Tópicos | Dia Internacional da Mulher

 A  Prefeitura do Recife (PCR) lançará, o Programa Qualifica Pré-Natal, nesta terça (1), às 14h, para celebrar o dia das mulheres. A iniciativa visa a redução da mortalidade materna no contexto da pandemia da Covid-19 através da qualificação dos profissionais da Rede Municipal de Saúde. O evento acontecerá no Auditório Capiba, no Edifício-sede da Prefeitura, e também será transmitido no canal do YouTube (https://www.youtube.com/user/prefrecife). Além disso, a prefeitura do Recife incluirá na programação de março a circulação de dois mamógrafos móveis, que permitirão a oferta de 3.420 vagas para realização de mamografia em 43 ações em diversos bairros da cidade. 

O Qualifica Pré-Natal Recife  é um projeto para o desenvolvimento de ações estratégicas de apoio à gestação, pré-natal e puerpério, com vistas ao enfrentamento da Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional decorrente da pandemia do novo coronavírus. O projeto contará a participação de enfermeiras obstetras, contratadas para desenvolver o trabalho com mais de 100 equipes nas unidades de saúde do Recife, no intuito de reduzir os riscos no período da gestação e do pós-parto no contexto da pandemia de covid-19.

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Também estará disponível ações de suporte no acompanhamento pelo Atende em Casa e telessaúde, com busca ativa de gestantes positivas para Covid-19; ampliação do vínculo entre a gestante e as maternidades; monitoramento e acompanhamento qualificado das gestantes com Covid-19 e suspeita clínica por meio de apoio obstétrico; e apoio clínico assistencial para as equipes de Atenção Básica à Saúde e um Curso de Qualificação do Pré-Natal nas Unidades Básicas de Saúde do Recife para mais de 200 profissionais. 

Estará disponível 80 vagas para o exame de mamografia, (metade pela manhã e outra metade à tarde) em cada local onde o mamógrafo móvel estará, exceto no dia 12 de março, quando serão disponibilizadas 60 vagas. Para realização do exame, será necessário agendamento, no dia terá que, levar documento de identificação, cartão do Sistema Único de Saúde (SUS) e comprovante de residência.

No espaço onde é realizado o exame, é obrigatório o uso de máscara e o respeito ao distanciamento físico. O resultado sai em até 30 dias, na própria unidade onde o caminhão permaneceu ou na mais próxima do ponto da ação. 

Em pleno Dia Internacional da Mulher, celebrado nessa segunda-feira (8), a vereadora Camila Valadão (PSOL) teve sua roupa criticada durante sessão extraordinária na Câmara de Vitória, no Espírito Santo. Em uma tentativa de constrangê-la logo no início do rito, o vereador bolsonarista Gilvan da Federal (Patriota) insinuou que a blusa com um dos ombros à mostra desrespeitava o regimento da Casa.

“Algumas considerações sobre o regimento interno. Creio que os vereadores aqui têm que estar com traje formal. E, na minha opinião, a vereadora não está com traje formal para a sessão”, apontou Gilvan, que também questionou um adesivo fixado na roupa de Camila. “Quem quer respeito, se dá o respeito”, complementou.

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Na ocasião, a psolista assumia posição de destaque na mesa como vice-presidente, em homenagem simbólica às mulheres. “Não vejo nada e nenhum motivo pelo qual eu não possa usar. Aliás, vereadores, já estive com essa blusa em várias sessões e em nenhum outro momento houve comentário sobre a minha roupa. Curioso que isso aconteça no Dia Internacional da Mulher”, respondeu.

Sobre o adesivo, a vereadora defendeu-se com a garantia de manifestação individual e rebateu que Gilvan assumia a mesma postura ao usar sua máscara personalizada. O uso de pronomes neutros na sessão também foi questionado por representantes da ala conservadora.

Camila Valadão ainda deve se reunir com a assessoria jurídica para discutir se uma queixa contra Gilvan da Federal será protocolada.

Nesta segunda-feira (8) é comemorado o Dia Internacional da Mulher. A luta feminina, de sempre buscar soluções para viver em um mundo de respeito e igualdade, também se torna gigante quando são retratadas no universo cinematográfico. Para celebrar a data, o LeiaJá selecionou três filmes que destacam a força de mulheres inspiradoras e empoderadas.

Erin Brockovich - Uma Mulher de Talento

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Em abril de 2000, a história da batalhadora Erin Brockovich encantou espectadores nos cinemas mundo afora. A personagem vivida pela atriz Julia Roberts trabalhava em um escritório de advocacia quando pediu para ficar à frente de um caso, onde passou a descobrir que processos relacionados à contaminação de água no deserto foram arquivados. Determinada, Erin mobiliza diversas pessoas a serem indenizadas, convencendo todas elas a cooperarem com a ação. O filme deu para Julia o Oscar de Melhor Atriz.

A Tenente de Cargil

Baseado em fatos reais, o filme A Tentente de Cargil aborda os sonhos e desafios da jovem Gunjan. Após descobrir sua paixão pela aviação, a protagonista passa por maus bocados a decidir entrar para a Força Aérea Indiana. Cercada pelo machismo, Gunjan busca nos ensinamentos do pai a não desistir dos seus objetivos, fazendo dos obstáculos degraus para suas conquistas. Gunjan é escalada para voar em uma zona de combate durante a Guerra de Cargil, se tornando então a primeira mulher a pilotar um avião durante a missão. O longa-metragem estreou na Netflix em 2020.

Um Sonho Possível

Sandra Bullock ganhou o Oscar de Melhor Atriz pela atuação em Um Sonho Possível. A personagem Leigh Anne Tuohy abre as portas de sua casa para abrigar o jovem Michael (Quinton Aaron), após ver que o rapaz não tem onde morar. Filho de uma mãe viciada em drogas, Michael vê em Leigh uma imagem de aconchego, passando a contar com ela para viver os seus sonhos. Vivendo sob a proteção da designer, o rapaz mais tarde se torna um astro do futebol americano, deixando Leigh orgulhosa pela sua trajetória, principalmente pelos exemplos que passou para ele.

Fotos: Divulgação

Ainda quando se imagina quem comanda um clube de futebol, a imagem costuma ser a de um homem com mais de 50 anos e de semblante sério, típico cartola dos tempos passados. No Brasiliense isso não é assim. O time da capital federal ganhou no mês passado a Copa Verde e é presidido por uma jovem de 24 anos que já se vestiu de mascote, pintou o cabelo para celebrar conquistas e é amiga dos jogadores. Luiza Estevão dirige há cinco anos o clube e neste Dia Internacional da Mulher é um exemplo do quanto elas ganham cada vez mais espaço no futebol, num caminho sem volta.

Luiza assumiu em 2016 o time criado em 2000 pelo pai, o ex-senador Luiz Estevão. Apesar de ter cinco irmãos mais velhos, foi ela a escolhida para cuidar do Brasiliense. "Meu pai sempre viu que eu tinha jeito para enxergar o jogo e para entender de gestão. Eu virei diretora do clube aos 19 anos. Antes disso, já pensava em atuar no futebol", disse ao Estadão.

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Atualmente, ela está no cargo de vice-presidente do Brasiliense e cursa o último semestre da faculdade de Psicologia. O pai, Luiz Estevão, está afastado do futebol desde 2016 após condenação por fraude na construção do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de São Paulo, acusado de desviar R$ 169 milhões na execução da obra da sede do tribunal na década de 1990. Atualmente, ele cumpre prisão domiciliar por causa da covid-19. Ainda assim, o vínculo entre o ex-senador e o clube é tão relembrado no futebol que causa situações curiosas.

Anos atrás, um time foi utilizar a estrutura do Brasiliense para treinar. Um dirigente chegou ao local e, ao encontrar Luiza no comando, perguntou pelo pai dela: "Cadê o homem do clube?". Bem humorada, a dirigente respondeu: "O homem do clube sou eu". Em fevereiro, a equipe estava em Belém para disputar a final da Copa Verde contra o Remo e quem encontrava a delegação geralmente se confundia. Os cumprimentos de "bom dia, presidente" não eram para Luiza, mas sim para algum homem ao seu lado.

Bem humorada, a cartola do Brasiliense não se sente ofendida por essas situações. "No começo, eu enfrentei mais preconceito. Não tanto por ser mulher, mas por ser jovem. Alguns achavam que eu era uma criança. Não foi fácil. Dentro do clube, sempre tive muito respeito e consegui também mostrar meu trabalho e valor", afirmou. Desde que assumiu o cargo, a equipe conquistou dois títulos.

Luiza acompanha todos os treinos do time e viaja sempre com o elenco para os jogos. Após o título da Copa Verde, ela entrou na brincadeira com o elenco. Os atletas jogaram a dirigente para o alto na comemoração de campo e fizeram com que Luiza topasse um desafio. Para comemorar o título, alguns jogadores mudaram a cor do cabelo. A vice-presidente aceitou descolorir também algumas de suas mechas.

