Muitas pessoas passam a maior parte do seu dia no trabalho, lidando com demandas e pressões que podem ter um efeito prejudicial na sua qualidade de vida. Nesse contexto está inserida a Psicologia Organizacional, segunda maior área da Psicologia e que vai muito além de participar do recrutamento, seleção e treinamento de pessoal. Ela realiza um diagnóstico organizacional, através de pesquisas sobre os sentimentos e emoções dos trabalhadores, resolvendo situações de conflitos e promovendo a qualidade de vida no trabalho. Segundo Márcio Barra, coordenador do curso de Psicologia da Universidade da Amazônia (Unama), “quando a empresa investe em saúde mental do trabalhador elevam-se as chances deste obter melhores desempenhos”.
A Psicologia é uma área ampla, que tem diversos ramos de atuação, sendo um deles a Psicologia Organizacional. “Quando se aborda o tema saúde mental dentro de uma empresa, o psicólogo organizacional pode implantar ações protetivas e interventivas para a saúde do trabalhador. A questão é que o psicólogo organizacional não atenderá o funcionário no sentido clínico, ou seja, psicoterapia. Logo, não é necessária que haja sempre na empresa um profissional da área de psicologia à disposição dos funcionários. Porém, é imprescindível que o psicólogo organizacional implante ações cujos objetivos sejam manter e prevenir a saúde mental do trabalhador e quando for necessário, encaminhá-lo para um serviço especializado de psicoterapia”, acentuou.
##RECOMENDA##A vida profissional é corrida e às vezes não deixa espaço nem para uma autoavaliação. Porém, há formas de identificar que aquele funcionário precisa de atenção e acompanhamento. “Há alguns comportamentos e circunstâncias organizacionais que sinalizam possibilidades de impasses no equilíbrio psicológico dos trabalhadores como, por exemplo, faltas constantes, atrasos, baixa produtividade, problemas relacionais com os colegas de trabalho, entre outros”, explicou o psicólogo.
Para o trabalhador continuar fazendo parte do quadro de funcionários da organização, outros fatores vão além da questão econômica. “A concorrência e o mercado estão bastante exigentes com as organizações. Nesse sentido, os salários deixaram de ser um atrativo forte suficiente para manter os profissionais de excelência. Estes buscam organizações que invistam na saúde mental e realização pessoal. Tornando-se um fator competitivo e diferencial para a empresa”, afirmou.
O professor Marcio Barra explica que a Psicologia Organizacional trabalha muito na área da prevenção, dando ao funcionário um ambiente no qual ele possa se sentir seguro. “É importante selecionar pessoas com perfil, conhecimento e competências adequadas para assumir os cargos para os quais são designadas. Ações com caráter preventivo e de intervenção podem ser divulgadas na empresa. Por exemplo, informar os colaboradores sobre atividades organizadas pela organização que possam trabalhar angústias e ansiedades percebidas (tensões pré-aposentadoria, planejamento familiar, entre outros), além de disponibilização de serviços de saúde que ofertem cuidados psicológicos para os funcionários”, finalizou.
Esse e outros temas serão debatidos no II Congresso Multidisciplinar de Saúde, que ocorrerá nos dias 30 e 31 de março e 1º de abril, no Hangar Centro de Convenções, em Belém, e englobará as áreas de Nutrição, Psicologia, Enfermagem e Fisioterapia. As inscrições estão abertas e mais informações podem ser obtidas no site www.unama.br, na aba Congressos.
A Unama Alcindo Cacela conta com uma Clínica de Psicologia, que funciona de segunda a sexta, de 8 às 12h e de 13 às 21h. Ela possui nove consultórios. Um dos serviços da clínica é o Plantão Psicológico, que funciona de segunda a sexta, de 8 às 12h e de 13 às 19h, fazendo o acolhimento e encaminhamento de demandas de urgências psicológicas. O serviço é gratuito. Mais informações podem ser obtidas nos contatos (91) 4009-3012 e psicologia.alcindo@unama.br
Por Deborah Rabelo, da Ascom Unama.