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Em uma atitude estranha, o Ministério da Saúde colocou documentos da compra de vacinas da Covaxin em sigilo. A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) teve acesso ao material sobre a negociação suspeita de superfaturamento em julho, mas o acesso ao público ficou restrito após a imposição do Governo Federal.

Após solicitar informações por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI) sobre os valores tratados com a Precisa Medicamentos, que intermediava o laboratório Bharat Biotech no Brasil, a pasta apenas informou que o acesso está "suspenso e restrito no momento" por estar em fase "preparatória", conforme publicação da Crusoé.

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Prejudicial ao inquérito

Apesar de ressaltar o trâmite interno, no dia 29 de julho a Saúde já havia repassado que havia cancelado o contrato do imunizante. Para justificar o caráter sigiloso, o ministério apontou que as informações "constituem fundamento de tomada de decisão, podendo sua divulgação prejudicar o andamento".

O Governo ainda acrescentou que a suspensão do acesso às informações "não caracteriza sua conclusão e encerramento".

O prefeito do Recife, João Campos, destacou em suas redes sociais neste domingo (8), uma orientação para os estudantes e pesquisadores da capital pernambucana que serão vacinados contra a Covid-19 em virtude de intercâmbio no exterior. Segundo o gestor municipal, eles receberão, “preferencialmente”, a vacina Janssen.

Outra marca de vacina aceita nos países de destino também poderão ser aplicadas nesse público. “Os estudantes e pesquisadores que vão tomar vacina contra Covid-19 no Recife para viajar ao exterior por motivo de intercâmbio, pesquisa e cursos receberão preferencialmente a vacina da Janssen ou outra marca de imunizante aceita no país de destino”, escreveu João Campos no Instagram.

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Na última segunda-feira (2), o Governo de Pernambuco acordou com prefeitos a autorização para imunizar pesquisadores e estudantes, a partir dos 18 anos, que irão realizar trabalhos científicos e acadêmicos no exterior. Também estão autorizadas a receber imunização as pessoas que precisam ir a outros países para realizar tratamentos de saúde.

Os agendamentos podem ser feitos pelo site ‘Conecta Recife’. De acordo com a Prefeitura, até o momento, foram aplicadas 1.334.247 doses de vacina contra o novo coronavírus.

Pernambuco recebeu, na manhã deste sábado (7), mais 88.600 doses da Astrazeneca, via Consórcio Covax. As doses serão destinadas exclusivamente para avançar na primeira dose da população por faixa etária.

Ao todo, o estado recebeu 488.630 vacinas nesta semana. O lote de Astrazeneca foi encaminhado ao Programa Estadual de Imunização (PNI-PE) para checagem e distribuição às 12 Gerências Regionais de Saúde (Geres) já na tarde deste sábado, juntamente com as outras 249.150 doses da Pfizer, Janssen e Astrazeneca entregues pelo Ministério da Saúde (MS) entre a noite de sexta (06) e madrugada deste sábado, tanto para primeiras doses como para segundas doses ou doses únicas.

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Na última quinta-feira (05), já haviam sido distribuídas mais de 150 mil doses da Pfizer e Coronavac. Nesta nova remessa aos municípios serão mais de 337 mil. Desde o início da campanha de vacinação, em 18 de janeiro, 7.769.230 doses já foram disponibilizadas aos pernambucanos, sendo 3.738.520 da Astrazeneca/Oxford/Fiocruz, 2.629.960 da Coronavac/Butantan, 1.228.500 da Pfizer/BioNTech e 172.250 da Janssen.

A partir das 19h desta terça-feira (3), recifenses a partir dos 23 anos podem agendar a vacinação contra a Covid-19. A estatística da Prefeitura é de que mais de 131 mil jovens fazem parte do novo grupo de imunização.

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O cadastro é feito no site do Plano Recife Vacina ou pelo aplicativo Conecta Recife. Para garantir a aplicação é necessário anexar cópia do documento oficial de identidade e comprovante de residência no nome da pessoa que vai ser imunizada no agendamento. Os documentos também devem ser apresentados no dia do atendimento.

No Recife, a população apta a campanha contra a Covid-19 é de 1.237.614 pessoas. Dessas, 417.507 concluíram o esquema de proteção com as duas doses ou por dose única, informa a Secretaria de Saúde.

Grávidas e puérperas do Recife que tomaram a primeira dose da vacina anticovid da AstraZeneca podem complementar o ciclo com o imunizante da Pfizer. A Prefeitura seguiu a orientação do Ministério da Saúde nesta sexta-feira (30).

Estudos aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) constataram que a proteção contra o vírus não é comprometida com a mistura de vacinas, ressalta a gestão. Até o momento, 50 mulheres fazem parte deste grupo.

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“As grávidas e puérperas que tomaram a vacina da Astrazeneca no Recife poderão completar o esquema com a dose da Pfizer, com intervalo de 90 dias. Há 50 mulheres nesse grupo no Recife, que se vacinaram em outro grupo prioritário ou antes de saber que estavam grávidas”, disse o prefeito João Campos (PSB).

As mulheres que receberam a AstraZeneca antes de descobrir a gravidez podem agendar a segunda dose no site ou no aplicativo Conecta Recife. No dia da aplicação é necessário levar laudo médico ou cópia do cartão da gestante, um exame laboratorial ou de imagem assinados e carimbados por um profissional competente.

