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Um mergulhador amador descobriu o primeiro peixe cavernícola da Europa, dentro de uma formação aquática subterrânea no sul da Alemanha, disseram cientistas.

O peixe cavernícola, uma espécie de abrótea (da família Phycidae), foi encontrado na profundidade de uma gruta de difícil acesso, explicaram os pesquisadores, cuja descoberta foi publicada na segunda-feira (3) na revista científica americana Current Biology.

"Esta descoberta é espetacular porque até agora se pensava que a glaciação durante o Pleistoceno (que começou há 2,58 milhões de anos e acabou há 11.700 anos) tinha impedido os peixes na Europa de colonizar hábitats aquáticos subterrâneos no norte", disse Jasminca Behrmann-Godel, da Universidade de Constanza, uma das principais autoras do estudo.

Os estudos genéticos realizados neste peixe combinados com o conhecimento da história geológica dessa região sugerem que estas abróteas cavernícolas apareceram e evoluíram recentemente, durante os últimos 20.000 anos, estimam os pesquisadores.

"Estas cavernas só se tornaram habitáveis para os peixes quando os glaciares retrocederam", disse Arne Nolte, do Instituto Max Planck na Alemanha, coautor do estudo.

Apesar do período de evolução relativamente curto, este peixe mostra traços de adaptação característicos de uma verdadeira espécie das cavernas, que vive na escuridão.

Seus olhos, por exemplo, são muito menores e seus orifícios nasais muito mais largos que os das espécies que vivem perto da superfície.

O mergulhador viu estes peixes pela primeira vez em agosto de 2015, quando explorava os lugares mais profundos do sistema hidrológico do Danúbio.

Ao perceber sua aparência incomum, tirou fotos e as apresentou a um grupo de cientistas. Meses depois, voltou à gruta e capturou cinco exemplares.

Baseando-se em comparações morfológicas e genéticas com uma espécie similar de abrótea que vive perto da superfície, os pesquisadores determinaram que seus primos das cavernas eram uma população isolada formada pela primeira espécie conhecida de peixes cavernícolas na Europa.

Antes disso, os peixes e outras criaturas que vivem nas águas subterrâneas tinham sido encontrados nas cavernas mexicanas de Pachón. Estes peixes são quase albinos e cegos.

A descoberta de sete planetas rochosos com massas semelhantes à da Terra em um mesmo sistema planetário, publicada na quarta-feira (22), na revista Nature, indica que esse tipo de astro pode ser mais comum do que pensavam os cientistas.

"Certamente esse estudo indica que os planetas rochosos podem ser bem mais numerosos do que se imagina - e grande parte deles pode estar na zona habitável", disse ao Estado o astrônomo Jorge Melendez, do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (USP). Em novembro do ano passado, um grupo liderado por Melendez anunciou a descoberta de dois exoplanetas - uma "super-Terra" e um "super-Netuno" a 300 anos-luz da Terra.

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Segundo Melendez, a maior parte dos exoplanetas descobertos até hoje são grandes planetas como Júpiter ou Netuno. Os planetas rochosos são menores e muito mais difíceis de detectar. No entanto, com base nas descobertas já realizadas, os astrônomos estimavam que deveria existir pelo menos um planeta rochoso para cada estrela, de acordo com Melendez.

"Essa nova descoberta mostra que pode haver muito mais planetas rochosos do que se previa, considerando que em um só sistema observado a fundo foram descobertos sete desses planetas, a maior parte na zona habitável", disse o astrônomo.

Segundo Melendez, embora apenas três dos sete novos planetas estejam com certeza na zona habitável, outros dois estão praticamente em seus limites - como ocorre com Vênus e Marte no Sistema Solar.

Abundância. Sugerida pelo estudo, a abundância dos planetas rochosos também foi destacada pelo astrônomo Ignas Snellen, do Observatório de Leiden, na Holanda, que publicou também na edição de quarta-feira, da Nature um artigo comentando a novidade. Segundo Snellen, a descoberta reforça a ideia de que os planetas de massa semelhante à da Terra são comuns na Via Láctea - e talvez no Universo.

"Nos últimos anos, cresceram as evidências de que planetas do tamanho da Terra são abundantes na galáxia. Mas a nova descoberta indica que esses planetas são ainda mais comuns do que se pensava", escreveu o astrônomo holandês.

Snellen acredita que a quantidade de exoplanetas rochosos pode ser até 100 vezes maior que a prevista, por conta de limitações do método usado para detectar exoplanetas, com base na detecção de "trânsitos". Quando um planeta passa diante de uma estrela (o trânsito), ele bloqueia uma ínfima parte de sua luz, que é suficiente para que os cientistas detectem sua existência e calculem sua massa. Quando a estrela é pequena, o trabalho fica mais fácil, porque a fração de sua luz bloqueada pelo planeta é maior. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Cientistas anunciaram nesta quarta-feira, 22, a descoberta de um sistema composto por sete planetas de tamanho comparável ao da Terra, na órbita de uma estrela "vizinha" do Sistema Solar. De acordo com um estudo publicado na revista Nature, que descreve a descoberta, os seis planetas mais próximos têm temperaturas entre 0ºC e 100ºC - uma característica considerada indispensável para a eventual existência de vida.

"É a primeira vez que tantos exoplanetas desse tamanho são encontrados em um sistema planetário. Eles estão em órbita muito estreita entre si e muito próximas à sua estrela, mas ela é tão pequena que é fria, o que faz com que os planetas sejam temperados", disse o autor principal do estudo, o astrofísico belga Michaël Gillon, da Universidade de Liège, na Bélgica.

