bolsonaro atacou os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e defendeu os empresários que falaram em golpe de Estado caso o ex-presidente Lula. "Um ministro agora há pouco interferiu, mandando investigar, fazendo busca e apreensão, entre outras barbaridades", declarou Bolsonaro, em referência a Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). "Não tenho problemas com poder nenhum. Alguns ministros do Supremo querem interferir no Poder Executivo de qualquer jeito", emendou.

O presidente também atacou o MDB, da candidata Simone Tebet, ao dizer que "abalou a harmonia onde todos eram amiguinhos". Bolsonaro disse que alguns partidos se incomodaram por ele ter escolhido ministros por critérios técnicos, apesar de ter, durante seu mandato, se aliado ao Centrão.

O presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, evitou na noite deste domingo, 28, no primeiro debate presidencial das eleições na TV, dizer como bancar a manutenção do Auxílio Brasil em R$ 600 a partir de 2023, mas disse que a medida será feita com responsabilidade fiscal.

"De onde retirar dinheiro? Tenho conversado com a equipe econômica, acertado com eles, com responsabilidade fiscal", disse o presidente. "Como conseguir recursos? Não roubando, não metendo a mão no bolso do povo", emendou. Em resposta ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seu principal rival na disputa pelo Palácio do Planalto, Bolsonaro afirmou que pode negociar com o Congresso, após as eleições, a verba para bancar o benefício no ano que vem.

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Bolsonaro citou o lucro das estatais em sua gestão para se contrapor a escândalos de corrupção na Petrobras durante os governo petistas, apesar de ter feito críticas recentemente ao lucro e à distribuição de dividendos da estatal a acionistas. O candidato também falou em diminuir impostos e aumentar a arrecadação, mas rejeitou a proposta de taxar grandes fortunas.

D'Ávila fala sobre questão ambiental

O candidato do Novo à Presidência da República, Felipe D'Ávila, defendeu que investimentos da iniciativa privada são primordiais para ajudar a reduzir o desmatamento no Brasil.

Questionado pelo ex-presidente Lula sobre a pauta ambiental, ele prometeu que, caso seja eleito, transformará o País na "primeira nação carbono zero" entre as principais nações do mundo.

"O Brasil tem potencial para sequestrar 50% do carbono do mundo plantando árvores em terras degradadas. Isso vai gerar progresso no Brasil. Vamos criar o emprego verde, esse emprego de serviços ambientais, da bioeconomia, é investimento fundamental para retomada do crescimento econômico".

O ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles foi filiado ao Novo, partido de D'Ávila. Atualmente deputado federal por São Paulo, ele ficou conhecido por ter defendido deixar "passar a boiada" nas questões ambientais, enquanto a imprensa estava dedicada à cobertura da pandemia. Salles foi expulso da sigla pela atuação no governo.

Em resposta ao pedido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a Ciro Gomes (PDT) para uma conversa, o pedetista justificou que seu distanciamento em relação ao petista é porque o ex-presidente "se deixou corromper".

Ciro classificou Lula como "encantador de serpentes": "quer sempre trazer as coisas para o lado pessoal", declarou, em debate na Band deste domingo, 28. O candidato, então, atribuiu ao petista a ascensão do presidente Jair Bolsonaro (PL). "Não acho que Bolsonaro desceu de Marte. Bolsonaro foi um protesto absolutamente reconhecido contra a devastadora crise econômica que o Lula e o PT produziram", declarou.

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Lula acenou a Ciro Gomes com uma possível aliança caso vença as eleições deste ano, mas provocou o pedetista ao pedir que "fiquei no Brasil, e não fui para Paris".

"O Ciro resolveu não estar conosco, não ter candidatura própria. É um direito dele. Se ganhar as eleições, vamos ver se conseguimos atrair o PDT para participar do nosso governo", afirmou ao dizer também ter "profunda deferência" pelo ex-aliado.