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Já para as puérperas - quem teve bebê há, no máximo, 45 dias - serão aceitos declaração/certidão de nascimento da criança ou resumo de alta da maternidade.

Intervalo entre a vacina contra a Influenza

O Ministério da Saúde indica que os dois públicos só devem tomar a dose 14 dias após serem vacinadas contra a Influenza (gripe) ou outro imunizante requerido no calendário de vacinação. Caso a puérpera ainda seja lactante, a orientação é seguir com o aleitamento materno.

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI da Covid-19 no Senado, declarou, nesta quinta-feira (29), que a comissão pode pedir a prisão preventiva do empresário Francisco Maximiano, dono da Precisa Medicamentos. A despeito do depoimento marcado na CPI para a próxima semana, Maximiano foi para a Índia, o que despertou as críticas de Randolfe.

“Nós recebemos a notícia, nesta semana, que o senhor Francisco Maximiano se evadiu para a Índia e pretende não ser ouvido pela CPI na quarta-feira. Eu quero recomendar ao senhor Francisco Maximiano: volte e compareça à CPI de imediato no dia que seu depoimento está marcado. Evadir-se do país quando tem uma investigação em curso é crime. E nós não titubearemos em pedir a sua prisão preventiva”, disse Randolfe, em vídeo divulgado por sua assessoria.

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A Precisa passou a ser conhecida através da parceria com o laboratório indiano Bharat Biotech, desenvolvedor da Covaxin, vacina contra a Covid-19. Após suspeitas relacionadas ao preço exorbitante das doses do imunizante, a negociação com o Ministério da Saúde foi interrompida e entrou na mira das investigações na CPI.

Randolfe afirmou ainda que a CPI irá analisar requerimentos que pedem o bloqueio de bens da Precisa e da Global, outra empresa da qual Maximiano é sócio: “Por outro lado, a CPI também vai apreciar requerimentos para bloquear os bens da Precisa Medicamentos e da Global, exatamente no valor do contrato que ia ser celebrado. É uma medida judicial básica que necessita ser tomada”.

A defesa de Maximiano pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que ele possa escolher se vai ou não à sessão da comissão agendada para a próxima quarta-feira, dia 4.

Na campanha de imunização do Recife, a invisibilidade da periferia às vistas da gestão pública foi novamente exposta com a disposição de apenas dois dos 19 pontos de aplicação em regiões de maior vulnerabilidade social. Distantes das doses, distribuídas em locais de vacinação que poderiam ser distribuídos com equidade, o limite do acesso à Saúde ultrapassa a insegurança dos bairros e a frágil condição financeira da população, sobretudo da negra, que recebeu bem menos doses que brancos e pardos.

Com 1.237.614 adultos que precisam ser imunizados, nem 31,36% do público está devidamente protegido. O Vacinômetro da campanha, o qual a Secretaria de Saúde (Sesau) informa atualizar diariamente, apesar do último registro ser da terça-feira (27), mostra que só 388.047 recifenses concluíram o ciclo vacinal com duas doses ou com a dose única da Janssen.

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Baixa proteção aos negros

No recorte racial, o Plano Vacina Recife evidencia uma realidade largamente desproporcional. A desconfiança dos moradores de comunidades sobre um possível propósito discriminatório é apresentada na entrega do imunizante. Só 44.229 negros estão protegidos contra a Covid-19 na capital. O número é bem inferior aos 157.958 de pardos vacinados. A desigualdade é ainda maior em relação aos brancos, que representam 177.804.

Para exaltar o modo como trata a pandemia desde janeiro, o prefeito João Campos (PSB) forçou uma comparação dos índices do Recife aos de Nova York. A diferença é que, enquanto decretos de convivência com a pandemia ainda reprimem as atividades comerciais em Pernambuco, que acumulou 587.849 infectados e 18.702 óbitos na quarta (28), na metrópole norte-americana o fim das medidas restritivas foi anunciado por uma queima de fogos no dia 15 do mês passado.

Dentre a pouca oferta do auxílio municipal e a ampliação da entrega de imunizantes, uma das ações de maior orgulho da gestão é a disposição de 26 pontos de vacinação entre os oito distritos sanitários do município. Porém, sete deles são híbridos - funcionam como centros e drive-thrus - e atendem ao público da mesma região.

Na Zona Sul, apenas a Unidade Pública de Atendimento Especializado (UPA-E) do Ibura garante o imunizante aos bairros do entorno. Morador da UR-10, o quitandeiro Samuel da Silva, de 63 anos, precisou cruzar a cidade para conseguir tomar a segunda dose no bairro de Dois Irmãos, na Zona Norte.

"Foi meio contramão, mas valeu à pena ir para finalizar com a segunda dose. Tive que ir lá porque mais perto não tinha vaga", reclamou o comerciante.

Da UR-05, o feirante João Sobral, 62, conta que já deveria ter concluído o esquema vacinal. O prazo para a segunda dose expirou nessa terça e ele ainda não conseguiu o novo agendamento em nenhum centro. Para a primeira, desembolsou duas passagens de ônibus até o Geraldão, na Imbiribeira, mas ainda não sabe quando vai conhecer o sentimento de proteção. "Minha sobrinha não tá conseguindo. Só tá dizendo que não tem vaga", relatou.