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Os cientistas consideram que um determinado planeta está na "zona habitável" quando ele fica a uma distância de sua estrela que permitiria, teoricamente, a existência de água líquida em sua superfície. Quanto mais a estrela é quente, mais distante fica a zona habitável.

Segundo o estudo, o novo sistema planetário fica a 39 anos-luz da Terra - uma distância pequena para os padrões astronômicos. Os novos exoplanetas - como são chamados os planetas existentes fora do Sistema Solar - têm massa semelhante à da Terra e provavelmente também sejam rochosos, segundo os autores.

A descoberta partiu de estudos liderados por Gillon, cuja equipe relatou, em maio do ano passado, a detecção de três exoplanetas que orbitavam uma estrela anã extremamente fria, chamada Trappist-1 - uma estrela é tão pequena que não chega a ser muito maior que Júpiter e seu brilho é cerca de mil vezes mais fraco que o do Sol.

A partir de então, os autores conduziram um projeto de monitoramento intenso da Trappist-1, que permitiu identificar mais quatro exoplanetas.

Para a detecção e o estudo dos planetas do Sistema Trappist-1, foram usados o telescópio espacial Spitzer, da Nasa, e o Telescópio Liverpool, da Universidade John Moore de Liverpool, no Reino Unido.

Os cientistas concluíram que pelo menos três dos planetas podem ter oceanos de água em suas superfícies, o que aumentaria a possibilidade de que o novo sistema planetário possa abrigar vida. De acordo com Gillon, no entanto, será preciso fazer novos estudos para caracterizar cada um dos planetas.

"Conseguimos obter medidas e dados de seis dos sete planetas. Em relação ao planeta mais distante da estrela, porém, ainda desconhecemos seu período orbital e sua interação com os outros seis planetas", disse Gillon.

De acordo com ele, os seis planetas mais próximos da estrelas têm períodos orbitais - isto é, o tempo que o planeta leva para dar uma volta completa em sua estrela -, que vão de 1,5 a 13 dias. O fato de um "ano" nesses planetas durar apenas alguns dias ocorre porque eles estão muito próximos de sua estrela, que é muito pequena.

O planeta mais próximo da estrela é o mais rápido de todos: quando ele completa oito órbitas, o segundo, o terceiro e o quarto planetas perfazem, respectivamente, cinco, três e duas voltas ao redor da estrela. Com essa configuração, segundo os astrônomos, cada um dos planetas tem influência gravitacional nos outros.

Abundância

Na mesma edição da Nature, o estudo foi comentado pelo astrônomo Ignas Snellen, do Observatório de Leiden, na Holanda. Segundo Snellen, a descoberta feita pela equipe de Gillon reforça a ideia de que os planetas de masssa semelhante à da Terra são abundantes na Via Láctea.

"Nos últimos anos, cresceram as evidêncais de que planetas do tamanho da Terra são abundantes na Galáxia. Mas a descoberta de Gillon e sua equipe indicam que esses planetas são ainda mais comuns do que se pensava", escreveu Snellen.

Snellen acredita que a quantidade de exoplanetas rochosos possa ser até 100 vezes maior que a prevista. Segundo ele, isso acontece por causa do método usado para detectar exoplanetas, que se baseia na detecção de "trânsitos".

Quando um planeta passa diante de uma estrela (o trânsito), ele bloqueia uma ínfima parte de sua luz, mas o suficiente para que os cientistas detectem sua existência e calculem sua massa. Quando a estrela é pequena, o trabalho se torna mais fácil, porque a fração de sua luz bloqueada pelo planeta é maior.

"Estimamos que para cada planeta observado em trânsito, devam existir de 20 a 100 planetas que, da perspectiva da Terra, nunca passam diante de sua estrela-mãe - e por isso não podem ser observados", disse Snellen.

A descoberta na China dos restos fossilizados de uma lontra gigante, de mandíbulas fortes e peso e tamanho de um lobo, datados da pré-história, podem lançar nova luz à evolução do mamífero.

Os fósseis do animal, chamado "Siamogale melilutra", foram encontrados na província de Yunnan (sudoeste), segundo o último número da revista britânica Journal of Systematic Palaentology. Foram encontrados um crânio completo, dentes, mandíbula e outros ossos.

Os arqueólogos descobriram os restos do animal em 2010 em um poço de carvão, noticiou a agência oficial Nova China. Eles estabeleceram que o mamífero viveu há seis milhões de anos, pesava 50 quilos - muito mais que as lontras modernas - e tinha o "tamanho de um lobo" atual, segundo a agência.

A descoberta pode ajudar os cientistas a reconstruir a história evolutiva dos mustelídeos, família de mamíferos que engloba lontras, texugos e doninhas, principalmente.

"A nova descoberta permite o reconhecimento de um clado [grupo] raro de lontras e nos permite explorar as relações entre vários fósseis enigmáticos de mustelídeos, considerados texugos ou lontras", destacou a publicação científica.

As poderosas mandíbulas e os grandes dentes do animal provavelmente lhe serviram para triturar grandes crustáceos e moluscos de água doce, declararam os pesquisadores chineses e americanos que participaram do estudo.

Uma cobra com as cores do arco-íris em sua cabeça e uma lagartixa com chifres estão entre as espécies mais chamativas de uma lista de 163 animais e plantas desconhecidos que foram descobertos pelos cientistas no ano passado no rio Mekong, informaram os pesquisadores nesta segunda-feira (19).

O rio Mekong, que desce pelas colinas do Tibete, passando pelas montanhas e florestas do sudeste asiático, abriga uma das regiões mais diversas do planeta.