"Tem três pessoas que eu tenho profunda deferência no Brasil. Mário Covas, Requião e Ciro Gomes. Eles podem falar mal de mim, mas eles têm o coração mais mole que a língua. São muito mais compreensíveis aos problemas sociais", destacou.

Lula disse, no entanto, que o pedetista vai pedir desculpas a ele por chamá-lo de corrupto e relembrou o episódio em que Ciro foi para Paris no segundo turno das eleições de 2018.

"Quando Ciro joga a responsabilidade do cidadão nas minhas costas. Eu não saí do Brasil, eu não fui para Paris. Fui preso para não ganhar as eleições porque sabiam que eu ia ganhar as eleições. Fui absolvido em todos os processos. Eu sou o único inocente que pago o preço de ser inocente."

O presidente Jair Bolsonaro (PL) chamou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de "ex-presidiário" na noite deste domingo (28) no primeiro debate presidencial das eleições na TV, e afirmou que o petista "não tem moral" para falar dele. Os dois são os mais bem colocados nas pesquisas de intenção de voto para o Palácio do Planalto.

O chefe do Executivo se defendeu de acusações de corrupção na compra de vacinas contra a Covid-19, durante a pandemia, disse que vetou o orçamento secreto na peça orçamentária deste ano, e minimizou o sigilo de cem anos que impôs a determinadas informações de seu governo.

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"Está de brincadeira a nobre senadora. Cadê a corrupção? Cadê o contrato assinado?", declarou Bolsonaro, ao se dirigir à candidata Simone Tebet (MDB), que criticou omissões do governo na pandemia.

Sigilos de 100 anos

O ex-presidente Lula criticou sigilos de 100 anos sobre documentos públicos decretados pelo presidente Jair Bolsonaro e voltou a defender que criou mecanismos de combate à corrupção em seus governos.

"Hoje qualquer coisinha é um sigilo de 100 anos pro cartão corporativo. Enquanto o nosso, eu tirei um ministro porque comeu um pastel, porque comeu uma tapioca", provocou o petista durante participação no debate eleitoral, ao lembrar que o adversário decretou sigilo sobre gastos com cartão corporativo e seu próprio cartão de vacinação.

Questionado pela candidata Simone Tebet sobre casos de corrupção nos governos do PT, Lula voltou a citar medidas tomadas nas gestões do partido para combater desvios de dinheiro público.

"A diferença é que, no meu governo, nós fizemos, não teve nenhum processo que facilitou mais investigação, que melhor remunerou os policiais federais, que contratou mais policiais federais. Não tinha procurador engavetador. Portal da Transparência, tudo isso foi o PT que criou", disse.

Ao falar sobre economia, Lula retrucou a candidata Soraya Thronicke (União Brasil), que disse não ter visto avanços sociais nos governos do petista. "A candidata pode não ter visto (esse País), mas seu motorista viu, seu jardineiro viu, sua empregada doméstica viu que esse país melhorou, que ela podia almoçar e jantar todo dia, tomar café, podia entrar na universidade. E assim que vai voltar a ser", disse.

Porte de armas

O candidato à Presidência pelo PDT, Ciro Gomes, defendeu que a arma "só serve para matar, não serve para outra coisa". Segundo ele, é compreensível que, no interior do Brasil, a população tenha armas em casa, mas não defende a flexibilização a nível nacional.

"Essa frouxidão, acabar com a regulação do Exército, no sensoriamento de armas e munições só presta para reforçar milícias", disse, no debate da Band. Segundo ele, caso eleito, haverá uma instrumentalização da Polícia Federal para enfrentar o contrabando de armas.

As considerações finais do candidato a presidente Ciro Gomes (PDT) foram em defesa da mudança do modelo econômico e de governança do País. De acordo com o pedetista, "é deprimente um País como o nosso ficar discutindo quem é mais corrupto, quem é menos corrupto". "Minha luta é contra modelo econômico que é o mesmo rigorosamente há 25, 30 anos, que montou uma máquina perversa de transferir renda", declarou Ciro.