Sem mais orientações no aplicativo Conecta Recife e desconectado do mundo digital, Seu João pretende ir a um posto de saúde na região para tentar marcar a dose complementar. A vizinha de bairro, Dona Lúcia de Souza, 71, já tentou informações em uma Unidade Básica de Saúde, mas saiu decepcionada sem saber ao certo o que fazer.

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"A vacina não tá muito boa não porque falta muita gente até para tomar a primeira. Tem um posto ali, mas não sabem informar nada a agente e a pessoa dá não sei quantas viagens, e 'diz eles' que não sabem", criticou. "Devia botar posto de vacinação e liberar logo para o pessoal com menos de 30 anos", acrescentou a idosa.

Com a mobilidade reduzida pela idade avançada, se não fosse o filho para levá-la de carro até o imunizante, Dona Lúcia estaria exposta ao vírus no transporte público ou enfrentaria uma longa caminhada entre a infraestrutura precária e as condições geográficas do Ibura. "Ia ter que ir de ônibus ou a pé porque ninguém vinha buscar. É longe. Daqui para lá é uma tirada medronha", aponta.    

Já na Zona Norte, o Parque da Macaxeira é o principal ponto para a população das áreas de morro. Apesar de morar em Casa Amarela, o dono de um box de reparos em eletroeletrônicos no Mercado Público, Romualdo Oliveira, 61, entende que a cobertura vacinal poderia ser expandida com a descentralização da campanha. "Devia ter aqui no posto, devia ter aqui no colégio. Lugares mais próximos, né?", questionou.

Ele sente na pele outro reflexo da pandemia, a desinformação. Sem ter tomado sequer uma dose, Seu Romualdo admite certo receio pelos possíveis efeitos colaterais e certo desinteresse em participar do Plano Vacina. No mesmo Mercado, a feirante do Alto Santa Izabel, Evânia Xavier, 43, aguarda a segunda vacina e confirma que muitas pessoas estão com medo dos imunizantes por falta de conscientização. Ela cobra por mais diálogo e propõe ações educativas da Prefeitura para convencer sobre os benefícios de se imunizar contra a Covid-19.

"Tem pessoas que não querem ser vacinadas. Tá faltando informação para o pessoal que tá achando que vai tomar e vai ficar doente [...] todo mundo já tomou vacina um dia e teve reação", incentiva Evânia, que ganhou um reforço com o depoimento de Seu Samuel, "tomei a primeira e não tive reação, e a segunda também não", garantiu.

Nesse ponto, Recife e Nova York se aproximam. Com cerca de dois milhões de nova-iorquinos que ainda não foram vacinados, o prefeito Bill de Blasio tenta meios para confrontar o negacionismo. Com apenas 60% dos cidadãos protegidos com as duas doses, nessa quarta (28), o gestor norte-americano anunciou que vai pagar US$ 100, equivalente a R$ 500, para quem participar da campanha anticovid.

Inclusas nos distritos sanitários VIII e VII, o levantamento da Prefeitura informa que 51.708 aplicações de segunda dose e dose única foram realizadas na área da Macaxeira, e o total de 31.191 na do Ibura.

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Procurada pelo LeiaJá, a Sesau não soube pontuar quais centros foram entregues em áreas consideradas como periferia, nem o porquê das áreas de morro da Zona Norte ficarem desassistidas pela campanha.

Sobre a escolha dos pontos, a Secretaria de Saúde explicou que os locais são escolhidos em centros exclusivos para evitar aglomeração, por isso não pretende utilizar as unidades de saúde. O objetivo é garantir o funcionamento dos demais serviços da rede municipal com menor risco de transmissão.

Em nota, a Sesau conta que os locais 'estratégicos' são definidos com "facilidade de acesso e com parada de ônibus próximas, contemplando tanto quem vais se vacinar a pé, quanto quem utiliza transporte público, carro, moto ou bicicleta", complementou.

Os locais de vacinação contra a Covid-19 no Recife funcionam todos os dias, das 7h30 às 18h30, mediante agendamento.

Os centros informados pela Prefeitura são:

- Sest Senat (Porto da Madeira)*;

- Porto Digital (Bairro do Recife);

- Unicap (Boa Vista)*;

- Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), em Dois Irmãos*;

- Parque de Exposição de Animais, no Cordeiro;

- Unidade de Cuidados Integrais (UCIS) Guilherme Abath, no Hipódromo;

- Compaz Ariano Suassuna, no Cordeiro*;

- Ginásio Geraldão, na Imbiribeira*;

- Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), na Tamarineira*;

- Parque da Macaxeira, na Macaxeira*;

- UPA-E do Ibura;

- UniNassau, nas Graças.

*representam pontos híbridos que atendem como centro e drive-thru.

Os locais exclusivos na modalidade drive-thru são:

- Fórum Ministro Artur Marinho - Justiça Federal de Pernambuco (Avenida Recife), no Jiquiá; 

- Juizados Especiais do Recife, na Imbiribeira;

- Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), na Cidade Universitária;

- Tribunal Regional Federal da 5ª Região, no Bairro do Recife;

- BIG Bompreço de Boa Viagem;

- BIG Bompreço de Casa Forte;

- Carrefour (Torre).