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Todos os anos, os cientistas anunciam que encontraram novas espécies em sua bacia, muitas vezes depois de longos processos de identificação, que deixam em evidência o quanto ainda precisa ser descoberto nesta região.

No entanto, muitos especialistas expressam seus temores de que existam espécies que desapareçam sem ser descobertas devido ao rápido desenvolvimento desta zona, onde a lei é aplicada com debilidade e o tráfico de espécies constitui um fenômeno descontrolado.

"A grande região do Mekong é um ímã para os cientistas especializados na conservação devido à incrível diversidade de espécies que continuam sendo descobertas aqui", disse Jimmy Borah, pertencente à equipe da ONG WWF deslocado à zona.

"Há uma corrida contra o tempo para garantir que estas espécies recém-descobertas sejam protegidas", explicou. Esta região inclui o sudoeste da China, Vietnã, Camboja, Laos, Tailândia e Mianmar. Entre os problemas há a construção de estradas e atividades ilegais como o tráfico ilegal de espécies.

"Muitos colecionadores estão dispostos a pagar milhares de dólares pelas espécies mais raras, únicas e em uma maior situação de perigo", indicou Borah.

No total, os cientistas descreveram 163 novas espécies em 2015, incluindo nove anfíbios, três mamíferos, 11 peixes, 14 répteis e 126 plantas. Entre os animais mais chamativos, há uma serpente que na cabeça tem escamas coloridas que se assemelham a um arco-íris.

No Camboja e no Vietnã foi descoberta uma nova espécie de sapo tão pequeno que cabe na ponta do dedo. Entre 1997 e 2015 foram descritas 2.409 novas espécies na região, o que equivale a uma descoberta a cada duas semanas.

A surpreendente descoberta do DNA do vírus da varíola no corpo mumificado de uma criança que morreu no século XVII pode ajudar os cientistas a rastrear a história misteriosa deste agente patogênico mortal, segundo um estudo.

Espécimes deste vírus existem apenas nos congeladores protegidos nos laboratórios desde a erradicação da infecção no fim da década de 1970, resultado das campanhas de vacinação.

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Mas a origem do vírus permanece desconhecida e a descoberta do DNA viral na pele do corpo mumificado que estava em uma cripta sob uma igreja da Lituânia, poderia permitir o fim do mistério sobre a doença infecciosa, de acordo com os cientistas. A descoberta foi publicada na revista científica americana Current Biology.

A sequência de DNA deste antigo agente patogênico indicaria, entre outras coisas, que a infecção surgiu entre os humanos mais recentemente do que se pensava e revela também que o micróbio sofreu várias mutações.

"Há indícios de que múmias egípcias de 3.000 a 4.000 anos de idade tinham marcas que pareciam de peles afetadas, interpretadas como resultantes de pústulas características da varíola", afirmou a cientista Ana Duggan, da Universidad McMaster de Canadá, principal autora do estudo.

"A descoberta mais recente questiona realmente esta interpretação e faz pensar que a história da varíola em populações humanas pode ser inexata", completou.

Os cientistas reconstituíram o genoma completo da cepa encontrada no corpo mumificado e o compararam com os vírus da varíola que datam de meados do século XIX e igualmente do período precedente à erradicação da infecção, no fim da década de 1970.

Eles concluíram que os vírus tinham um ancestral viral comum que apareceu entre 1588 e 1645, o que coincide com um período de exploração, migração e colonização que poderia ter contribuído para a propagação da varíola no mundo. Com a tese, talvez os egípcios da época de Ramsés não tenham sofrido com a varíola, e sim a varicela ou o sarampo, indicaram os cientistas.

Além disso, a reconstituição do genoma deste antigo vírus do século XVII possibilitou uma datação mais precisa da evolução da doença. Os cientistas conseguiram deste modo identificar distintos períodos de evolução do vírus.

Eles citam um exemplo claro registrado na época em que o médico inglês Edward Jenner criou sua vacina contra a varíola no século XVIII. Neste período, o vírus aparentemente se dividiu em duas cepas, o que sugere que a vacinação pode ter exercido uma pressão sobre o agente patogênico para sua adaptação.

Arqueólogos descobriram uma antiga cidade egípcia e um cemitério que datam de 5.300 anos antes da nossa era, informou nesta quarta-feira o ministro de Antiguidades, Mahmoud Afifi.

A cidade e o cemitério, onde eram sepultados funcionários e construtores de tumbas, foram descobertos a 400 metros do Templo de Seti I, na antiga cidade de Abydos (sul), acrescentou o ministro. Considera-se que datem do ano 5.316 antes da nossa era.

Escavadores descobriram cabanas, cerâmicas e instrumentos de pedra, afirmou o ministro. Também encontraram 15 amplas tumbas, algumas delas tão grandes quanto as últimas moradas reais de Abydos, o que sugere que abrigaram corpos de personalidades importantes.

"Esta descoberta trará à tona uma grande quantidade de informação sobre a história de Abydos", acrescentou Afifi. A cidade de Abydos, fundada por governantes pré-dinásticos, é famosa por seus templos, como o de Seti I, e por suas tumbas.

O Egito é rico em antigos sítios construídos pelos faraós, mas por causa de anos de rebeliões e ataques de extremistas islâmicos, os turistas deixaram de visitar o país.

Uma equipe tcheco-polonesa de espeleólogos afirmou nesta sexta-feira que descobriu a caverna inundada mais profunda do mundo, a 404 metros de profundidade, no leste da República Tcheca.

A gruta é conhecida como Hranicka Propast, perto da cidade de Hranice, e bate o recorde ostentado até agora pelo italiano Pozzo del Merro, que tem 392 metros de profundidade, explicou à AFP Miroslav Lukas, membro da Sociedade Espeleológica Tcheca.