Contra o atual modelo de governança, o candidato disse que é preciso banir a corrupção, mas afirmou que ela não se trata de uma "maldade da alma" de nenhum dos adversários. Segundo ele, corrupção é uma "prostração moral que todos eles fizeram um modelo de governança política com a ideia de que você só vai governar se tiver sustentação no Congresso se transformar a Presidência da República em testa de ferro de roubalheira".

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Em direito de resposta por ter sido chamado de "ex-presidiário" por Jair Bolsonaro (PL), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que foi preso para facilitar a eleição do atual presidente da República. O petista ainda pontuou estar "mais limpo que ele ou qualquer parente dele".

"Ele sabe a razão pelas quais eu fui preso. Foi para ele se eleger presidente da República porque era preciso tirar o Lula do processo. Eu, nesse processo todo, estou mais limpo do que ele ou qualquer parente dele. Fui julgado e considerado inocente pela Suprema Corte", destacou durante participação no primeiro debate presidencial na TV, na Band.

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Lula ainda provocou o adversário ao dizer que, se eleito, vai "apagar todos os sigilos" decretados pelo candidato à reeleição em "um decreto só".

O candidato Ciro Gomes (PDT), que concorre à Presidência da República, defendeu a mudança do padrão pedagógico no País e o modelo de financiamento do setor. Para abrir sua resposta sobre educação, Ciro retomou a propaganda de seu governo no Estado do Ceará que, segundo ele, hoje tem a melhor educação pública do Brasil.

"O descuido com a educação brasileira parece ser um projeto de governo", defendeu, em debate na Band. A mudança do padrão pedagógico, segundo o candidato, seria a partir da troca do "decoreba" por um ensino emancipador. De acordo com ele, também, se não houver uma mudança no financiamento, "será falsa toda e qualquer promessa ou desconhecimento da realidade em que estamos atolados no Brasil".

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Diferente de alguns candidatos, Ciro não se apresentou no início do debate - nem atacou seus adversários.

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Felipe D'Ávila

O candidato à Presidência da República pelo Novo, Felipe D'Ávila, disse que é preciso cortar desperdício da máquina pública para promover crescimento na economia brasileira.

"A economia brasileira está estagnada há 20 anos. Temos que conciliar (crescimento) com gasto público. Para fazer isso, é preciso cortar desperdício da máquina pública", afirmou o presidenciável no debate organizado por Band, TV Cultura, Folha e UOL, que ocorre na noite deste domingo.

D'Ávila ainda aproveitou para se apresentar ao eleitor como uma pessoa que "vive de trabalho e de empreender". "Estamos fartos desse estado caro, ineficiente. Está na hora de ter gestão pública. Para isso, é preciso deixar de votar no menos pior. É preciso votar em gente que entende de gestão", defendeu.

Soraya Thronicke

A candidata do União Brasil ao Palácio do Planalto, Soraya Thronicke, defendeu na noite deste domingo, no primeiro debate presidencial das eleições na TV, o uso da iniciativa privada para reduzir filas para exames e consultas no SUS.

"Temos projeto liberal de verdade para economia, para executar, não é no gogó", declarou. A senadora disse que o atendimento no sistema público de saúde do País é melhor na teoria do que na prática e afirmou que quem deve avaliar os serviços é a população.

Soraya Thronicke também propôs isentar de Imposto de Renda todos os professores, tanto da iniciativa privada, quanto do serviço público, caso seja eleita.

A senadora disse que, se eleita, poderia usar recursos gerados de uma simplificação tributária para bancar a medida. Uma das propostas da candidata é criar um imposto único ao acabar com 11 tributos federais. A reforma tributária é discutida há décadas no Brasil, era uma proposta do governo Bolsonaro, mas acabou não avançando no Congresso Nacional.

O deputado federal André Janones (Avante), apoiador do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles, apoiador do presidente Jair Bolsonaro, protagonizaram na noite deste domingo uma grande confusão na sala reservada para convidados no primeiro debate entre presidenciáveis. Os seguranças precisaram intervir para evitar agressão física entre os dois.