"Algumas vezes, tentei ser uma dirigente séria, mas não posso fingir que tenho 50 anos e sou ranzinza. Eu gosto de brincar e isso ajuda a ser mais próxima dos jogadores e a ter resultados. Costumo dizer que eu e o elenco somos crianças que ainda gostam de jogar bola", comentou a dirigente. Bastante ativa nas redes sociais, ela até já vestiu a roupa de jacaré, a mascote do clube de Brasília.

O trabalho no Brasiliense faz Luiza receber várias mensagens de outras garotas interessadas no futebol. Algumas sonham até mesmo em ser dirigentes. Na opinião dela, o segredo para um clube ter sucesso é pagar os jogadores em dia, ter coesão no trabalho e nas decisões e fazer contratações certeiras. Ela garante que seu pai não apita nada em sua gestão.

Um dos jogadores trazidos recentemente para o Brasiliense é admirador do trabalho da dirigente. O atacante Zé Love foi campeão da Copa Libertadores pelo Santos ao lado de Neymar e defende o time da capital desde 2019. "O futebol não está mais como antigamente, tão machista. Hoje se abriu o leque", disse o jogador de 33 anos. "A Luiza tem idade próxima à de vários jogadores, então isso facilita a convivência. Ela está sempre muito presente nos treinos, conversa com todos. Por ser jovem, se dá muito bem com os atletas e dá liberdade para todos nós", explicou Zé Love.

Os atletas recém-chegados demoram a se acostumar com a presença de uma mulher no comando. Mas é assim que é. Alguns até se sentem intimidados em falar palavrões ou fazer brincadeiras na presença da cartola. Porém, logo se soltam e entendem que no entender dela, um ambiente de liberdade é mais positivo para o futebol. Tira a pressão também.

Revelado pelo Fluminense, o volante Radamés está há três anos no Brasiliense e afirma que se um dia quiser trabalhar em outro time, Luiza tem capacidade para fazer uma boa gestão. "Há muito preconceito no futebol. As pessoas até podem duvidar da Luiza, mas quem convive com ela, vê como ela trata as pessoas e é correta. Ela consegue se impor sem ser 'durona' e é capaz de gerir de maneira simples um clube que tem 35 jogadores homens. Ela é muito equilibrada e inteligentíssima", disse. O Brasiliense é sediado em Taguatinga (DF). O time disputa o Campeonato Brasiliense e a Série D do Campeonato Brasileiro.

Apesar da luta histórica das mulheres por igualdade, a presença feminina em postos de liderança e em áreas de destaque, como a ciência e a política, ainda é menor que a masculina.

De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), atualmente, elas são cerca de 54% dos estudantes de doutorado do Brasil. Mas tanto aqui como no resto do mundo, essa participação varia de acordo com a área do conhecimento. Nas ciências da saúde, por exemplo, as mulheres são maioria (mais de 60%), mas nas ciências da computação, engenharia, tecnologia e matemática elas representam menos de 25%, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU).

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Globalmente, ainda de acordo com a ONU, menos de 30% dos pesquisadores e cientistas são mulheres.

Para a dermatologista Valéria Petri, primeira médica a detectar o HIV no Brasil, em 1982, as mulheres são sinônimo de coragem e força. Elas não costumam desistir, não recusam desafios e estão sempre dispostas a mostrar seu valor.

"Tem o 8 de março que faz as pessoas dizerem assim: ah eu adoro as mulheres. É? Não diga. Tem o 8 de março que aparecem as mulheres que tem a coragem que eu nunca tive. Vou te dizer que coragem elas têm. Elas acordam às 4h da manhã, pegam um transporte, dois transportes, ou três e chegam no trabalho. Seja o que for que ela for fazer, ela está gostando do que ela faz, ela capricha. Ela se diverte, ela se sente bem e ela mostra o que ela é mesmo. Uma pessoa que contribui com a humanidade. É isso que é a mulher”, afirma a médica.

Valéria relembra que, no surgimento dos primeiros casos de HIV no Brasil, a síndrome foi tratada, a princípio, com preconceito, principalmente entre alguns médicos homens. "Eu não recuso, nem as mulheres recusaram. As mulheres não recusaram. Agora, os homens da época ficaram até bravos comigo quando eu mandava pacientes para serem examinados em outras áreas. Alguns diziam: você não me manda estes pacientes porque eu não quero. Por que? Porque para os homens é mais difícil lidar com a transgressão”, afirma.

Mesmo atuando em ambulatórios, Valéria conta que sempre se interessou pela pesquisa científica e pela publicação de seus estudos em livros e revistas da área de saúde.

"Pesquisa é o que a gente faz o tempo todo. Quando você examina um paciente, você precisa saber tudo a respeito daquele caso, você vai procurar. Enquanto eu não resolvesse, eu não sossegava. Depois você se entusiasma para publicar os casos porque é parte do dever acadêmico. Você participa das reuniões científicas, você se relaciona com as pessoas no nível nacional e internacional. Eu fui fazendo isso como um processo natural mesmo, e eu precisava vencer. Porque eu não ia desistir no caminho”, conta.

Depois da descoberta na década de 80, a médica ganhou prestígio internacional, publicou vários livros e chegou a ocupar o cargo de vice-reitora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), instituição da qual ela é professora titular desde 1996.

Mulheres no esporte

A presença de mulheres em rotinas pesadas de treinos e competições é um fenômeno recente. Ao longo da história, o mito da fragilidade feminina ficou para trás e elas passaram a conquistar destaques, medalhas e pódios, tanto no nível do esporte amador quanto profissional.

É o caso da ex-ginasta Laís Sousa, que ficou internacionalmente conhecida com suas acrobacias e saltos ao fazer parte da equipe de ginástica artística brasileira.

O esporte chegou para a paulista de Ribeirão Preto de forma inesperada, quando ela tinha 4 anos. "Eu fui fazer uma visita onde o meu irmão fazia judô e, bem do lado, tinha um ginásio de ginástica e eu acabei me apaixonando e as meninas lá pulando, fazendo mortais, fazendo coreografia e eu me empolguei. Achei legal, me passou uma sensação de liberdade. Foi assim que a ginástica surgiu na minha vida.”

Aos 15 anos ela representava o Brasil em sua primeira Olimpíada, em Atenas, na Grécia. Depois disso veio outra participação, em Pequim, na China, em 2008. Em 2014, Laís sofreu um acidente quando se preparava para as Olimpíadas de Inverno de Sochi, na Rússia, onde competiria no esqui. A ex-ginasta ficou tetraplégica.

A nova condição mudou totalmente a vida de Laís. "A sensação que eu tenho é que eu vivia dentro de uma casquinha de ovo, feita para fazer aquele tipo de repetição dentro do ginásio, de correr atrás de um corpo perfeito, de séries, coreografias perfeitas e, de repente, eu me vejo sem os movimentos, voltando para um bairro totalmente pobre na cidade onde eu nasci”, conta.

Hoje, ela ministra palestras e fala de suas experiências - tanto no esporte como fora dele - a um público diversificado. Para Laís, ser mulher é lidar com desafios diários e vencer obstáculos sem se calar.

"A gente está conquistando [espaço] pouco a pouco. Tem bastante pra comemorar, mas ainda têm mulheres que, com essa pandemia, estão apanhando em casa. Cada minuto que passa tem uma mulher que está sofrendo algum tipo de maus tratos. Então, acho que a gente não pode relaxar em nenhum momento”, afirma.

No mês de março, a Associação dos Advogados de São Paulo (AASP) promove um evento on-line com diversos debates sobre pautas feministas e do cotidiano de advogadas. A inscrição para a maioria das palestras é gratuita e pode ser realizada através do site da organização.

Com a proposta de provocar uma reflexão, atualização e motivação sobre as questões de equidade de gênero, o Mês da Mulher da AASP será realizado dia 8 até 31 de março. Neste ano, o evento traz como destaque a professora Eunice Prudente, secretária de Justiça de São Paulo, que fará palestra sobre o tema "Feminismo na Construção do Estado Democrático de Direito”.

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Segundo Viviane Girardi, presidente da AASP, “os cursos, palestras e eventos temáticos foram pensados para promover conhecimento e reflexão sobre as questões que afetam as mulheres na vida profissional e no cotidiano”. A programação conta com: cursos para proporcionar a atualização técnica; webinars e debates que fomentam a reflexão sobre gênero e equidade; palestras com foco em motivação e empoderamento; e workshops para aprimorar habilidades.

Girardi ainda aponta para a preocupação com a conquista da igualdade de gênero na associação, uma vez que advogadas representam 49% da advocacia no país e mesmo assim têm dificuldade de alcançar postos de liderança. A grande maioria se concentra em escritórios de médio porte em cargos assalariados. Quando sócias, apenas 29% das posições são ocupadas. Dados se mantém desde 2006.

“Nosso objetivo é promover o debate abordando a participação feminina, porque precisamos que a representatividade que já temos na AASP se expanda para o mercado”, completa Girardi.

Ainda em março, outros dois eventos serão promovidos: o debate sobre Direito Tributário e desigualdade de gênero e a aula magna que tratará da mulher e a isonomia salarial, com a ministra Maria Cristina Peduzzi, presidente do Tribunal Superior do Trabalho.