Fotos: Júlio Gomes/LeiaJáImagens

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou que o governo encomendou um estudo para avaliar a necessidade e os efeitos de uma possível terceira dose de imunizante para aqueles que receberam a CoronaVac há mais de seis meses. Em parceria com a Universidade de Oxford, a pesquisa deve começar na semana que vem, com 1200 participantes, moradores das cidades de São Paulo (SP) e Salvador (BA).

Segundo a coordenadora do trabalho, que também conversou com os jornalistas, Sue Ane Clemens, os voluntários serão divididos em quatro grupos - com 300 pessoas cada - e todos receberão um reforço diferente: Pfizer, AstraZeneca, Janssen e a própria CoronaVac.

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Dessa forma, a pesquisa vai analisar também a intercambialidade de vacinas e a capacidade de desenvolvimento de anticorpos dos participantes. Não foram dados muitos detalhes sobre o escopo da pesquisa, mas, ainda de acordo com Clemens, os resultados devem sair em novembro. Caso a terceira dose seja considerada necessária, estima-se que a aplicação comece até o final do ano.

O Instituto Butantan, fabricante da CoronaVac no Brasil, não vai participar da pesquisa, que na capital paulista vai ser administrada pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Em coletiva de imprensa, o presidente do instituto, Dimas Covas, afirmou achar o estudo “bom”, mas mostrou-se insatisfeito por não ter sido avisado pelo Ministério da Saúde. “Poderíamos, sem dúvida, ter sido comunicados. Isso seria uma medida de extrema gentileza e educação para com o produtor da vacina”.

Será preciso vacinar os idosos novamente?

O debate sobre a proteção da CoronaVac para pessoas idosas reacendeu após a publicação de um estudo preliminar realizado em São Paulo (SP) pelo grupo Vaccine Effectiveness in Brazil Against Covid-19 (Vebra Covid-19), que envolve pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz, Incor, Universidade de Brasília (Unb) e outras instituições nacionais e internacionais. O financiamento é da Opas (Organização Pan-Americana da Saúde).

Ao avaliar informações de pessoas vacinadas, os autores já haviam detectado que o efeito contra a doença sintomática caía com a idade. De maneira geral, a proteção para maiores de 70 anos foi de 59% contra hospitalizações e 71,4% contra mortes, o que não é ruim.

No entanto, a mesma efetividade foi bem menor para pessoas com mais de 80%: apenas 43% contra hospitalizações e 50% contra óbitos. Embora o estudo ainda não esteja publicado em uma revista científica e nem tenha passado pela revisão de pares, a pesquisa chamou atenção de especialistas.

Ao G1, o infectologista Julio Croda, pesquisador da Fiocruz e um dos autores, afirmou que “teremos que, muito provavelmente, discutir com os dados de hospitalização e óbitos se devemos ou não priorizar esse grupo para revacinação quando isso [queda da efetividade] começar a acontecer”.

A mudança súbita do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e de seus filhos em relação à vacina contra a Covid-19 ocorreu coincidentemente quando o Ministério da Saúde fechou a aquisição suspeita de 20 milhões de doses da Covaxin. Depois de enfraquecer a campanha com declarações negacionistas ao longo da pandemia, a família começou a apoiar a imunização quando a compra investigada por superfaturamento de 1.000% em cada dose foi assinada. É o que aponta a coluna do jornalista Guilherme Amado, no site Metrópoles.

Até o dia 10 de março, a principal bandeira da extrema-direita contra o vírus era o falso tratamento precoce, já recomendado pelo aplicativo TrateCov, que reunia medicamentos sem eficácia comprovada para a doença. Cinco dias antes, Francisco Maximiano, sócio da empresa Precisa – intermediária na negociação com o laboratório indiano Bharat Biotech - desembarcou no Brasil.

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De acordo com a publicação, a relação da Família Bolsonaro com Maximiano é antiga e se mostrou próxima no dia 13 de outubro de 2020, quando o senador Flávio (Patriota-RJ) o levou como representante de outra empresa, a Xis Internet Fibra, para uma reunião com o presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES), Gustavo Montezano.

O primeiro a mudar de opinião foi justamente o filho mais velho do presidente. Flávio Bolsonaro pediu ao seu público para compartilhar uma foto do seu pai com a frase "nossa arma é a vacina" nas redes sociais. No mesmo dia, o próprio Jair defendeu a imunização no Palácio do Planalto e garantiu que não poupava esforços para adquirir doses.

Pouco depois, deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) publicou a imagem do Zé Gotinha com uma seringa em formato de fuzil, em alusão à proposta de armar a população amplamente defendida na campanha do pai.

Na denúncia contra o Ministério da Saúde, que culminou na investigação da Polícia Federal contra Bolsonaro por suspeita de prevaricação, o deputado Luis Miranda (DEM-DF) conta que o presidente foi alertado sobre o esquema no dia 20 de março mas não deu uma resposta concreta.

Três dias depois, o parlamentar questionou à assessoria se o presidente havia ficado chateado e foi respondido com a mensagem: "negativo, deputado. São muitas demandas". No mesmo dia, Bolsonaro fez o primeiro pronunciamento oficial em defesa da vacina.