A briga começou após o candidato do PT dizer no debate que o desmatamento no seu governo foi o menor. Salles, ex-ministro de Bolsonaro, reagiu aos gritos e disse que o desmatamento no tempo do PT foi o maior. Janones levantou para gravar o adversário político, que se levantou aos gritos de "seu merda".

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Clima de confronto

Enquanto os presidenciáveis debatem nos estúdios da TV Bandeirantes, na sala reservada aos convidados das campanhas o clima é de confronto. Apoiadores de Bolsonaro e de Lula alternam gritos de "mito" e "genocida". O debate vetou a presença de plateia no estúdio.

A candidata do MDB, Simone Tebet, foi vaiada por bolsonaristas e aplaudida por petistas após dizer que "é preciso trocar o presidente da República". André Janones gritou "assassino" no momento em que Bolsonaro respondia a uma pergunta no estúdio. Apoiadores do governo reagiram com gritos.

À véspera do primeiro debate da TV da eleição de 2022, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) compartilhou nas redes sociais vídeo de uma participação dele em um encontro do tipo, em 2006. No trecho, editado, o então candidato à reeleição apresentava realizações do seu primeiro mandato.

"Este País estava totalmente falido. Não tinha crédito, não tinha credibilidade, não conseguia exportar, não conseguia produzir internamente, não conseguia controlar a inflação. Nós conseguimos, em três anos e meio, fazer com que o País chegasse agora, no final do ano, a quase US$ 135 bilhões de exportação", diz Lula. No vídeo, o petista também exalta a criação de empregos em seu governo.

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Líder nas pesquisas de intenção de voto neste ano, o petista confirmou no sábado (27), por meio de uma rede social, a participação no debate que será promovido hoje, às 21h, pela Band, em parceria com TV Cultura, UOL e Folha de S. Paulo.

O presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição pelo PL e segundo colocado nas pesquisas, também deve participar, conforme disse ao Estadão/Broadcast o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, neste sábado. O mandatário embarcou no início da tarde na base aérea de Brasília.

O atual chefe do Executivo não publicou conteúdo sobre o debate nas redes sociais. Neste domingo, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL), um dos filhos do presidente divulgou, uma convocatória para o encontro, associando o mandatário à defesa de policiais.

"É dia de candidato que apoia a polícia encontrar o candidato que apoia ladrão de celular e sequestrador", escreveu o parlamentar. A publicação acompanha uma foto de policiais prendendo um homem.

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O primeiro debate na TV entre candidatos ao Palácio do Planalto será promovido neste domingo (28), na Band, em parceria com a TV Cultura, o portal UOL e o jornal Folha de S.Paulo. Com início previsto para as 21h e sem a presença de plateia, o encontro deve contar com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), presidente Jair Bolsonaro (PL), Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB), Felipe D'Avila (Novo) e Soraya Thronicke (União Brasil). A polarização, protagonizada pelo petista e o candidato à reeleição, devem marcar o debate, segundo especialistas ouvidos pelo Estadão.

Dentre os convidados, a presença do ex-presidente Lula e a do presidente Bolsonaro eram as mais incertas até este sábado (27). No entanto, o petista, por meio de uma rede social, confirmou presença; a participação do chefe do Executivo foi confirmada ao Estadão pelo ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira.

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Cientistas políticos ouvidos pelo Estadão disseram que o encontro deve ser marcado por uma atenção polarizada entre os principais adversários que lideram as pesquisas - Lula e Bolsonaro. A performance e desenvoltura dos dois candidatos será um dos focos do debate, uma vez que o petista não participa de eventos semelhantes desde 2006, enquanto o atual chefe do Executivo participou apenas de dois debates em 2018 antes do atentado que sofreu.