Programação

De 15 a 19 demarço, serão realizados bate-papo sobre a presença feminina na área de tecnologia, com especialistas em blockchain, proteção de dados e startups. O encontro segue com uma palestra sobre técnicas de psicologia positiva para empoderamento e outra abordando os desafios e os caminhos para a liderança feminina, com Ruth Manus; e se encerra com um curso de processos coletivos.

No dia 23, Daniela Klaiman fala sobre tendências na palestra “O futuro do trabalho é feminino”. Um workshop de criatividade para inovação profissional será realizado no dia 25, enquanto as palestras sobre gestão emocional e empreendedorismo num mundo em transformação poderão ser conferidas nos dias 29 e 31.

Destaques da programação do Mês da Mulher

Dia 8: 19 h – Palestra sobre “Feminismo na Construção do Estado Democrático de Direito”

Eunice Prudente (secretária de Justiça da cidade de São Paulo)

Dia 9: 9 h – Debate “O poder dos movimentos para o empoderamento feminino

e a luta pela igualdade de gênero”

Danyelle Galvão e Dora Cavalcanti (União das Mulheres Advogadas) Monize Crepaldi (FemiJuris)

Juliana Marques Kakimoto (Jurídico de Saias)

Dia 9: 17 h – Bate Papo sobre Maternidade e Empreendedorismo

Jaqueline Lamente - B2mamy

Alliny Burich - Comissão de Mediação do IBDFAM

Mediadora: Flávia H. Clito Fornaciari Dórea

Dia 11: 17 h – Debate “Direito Tributário e desigualdade de gênero”

Com Tathiane Piscitelli e Raquel Preto Mediador: Mário Luiz Oliveira da Costa

Dia 11: 19h15 - Curso de falências: Principais alterações da Lei de Falências e

Recuperações Judiciais; conciliação e mediação no Direito Concursal

Fátima Cristina Bonassa

Silvia Rodrigues Pachikoski

Renata Mota Maciel

Dia 12: 10 h – Bate-papo sobre “Mulheres no Cinema”

Vera Egito, Cineasta

Professora Fernanda Barreto

Professora Luciana Brasileiro

Dia 12: 17 h – Aula magna “A mulher e a isonomia salarial”

Ministra Maria Cristina Peduzzi (presidente do TST)

Dia 15: 17 h – Bate-papo “Elas são tech. O movimento das mulheres na tecnologia”

Anne Chang, especialista em blockchain e startups

Clarissa Luz, especialista em proteção de dados

Mariana Moreno, da Bits Academy e líder de comunidade de startups

Dia 16: 10 h – Palestra  de psicologia positiva: “Mindset da felicidade: empodere-se e viva sua potência”

Chirles de Oliveira

Dia 16: 19h15 - Curso de falências: “Pedido inicial documentação e constatação prévia na Lei de Falências e Recuperações Judiciais”

Joice Ruiz Bernier

Ana Beatriz Nogueira

Renata Mota Maciel

Dia 17: 17 h – Bate-papo “Mulheres na liderança: desafios e conquistas”

Viviane Girardi (presidente da AASP)

Luciana Nunes Freire (Fiesp e Jurídico sem Gravata)

Rita Cortez (presidente do IAB)

Vanessa Mateus (presidente da Apamagis)

Marina Pinhão Coelho Araújo (presidente do IBCCrim)

Dia 18: 17 h – “Palestra Mulheres no Futebol”

Aira Bonfim (historiadora de futebol)

Renata Capobianco ( ex-jogadora de futebol)

Dia 18: 19 h – Palestra “Mulheres não SÃO chatas, mulheres ESTÃO

exaustas”

Ruth Manus (advogada, professora universitária e escritora)

Dia 19: 9h30 – Curso “Processo coletivo, formação de precedentes e

participação: legitimação democrática da atividade jurisdicional”

Susana Henriques da Costa

Maria Cecília Asperti

Sofia Temer

Moderadora: Flávia H. Clito Fornaciari Dórea

Dia 22: 16 h – Painel “Pandemia e Feminismo”

Palestrante: Juliana Borges – colunista e escritora

Debatedora: Maria Machado – FGV

Dia 23: 10 h – Palestra “O futuro do trabalho é feminino”

Daniela Klaiman (Futurista)

Dia 25: 9 h – Workshop “Criatividade para inovar profissionalmente”

Carolina Hannud (legal designer e advogada)

Aline Busse (estudante de Direito e facilitadora visual)

Dia 25: 17h – Painel “O Compliance como ferramenta para inclusão de gênero no mundo corporativo. O poder das mulheres na liderança”

Fabiana Klajner Leschziner, Vice-presidente executiva jurídica Embraer

Marina Mesquita Willisch, Vice-presidente da GM do Brasil

Eleonora Coelho, Presidente do CAM-CCBC

Moderadora: Silvia Pachikoski

Dia 26: 09h30 - Curso Tendências atuais da execução civil – rumo à desjudicialização?

Flávia Pereira Hill

Flavia Pereira Ribeiro

Trícia Navarro Xavier

Moderadora: Clarisse Frechiani Lara Leite

Dia 29: 17 h – Palestra "Inteligência emocional e Gestão das emoções para

destacar a sua carreira”

Dia 30: 10 h – Palestra: “Artes plástica e universo femino”

Flavia Velloso (Presidente do MUBE)

Leda Catunda (artista plástica)

Dia 31: 16 h – Palestra “Empreendedorismo num mundo em transformação”

Maria Olívia Machado (coach de advogados)

O Dia Internacional da Mulher, comemorado em todo o mundo em 8 de março, é um símbolo das lutas e reivindicações pelos direitos das mulheres, contra o sexismo e as desigualdades em relação aos homens há mais de um século.

- Qual a origem do 8 de março? -

A primeira iniciativa em favor de um dia para as mulheres data de 1909, uma ideia concebida pelo Partido Socialista dos Estados Unidos.

Mas foi na Conferência Internacional de Mulheres Socialistas, em agosto de 1910, em Copenhague, que a alemã Clara Zetkin abre uma votação sobre o princípio de um Dia Internacional, sem data definida.

Nesse período, as reivindicações das mulheres contra a discriminação no emprego e pelo direito ao voto cresciam nos países industrializados.

O movimento sufragista para reivindicar o direito ao voto para as mulheres nasceu em 1903 no Reino Unido, onde elas obtiveram o direito de votar (a partir dos 30 anos) em 1918.

- Quando foi a primeira edição? -

A primeira edição do Dia da Mulher aconteceu em 19 de março de 1911. Nesse dia, mais de um milhão de pessoas protestaram pelos direitos das mulheres em Áustria, Dinamarca, Alemanha e Suíça.

Nos primeiros anos, esses dias estão intimamente ligados aos movimentos operário e socialista. Em 1914, foi em 8 de março que as mulheres socialistas se reuniram em Berlim, em particular para exigir o direito ao voto. O acontecimento é considerado a primeira manifestação de fato do 8 de março.

- Qual é o elo com a revolução russa? -

Enfraquecido após a eclosão da Primeira Guerra Mundial em 1914, o Dia da Mulher encontrou um novo começo na Rússia.

Em 8 de março de 1917 (23 de fevereiro no calendário russo), ocorreram manifestações em São Petersburgo (então Petrogrado) de operárias exigindo pão e o retorno dos homens do front.

É o primeiro ato dos acontecimentos que levarão à abdicação do czar e à revolução russa. Em homenagem a este "primeiro dia da Revolução Russa", Lênin teria designado esta data como o dia oficial de celebração para as mulheres.

Depois da Segunda Guerra Mundial, o dia 8 de março tornou-se em todos os países do Bloco de Leste uma celebração da mulher e do comunismo.

- Quem decidiu internacionalizar o 8 de março? -

A partir do início da década de 1970, os movimentos feministas ocidentais aproveitaram essa data simbólica para fortalecer as reivindicações por direitos políticos e sociais iguais, pela legalização do aborto ou pela igualdade no trabalho.

Em 1977, a Organização das Nações Unidas (ONU), junto com outras organizações internacionais, fez desta data o “Dia Internacional da Mulher”.

- Edição especial pelos 100 anos -

O dia 8 de março de 2010 marcou o 100º aniversário do "Dia Internacional da Mulher". Para a ocasião, diversos eventos foram organizados nos cinco continentes.

O tema oficial escolhido pela ONU enfatizou a igualdade no trabalho e na sociedade: “igualdade de direitos, igualdade de oportunidades: progresso para todos”.

Na França, o dia 8 de março de 2010 foi acompanhado pelas comemorações do 40º aniversário da criação do Movimento de Libertação das Mulheres (MLF), um movimento feminista que reivindica a liberdade dos corpos das mulheres e campanhas pelo direito ao aborto.

 As mulheres são maioria entre bolsistas de mestrado e doutorado no Brasil. De acordo com Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), autarquia vinculada ao Ministério da Educação (MEC), do total de 364 mil estudantes, elas somam 195 mil matriculadas em cursos ofertados pela entidade, representando 53% de pesquisadoras da instituição.

