Um dos momentos mais aguardados do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é a redação. O texto dissertativo será cobrado justamente no dia 5 de novembro, primeiro domingo da prova. Além de proporcionar reflexão entre os candidatos por meio do tema proposto, a avaliação representa uma fase importante do Enem para a construção de uma nota robusta que, consequentemente, contribuirá bastante em prol do ingresso dos feras no ensino superior.
Mesmo nesta reta final de preparação para a prova, ainda resta tempo para fixar dicas importantes. Alcançar a nota mil, que corresponde à correção mais positiva da prova, exige atenção, domínio do tema proposto e principalmente respeito às cinco competências exigidas no Enem. Em entrevista ao LeiaJá, o professor de redação Luiz Fernando Lopes elegeu informações relevantes que podem contribuir para os candidatos durante a produção textual. De maneira objetiva, ele traçou o caminho que levará você a alcançar a nota mil.
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“O candidato que deseja alcançar a nota mil, tão desejada na redação do Enem, não pode deixar de ler os textos de apoio com muita atenção. Eles são um suporte, um referencial para a elaboração da tese, ideia principal a ser defendida. Essa, por sua vez, precisa estar muito clara, logo no início do texto, ou seja, no parágrafo da introdução. Nesse momento, a dica é que o fera grife, sublinhe ou circule as palavras-chaves, aquelas mais importantes e que mais se repetem ao longo dos textos”, orienta o professor.
Passada essa fase, é preciso organizar as ideias. Diante do tema proposto, é provável que os candidatos pensem em várias abordagens, porém, é necessário encontrar um recorte e apresentá-lo sem atropelos. “É de extrema importância que haja uma seleção e organização de ideias, com o objetivo de evitar que o texto se torne prolixo. Outra dica muito relevante é que a redação seja a primeira prova a ser feita no domingo. Dessa forma, o candidato estará com a “mente mais fresca”, sem o cansaço exaustivo da leitura das demais questões. O tempo máximo não deve ir além de 1 hora e 30 minutos, levando em consideração a produção do rascunho até o momento de passar o texto a limpo”, complementa Luiz Fernando Lopes.
A redação do Enem, de acordo com o professor, também apresenta “um misto de dois tipos textuais”: expositivo e argumentativo. Segundo Lopes, é essencial que o fera domine esse modelo de texto e entenda o esquema que permeia a construção da redação. Além dessa dica, o professor chama a atenção para o respeito às cinco competências que serão fundamentais para que o estudante alcance a nota 1.000. “São competências que vão dos aspectos gramaticais aos semânticos, ou seja, coesão e coerência, respectivamente”, adianta. Saiba mais do professor:
Competência 1 - Por se tratar de um texto argumentativo, a primeira competência exige do candidato o uso adequado da norma padrão da língua portuguesa. Assuntos como ortografia, acentuação gráfica, concordância nominal e verbal, regência nominal e verbal, pontuação e crase, se respeitados, fazem toda a diferença para conseguir esses 200 pontos.
Competência 2 - Exige uma atenção maior em relação à leitura, à escolha das ideias e ao respeito ao modelo argumentativo, ou seja, nada de fugir da tipologia exigida. Além disso, é muito importante que o fera procure relacionar suas ideias com outras áreas do conhecimento, como a história, a filosofia, a sociologia, a literatura, a arte, dentre outras ciências.
Competência 3 - Pede que os argumentos apareçam de forma clara e objetiva. A dica é sempre “reler” a tese para que o texto fique “amarrado” a ela.
Competência 4 - É muito importante que o fera “se ligue” no uso adequado dos elementos coesivos, tais como conjunções e preposições. Esses farão a articulação entre períodos e parágrafos.
Competência 5 - Por fim, e não menos importante, vem, ao meu ver, a mais importante das competências, a de número 5. Nela é de suma importância que o candidato dedique uma atenção ainda maior. A redação do Enem quer saber da capacidade de cada candidato de resolver problemas sociais sem desrespeitar os direitos humanos, ou seja, fazendo-se valer do respeito à cidadania. Nesse momento, que é último parágrafo do texto, a conclusão, aconselho que o fera retome a tese, reafirmando o que foi dito na introdução, com o intuito de “fechar a ideia defendida” e, após isso, elabore uma proposta de intervenção. Nessa hora a dica é responder a quatro perguntas básicas, que são: O quê será feito? Por quem será feito? Como será feito? E com qual objetivo/finalidade será feito? Sempre é bom dar ao texto uma visão social, sem radicalismos, visão religiosa, subjetiva e muito menos preconceituosa.
Por fim, o professor toca em outro ponto importante: o aspecto emocional. Diante de toda pressão pela aprovação e depois de um ano inteiro de preparação, os candidatos acabam passando por um momento de ansiedade que, caso não seja controlada, pode atrapalhá-los na hora da prova. Porém, é possível segurar as rédeas emocionais.
“Acredito que com muita calma, dedicação e foco, o candidato, ao seguir essas dicas, não terá problemas para conseguir o tão sonhado 1000 que sairá do plano da imaginação e passará a ser uma realidade. Depois, é só comemorar e me chamar para a festa”, diz Luiz Fernando Lopes, em tom descontraído.
Além da prova de redação, os candidatos terão pela frente, no primeiro domingo do Enem, as questões de Linguagens e Ciências Humanas e suas Tecnologias. Já no dia 12 de novembro, os feras responderão os quesitos de Matemática e Ciências da Natureza e suas Tecnologias. Mais detalhes informativos podem ser obtidos no site oficial do Enem.
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