"Queríamos bater o recorde italiano. Conseguimos, agora temos o número mágico de 404 metros", explicou Lukas, insistindo que a gruta é "definitivamente" ainda mais profunda.

"Não sei se é cinco metros ou uma centena de metros, mas a profundidade aumentará" sem dúvida, afirmou.

Lukas afirmou que as medições haviam sido comprovadas com um robô e graças ao comprimento do cabo conectado à máquina a partir da superfície.

O mergulhador polonês Krzysztof Starnawski desceu em 27 de setembro a uma profundidade de 200 metros dentro da caverna e instalou o robô, que continuou descendo até os 404 metros.

Lukas explicou que o projeto é cofinanciado pela sociedade americana National Geographic, que divulgou a notícia na quinta-feira.

As primeiras explorações em Hranicka Propast remontam a 1963.

Dois anzóis encontrados em uma ilha japonesa poderiam ser os instrumentos de pesca mais antigos encontrados até agora, com 23.000 anos, afirmou nesta segunda-feira (19) um grupo de pesquisadores.

Os anzóis foram descobertos em uma gruta no sul da ilha de Okinawa há vários anos, explicou Masaki Fujita, diretor de pesquisas e conservador do Museu da Prefeitura de Okinawa. "Finalmente concluímos que a camada geológica que os abrigava se formou há 23.000 anos", indicou Fujita à AFP.

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Os anzóis foram fabricados a partir de carapaças de caracóis e têm uma antiguidade equiparável à de outros utensílios de pesca similares encontrados em Timor, disseram os pesquisadores em um artigo publicado no periódico americano Proceedings of the National Academy of Sciences (Pnas).

O estudo mostrou que as técnicas avançadas de pesca nesta zona do Pacífico são mais antigas do que se pensava, disse Fujita. "É incrível saber que a técnica de pesca que temos hoje pode ser a mesma que existia nos tempos antigos", afirmaram os pesquisadores.

Um grupo internacional de cientistas afirma ter descoberto um raro tipo de pterossauro no oeste do Canadá. Enquanto a maior parte dos pterossauros - um grupo de répteis voadores pré-históricos -, tem de quatro a oito metros entre as pontas das asas abertas, o novo espécime tem apenas 1,5 metro de envergadura.

De acordo com os autores do estudo, publicado nesta quarta-feira, 31, na revista Open Science, da Royal Society - a academia britânica de ciências -, o novo animal tinha o porte de um gato, enquanto vários dos demais pterossauros tinham o tamanho de uma girafa e, com as asas abertas, alcançavam as dimensões de um pequeno avião.

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O inusitado minipterossauro teria vivido no período Cretáceo Superior, há aproximadamente 77 milhões de anos. Se a descoberta for confirmada, o novo animal terá sido o primeiro pterossauro a ser encontrado na costa oeste da América do Norte. Além disso, segundo os cientistas, é a primeira vez que um conjunto de fósseis tão recente é associado a pequenos pterossauros.

Os pterossauros são os primeiros vertebrados a desenvolver a capacidade de voar e conviveram por cerca de 100 milhões de anos com seus primos distantes, os dinossauros, até que todos fossem extintos no fim do Cretáceo, há 66 milhões de anos. O novo pterossauro, no entanto, viveu há 77 milhões de anos, quando a maior parte dos répteis voadores já havia sido evolutivamente substituída pelas aves, que começaram a se diferenciar dos dinossauros há 165 milhões de anos.

O estudo foi realizado por cientistas da Inglaterra, Estados Unidos e Canadá. Os pesquisadores encontraram fósseis correspondentes a um úmero - um osso do braço -, vértebras dorsais e outros fragmentos. Como os fragmentos eram muito esparsos, porém, os cientistas não quiseram dar um nome ao animal - como é feito com as novas espécies -, porque seria difícil provar com quais outros animais ele teria parentesco mais próximo.

Os fósseis foram localizados em 2009, na ilha Hornby, que fica a cerca de 100 quilômetros de Vancouver, na província canadense de British Columbia. Segundo os autores, os fragmentos foram encontrados por um colecionador e voluntário do Museu Royal British Columbia, que os doou à instituição.

O novo animal pertence à família dos pterossauros Azhdarchidae, um grupo de répteis voadores com asas curtas e desprovidos de dentes, que dominou a fase final da evolução dos pterossauros.

Estudos anteriores sugeriam que os céus no fim do Cretáceo eram ocupados apenas por pterossauros bem maiores, além de aves. A nova descoberta, no entanto, indica que a diversidade desses animais naquele período era maior do que se imaginava.

"(Descobrir) esse novo pterossauro é emocionante, porque isso sugere que os pequenos pterossauros estavam presentes até o fim do Cretáceo e não haviam sido vencidos na competição com as aves", disse uma das autoras do estudo, Elizabeth Martin-Silverstone, que faz seu doutorado em paleobiologia na Universidade de Southampton, na Inglaterra.

"Os ossos dos pterossauros são notoriamente mal preservados e animais maiores parecem ter ficado mais bem preservados em ecossistemas também existentes no fim do Cretáceo na América do Norte. Isso sugere que a preservação de um pequeno pterossauro poderia ser muito rara, mas não necessariamente que eles não existiram", disse Elizabeth.

Pequenos e raros

De acordo com a pesquisadora, mesmo entre os pterossauros maiores do fim do Cretáceo, há uma ausência de registros fósseis de pequenos filhotes, o que seria uma evidência de um viés de má conservação entre os pequenos pterossauros.