A área de pesquisa científica, antes com pouca ou nenhuma participação feminina, vem mudando ao longo do tempo, que historicamente era vista como uma atividade realizada por homens. A diretora de avaliação da Capes, Sônia Bao, destaca a construção que vem sendo feita para que as mulheres cheguem ao topo da pesquisa no país. “É preciso aumentar a base para conseguir chegar às posições de destaque. [...] Isso é transferido para a pós-graduação, para professores do ensino superior, logo, para pesquisadoras”, afirmou Bao.

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Hoje, além de está em alta em pesquisas, no ensino, no desenvolvimento da ciência, tecnologia e inovação brasileiras, a mulher tem forte presença na produção de artigos científicos. De acordo com a Organização dos Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI), as mulheres são responsáveis pela produção de 72% dos materiais produzidos no Brasil.

De acordo com o Censo da Educação Superior de 2016, última edição do levantamento, as mulheres representam 57,2% dos estudantes matriculados em cursos de graduação. No entanto, o cenário muda quando falamos em profissionais contratados, ficando os homens em destaque. Dos 384.094 docentes em exercício na educação superior, 45,5% são mulheres.

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Por muito tempo, boa parte da população feminina ficou estacionada em apenas um estilo de vida: crescer, casar, ter filhos e ser dona de casa. Mesmo que de maneira lenta, esse cenário mudou e através da troca de informações e conhecimentos, as mulheres vêm conquistando independência em diversos âmbitos da vida, em especial a financeira. Mas isso não quer dizer que as responsabilidades com a casa e família ficaram para trás, e sim que cada vez mais mulheres buscam acrescentar, em sua rotina, negócios que resulte em uma grana extra e até em uma renda para se manter. 

As transformações sociais e econômicas têm provocado mudanças no perfil do empreendedor brasileiro que atualmente, além de homens adultos, engloba jovens e mulheres. Mônica Salgado, profissional da área de estética com especialização em depilação à cera, relata que empreende desde o ano de 2015 e essa carreira tem gerado mais que um lucro adicional.

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 “Tudo iniciou com um curso gratuito oferecido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac). Atuo na área de depilação à cera com atendimento domiciliar por ainda não ter focado em abrir negócio físico, mas também pela flexibilidade de poder fazer meus próprios horários e não ficar presa ao trabalho, além de dar o mesmo nível de atenção aos meus familiares. O máximo que cheguei a lucrar foi em média R$ 1.500 e o mínimo R$ 500, a lucratividade é bem relativa, vai de acordo com a quantidade de clientes”, revela Mônica. A profissional ainda comenta que optou por empreender pelo fato de ter sido na mesma fase em que esteve grávida e não queria parar de trabalhar e nem ser ausente no crescimento do filho. 

Levantamento realizado pelo Instituto Rede Mulher Empreendedora, na pesquisa “Empreendedorismo no Brasil: Um recorte de gênero”, mostra que mulheres procuram predominantemente abrir um negócio pela flexibilidade de horário e por necessidades, enquanto homens são motivados por renda extra e vocação. Esta diferença entre necessidade e oportunidade tem grande influência sobre a estruturação do negócio e suas chances de sucesso.

O último levantamento nacional em relação ao quantitativo de mulheres empreendedoras, realizado pelo instituto, foi em agosto de 2019 e identificou que 59% das mulheres que empreendem são casadas e 52% têm filhos. A pesquisa ainda mostra que a maioria delas inicia um negócio depois dos 30 anos de idade.

Além de serviços com atendimento a domicílio e feitos por conta própria, existem diversos negócios em que mulheres se unem para iniciar um empreendimento, como é o caso do estúdio 'Medusa Body Art', localizado na Rua José de Alencar, Edifício Ambassador, nº 44, 8º andar, bairro da Boa Vista, área central do Recife. Composto por quatro mulheres e fundado pela Body Piercer Hadassa Quirino, o ambiente oferece serviços de aplicação de piercing e tatuagens.

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As tatuagens são feitas por Eduarda Oliveira, Bruna Nascimento e Sarah Bernardes. “Na maioria das vezes os estúdios que se aplicam tatuagens são compostos por homens, mas com o passar do tempo, mais mulheres começaram a se interessar por esse mundo e buscaram entender um pouco mais de como funciona essa arte. Já cheguei a ouvir ‘Nossa, eu não confiaria em uma mulher me tatuanto’. Mas hoje em dia percebo que a procura de homens pelo meu trabalho é bem razoável.” comenta Bruna Nascimento, uma das sócias do espaço.

Medusa Body Art foi inaugurado há cerca de três anos. A chave para o negócio iniciar foi pelo fato da co fundadora Hadassa Quirino sentir a necessidade de sair do ambiente em que trabalhava onde a maioria dos funcionários era de homens. “No meu antigo ambiente de trabalho não sentia que minha opinião valia alguma coisa, a minha voz não tinha vez. Muitas vezes, chegavam conversas um pouco chatas, não falavam diretamente para mim e essas pequenas coisas foram virando uma grande bolha, e foi aí que coloquei na minha cabeça que queria um estúdio formado apenas por mulheres”, relata a profissional. 

Esses e outros fatos ocorrem constantemente de diferentes formas na vida da mulher presente no mundo dos negócios. É uma luta diária e que a sociedade ainda busca se reeducar a entender que o sexo feminino é capaz de ter sucesso e conseguir o que realmente quer com as próprias ideias, esforços e conhecimentos. 

“Em comparação aos homens, as mulheres começam a empreender bem mais cedo, isso ocorre porque existe um empreendedorismo por necessidade, então acaba que elas iniciam um negócio mais jovens, muitas vezes atendem a domicílio e com carga horária de trabalho menor, por ter outras atividades para cumprir”, destaca a economista Sylvia Siqueira. 

O LeiaJá entrou em contato com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) para saber o quantitativo no Brasil e especificamente no Estado de Pernambuco de mulheres que empreendem. O último levantamento realizado pela instituição foi no ano de 2018.

De acordo com os dados informados, o país contou com 9,3 milhões de mulheres empreendedoras, em que 1.255,1 milhões trabalhavam empregadas e as outras 8,1 milhões por conta própria. Já para o Estado de Pernambuco, a pesquisa apontou 380,4 mil empreendedoras, em que 43,9 mil são empregadas e 336,5 mil trabalhavam por conta própria.  

Gilvaneide Ferro, 35 anos, carrega em seu semblante o peso de ser a única fonte de renda e chefe de sua família. Ela reside em uma casa de um pouco mais de 30 m², no bairro de Aguazinha, em Olinda, Região Metropolitana do Recife (RMR). Com ela, moram seis de seus dez filhos.

Os outros quatro vivem com a avó paterna, no interior de Pernambuco. Gilvaneide é uma das das 57,3 milhões de mulheres que são chefes dos lares no Brasil, segundo o Instituto Brasileiros de Geografia e Estatística (IBGE), e trabalha como catadora de materiais recicláveis para sustentar sua família.

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Há 10 anos na função, ela se diz feliz por desempenhar tal serviço, que lhe rende menos de um salário mínimo por mês. "Por semana eu tiro R$ 45 por semana, às vezes R$ 200. Por mês tiro R$ 500 ou R$ 600", afirma. Assim como Gilvaneide, 60% dos trabalhadores do País, entre cargos formais e informais, tiveram renda mensal menor que R$ 998, o salário mínimo vigente em 2019.

Apresentando sua residência, Gilvaneide mostra o berço doado do filho mais novo, de 4 meses. Outros móveis e eletrodoméstico da casa como armário, geladeira, fogão também foram cedidos por pessoas que acompanham a dura trajetória da mulher. Ela se diz grata pela solidariedade das pessoas e em uma única frase resume a importância do ato: "(Com o dinheiro que recebo,) compro 'comer' para os meus filhos e pronto".

A situação de Gilvaneide expõe a falta de divulgação e desconhecimento das pessoas mais carentes sobre as políticas públicas assistenciais, de acordo com a coordenadora do curso de Serviço Social da UNINABUCO, Maricelly Costa Santos. "A ausência de conhecimento sobre os direitos ainda é um fator muito comum. Muitos potenciais usuários de políticas sociais desconhecem serviços e programas sociais os quais têm direitos. Isso coloca a necessidade de ampla divulgação, por parte dos gestores, sobre os serviços e o perfil dos beneficiários", pontua a especialista.

Para Maricelly, além dos programas de assistência tradicionais, como o Bolsa Família, o Estado deveria promover outras ações para assistir famílias como a de Gilvaneide. "Não podemos desconsiderar que outras políticas sociais são necessárias para assistir a essa família. Isso torna necessário uma rede de serviços, cujo o acesso se dê numa perspectiva de direito social, que garanta a essa família acesso à saúde, habitação, educação e emprego", enfatizou.

Questionada, Gilvaneide afirmou desconhecer a existência de um plano familiar e nem se manifestou sobre uma possibilidade de fazer um procedimento de laqueadura, que impediria que ela engravidasse novamente. Com todos os problemas que a cerca, ela afirma que só tem uma coisa em pensamento: driblar a ausência da figura paterna e trabalhar para poder alimentar os filhos.

