Tópicos | Institutos Federais

Serviços de Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, como matrículas e solicitações de benefícios, foram disponibilizados no portal de serviços do governo federal. A medida faz parte de um processo de digitalização das atividades do Executivo Federal iniciada com órgãos da administração direta e indireta, que depois incluiu universidades e agora chegou aos institutos federais. A novidade foi anunciada em cerimônia hoje (12), em Brasília.

Pelo portal, é possível acessar um conjunto de serviços, como inscrição em processos seletivos, solicitação de assistência estudantil ou emissão de segunda via de diploma. Nas páginas, é informado quem tem acesso ao serviço, quais os documentos necessários e o tempo do processamento da solicitação. O interessado deve digitar no campo de pesquisa o nome do instituto federal.

##RECOMENDA##

Pelo site, o interessado pode baixar os editais, a lista de escolhidos para cursar no instituto e outras informações, porém a inscrição no instituto ainda deve ser feita presencialmente, como no IF do Paraná. Outros serviços podem ser agilizados sem a necessidade de comparecimento, como recebimento de bolsas no IF de Rondônia, que pode ser feito pelo envio de um e-mail à secretaria do órgão, cujo endereço é indicado no portal.

O reitor do Instituto Federal de Brasília, Wilson Conciani, destacou a importância dos serviços online para aumentar a transparência dessas instituições e sua aproximação com os cidadãos. “Até diploma podemos gerar eletronicamente. Colocar também serviços é dar ao público conhecimento daquilo a que eles têm direito. O portal vai facilitar a vida de muita gente e levar o Brasil para mais perto dos brasileiros".

Censo

A inserção dos serviços dos institutos no portal de serviços do governo ocorreu juntamente com o lançamento da 3ª fase do censo de serviços do Executivo, conduzido pela Escola Nacional de Administração Pública (Enap).

De acordo com o levantamento, há mais de 2.800 serviços ofertados pelos órgãos das administrações direta e indireta. Destes, 80% exigem RG e 70%, CPF. O canal principal é o balcão dos órgãos, modalidade adotada em 84% dos casos. Ao analisar o tempo, a equipe constatou que 65% resolvem a demanda em até 60 dias.

O censo foi base para o planejamento da digitalização dos serviços, como ocorreu com os IFs. Conforme o levantamento, 46% dos serviços do Executivo têm algum grau de digitalização, enquanto 17% não fazem uso dessas tecnologias. Outros 14% já são totalmente digitais.

“A agenda da digitalização representa a condição de sobrevivência de muitas das nossas organizações. A organização deve entender que cidadão resolve problemas diários pelo celular e que para ele é coisa de outro mundo ter que ir a um balcão de atendimento para resolver um serviço. A digitalização vai colocar órgãos no estágio em que o que cidadão está”, defendeu o secretário-geral adjunto de Desburocratização, Gestão e Governo Digital, Gleisson Rubim, na cerimônia.

José Carlos, carinhosamente chamado de Carlão, realiza testes com o óculos 3D. Ele acredita que o dispositivo traz benefícios para sua mobilidade / Foto: Chico Peixoto/LeiaJáImagens

##RECOMENDA##

Caminhada lenta, mas rica em detalhes. Cada passo representa uma descoberta regada a diferentes sensações. As mãos que tocam as paredes e as vibrações que chegam aos ouvidos parecem dar forma a ambientes antes invisíveis. Tudo ocorre de maneira extremamente cautelosa em um corredor onde há pessoas que assistem encantadas ao passeio de José Carlos Amaral, 35 anos. Carlão, como é carinhosamente chamado pelos amigos, possui total deficiência visual, mas auxiliado por um óculos que pode representar uma das principais alternativas em prol da mobilidade dos cegos no Brasil, o rapaz caminha de forma independente e cuidadosa pelo Campus Recife do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE), no bairro da Cidade Universitária, Zona Oeste recifense, onde vivencia experiências e amizades oriundas de um projeto científico desenvolvido na unidade.

De um aparelho ocular batizado de Synesthesia Vision, nasceram a esperança e a vontade de estudantes e professores em propiciar, gradativamente, um recurso que pode dar mais autonomia a pessoas com deficiência visual. O objeto utiliza um recurso chamado de áudio binaural tridimensional que é capaz de transformar distâncias em sons.