O texto aponta também que ainda em janeiro deste ano, o próprio chefe do Executivo enviou comunicado ao primeiro-ministro indiano Narendra Modi para pressionar por mais agilidade na liberação da Covaxin. Após quatro dias, a Precisa fechou contrato com a Bharat Biotech mesmo com a vacina sem liberação da agência regulamentadora da Índia.

Ao mesmo tempo em que o processo de compra da Covaxin era tocado com emergência pelo Governo Federal, o Ministério da Saúde ignorou mais de 100 e-mails de representantes do laboratório Pfizer que tentavam negociar o envio de doses para o Brasil.

A atriz Fernanda Paes Leme usou seu perfil do Instagram, na última sexta-feira (9), para celebrar sua vez de tomar a primeira dose da vacina contra a Covid-19. Na foto publicada na rede social, Paes Leme usava uma blusa em homenagem ao Zé Gotinha, clássico personagem das campanhas de vacinação do Brasil.

"Gente, corre aqui, sextou demais!!! Não tem emoção maior. É algo totalmente novo pra todo MUNDO. Uma injeção de esperança pra mim, pra minha família, pra minha cidade, pro país. A vacinação é um compromisso de todos e só sairemos dessa situação quando todos puderem falar "vacinei". Ah sim, essa é só a primeira dose, a segunda é mais importante ainda. Então fique atento e forte! #VacinaSim #VacinaParaTodos #VivaOSUS", escreveu a atriz na legenda da publicação.

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Muitos fãs e famosos também comemoraram a imunização de Fernanda nos comentários: “Que incrível Fe”, escreveu Thaila Ayala. “Que notícia boa amor”, comentou Victor Sampaio, namorado de Paes Leme.

Veja, a seguir, a publicação:

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Um levantamento divulgado pelo Plano Vacina Recife nesta sexta-feira (9) informou que 60,55% da população acima dos 18 anos já foi vacinada com pelo menos uma dose contra a Covid-19. De acordo com a gestão, dos 1.237.614 adultos aptos à campanha, 748.464 já receberam o imunizante.

A Prefeitura ressalta que a capital pernambucana segue acima da média nacional de imunização, que gira em torno de 38%. Ao todo, 310 mil pessoas - cerca de 25% da população vacinável - já tomaram as duas doses ou encerraram o ciclo de proteção com a dose única da Janssen.

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Dados atualizados pela Secretaria de Saúde do Recife (Sesau) apontam que 137.906 pessoas já contraíram o vírus e 4.747 morreram desde o início da pandemia.

Atualmente, a etapa do Plano Vacina Recife atende ao público acima dos 37 anos. Entre centros e drive-thrus, 23 pontos de vacinação estão disponíveis das 7h30 às 18h30. Confira:

Centros

UNINASSAU (Graças); Unicap (Boa Vista); na Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), em Dois Irmãos; Parque de Exposição de Animais, no Cordeiro; na Unidade de Cuidados Integrais (UCIS) Guilherme Abath, no Hipódromo; Compaz Ariano Suassuna, no Cordeiro; Ginásio Geraldão, na Imbiribeira; Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), na Tamarineira; Parque da Macaxeira, na Macaxeira; UPA-E do Ibura.

Drive-thrus

Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) na Tamarineira; Parque de Exposição de Animais no Cordeiro; Fórum Ministro Artur Marinho - Justiça Federal de Pernambuco (Avenida Recife) no Jiquiá; Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) em Dois Irmãos; Juizados Especiais do Recife na Imbiribeira; Parque da Macaxeira na Macaxeira; Geraldão na Imbiribeira; Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) na Cidade Universitária; Tribunal Regional Federal da 5ª Região no Bairro do Recife; BIG Bompreço de Boa Viagem; BIG Bompreço de Casa Forte, Unicap (Boa Vista) e Carrefour (Torre).

Novos lotes da vacina Pfizer chegaram a Pernambuco no final da tarde desta quinta-feira (8). Ao todo, o Estado recebeu 83.070 doses do imunizante que será destinado a quem ainda não iniciou o esquema vacinal.

As vacinas serão enviadas às 12 Gerências Regionais de Saúde (Geres), na próxima sexta-feira (9), e aguardarão a retiradas pelos gestores municipais. “Essa remessa será encaminhada exclusivamente para a primeira dose, iniciando o esquema vacinal em mais pernambucanos. Logo após o recebimento, já iniciamos a separação dos quantitativos por município e nesta sexta ativaremos nossa operação logística para que os gestores municipais recebam, o quanto antes, suas remessas, podendo planejar e iniciar as ações”, observou a superintendente de Imunização da SES-PE, Ana Catarina de Melo, por meio da assessoria.

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Até o momento, Pernambuco já recebeu 834.200 doses de vacinas: Astrazeneca/Oxford/Fiocruz ( 2.867.420), Coronavac/Butantan (2.141.960), Pfizer/BioNTech (656.370) e Janssen (168.450).

Mesmo com a chegada de novos imunizantes, o governador Paulo Câmara ressaltou que é necessário " ampliar ainda mais esse contingente, incentivando as pessoas a tomar a primeira dose, e também aquelas que já iniciaram o processo de imunização a buscarem a segunda dose”. 

Nesta sexta-feira (02), o prefeito João Campos (PSB) pediu para que os recifenses ficassem tranquilos porque "o Recife não aplicou dose vencida de Astrazeneca" contra a Covid-19.