"É mais um elemento de um grande conjunto de evidências de que o fim do Cretáceo não foi dominado por espécies gigantes e de que os pterossauros menores podem ter sido bem representados nessa época", afirmou.

"Esse espécime está longe de ser o mais bonito ou mais completo fóssil de pterossauro que veremos, mas ainda assim é um achado emocionante e significativo", disse outros dos autores, Mark Witton, especialista em pterossauros da Universidade de Protsmouth (Reino Unido).

De acordo com Witton, é raro encontrar fósseis de pterossauros porque seus esqueletos são leves e se danificam facilmente depois da morte dos animais. Os pequenos pterossauros são mais raros ainda.

"Mas por sorte, diversos ossos deste animal sobreviveram. Examinando a estrutura interna dos ossos e a fusão de suas vértebras, podemos concluir, apesar do tamanho pequeno, que o animal estava quase completamente maduro. Por isso acreditamos que se trata de uma espécie genuinamente pequena e não de um filhote de uma espécie maior", explicou Witton.

Durante anos, os médicos tiveram acesso a mapas confiáveis ​​do corpo e seus órgãos - circulação sanguínea, sistema digestivo, nervos e similares -, mas sempre com uma frustrante zona cinzenta: o cérebro.

Nesta quarta-feira, uma equipe de neurocientistas, especialistas em computação e engenheiros disseram ter compilado o que "poderia ser o mapa mais preciso até o momento" do espaço misterioso que há entre os nossos ouvidos.

Os pesquisadores descobriram cerca de 100 regiões, não reportadas anteriormente, da camada exterior enrugada do órgão - chamada de córtex cerebral ou massa cinzenta.

"Estes novos conhecimentos e ferramentas devem ajudar a explicar como nosso córtex evoluiu e os papéis das suas áreas especializadas em saúde e doença", disse Bruce Cuthbert, dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos, que cofinanciaram a pesquisa, publicada na revista Nature.

Um dia, eles podem permitir "uma precisão sem precedentes em cirurgias cerebrais", acrescentou.

Por mais de um século, inicialmente usando nada além de conjeturas, os cientistas procuraram delinear as diferentes áreas do cérebro e suas funções.

Em 1800, os chamados "frenologistas" dividiram o órgão em seções que controlam certos sentidos e traços de caráter.

A região responsável pelo "espírito combativo" (destructiveness), por exemplo, pairava em algum lugar acima da orelha, enquanto a área relativa ao "amor paternal" ficava na parte de trás da cabeça, e a da "esperança", no topo.

Esta teoria hoje extinta se tornou desacreditada com o surgimento da dissecação e de outros métodos de análise científica.

Como a astronomia

Em 1909, o neurologista alemão Korbinian Brodmann publicou o que é talvez o mais conhecido mapa do cérebro, baseado na descoberta de que diferentes regiões são constituídas por diferentes tipos de células.

O mapa de Brodmann, que dividiu o córtex cerebral em algumas dúzias de áreas, ainda é utilizado hoje.

Já se sabe há algum tempo aproximadamente quais regiões controlam os movimentos voluntários musculares, a linguagem, a visão, o som e os aspectos da personalidade, por exemplo.

Mas os cientistas ainda discordam sobre quantas regiões do cérebro existem - e mais ainda sobre o que cada uma delas faz.

Antes do novo mapa, havia 83 áreas conhecidas em cada metade do cérebro - um número que agora aumentou para 180, segundo a equipe de pesquisadores.

A descoberta foi possível graças à combinação de dados de diferentes métodos de registro de imagens usados ​​para estudar os cérebros de 210 adultos.

Os pesquisadores então testaram seu novo software em um outro grupo de 210 adultos, e descobriram que ele era capaz de identificar com precisão as regiões mapeadas nos cérebros deles também, apesar da variabilidade individual.

"A situação é análoga à astronomia, onde telescópios terrestres produziram imagens relativamente borradas do céu antes do advento da óptica adaptativa e dos telescópios espaciais", disse o autor do estudo Matthew Glasser, da Faculdade de Medicina da Universidade de Washington no Missouri.

Um vídeo sobre a pesquisa pode ser visto no link https://www.youtube.com/watch?v=UHDfvfYCY0U

O maior exoplaneta (planeta fora do sistema solar) já descoberto gira em torno de duas estrelas, a uma distância que faz com que seja potencialmente habitável, anunciaram cientistas na segunda-feira.

A equipe de astrônomos da Nasa que fez a descoberta usando o telescópio orbital americano Kepler anunciou as conclusões na conferência da Sociedade Astronômica Americana, que acontece nesta semana em San Diego, no estado da Califórnia.

Este exoplaneta circumbinário (que orbita duas estrelas) e gasoso do tamanho de Júpiter, batizado Kepler-1647b, também conta com a maior órbita para este tipo de planeta, girando em torno a essas duas estrelas em 1.107 dias, ou pouco mais que três anos terrestres.

Trata-se do 11º exoplaneta circumbinário descoberto desde 2005. Estes planetas são às vezes chamados de "Tatooines", em referência ao planeta onde cresceu o personagem Luke Skywalker, da saga Star Wars.

O Kepler-1647b está mais afastado das suas duas estrelas do que qualquer outro planeta circumbinário conhecido, em uma órbita que "o coloca dentro da chamada zona habitável", segundo um comunicado da Universidade Estatal de San Diego.

Em teoria, isso significa que o planeta não é nem muito quente, nem muito frio para ser habitável para humanos e para que possa existir água em estado líquido. Porém, tratando-se de um planeta gasoso, é pouco provável que a vida possa se desenvolver nele, mas esta poderia surgir possivelmente em alguma das suas luas.