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Conteúdo publicado originalmente no site institucional da UNINASSAU

O dia 8 de março marca no calendário a celebração do Dia Internacional da Mulher. Comumente lembrado por desejos de parabéns, mensagens em tom de homenagem e pelo recebimento de flores, esse dia vem sendo reivindicado para o resgate de seu sentido original, de luta pelos direitos das mulheres, uma pauta feminista. Desconhecido por alguns, visto com receio por outros, o feminismo vem conquistando espaço na esfera de debates públicos e redes sociais nos últimos anos, influenciando pessoas e pautando questões políticas. 

Neste dia 8 de março, o LeiaJá preparou uma reportagem ouvindo pesquisadoras e militantes feministas para explicar o que é o feminismo e como ele influencia mulheres, homens, debates públicos, projetos de lei e o pensamento social como um todo, pela perspectiva de quem tem o protagonismo desse movimento e está no centro da questão: as mulheres.

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Nas palavras de Liana Lewis, professora do Departamento de Sociologia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), que está desenvolvendo pesquisas sobre autoritarismo com recortes de raça, gênero e classe social, o feminismo pode ser entendido como “um movimento e escola de pensamento que denunciam que as relações de gênero são relações de poder e não são naturais, ou seja, são construídas e reproduzidas social e historicamente”. 

Ela continua explicando que o feminismo “denuncia e luta contra as formas de opressão que mantém as mulheres em lugar de subalternidade em relação aos homens” e que a principal ideia do feminismo é opressão de gênero como ponto central de denúncia e formulação de sua teoria e ações. Entre as principais premissas do feminismo, segundo a professora, estão as ideias do protagonismo feminino através do lugar de fala e a sororidade, que é definida como uma “união de mulheres que compartilham os mesmos ideais e propósitos, caracterizada pelo apoio mútuo evidenciado entre essas mulheres”, segundo o dicionário online Dicio. 

“Importante também é o lugar de fala que implica que nossas ideias e posições no mundo são determinados pelas maneiras como somos construídos socialmente (gênero, raça, sexualidade, classe, religião, etc). Sororidade é um conceito que funciona como modo de coesão através da empatia e identificação. Aqui é colocada a necessidade de compreendermos as várias formas de opressão a que as mulheres estão submetidas com o intuito de construir estratégias coletivas de libertação”, afirma Liana. 

Origem e expansão do movimento

De acordo com a professora e pesquisadora, a origem do feminismo está nos Estados Unidos do século XIX, quando mulheres operárias começam a fazer reivindicações por melhores condições de trabalho e tratamento igualitário em relação aos colegas de trabalho do sexo masculino. “Neste início então aconteceu uma forte articulação entre a questão de classe e gênero. A questão do sufrágio (voto) universal também acompanhou estas primeiras discussões, pois nesta época, o direito de voto na maioria dos países ocidentais era restrito aos homens brancos”, explica a professora Liana. 

A partir daí, o movimento ganhou força e se espalhou tanto pelos Estados Unidos como por outros países da Europa, América Latina, Ásia e África. Nesse processo de expansão, as ideias e formas de agir do movimento também foram passando por mudanças e transformações ao longo do tempo.

“O feminismo, nos seus primórdios, se restringiu à questão de gênero, tomando este conceito como universal, ou seja, partiu do princípio de que todas as mulheres eram submetidas a formas semelhantes de dominação. Ao longo dos anos, especialmente a partir das demandas das mulheres negras, existe uma compreensão de que gênero se articula com outras categorias tornando esta opressão ainda mais violenta e profunda”, explana a especialista.

Transformações e correntes de pensamento

Com essas transformações, surgiram novas linhas de pensamento e correntes dentro do feminismo. “Temos, por exemplo, o feminismo socialista, o feminismo negro, o feminismo africano, o feminismo queer, que articula a questão de gênero com sexualidade. Ou seja, ele se complexifica e se torna plural à medida em que os grupos identificam formas diversas de opressão de gênero”, afirma. 

Há, ainda, o feminismo interseccional, que busca formular uma luta conjunta, atendendo às particularidades de cada grupo de mulheres em seus contextos sociais e pautas específicas. Laeticia Jalil é professora do Departamento de Sociologia da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), trabalha com temas ligados à Sociologia Rural, Feminismo e Agroecologia e na sua visão, a busca por um feminismo que contemple a diversidade feminina e não apenas uma hegemonia branca de classe média é um ponto positivo para o movimento. 

“O conflito não deve ser evitado pois somos plurais, há relações de poder, a gente tem que ter atenção para não reproduzir o modus operandi de quem nos oprime. É legítimo que indígenas não se sintam representadas só por brancas. O mesmo para as negras. Eu vejo isso como um amadurecimento do movimento, como capacidade de incorporar críticas e ampliar sua ação. Na prática, as mulheres se reconhecem como feministas num processo coletivo, mesmo com as particularidades de cada mulher”, diz a professora. 

Patriarcado, machismo e suas consequências

Laeticia também pontuou que a sociedade é pautada na cultura patriarcal, e o machismo é uma das expressões dessa característica. Questionada sobre como o machismo se expressa, ela informa que diversas questões que perpassam a criação de homens e mulheres criam desigualdades nas relações de gênero. 

“Nas expressões de poder, a menina aprende que ela é feita para cuidar, de rosa, casinha, panelinha. O menino é acostumado a ser agressivo, ir para a rua jogar bola, e isso vai se naturalizando na construção desses sujeitos e ocupamos o mundo de um jeito totalmente diferente dos homens. Hoje, quando olhamos para espaços de poder, no congresso, quanto por cento das legisladoras são mulheres? Os números de feminicídio têm aumentado, homens acham que têm o direito de mandar na mulher e isso se coloca desde o menino até o adulto”, explica a especialista.

A maior consequência dessa lógica social machista, para Laeticia, é a falta de acesso das mulheres a direitos básicos. “As mulheres são mais pobres, têm menos acesso à moradia digna, escolha da maternidade, (não têm) direito ao aborto seguro e legal. As mulheres são as mais pobres da sociedade num sentido não só de recursos financeiros mas de acesso a direitos”, diz ela. Questionada sobre a importância do dia 8 de março para o movimento feminista, a professora Laeticia indica que a data marca uma ação política para mobilizar a sociedade sobre os diversos temas que marcam as vidas das mulheres. 

“O 8 de março vem reafirmar que as mulheres são diversas, que temos que ir para as ruas e queremos um mundo justo a partir das mulheres para todo mundo. Ele tem uma função lúdica, de beleza, de cor, música, o feminismo ousa nas formas de diálogo, mas a sociedade reage porque as pautas são questionadoras da ordem vigente. O 8 de março é importante para confraternizar, se fortalecer e construir alternativas a partir das diferentes realidades”, explica a docente.

Ativistas pela vida das mulheres

Para entender o feminismo de forma ampla, tão importante quanto entender quais são as suas pautas e princípios é conhecer o dia a dia de quem está na militância pelos direitos das mulheres e em busca do patriarcado na sociedade, ouvindo as mulheres que participam ativamente de coletivos e movimentos sociais pautados no feminismo. Dani Portela é advogada, historiadora e foi candidata ao Governo do Estado de Pernambuco pelo PSOL nas últimas eleições. Ela conta que suas primeiras indignações começaram no ambiente familiar. 

“Quando se reuniam, a minha família se dividia. Homens de uma lado, conversando, bebendo, e as mulheres ficavam preparando a comida, o que servir, conversando sobre filhos, casa, novela, assuntos que nunca me interessaram muito. Eu era aquela menina que estava me interessando pelo assunto dos homens, que geralmente falavam em política”, diz.

Seu contato com o feminismo começou através de leituras feitas em sua adolescência e se aprofundou a partir dos 18 anos de idade, na universidade de história, ao entrar em grupos de estudo de gênero. “Começo a estudar questões de gênero, violência e poder. Fiz isso na história, na pré-história quando fui para a arqueologia e segui fazendo isso quando no futuro me tornei advogada, estudando a perspectiva da Lei Maria da Penha, pensando em outra lógica quando o feminismo busca no direito uma solução para essas desigualdades”, relembra.

Tornar-se mãe foi o que fez, segundo Dani, o seu feminismo ganhar corpo, especialmente por ter tido uma menina. “No primeiro ano da minha filha eu fiquei impactada com a quantidade de panela, vassoura, cozinha, brinquedos considerados de menina que ela recebeu”, recorda. As dificuldades enfrentadas para retornar ao trabalho após ser mãe também trouxeram uma nova perspectiva para Dani sobre as desigualdades de oportunidades. 

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Carmem Silvia Maria da Silva tem 55 anos, é educadora, socióloga e trabalha no SOS Corpo Instituto Feminista para a Democracia. Ela também é militante do Fórum de Mulheres de Pernambuco, movimento local da Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB). Sua trajetória de militante começou cedo, ainda aos 14 anos no movimento contra a carestia (inflação) e seguiu para o movimento estudantil quando ela entrou na universidade. Foi nesse momento, através de bibliografias às quais teve acesso durante seu curso, que ela começou a ter contato com as ideias feministas. 