Ele afirma que as últimas doses do lote 4120Z005 foram ministradas até o dia 25 de fevereiro deste ano e que a Folha de São Paulo, responsável pela denúncia, se referiu a um erro "já corrigido". No registro do jornal, a capital pernambucana havia aplicado duas doses vencidas - o que está sendo desmentido pelo prefeito. "A gente segue vacinando e protegendo vidas", pontua Campos.

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Vacinas vencidas em Pernambuco 

Em Pernambuco, pelo menos 30 municípios receberam doses vencidas da AstraZeneca/Oxford. Em primeiro lugar, surge Ipojuca, no Litoral Sul, com 279 doses aplicadas fora do prazo de validade. A capital Recife surge nas últimas posições, com apenas dois casos registrados. As demais cidades são: Ipojuca (279), Garanhuns (110), Gameleira (90), Bom Jardim (87), Correntes (51), Itaíba (48), Verdejante (38), Condado (37), Caruaru (36), Rio Formoso (36), São João (28), Joaquim Nabuco (26), Santa Cruz do Capibaribe (25), Bom Conselho e Sirinhaém (24), Olinda (17), Buíque (16), Betânia (14), Camutanga, Capoeiras e Jaboatão dos Guararapes (13), Nazaré da Mata e Ouricuri (12), Carnaubeira da Penha e Machados (11), Carnaíba e Toritama (10).

Itapissuma, Catende, Custodia e outros municípios do estado aparecem no mapeamento com oito doses ou menos.

Uma veterinária, identificada como Jussara Sonner, compartilhou em suas redes sociais que, mesmo após tomar as duas doses da CoronaVac em março deste ano, conseguiu 'furar a fila' e ser imunizada com a dose única da Janssen.

Jussara, que chegou a chamar a CoronaVac de 'Vachina', disse que não se sentia protegida com o imunizante da China. "Esperei o tempo necessário, três meses, e hoje consegui tomar a da Janssen. Agora me sinto mais protegida, é dose única e estou liberada para viajar para onde eu quiser", afirmou a mulher.

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Segundo os comprovantes de vacinação compartilhados pela Jussara, a imunização com a Janssen aconteceu no dia 30 de junho. "Fui em um bairro meio que de favela em Guarulhos, onde não havia computadores para verificação online. Uma sorte! Anotaram meus dados numa folha timbrada. Quando cair no sistema será tarde demais", assumiu a veterinária.

O caso foi denunciado ao Ministério Público de São Paulo (MPSP) por meio do portal "Fura-fila da vacina", que encaminhou a denúncia para a Promotoria de Justiça do Estado. A Prefeitura de Guarulhos, São Paulo, também irá investigar internamente.

Em uma live transmitida na noite dessa quarta-feira (30), o prefeito de São Bernardo do Campo, no interior de São Paulo, afirmou que quem se recusar a tomar vacina por escolha do imunizante vai para o fim da fila da campanha e só receberá a dose depois do último adulto vacinado no município. Ainda de acordo com Orlando Morando (PSDB), só na terça (29), 200 pessoas se recusaram a receber a aplicação.

"Insisto que vacina não é para escolher. Você lembra a marca da vacina que tomou de gripe? Não lembra. Ninguém nunca pediu marca de vacina. Por que agora, no meio da maior pandemia da humanidade, as pessoas querem escolher vacina?", questionou o gestor, que revelou ter sido imunizado com a Coronavac no último sábado (26).

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Ele explicou que, "caso a pessoa se recuse a assinar, duas testemunhas que estarão trabalhando no local irão assinar. Essas pessoas que se recusam a tomar a vacina no dia serão submetidas para o fim da campanha de imunização, ou seja, depois do último adulto de 18 anos na fila".

Em seu perfil oficial, Morando destaca que a medida começa a valer nesta quinta (1º) e reitera que não está proibindo a vacinação de quem recusa as doses por opção.

"Não se vacinar é um direito seu, ninguém faz nada obrigado. Mas também é um direito nosso te colocar no fim da fila porque tem a vacina, você não vai tomar porque não quer. Escolher vacina nós não vamos permitir. Tem tanta gente esperando a vacina, ansioso, e aquele que tem o direito simplesmente fala: 'Não vou tomar vacina, essa eu não quero'. Então, se você não quer tomar vacina, é um direito seu", complementou.

Os dados da Prefeitura apontam que 2.842 pessoas morreram em São Bernardo do Campo, que investiga 104 mil casos da Covid-19. A atual taxa de isolamento é de 42%, enquanto a ocupação de leitos de UTI é de 52%. O gestor ainda acrescenta que 467 mil doses já foram aplicadas no município.

Confira

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Na última terça-feira (29), chegou ao Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, um lote com 1 milhão de doses da vacina contra a Covid-19, a CoronaVac. Assim, o imunizante que foi produzido na China será entregue ao Ministério da Saúde, em virtude do Programa Nacional de Imunização (PNI). A aplicação da CoronaVac passou por um processo de pausa entre abril e junho deste ano, por conta da falta de insumos para sua produção, e agora volta a integrar as vacinas à disposição da população.