O Kepler-1647b tem 4,4 bilhões de anos de idade e se encontra na constelação de Cygnus, a 3.700 anos-luz (um ano-luz equivale a 9,4 trilhões de quilômetros) da Terra. As duas estrelas são similares ao sol, sendo que uma delas é ligeiramente maior e a outra um pouco menor que o nosso astro, informaram os astrônomos, cuja descoberta foi aceita para ser publicada na revista científica Astrophysical Journal.

Os cientistas conseguem detectar os exoplanetas quando estes passam na frente das suas estrelas, o que provoca uma diminuição passageira da luminosidade. Este fenômeno, chamado de trânsito astronômico, permite deduzir a massa do planeta e a distância a que ele está da sua estrela.

"Mas encontrar exoplanetas circumbinários é muito mais difícil", disse William Welsh, astrônomo da Universidade Estatal de San Diego e um dos autores da descoberta. "A passagem do planeta diante das duas estrelas não é regularmente espaçada e portanto sua duração pode variar", afirmou Welsh.

Uma vez que um candidato a exoplaneta é descoberto, os astrônomos utilizam sofisticados programas informáticos para determinar se efetivamente se trata de um planeta, um processo que pode ser longo e difícil.

O astrônomo Laurance Doyle, do Instituto SETI - cuja missão é "buscar inteligência extraterrestre" - observou o trânsito do Kepler-1647b pela primeira vez em 2011.

Os cientistas levaram, porém, vários anos coletando e analisando dados adicionais para confirmar que se tratava, de fato, de um exoplaneta circumbinário.

Pesquisadores colombianos encontraram três tumbas de mais de 2000 anos de antiguidade, do período chamado "Marrón Inciso", durante uma escavação no município de Itagüí, departamento de Antioquia, afirmaram responsáveis pelo projeto. "A primeira descoberta foi feita no último 16 de maio", disse à AFP o arqueólogo Juan Pablo Diez.

"Recuperamos duas urnas funerárias. Uma delas servia de cobertura para a outra, e na outra provavelmente há restos de ossos humanos cremados", afirmou o pesquisador. Os arqueólogos foram contratados pelas autoridades locais para monitorar a zona onde um parque está sendo construído, visto que já se sabia há vários anos da existência de vestígios históricos no local.

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Diez afirmou que a partir da primeira sepultura foram encontradas "outras duas tumbas", além de oferendas que estavam "enterradas em volta como um processo ritual, o que nos permite concluir que estamos diante de um sítio pré-hispânico".

A descoberta é "muito importante para o município de Itagüí (...) porque pertence a um período chamado 'Marrón Inciso', com cerca de 2000 anos de antiguidade", afirmou o pesquisador.

As tumbas foram construídas através da perfuração de um poço no solo, de um ou dois metros de profundidade, no qual é depositada a urna funerária, às vezes com oferendas ao redor e "seladas com uma laje de pedra talhada das mesmas formações geológicas da zona", completou Diez.

Os objetos e restos encontrados serão submetidos a diversas provas de laboratório para sua datação e análise estilística e funcional, que permitirão realizar um relatório científico e iniciar o processo de divulgação.

Diez acrescentou que está sendo estudada a possibilidade de criar um museu arqueológico na zona e de conservar alguma das tumbas no local para facilitar a compreensão dos visitantes sobre o valor social, histórico e arqueológico da descoberta.

Paleontólogos encontraram nos Estados Unidos uma nova espécie de dinossauro, com quatro chifres, que viveu há 77 milhões de anos. A descoberta, que foi feita no parque nacional de Grand Staircase-Escalante National Monument, no estado de Utah, no oeste do país, foi revelada nesta quarta-feira (18) na revista científica americana PLOS One.

Este herbívoro, que deve ter medido entre seis e oito metros de altura e pesado entre uma e duas toneladas, foi batizado de 'Machairoceratops cronusi'. Os cientistas autores da publicação afirmaram que é muito pouco comum encontrar fósseis desta família de dinossauros nesta região dos Estados Unidos. Geralmente, são encontrados em estados mais ao norte, como Alasca e Montana, ou no Canadá.

Este dinossauro, do período Cretáceo (entre 145,5 milhões e 65,5 milhões de anos atrás), evoluiu em uma parte do continente norte-americano chamada Laramidia, que era então separada pelo mar do resto do que é hoje a América do Norte.

O crânio fossilizado encontrado é diferente dos de outros dinossauros da mesma família que foram encontrados no norte desta região, o que sugere que estes dinossauros viviam em duas regiões separadas e constituíram dois subgrupos que evoluíram de maneiras distintas, explicam os paleontólogos.

Os dinossauros desta família, chamados 'Centrosaurine ceratopsids', tinham chifres, bicos e carapaças para proteger seu pescoço.

"O Machairoceratops é único entre os Centrosaurines, porque tinha também dois grandes chifres curvos atrás da cabeça que apontavam para baixo e formavam parte da carapaça óssea protetora do seu pescoço", afirmou em um comunicado Erik Lund, cientista da Universidade de Ohio e autor principal do trabalho sobre esta descoberta.

Um grupo de cientistas americanos descobriu que a aparente atração do vírus zika por neurônios em formação é resultado de sua capacidade para sequestrar uma proteína encontrada na superfície das células-tronco neurais, usando-a como porta de entrada para a infecção. Segundo os autores, danos nesse tipo de células são coerentes com vários dos sintomas associados à zika nos fetos em desenvolvimento - incluindo a microcefalia.