“Só vim me reconhecer mesmo como feminista na medida em que eu tive participação ativa no movimento, que é cerca de uns 15 anos atrás, ao entrar no Fórum de Mulheres de Pernambuco e passar a atuar como feminista. Até então eu dizia ‘eu gosto do feminismo, eu compreendo o feminismo, leio sobre o feminismo’, mas quando a gente passa a atuar coletivamente no movimento como feminista, aí é que realmente a gente passa a se reconhecer. A militância no movimento feminista foi fundamental para esse reconhecimento”, conta Carmem. 

Questionada sobre as razões de muitas mulheres ainda não se reconhecerem como feministas ou terem resistência ao termo, Carmem aponta o desconhecimento e preconceitos como principais motivos. “Por muito tempo foi disseminado um preconceito contra mulheres feministas, colocadas como mulheres que querem dominar os homens, que não se cuidam no sentido de se adaptar ao padrão de beleza. Tem aumentado o número de feministas, você vê hoje muitas jovens, adolescentes feministas. Isso se deve ao crescimento do movimento, ao crescimento do debate na internet. Quando um movimento é contra o sistema, logicamente o sistema faz tudo contra ele e faz tudo para que mais mulheres não cheguem nele, enquanto a gente faz tudo para que mais mulheres se engajem nas nossas lutas”, afirma.

Na visão de Carmem, o machismo é uma atitude preconceituosa que oprime as mulheres em um sistema de dominação patriarcal, capitalista e racista. “A nós é imposto o trabalho doméstico, de cuidados, e os homens são liberados disso. No mercado de trabalho nós temos menos direitos e salários menores. A nós é imputada uma condição de vulnerabilidade na vida urbana. O Estado Brasileiro define que não podemos interromper uma gravidez indesejada, isso é um controle sobre o corpo. A violência, a divisão do trabalho, o controle sobre nosso corpo e a determinação de que mulheres não devem ocupar espaços de poder são os principais problemas aos quais nós mulheres estamos submetidas nesse sistema”, defende.

Carmem explica que, em sua visão, a definição de quais sãos as pautas mais urgentes para as mulheres depende de onde elas vivem e o que mais as afeta. Já a nível nacional, ela afirma que “a gente tem uma luta grande por mais mulheres nos espaços de poder na esfera da organização do poder de Estado e no Legislativo". "A gente tem uma luta grande pela legalização do aborto, que hoje é crime e a luta contra a violência é sempre atual”, acrescenta.

A importância de levar as ideias feministas às ruas e lutar pelas pautas coletivamente, de forma organizada, foi destacada por Carmem como sendo um meio necessário para alcançar mudanças sociais efetivas. “Feminismo não é um estado de espírito, um modo de se vestir nem é como você conversa no bar. Pode te dar uma filosofia que ajude a te definir, mas é fundamentalmente um projeto social que luta coletivamente. É importante não se deixar dominar por esse individualismo do neoliberalismo próprio do ‘cada um por si e as deusas por todas’, a gente precisa estar em movimento, lutando juntas para confrontar os poderes que causam nas nossas vidas”, acredita Carmem.

Mônica Oliveira tem 51 anos e é assessora parlamentar do mandato coletiva Juntas (PSOL) na Assembleia Legislativa de Pernambuco, bem como é assessora de finanças da Rede de Mulheres Negras de Pernambuco. Sua militância começou aos 15 anos de idade, no grupo de jovens da ala progressistas da pastoral da juventude da igreja católica e no conselho de moradores do Alto de Santa Terezinha, no Recife, passando depois pelo movimento de cristãos universitários, pela filiação ao Partido dos Trabalhadores (PT) e chegando ao movimento negro. A militância feminista começou no final dos anos 90 e início dos 2000, por meio de um grupo de trabalho chamado Omnira, que é uma palavra Iorubá para mulher.

“Nos anos 70 e 80, até nos anos 90, as mulheres negras faziam grandes enfrentamentos dentro do movimento feminista clássico, porque nesse período o feminismo mantinha um discurso de que as mulheres eram todas iguais e vivenciavam as mesmas opressões. As mulheres negras afirmavam que nós não éramos iguais, porque o fato de as mulheres negras enfrentarem o patriarcado, o sexismo e as desigualdades de classe, enfrentarem também o racismo. Isso tensionava muito o movimento feminista, eram confrontos bastante difíceis que as mulheres negras enfrentavam”, conta ela. Mônica explicou que, além dos enfrentamentos dentro do feminismo, no âmbito do movimento negro também havia luta pelo reconhecimento das pautas das mulheres contra o patriarcado. 

“Esses enfrentamentos foram fundamentais para que o movimento feminista hoje se afirme como um movimento anti racista, levou alguns anos para que as mulheres negras conseguissem afirmar sua posição em torno disso. Existe uma teórica chamada Bell Hooks que dizia que o que nos une não é que nós sofremos as mesmas pressões, o que nos une é a luta contra as opressões. O que nos une enquanto mulheres, negras e brancas”, afirma.

Quando questionada sobre qual é, hoje, a situação da mulher negra brasileira, Mônica destaca os indicadores sociais que mostram, por meio de dados, que as mulheres negras são o segmento social mais marginalizado no país. “Estamos nas piores condições do ponto de vista da renda, do ponto de vista do emprego, somos maioria nas ocupações precárias, nos empregos informais, não tem direito trabalhista, não tem direito a salário digno. Ocupamos os piores índices no ponto de vista da saúde se você pega indicadores como mortalidade materna, mais de 60% são mulheres negras”, exemplifica.

Segundo Mônica, o feminismo negro tem questões que são particularmente importantes para o contexto em que vivem essas mulheres. “Sem sombra de dúvida o enfrentamento à violência contra a mulher é uma pauta fundamental para as mulheres negras, pois somos as que mais sofrem violência doméstica, feminicídio e violência sexual. As políticas de segurança públicas são uma agenda fundamental. A política de segurança do Brasil tem determinado aquilo que a gente chama de genocídio da juventude negra, a atuação policial é altamente marcada pelo racismo, isso afeta a vida das mulheres negras pois são nossos filhos, maridos, irmãos, que são assassinados. A guerra às drogas é uma pauta importante para nós pois as autoridades ao invés de desbaratar o tráfico, continuam prendendo pequenas pessoas que não têm grande significado”, destaca.

Mônica continua citando a luta contra o empobrecimento, o desemprego e desmonte dos programas sociais que, segundo ela, “afeta diretamente a população mais pobre, a população negra, e aí as mulheres são afetadas porque elas sustentam suas famílias, mais da metade das famílias sustentadas por mulheres no Brasil são sustentadas por mulheres negras”.     

Liana Cirne é advogada, professora da Faculdade de Direito do Recife, da UFPE, militante feminista e pré-candidata à vereadora do Recife. Seu processo de reconhecimento como feminista começou na infância, crescendo em uma família muito machista e começando a se indignar com situações que lhe eram negadas por ser menina. 

O primeiro contato com ideias feministas veio através de livros que ela escolhia na biblioteca que frequentava. “As pessoas tinham uma visão equivocada e preconceituosa do feminismo e por muito tempo eu era a única feminista do grupo e as outras tinham preconceito. Foi muito importante e libertador. O feminismo definiu muito quem eu sou, eu não seria quem sou nem estaria onde estou se não fosse o feminismo”, acredita.

Tornar-se militante foi um processo orgânico, segundo Liana, através de sua atuação como professora universitária. “A posição de professora nos demanda várias mãos e as alunas chegam com muitas dificuldades, seja por ser mãe, por falta de estímulo da família. Em pleno séc XXI há gente que quer que as filhas não estudem. Para muitas mulheres, estudar é um ato de insubordinação”, revela.

A militância de Liana se conectou com a política após sua participação em alguns movimentos sociais e, nessa trajetória, os direitos das mulheres são uma bandeira de reivindicação. “O feminismo me acompanha, pois como em todos os espaços em que a mulher está, o machismo impera na política. E também é um espaço privilegiado para buscar mudar isso e minar o machismo que ainda impera. Isso não é possível sem a participação de mulheres comprometidas com o feminismo interseccional. Temos que pensar em mulheres diversas. Isso vale para a professora, empregada, balconista, dona de casa, para todas”, comenta.

Os espaços de educação, em especial as universidades, são citadas por muitas mulheres como um meio através do qual o conhecimento sobre o que é o feminismo e sua importância chegou em suas vidas. Liana, que tem 23 anos de carreira como professora, enxerga a maior escolarização das mulheres e o acesso às universidades como uma ferramenta de empoderamento feminino. 

“A universidade permite que a gente se reinvente. Quando a mulher vem para a universidade em uma área que ela escolheu, tem o direito de sonhar em ser uma profissional bem sucedida, uma mulher independente. A dependência econômica muitas vezes é a principal causa de prisão da mulher a uma relação tóxica por não ter dinheiro para sair de casa, manter os filhos. Esse movimento de romper um relacionamento tóxico sem independência é muito mais difícil. Quando ela vem para a universidade, abre-se para ela a oportunidade de sonhar com um futuro melhor”, finaliza professora.