De acordo com o Governador do Estado de São Paulo, João Dória (PSDB), as vacinas já estão prontas para uso, e serão aplicadas nos brasileiros já nesta quinta-feira (1°). Com isso, o plano de imunização acelera seu processo, já que a produção das vacinas em São Paulo envolve diversos processos e um controle de qualidade antes do fornecimento das vacinas ao Ministério da Saúde. Com esse lote, o Butantan atinge um número superior a 52 milhões de vacinas disponibilizadas ao governo federal.

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No mês passado, foi feito um estudo na Indonésia sobre o percentual de eficácia do imunizante contra o novo coronavírus. De acordo com o Ministério da Saúde do local, foi detectado que a vacina reduz em 98% o risco de mortes, 96% o risco de hospitalizações, e 94% a queda na probabilidade de desenvolver um caso leve. Apesar dos números elevados de eficácia, a pesquisa feita pelo Instituto Butantan na fase 3 dos ensaios clínicos apontou 50,4% de eficácia global.

Todo o estado de São Paulo continua no processo de vacinação e, até o momento, de acordo com o consórcio de veículos de imprensa a partir de dados das Secretarias Estaduais de Saúde, cerca de 40% da população paulista já recebeu a primeira dose do imunizante e 13% receberam a segunda dose. Em contrapartida, desde o início da pandemia, o número de infectados já passa dos 3,7 milhões e o acumulado de mortes pela Covid-19 no território paulista, beira 127 mil.

 

Após o ministro da Saúde Marcelo Queiroga confirmar à CNN que o governo irá suspender a compra da vacina indiana Covaxin, o senador Randolfe Rodrigues (Rede) afirmou que o fato é uma confissão de culpa. "Se não tinha nada errado, por que irão suspender? Isso só tem um nome! Confissão!", escreveu o parlamentar na sua conta do Twitter. 

Randolfe, que é vice-presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, e outros senadores protocolaram uma notícia-crime no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

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Os senadores da CPI pedem abertura de inquérito contra o presidente por suposta prevaricação no caso envolvendo a compra da vacina Covaxin. A ministra Rosa Weber foi sorteada relatora do caso e encaminhou a notícia crime à Procuradoria-Geral da República (PGR). 

Os irmãos Miranda depuseram na CPI na última sexta-feira (25), e disseram que alertaram o presidente sobre o suposto caso de corrupção. Os dois envolveram o líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (Progressistas-PR), no que Bolsonaro teria chamado de "rolo" na pasta.

A notícia-crime também pede que o presidente da República responda em 48 horas se foi comunicado das denúncias feitas pelos irmãos Miranda. De acordo com a lei, se comunicado, Bolsonaro teria de ter pedido a abertura de investigação ao ouvir as suspeitas, sob pena de cometer crime de prevaricação.

Em frente à UBS Vila Barbosa, no bairro do Limão, zona norte, o eletricista Luiz Carlos Marquezzi, 52 anos, estacionou sua moto e perguntou: "Vocês sabem me dizer onde estão aplicando a vacina da Janssen?". Ele saiu de Barueri com o objetivo de rodar a cidade atrás do imunizante de uma única dose.

No posto de saúde, Marquezzi foi informado que a vacina que estava disponível e sendo aplicada naquele momento era a Astrazeneca. Depois de ouvir de algumas pessoas que escolher o imunizante era impossível e, mais do que isso, uma atitude prejudicial no combate à pandemia, ele até pareceu disposto a rever seus conceitos. Mas...

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Morador de Barueri, Marquezzi não pode se vacinar em uma UBS da capital. Se tivesse encontrado algum documento que provasse trabalhar em São Paulo, ele teria sido vacinado. Como não conseguiu provar o vínculo empregatício na cidade, acabou sem nada. Marquezzi, então, pegou sua moto e prometeu continuar procurando... a Janssen.

A tentativa de escolher vacinas por parte da população é um fenômeno bastante visível em diversos postos de saúde. Enfermeiras confirmaram à reportagem que tem sido recorrente flagrar pessoas saindo da fila ao descobrirem não se tratar de uma vacina da Pfizer ou, mais recentemente, da Janssen. Os postos de vacinação não divulgam qual vacina estão aplicando até o momento da própria vacinação ou quando os funcionários das unidades são perguntados sobre o assunto.

A aposentada Neizinha Magalhães, de 73 anos, por exemplo, chegou no portão do posto de saúde e questionou sobre qual vacina estaria sendo aplicada naquele instante. Ao saber se tratar da Astrazeneca virou as costas e foi embora.

"Só vou vacinar com Pfizer, meu filho. Por segurança. Tenho um enfisema e não quero arriscar. Veja o que aconteceu com o Agnaldo Timóteo (cantor e político morto em abril, vítima da covid). Ele tomou duas doses de uma vacina e aconteceu o que aconteceu", falou Neizinha, que aos 73 anos já poderia ter se vacinado há muito tempo. Os profissionais ouvidos nas unidades são unânimes em dizer que aqueles que escolhem vacina estão se colocando em risco e, pior, colocando em risco todo o cronograma de vacinação determinado.