O estudo, cujos resultados foram publicado nesta quarta-feira, 30, na revista Cell Stem Cell, foi liderado por cientistas da Universidade da Califórnia em São Francisco (Estados Unidos).

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A proteína AXL - um receptor normalmente envolvido na divisão celular - é altamente abundante na superfície das células-tronco neurais que dão origem aos tecidos do córtex, mas não em neurônios de um cérebro já desenvolvido, segundo o artigo. Essas células-tronco capazes de produzir a proteína AXL, dizem os autores, só estão presentes no organismo durante o segundo trimestre e gravidez.

Os pesquisadores, no entanto, afirmam que a descoberta é um passo importante, mas ainda não fornece uma explicação conclusiva sobre como a zika seria capaz de causar a microcefalia. "Ainda que não seja de maneira alguma uma explicação completa, acreditamos que a expressão de AXL por esse tipo de célula é uma importante pista para descobrirmos como o vírus zika é capaz de produzir casos tão devastadores de microcefalia. Os resultados se encaixam perfeitamente nas evidências disponíveis", disse o autor principal do estudo, Arnold Kriegstein, diretor do Centro de Pesquisa em Medicina de Regeneração Células-Tronco Eli and Edythe Broad.

"O AXL é o único receptor que tem sido associado à infecção por zika, por isso agora precisamos passar a fase da 'culpa por associação' e demonstrar que bloquear esse receptor específico pode prevenir a infecção", Kriegstein.

Uma nova espécie de rã, descoberta por pesquisadores na Serra do Japi, em Jundiaí (SP), canta e dança para se comunicar. A Hylodes Japi - a rãzinha-da-correnteza - foi descrita pela primeira fez por Fábio Perin de Sá e Célio Haddad, do Instituto de Biociências (IB) da Universidade Estadual Paulista (Unesp), do câmpus de Rio Claro, na revista científica PloS One.

Os pesquisadores estudaram o anfíbio durante três anos e concluíram que a rãzinha-da-correnteza é uma variação totalmente desconhecida de sua família biológica, a Hylodidae.

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A pesquisa, realizada com apoio da Base Ecológica, mantida na Reserva Biológica Municipal de Jundiaí, apontou que a nova espécie só ocorre na Serra do Japi. "Acredito que ela tem muito a contribuir com a preservação desse importante remanescente da Mata Atlântica brasileira", disse o pesquisador Fábio Perin de Sá.

A forma de se reproduzir da rã chamou a atenção, pois ela deposita ovos dentro de uma câmara subaquática construída no leito de riacho. A Serra do Japi tem mais de 30 espécies de anfíbios, porém, o mais curioso são os aspectos comunicacionais da espécie.

Outros estudiosos também atuaram na pesquisa, que constatou de vocalizações a carícias entre machos e fêmeas. A rãzinha emite diferentes tipos de sons e sinais visuais, como impulsos com os braços e balanço do corpo, para atrair a atenção da fêmea e também para afugentar as rãs rivais.

Sedução

O ritual de sedução vai desde os sinais à distância até a aproximação dos bichos e o "sim" da fêmea com toques dos braços sobre os pés do macho. Segundo o estudo, alguns comportamentos das fêmeas, estimulando os machos, são um registro inédito entre as rãs.

A nova espécie tem listras laterais oblíquas, dorso com manchas escuras e ventre de cor clara. Os machos adultos têm sacos vocais laterais emparelhados e expandidos. "Descobrimos que os machos usam seus sacos vocais duplos para sinalizar, provavelmente, melhorando sua performance durante a comunicação", diz Fábio Sá.

No total, os pesquisadores identificaram 18 comportamentos, com funções diversas, na nova rã.

Cientistas alemães atingiram nesta quarta-feira outro marco em sua pesquisa sobre energia limpa a partir da fusão nuclear com testes com hidrogênio em um reator apelidado por alguns de "sol artificial".

A chanceler alemã, Angela Merkel, testemunhou o início deste novo teste - após o lançamento em dezembro de testes com hélio. Desta vez, os físicos conseguiram que a colossal máquina Wendelstein 7-X superasse uma segunda etapa criando um plasma com hidrogênio.

O objetivo é desenvolver uma nova fonte de energia gerada pela fusão de núcleos, que ocorre naturalmente no coração do sol e na maioria das estrelas. O método consiste em submeter átomos de hidrogênio a temperaturas de até 100 milhões de graus Celsius para exigir a fusão de seus núcleos, gerando assim energia.

A energia da fusão nuclear é vista como o Santo Graal da energia limpa, apresentada como ilimitada. Ela também não apresenta os perigos associados à energia nuclear, com os seus problemas de segurança e sua resíduos radioativos que duram milhares de anos. Vários países já entraram na corrida para a construção de um reator, como o projeto de Reator Experimental Internacional (Iter).

O Iter, cuja sede está localizada no sul da França, construiu um tokamak, máquina em forma de anel que permite a fusão nuclear. Mas, penalizado por problemas técnicos e de custo, o Iter ainda tem de conduzir sua primeira experiência quase dez anos após o lançamento do projeto.

Os destroços relativamente bem preservados de um velho barco de 18 metros de cerca de 4.500 anos foram desenterrados na necrópole das pirâmides de Abusir perto do Cairo - anunciou nesta segunda-feira a equipe de arqueólogos checos por trás desta "descoberta notável".

Este barco, enterrado em uma cama de pedras perto de uma Mastaba - sepultura que tradicionalmente abrigava notáveis do Egito Antigo - deve "pertencer ao dono do túmulo, uma personalidade de altíssimo escalão", comentou em comunicado do ministério de Antiguidades o checo Miroslav Barta, que chefia a missão.