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Na maioria das vezes, os cargos com maiores autoridades são comandados por homens, em especial o setor de imobiliário.  De acordo com o estudo da International Business Report (IBR), Women in Business 2019, realizado pela empresa de consultoria Grant Thorton, 93% das empresas brasileiras entrevistadas relatam ter ao menos uma líder feminina, acima da média global de 87%.  

Neste domingo, 08 de março, Dia Internacional da Mulher, além de flores e bombons, mulheres esperam ser parabenizadas pela luta dos direitos, para que barreiras sejam rompidas, com o objetivo de ganhar cada vez mais espaço e voz em diversos âmbitos da sociedade. Atualmente, existem áreas no mercado de trabalho onde a maioria são compostas por homens, como por exemplo o mercado imobiliário. 

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No Recife, poucas imobiliárias são comandadas por mulheres, entre elas existe a empresa Bankasa Imobiliária, fundada em 2013 por Andresa Stamford. A unidade conta com 15 corretores, tendo como braço direito a coordenadora Amanda Pinheiro.

Em 2019, o faturamento dos valores dos imóveis chegou em média R$ 1 milhão, valor expressivo para o porte da empresa. “O segredo para o sucesso é o trabalho em equipe, aqui na Bankasa procuramos sempre deixar o ambiente tranquilo, mesmo em meio a competitividade de vendas, assim todos saem ganhando”, afirma Andresa Stamford, fundadora da firma.

Em uma pesquisa realizada pela Organização Internacional do Trabalho e do Estudo Woman is Business, da consultoria Grand Thorton, aponta que o Brasil tem muito a evoluir quando o assunto é liderança feminina nas empresas, e que com as profissionais no comando existe grande possibilidade dos lucros crescerem. 

"Se somarmos as imobiliárias comandadas por mulheres no Recife, ‘não chegamos a cinco’. Em relação ao ambiente de vendas existem diferenças na forma que é comandado, não só no resultado, como também na forma de lidar com algumas situações, vai muito além do resultado. Temos que ter uma garra maior, um objetivo maior e sustentar toda a credibilidade para conseguir um resultado melhor", relata Amanda Pinheiro, coordenadora do time.

Mais de 75% das companhias entrevistadas afirmam que seus resultados são 20% melhores com mulheres em posições de chefia.  Em termos de lucros, quase três quartos das companhias que monitoram a diversidade de gênero em posições de gestão relataram aumentos entre 5 e 20%. A maioria teve crescimento de 10 a 15%.

A Grand Thorton também publicou a versão 2020 do estudo Women in Business, indicando que os patamares de liderança feminina nas empresas mundiais seguem os mesmos do ano passado (29% mulheres e 71% homens). Na América Latina, esse índice aumenta para 33% de mulheres líderes. E na África, região recordista, 38% são líderes femininas.

Neste sábado (7), o projeto Vai Cair No Enem, em parceria com o LeiaJá e o portal de notícias IG, exibe, ao vivo, um encontro com professoras renomadas. Para exaltar o Dia Internacional da Mulher, celebrado neste domingo (8), o encontro destaca mulheres importantes para a educação brasileira e mundial, detentoras de papeis essenciais em prol do desenvolvimento da sociedade.

O conteúdo também é exibido, ao vivo, no Instagram do Vai Cair No Enem, com a apresentação de Thayná Aguiar. As convidadas são as professoras Fernanda Bérgamo (redação), Thais Almeida (história), Cristiane Pantoja (filosofia) e Gabriela Sá (química). As educadoras ainda revelam assuntos relevantes para a prova do Exame Nacional do Ensino Médio. Confira:

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Compartilhando educação de qualidade na velocidade da internet, o Vai Cair No Enem é um projeto multimídia que, em parceria com o LeiaJá, divulga conteúdos focados na prova do Exame Nacional do Ensino Médio. Diariamente, os seguidores encontram dicas, questões, aulas exclusivas, notícias e muitas outras informações.

Neste domingo (8) é comemorado o Dia Internacional das Mulheres e nesta data é celebrada a luta pela igualdade de direitos e em favor do voto feminino. Além disso, é uma data marcada pelo empoderamento feminino, expressada no fortalecimento das mulheres na luta e desenvolvimento da equidade de gênero.

Como homenagem, o LeiaJá resolveu listar alguns filmes que abordam a temática do empoderamento feminino. Confira:

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As Sufragista (2015)

O filme aborda a realidade da época em que as mulheres não tinha voz em questões políticas ou de sua própria educação. Situado na Londres do século XX, retrata o início do movimento feminista e a luta pelo voto feminino. Vale ressaltar, que no Brasil o direito ao voto foi conquistado apenas em 1932.

Estrelas além do tempo (2017)

O filme é baseado em fatos reais e conta a história de três mulheres negras que trabalhavam na Nasa, em 1961, durante a Guerra Fria. Além de focar no preconceito racial vivenciado, o filme retrata a invisibilidade das mulheres em um ambiente de trabalho exclusivamente masculino.

Joy: Um nome de Sucesso (2016)

Baseado em fatos reais, a história de Joy Mangano retrata a luta diária de mães solos que precisam passar por diversos obstáculos para criar e sustentar os filhos. A história se passa na década de 90 e conta como Joy ficou milionária ao vender suas criações de equipamentos de limpeza inventados por ela, após um acidente doméstico.

Frida (2003)

O filme retrata as adversidades e lutas enfrentadas pela Pintora mexicana Frida Kahlo. O destaque do filme é a força e obstinação de Frida que mesmo passando por diversas turbulências em seu casamento e os problemas de saúde, além do acidente que a deixou gravemente debilitada, manteve sua produção de arte e viveu intensamente como queriam fora dos padrões de sua época e se transformando num ícone do empoderamento feminino.

Histórias Cruzadas (2012)

Retratado no Mississipi dos anos 60, o filme conta a história de uma aspirante a escritora que começa a entrevistar mulheres negras que deixavam suas famílias e filhos para trabalhar como empregadas cuidando dos filhos da elite branca, o que acaba desagradando toda a alta sociedade.

Malala (2015)

O filme aborda o ataque e a perseguição do Talibã, sofrida pela jovem paquistanesa Malala Yousafzai por expor a suas ideias sobre educação feminina e após seu discurso na ONU. Malala se tornou ativista e foi a pessoa mais nova a ser laureada com um Prêmio Nobel.

O Sorriso de Mona Lisa (2004)

O filme se passa em uma escola tradicional feminina nos Estados Unidos, durante os anos 50, onde ensinavam as mulheres a serem boas esposas e mães. E incomodada com o conservadorismo do ensino e da sociedade local, uma das professoras tenta passar uma nova visão as suas alunas sobre o direito que elas possuem de trabalhar.

Coco Antes de Chanel (2009)

Na França do século XX uma mulher pobre luta para vencer os obstáculos de sua vida iniciando uma carreira no mundo da moda. Quebrando paradigmas da época, Coco Chanel se torna uma revolucionária por suas ideias e criações, que a levaram a construir um império e ser considerada uma das pessoas mais importantes da história daquele século.

Para o domingo (8), quando é celebrado o Dia Internacional da Mulher, o LeiaJá separou cinco filmes protagonizados por mulheres, que mostram sua força e emocionam o público, que estão disponíveis no catálogo da Netflix. Confira:

 

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1. "Frida" (2002)

O filme conta a biografia da famosa pintora mexicana Frida Kahlo (Salma Hayek), que se casa com o também artista Diego Rivera, com quem compartilha suas fortes opiniões políticas radiais, paixão, trabalho e tragédias.

2. "Burlesque" (2010)

Na trama, Ali (Christina Aguiera) é uma garota do interior dos EUA que trabalha como garçonete e deixou sua cidade natal para tentar a sorte em Los Angeles (EUA). Ela conhece a boate Burlesque e tem sua vida modificada.

3. "Tomboy" (2011)

Laure (Zoé Héran) tem 10 anos e acaba de se mudar para uma cidade da França, onde faz amizade com Lisa (Jeanne Disson), que a identifica como menino por causa de sua aparência. Então, Laure adota o nome Mickael e passa a viver essa dupla personalidade longe dos olhos da família. O filme trata de temas como condição biológica e identidade de gênero de maneira sensível.

4. "Histórias Cruzadas" (2011)

Skeeter (Emma Stone) retorna a Mississipi (EUA) com o objetivo de ser escritora. Ela começa a entrevistar mulheres negras que deixaram suas vidas para trabalhar nas casas e cuidar da criação de crianças da elite branca.

5. "Garota Exemplar" (2014)

Amy Dunne (Rosamund Pike) desaparece no aniversário de seu casamento, deixando o marido Nick (Ben Affleck) desesperado. Ele começa agir de forma irracional, o que o torna o primeiro suspeito da polícia. Nick tenta provar sua inocência e, ao mesmo tempo, descobrir o que aconteceu com Amy.

por Junior Coneglian

Para celebrar o Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março, o Shopping Guararapes localizado em Jaboatão dos Guararapes, Região Metropolitana do Recife, lança uma programação voltada ao empreendedorismo feminino. 