Para o professor de Ciência Política da Universidade Federal da Bahia (UFBA) Cloves Oliveira, o debate funcionará como uma espécie de grande duelo. "Finalmente, teremos um encontro entre os dois principais competidores das eleições, como se fosse um grande duelo no qual cada um vai tentar apresentar os seus trunfos: um para tentar ganhar no primeiro turno, caso do ex-presidente Lula, e ou para tentar diminuir a intenção de votos do oponente, caso do presidente Bolsonaro", afirmou Oliveira.

Os organizações do encontro afirmaram que Lula e Bolsonaro foram sorteados para ficar lado a lado na disposição dos candidatos no estúdio. A performance e desenvoltura dos dois principais adversários serão analisadas de perto durante o debate. Para Oliveira, o ex-presidente petista tem vantagem nessa situação por estar na liderança nas pesquisas e ter técnicas de comunicação e posicionamento já conhecidas pelo eleitorado. "Lula tem condições de se posicionar como acima da briga, de ser mais propositivo e de se esquivar, de maneira mais efetiva, dos ataque dos seus oponentes", disse.

O cientista político Marco Antônio Carvalho Teixeira, professor da Fundação Getulio Vargas (FGV), explica que essa atenção polarizada será feita de duas formas, por meio dos questionamentos e provocações: direcionada a Lula e Bolsonaro por parte dos outros candidatos que ainda buscam tentar se posicionar em uma melhor condição e por parte dos próprios adversários principais, na tentativa de mirar no outro.

Já, para o presidente, estar em um debate televisivo pode ser mais desconfortável, segundo o cientista político Rodrigo Prando, professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie. "Bolsonaro fica muito mais confortável no ambiente seguro das redes sociais em que controla as variáveis que podem influenciar", disse.

Oliveira, da UFBA, afirmou, ainda, que a tendência do candidato à reeleição é permanecer na defensiva. "Na ausência de argumentos para defender o legado do seu governo, a solução será desqualificar o seu opositor e também sempre que possível transferir essa responsabilidade sobre a gestão dos temas das políticas públicas para terceiros."

Ciro e Tebet

 

Os especialistas defendem que o esperado do candidato do PDT é que ele mantenha a mesma estratégia utilizada na entrevista do Jornal Nacional, que foi a de tecer crítica aos dois mais bem colocados nas pesquisas - Lula e Bolsonaro - e de se vender como uma alternativa para aqueles que não querem a continuidade de um ou a volta de outro. "A estratégia mais recomendada para Ciro é atacar o presidente Bolsonaro para buscar votos em um espaço do eleitorado mais de centro-direita que está flertando com o eleitorado de Bolsonaro", afirmou Oliveira.

A candidata Simone Tebet (MDB), assim como Ciro, deve se apresentar como uma terceira via. "A grande questão é que qualquer um ali que não seja Lula e Bolsonaro, portanto, qualquer representante da terceira via, vai ter de fazer todo um esforço discursivo de oratória no debate, mas sabe que a polarização os constrange. Ou seja, o corredor em que eles passar, especialmente Ciro e e Simone, é um corredor cada vez mais apertado pela dimensão da força dos dois candidatos", afirmou Prando.

Para Teixeira, pelo espaço televisivo ser bastante importante para o grande público, temas "espinhosos" podem vir à tona como corrupção, para o Lula, e a questão da gestão da covid-19, para o Bolsonaro. "Certamente volta também para o Bolsonaro o tema da corrupção e talvez um outro tema que seja a questão dos próprios filhos." O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos) e até o próprio presidente tiveram seus nomes envolvidos em investigações de rachinhas em seus gabinetes.

Segundo os cientistas políticos ouvidos pelo Estadão, outros temas podem ser esperados como economia, meio ambiente, educação e fome.

Na noite deste domingo (28) seis candidatos à Presidência são esperados no primeiro debate da TV na eleição de 2022. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) confirmou presença no programa da Band em anúncio feito neste sábado (27), em uma rede social. Já o presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, também irá ao encontro dos candidatos, segundo o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira. À frente nas pesquisas de intenção de voto, Lula e Bolsonaro estarão lado a lado.