Abusir, a cerca de 20 quilômetros ao sul do Cairo, é um sítio arqueológico que contém pirâmides de vários faraós, mas em um tamanho muito menor do que as de Gizé, no subúrbio da capital egípcia.

Como a sepultura "não está localizada imediatamente ao lado de uma pirâmide real, o proprietário do túmulo provavelmente não era um membro da família real", continuou o texto, evocando uma "descoberta notável (...) que contribuirá para compreender" técnicas de construção de barcos no antigo Egito e "seu lugar nos ritos funerários".

"Porque onde há um barco, pode muito bem haver muitos outros", comemorou Barta, do Instituto Tcheco de Egiptologia, que previu novas escavações na área.

"Mesmo que o barco esteja localizado a cerca de 12 metros do Mastaba ( ... ), sua orientação, tamanho e cerâmicas mostram que existe uma ligação clara entre esta tumba e o barco, os dois datando do final do terceiro ou no início da quarta dinastia, ou 2.550" do período pré-cristão, explicou o comunicado do ministério.

"As pranchas de madeira foram mantidas juntas por estacas de madeira que ainda são visíveis em sua posição original", disse o departamento de Antiguidades. "De forma extraordinária, a areia do deserto que cobriu os materiais vegetais conservados que foram cobertas juntas" e "algumas das cordas que seguravam a estrutura do barco ainda estão no lugar", disse.

Um planeta gigante até então desconhecido, chamado Planeta Nove, pode ter sido descoberto nos confins do Sistema Solar, anunciaram cientistas americanos nesta quarta-feira. 

"O objeto tem massa cerca de 10 vezes maior do que a da Terra e segue uma órbita extravagante e alongada, na periferia do Sistema Solar", aponta a pesquisa, da CalTech University, divulgada pela publicação especializada Astronomical Journal. "De fato, este novo planeta levaria de 10 mil a 20 mil anos para completar a órbita em torno do Sol."

Os pesquisadores Konstantin Batygin e Mike Brown descobriram o planeta graças a simulações de computador e modelos matemáticos, mas não observaram o objeto diretamente. O corpo celestial tem cerca de 5 mil vezes a massa de Plutão, catalogado desde 2006 como um planeta-anão do Sistema Solar.

"A nova descoberta pode ser o verdadeiro nono planeta", indicou o professor Brown. "Ainda falta descobrir grandes partes do nosso Sistema Solar, é muito emocionante", assinalou.

Uma nova espécie de peixe, denominada Bryconops munduruku, foi encontrada no igarapé Açu, situado na Floresta Nacional do Tapajós e pertencente à bacia do rio Tapajós, próximo ao município de Aveiro (PA). Resultado de trabalho dos professores da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), a descoberta foi publicada, por meio de artigo científico, na edição de maio do jornal internacional Zootaxa, publicação referência em taxonomia animal. As informações foram divulgadas no site da Ufopa.

A pesquisa está sendo desenvolvida pelo biólogo Cárlison Silva de Oliveira, egresso do Programa de Pós-Graduação em Recursos Aquáticos Continentais Amazônicos (PPG-RACAM) da Ufopa, para sua dissertação de mestrado, intitulada “O estudo da ictiofauna em igarapés nos sistemas de drenagem na Floresta Nacional do Tapajós”. Defendida em 2014, a dissertação contou com a orientação do professor Frank Raynner Ribeiro e coorientação do docente André Luiz Canto, ambos vinculados ao Instituto de Ciências e Tecnologia das Águas (ICTA). A descrição taxonômica da nova espécie - que pode ser endêmica da bacia do rio Tapajós - foi realizada em conjunto pelos três pesquisadores.

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Segundo Cárlison Oliveira, o nome da espécie faz alusão aos indígenas da etnia Munduruku, que se estabeleceram na margem direita do rio Tapajós e deram origem ao município de Aveiro. “É uma espécie de pequeno porte, encontrada até agora em apenas um igarapé que drena para o rio Tapajós”, explica. “O maior indivíduo encontrado mediu 9,5 cm.”

O pesquisador explica que a dissertação de mestrado não focou apenas na parte taxonômica, mas também na ecologia dos igarapés. “A proposta inicial era realizar um levantamento da ictiofauna nos igarapés da Flona Tapajós, já que não existia nenhum tipo de estudo sobre a ictiofauna e sim de outros grupos de flora e fauna, que não contemplavam os peixes.”

As coletas realizadas nos igarapés da Flona Tapajós também permitiram a descoberta de outras novas espécies de peixes, que serão descritas futuramente. “Fizemos coletas em 22 igarapés, interligados às bacias dos rios Tapajós, Curuá-Una e Cupari. São três sistemas de drenagem diferentes”, explica. No levantamento realizado pelos pesquisadores da Ufopa foram identificadas 117 espécies de peixes. “É o maior registro que se tem para um estudo em igarapés na região. Isso mostra a alta diversidade de espécies de peixes em igarapés situados em uma unidade de conservação”.

A Floresta Nacional do Tapajós é uma importante unidade de conservação da natureza localizada na Amazônia, mais precisamente às margens do Rio Tapajós, na região do Estado do Pará. Criada em 1974, é a unidade de conservação federal na categoria de floresta nacional que mais abriga pesquisa científica no país – 65 pesquisas em 2013 (SISBIO, 2014). Com aproximadamente 527.000 hectares – mais de 160 quilômetros de praias – a unidade apresenta grande diversidade de paisagens: rios, lagos, alagados, terra firme, morros, planaltos, floresta, campos e açaizais.

 

 

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