Mas engana-se quem acha que essa procura pela vacina certa está restrita apenas a quem deseja tomar as doses da Pfizer ou da Janssen. Um posto de saúde do Pari teve um sábado de tranquilidade. Enquanto a reportagem esteve por lá, apenas três pessoas apareceram para se vacinar. A enfermeira Ana Caroline Venâncio, 29 anos, explicou que a unidade costuma receber muitas pessoas quando a vacina que está sendo aplicada é a Coronavac.

"Na região, moram e trabalham muitos chineses. O que a gente nota por aqui é que eles, em sua maioria, só querem tomar Coronavac. Aparentemente, eles se sentem mais seguros e confiantes com uma vacina que tem essa ligação com uma empresa chinesa", comentou Ana. Como é impossível saber com antecedência se as doses da Coronavac estarão disponíveis naquele ponto, a enfermeira contou que o mais comum é a pessoa ir embora tão logo descubra não se tratar da "vacina chinesa".

Apesar de um sábado sem filas e com vacina, muita gente perdia a chance de se imunizar. Foi o caso do advogado José Antônio Pedreira, 53 anos, que foi até a UBS, mas preferiu não se vacinar. "Eu já consumi álcool hoje. Então, achei perigoso e deselegante", disse. Pessoas com 53 anos já podem se vacinar há algum tempo.

Já o motorista de aplicativo Andrés Félix, 49 anos, saiu bravo de um posto de vacinação. "Moro em Itanhaém, mas minha vida é no carro, dirigindo. Estou sempre em São Paulo. Acho um absurdo não conseguir vacinar aqui porque não tenho comprovante de residência", reclamou.

Também foi muito comum encontrar pessoas de 45 e 46 anos que estavam confusas em relação ao calendário. "Eu estava acompanhando o calendário. Achei que no final de semana já era possível vacinar com 46 anos", afirmou o lojista José de Oliveira.

Mesmo quem procurou se inscrever na xepa acabou com alguma decepção. "Eu fui informado que são 7 mil pessoas na fila da xepa só aqui no posto de Santa Cecília. Desisti. Vou esperar mais algumas semanas", disse o professor Jackson Girão, 39 anos.

Apesar de tudo isso, não faltou quem entregasse o braço para a vacina disponível e se emocionasse com a conquista. "Eu nem dormi. Não dormi de tanta ansiedade. Mas valeu a pena", disse a diarista Glaucia Moraes de Araújo. Ela se vacinou em um posto do Carrão, na zona leste.

Mesmo para quem ainda estava mais tranquila, como Rejane Alves de Macedo, 59 anos, que ainda não tinha se vacinado antes por pura preguiça, o momento foi considerado muito importante. "Trouxe minha netinha para fazer as fotos da vacinação. Ela está adorando", contou - enquanto era clicada pela neta Karolina, 8 anos.

Um lote de 1,5 milhão de doses da vacina contra Covid-19 fabricada pela empresa americana Janssen, braço farmacêutico da Johnson & Johnson, embarcou para o Brasil na madrugada desta terça-feira (22) e vai desembarcar em Guarulhos (SP) pela manhã.

O lote corresponde a metade das doses que foram previstas para ser entregues, 3 milhões, mas a empresa americana alegou que não conseguiu embarcar todo o carregamento, apenas metade e deve enviar o restante nos próximos dias.

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Diferente dos outros três imunizantes que já estão sendo aplicados nos brasileiros, a vacina da Janssen imuniza sem necessidade de uma segunda dose, ou seja, apenas uma aplicação. O uso emergencial da vacina foi aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) no dia 31 de março.

As doses do imunizante chegam com validade apenas até 27 de junho, mas a Anvisa já deu o aval, em comum acordo com a Janssen, para se estender o prazo por pelo menos mais um mês e meio. A estratégia prevê que a distribuição seja realizada em no máximo 5 dias e seu uso seja apenas nas capitais do Brasil.

A coordenadora do Plano Estadual de Imunização contra a Covid-19 no estado de São Paulo, Regiane de Paula, anunciou que existem 338 mil pessoas que ainda não receberam a segunda dose da vacina Coronavac. O anúncio foi feito durante coletiva de imprensa, organizada nesta última quarta-feira (26).

Após o comunicado, a coordenadora informou que todos os municípios têm imunizantes disponíveis e que todos devem completar o esquema vacinal.  De acordo com a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), o plano de vacinação é essencial para a população, que após receber o imunizante tem maior desenvolvimento de produzir anticorpos que atuam contra o vírus.

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Desta forma, caso o indivíduo não tenha as duas doses aplicadas no corpo, não haverá proteção completa contra a Covid-19,  por isso recomenda-se um intervalo de 14 a 28 dias entre a primeira e a segunda dose da Coronavac.  Até o momento, no Estado de São Paulo, segundo o levantamento feito pelo consórcio de veículos de imprensa a partir dos dados das Secretarias Estaduais de Saúde, todo o estado paulista tem cerca de 12% da população está completamente vacinada (5,5 milhões), já as pessoas que receberam apenas a primeira dose correspondem a 23% da população paulista (10,9 milhões). 

A fim de ampliar o projeto de vacinação, o Governo de São Paulo também anunciou uma possível projeção para os próximos públicos que estarão aptos a receber o imunizante. A partir de 1° de julho, pessoas entre 55 e 59 anos estarão incluídas no plano e, a partir do dia 21 de julho, os profissionais da educação também integram o grupo, sendo eles de 18 a 46 anos.

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