O debate da Band em parceria com a TV Cultura, o portal UOL e o jornal Folha de S.Paulo, com apoio do Google e do YouTube, está previsto para ir ao ar a partir das 21 horas. Serão três blocos, com confrontos diretos e também perguntas feitas por jornalistas. A TV Cultura vai transmitir o debate, assim como o UOL e a Folha de S.Paulo.

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O programa será transmitido dos estúdios da emissora, em São Paulo. Além de Lula e Bolsonaro, estão convidados Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB), Felipe d’Avila (Novo) e Soraya Thronicke (União Brasil). Em caso de segundo turno, um debate da Band será realizado no dia 9 de outubro.

Debate Band

 

- Horário: 21h

- Onde: Band, TV Cultura, UOL e Folha de S.Paulo

Veja as regras

 

Primeiro bloco

 

- Mediadores: Eduardo Oinegue e Adriana Araújo (Band)

- Todos os candidatos terão 1 minuto e meio para responder a perguntas de programas de governo

- Cada candidato responderá a duas perguntas

- As respostas seguirão a ordem de posicionamento no estúdio, definida por sorteio: Felipe d’Avila, Soraya Thronicke, Simone Tebet, Jair Bolsonaro, Lula e Ciro Gomes

- Na sequência, haverá o primeiro confronto direto: por sorteio, cada candidato escolhe o concorrente para o qual quer fazer uma pergunta, que pode durar 1 minuto. A resposta terá tempo máximo de 4 minutos, incluindo a tréplica. A réplica terá 1 minuto

Segundo bloco

 

- Mediadores: Eduardo Oinegue e Adriana Araújo (Band)

- Dos veículos integrantes do pool, seis jornalistas farão perguntas e escolherão quem comenta

- Cada pergunta vai durar até 1 minuto, assim como os comentários

- O candidato escolhido para responder terá 4 minutos, incluindo a réplica

Terceiro bloco

 

- Mediadores: Leão Serva (TV Cultura) e Fabíola Cidral (UOL)

- Mais um confronto direto, definida a ordem em sorteio: Simone Tebet, Soraya Thronicke, Ciro Gomes, Jair Bolsonaro, Lula, Felipe D’Avila

- Será 1 minuto para pergunta e 1 para réplica

- Cada candidato terá 4 minutos, incluindo o tempo para réplica

- Em seguida, haverá mais uma rodada de perguntas sobre programas de governo, seguindo as mesmas regras do primeiro bloco

 

Por fim, os candidatos terão 2 minutos para considerações finais, na seguinte ordem: Ciro Gomes, Lula, Jair Bolsonaro, Simone Tebet, Soraya Thronicke e Felipe D’Avila

O ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, confirmou ao Estadão/Broadcast neste sábado, 27, que o presidente Jair Bolsonaro, candidato à reeleição pelo PL, participará do debate da Band no domingo, dia 28. Mais cedo, auxiliares próximos ao presidente já haviam dito que ele decidira participar do evento.

Também neste sábado, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato à presidência da República pelo PT, confirmou em sua conta do Twitter que participará do debate, marcado para domingo às 21h. Havia expectativa de que, com a participação de Lula, Bolsonaro também compareceria ao primeiro debate da campanha presidencial.

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Na rede social, Lula escreveu: "nos vemos na Band amanhã, 21 horas" e publicou uma foto com a agenda de domingo e o debate agendado para este horário.

Na sexta-feira, 26, em entrevista à Jovem Pan, Bolsonaro havia afirmado que deveria ir ao debate e que já "bateu o martelo" sobre o assunto. "Num momento achava que não deveria ir, agora acho que devo", afirmou à rádio. O chefe do Executivo disse também acreditar que sua estratégia para o debate dará certo, mas que já espera ser "fuzilado" pelos adversários. "Vão atirar em mim o tempo todo", afirmou.

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