As ações serão feitas em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e contam com palestras e consultorias abertas para o público.

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Nesta quarta-feira (4), às 19h, será realizada a palestra “Empreendedorismo Feminino: Como as redes sociais pode ajudar a Inovar e Gerar valor!”, ministrada pelo instrutor de Marketing Digital e Redes Sociais do Senac, Fagner Ikamaaan.

Já na próxima quinta-feira (5), Anna Accioly, consultora especializada em empreendedorismo e planejamento, sanará dúvidas a respeito das questões burocráticas para empreender, das 14h às 19h e, após, dá palestra com tema “Liderança Feminina nos Negócios”.

Para participar, é preciso se inscrever antecipadamente pelo telefone (81) 2122-2211 e fornecer os dados a seguir: nome completo, telefone, CNPJ (se já for um empreendedor) ou CPF, e e-mail para contato.

Para encerrar a Semana da Mulher, o shopping ainda realizará, no próximo domingo (8), um tributo ao cantor Jorge Vercillo na Praça de Alimentação do mall. O pocket show será feito pelo artista Allan Carlos, a partir das 18h, que cantará os principais sucesso do músico.

Serviço

Palestras e consultorias gratuitas com foco em empreendedorismo feminino na Semana da Mulher no Shopping Guararapes

Data: 3 a 5 de março

Local: Av. Barreto de Menezes, 800 - Piedade - Jaboatão dos Guararapes (corredor das Lojas Americanas)

Horário: das 14h às 21h

Na cidade de São Paulo, um passeio por pontos turísticos do Centro prestará homenagem ao Dia Internacional da Mulher durante os finais de semana do mês de março. O roteiro especial e gratuito faz parte do programa Vem pro Triângulo, que apresenta uma viagem no tempo pela história da capital. Nesta edição, com o tema "Mulheres", a atração relaciona locais icônicos com personagens femininas que marcaram época. Entre as figuras, estão artistas, autoridades e personalidades como Nair Bello (1931-2007), Inezita Barroso (1925-20015), índia Bartira (1500-1559), Dona Veridiana (1825-1910), Marquesa de Santos (1797-1867) e a rainha britânica Elizabeth II.

Entre os dias 7 e 29 de março, a caminhada começará na Praça Antônio Prado, passará pelo Edifício Martinelli, o Vale do Anhangabaú e vai até a avenida São João. O logradouro, famoso por ser citado em canções de sucesso, também é mencionado em "Ronda", do compositor Paulo Vanzolini (1924-2013). A música ganhou notoriedade nas vozes de Inezita Barroso e Márcia, cantoras homenageadas na primeira parte do tour.

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No Largo São Bento, será contada a história da índia M’bicy ou Bartira. Mãe de 12 filhos e casada com o português João Ramalho (1493-1580), Bartira pode ter sido a genitora da primeira geração de paulistas que descenderam desta família. Já no Largo do Café, a vida de Dona Veridiana Valéria da Silva Prado, uma das primeiras mulheres a enfrentar os conservadores da época, é o tema. Outro ponto histórico da atração é o Solar da Rua do Carmo, adquirido por Domitila de Castro Canto e Mello, a Marquesa de Santos. Expulsa da corte portuguesa após a morte da Imperatriz Leopoldina (1797-1826), Domitila, a principal paixão extraconjugal de Dom Pedro I (1798-1834), também deixou suas marcas na história da região central de São Paulo.

Já na parte final do passeio, dois momentos e personalidades internacionais serão lembradas: a apresentação da cantora estadunidense Ella Fitzgerald (1917-1996) no Theatro Municipal de São Paulo, em 1971, e a hospedagem da rainha britânica Elizabeth II no antigo Othon Palace Hotel durante sua permanência na cidade em 1968.

 

Serviço

Vem pro Triângulo SP – "Mulheres"

Quando: de 7 a 29 de março, sempre aos sábados e domingos, às 11h, 13h30 e 15h30

Duração: 60 minutos - com até 25 participantes por passeio

Gratuito

Reservas pelo www.sympla.com.br/vemprotriangulosp

Recomendações: chegar com 15 minutos de antecedência e ter o ingresso impresso ou com possível visualização pela tela do celular. Em caso de chuva, o roteiro poderá ser cancelado.

A Polícia Civil de Pernambuco, por meio do Departamento de Polícia da Mulher (DPMUL), preparou uma série de atividades para esta quinta-feira (05), em celebração ao Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março. O evento ocorre em parceria com o Sistema Fecomércio/Sesc/Senac-PE, no pátio da 1ª DEAM – 1ª Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher, localizada no bairro de Santo Amaro, área central do Recife.

A programação iniciará às 7h e segue até o meio-dia. A delegada titular da 1ª DEAM, Bruna Falcão, vai participar de uma roda de conversa sobre violência doméstica, feminicídio e o papel da mulher contemporânea. Serão distribuídos materiais educativos acerca dos caminhos para quebrar o ciclo da violência. Será possível ainda para as mulheres presentes cuidar um pouco da saúde com a confecção de teste de glicemia, aferição da pressão arterial e atendimento com nutricionistas.

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Para cuidar da beleza, será oferecido corte de cabelo, higienização da pele e maquiagem. A parte cultural será com o 'Coral Cantar É Viver'. Em mais uma atividade comunitária, com apoio do Instituto de Identificação Tavares Buril (IITB) e da Gerência de Prevenção e Articulação Comunitária da SDS, serão entregues a 2ª via de cerca de 50 RGs para mulheres e seus dependentes menores.

Será possível, ainda, no dia do evento, que mais 50 mulheres e filhos possam dar entrada para tirar carteiras de identidade; fichas serão distribuídas. O Balcão de Direitos da SDS estará também para a emissão de certidões.

*Da assessoria

Em celebração ao Dia da Mulher, comemorado no dia 8 de março, a UNINASSAU – Centro Universitário Mauricio de Nassau Recife realiza a III Semana da Mulher. A programação acontece entre os dias 10 e 13 de março, no bloco C da Instituição. O evento é organizado pelo curso de Direito em parceria com o Núcleo de Literatura e Direito (NULID).

Trazendo como tema “Estado, luta e ocupação”, a ação tem como objetivo desenvolver atividades, palestras e oficinas voltadas para o público feminino, debatendo os principais desafios da mulher no espaço público e sua posição na sociedade. O evento também será uma oportunidade para docentes e discentes apresentarem trabalhos científicos vinculados ao tema central ou correlacionados.

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Abrindo a programação, a convidada Luciana Brasileiro fará o lançamento do seu livro, intitulado “As famílias simultâneas e seu regime jurídico”. No dia 11, haverá um Cine Debate para abordar a ética na política. O dia 12 contará com uma roda de diálogo, intermediada pela Profª Larissa Castilho, para falar sobre o livro “Calibã e a Bruxa”. Nesse dia, o “Empreendedorismo feminino” também será tema de palestra. Encerrando a programação, o dia 13 está reservado para a apresentação e debate dos trabalhos científicos.

A coordenadora do curso de Direito da UNINASSAU Recife, Maria Amélia Calado, falou sobre a importância da celebração. “Nossa intenção é promover o debate de temas relevantes para população e discutir o papel da mulher na sociedade moderna, um assunto atual e importante de ser abordado”, ressaltou.

*Da assessoria de imprensa

Serviço

III Semana da Mulher

Onde: Bloco C / Rua Fernando Lopes, 778

Quando: 10 a 13 de março

Quanto: Gratuito

Inscrições: extensao.uninassau.edu.br

Em São Paulo, o próximo dia 8, Dia Internacional da Mulher, será realizado o 1º Flash Day de tatuagens exclusivas para mulheres. Para a primeira edição, 50 tatuadoras se dividirão em três estúdios e marcarão a pele das interessadas com desenhos preparados de forma antecipada. A ação é aberta ao público e terá a participação de nomes conhecidos do segmento das tattoos, como a brasileira Adriana Drikalinas, a argentina Valeria Fukunaga e a portuguesa Marta Carvalho.

Durante o 1º Flash Day, as tatuagens custarão a partir de R$ 150 e serão traçadas por ordem de chegada. As tatuadoras estarão dispostas em estúdios localizados nos bairros da Vila Madalena, Itaim Bibi e Jardins, todos na região centro-oeste da capital paulista. Além de comemorar o Dia Internacional da Mulher, a atividade marca o encerramento do Encontro Internacional de Tatuadoras Artistas (EITA), evento profissional voltado para mulheres do ramo da tatuagem. Em 2020, o EITA acontece nos dias 6 e 7 de março, no Centro Cultural São Paulo (CCSP).

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Serviço

1º Flash Day Tattoo

Quando: dia 8 de março, domingo, das 11h às 20h

Onde: Sampa Art Tattoo - Rua Benedito Lapin, 200, Itaim Bibi; Hostel Tattoo - Rua Harmonia, 1.235, Vila Madalena; e LOI - Rua Augusta, 2.163, Jardins

Preço das tatuagens: a partir de R$ 150 e atendimento por ordem de chegada

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