Em 2015, professores do IFPE iniciaram uma pesquisa para desenvolver um projeto de tecnologia assistiva destinada a cidadãos com deficiência visual. Gilmar Gonçalves de Brito, desde 1991 servindo ao Instituto, é um dos docentes que criaram o óculos 3D que, por meio de ondas sonoras, indica a uma pessoa com deficiência visual a existência de obstáculos próximos a ela. Técnico em eletrônica e doutor em geotecnia, Gilmar se inspirou nas experiências de sua irmã, uma bióloga que pesquisava a vida dos morcegos; eles identificaram que os animais, apesar da baixa visão, conseguem se locomover guiados por ondas sonoras.

Parceira de Gilmar durante o desenvolvimento da pesquisa, a professora Aida Araújo Ferreira, que soma quase 15 anos como docente do IFPE, destaca que antes de o projeto ser concretizado, foi estudada a viabilidade de colocá-lo em prática. Além disso, os pesquisadores identificaram que existem várias ferramentas responsáveis por facilitar a mobilidade dos cegos, mas a proteção se resume da cintura até o chão, como no caso da bengala. Com o óculos 3D, entretanto, a proteção pode ser da cintura até a altura da cabeça dos usuários; a bengala, porém, deve continuar sendo utilizada, pois as ferramentas se complementam.

Professor Gilmar, Carlão e a professora Aida realizando conexão do óculos com o aparelho celular / Foto: Chico Peixoto/LeiaJáImagens

“A ecolocalização foi a inspiração. Gilmar tem muitas ideias, inventa muitas coisas e eu trabalho na gerência do projeto, e assim a gente vai juntando os diferentes conhecimentos. Na prática, o óculos gera um som que faz com que o cego sinta o ambiente a partir dos efeitos sonoros. O óculos funciona a partir de três sensores ultrassônicos que percebem obstáculos da altura da cintura até a cabeça e emitem efeitos sonoros para que o cego perceba. Quanto mais próximo estiver do objeto - distância de até quatro metros -, o som é maior”, explica a professora Aida. Confira, a seguir, como são os sons do dispositivo:

“A gente começou a pesquisa e antes de tudo, analisamos viabilidade e descobrimos na literatura diversas iniciativas. Aprofundamos essa pesquisa inicial e fizemos uma proposta de projeto que foi aprovado no IFPE para trabalho de iniciação científica com estudantes do nível técnico”, complementa a professora, que carrega em seu currículo o título de doutora em ciência da computação.

Sons que fazem sentir o espaço

Vítima de uma catarata congênita, José Carlos perdeu a visão por completo ainda na adolescência. Na vida adulta, apesar das limitações de mobilidade, conseguiu desenvolver sua autonomia, além de ser aprovado para trabalhar no IFPE.

Como Carlão é servidor do Instituto, atuando há dois anos na função de tradutor de Braille, recebeu o convite para testar o óculos 3D. O projeto ainda é considerado um protótipo e passa, corriqueiramente, por adaptações sugeridas por Carlos e outros usuários para que a usabilidade melhore cada vez mais.

[@#video#@]

“Quando entrei aqui, conheci Gilmar e ele conversou comigo sobre o projeto. Achei muito interessante. A primeira vez que ouvi o sinal dos sensores foi um pouco atordoante. Tudo era muito difuso, o som vinha de todos os lados. Mas depois, quando você assimila, vai fazendo os ajustes. Requer um aprendizado, não é só colocar óculos. Ainda estamos adequando e todas as vezes que os alunos fazem os ajustes, eu testo e opino para o que pode melhorar”, relata Carlão.

O usuário do óculos ressalta o quanto a ferramenta pode contribuir para as pessoas com deficiência visual. “Traz muita contribuição, porque várias vezes as pessoas com deficiência visual não são oportunizadas a ser independentes, por causa da questão da segurança e da mobilidade. Esse projeto vem para promover mais segurança e para proporcionar autonomia. Eu, por exemplo, já tento resolver minhas atividades com autonomia há mais de 15 anos”, comenta José Carlos. Quando perguntado sobre as principais dificuldades enfrentadas pelos cegos no Brasil, Carlão opinou no áudio a seguir:

[@#podcast#@]

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Brasil há mais de 6 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência visual. Desse quantitativo, cerca de 500 mil são cegas. “Os problemas enfrentados pelos cegos, infelizmente, ainda são muitos. Os principais são as calçadas esburacadas, postes, orelhões, caixas de Correio no meio da passagem, fiteiros, barracas de lanche com teto baixo, carros e até caminhões estacionados em calçadas, dentre outros. No que tange às telecomunicações, as emissoras de televisão divulgam informações visuais que não são descritas para que as pessoas cegas possam ter acesso à informação que está sendo veiculada”, descreve o presidente da Associação Nacional dos Cegos, Antônio Muniz.

Quando a formação propaga inclusão

O professor Gilmar expressa satisfação em ver o andamento dos testes do projeto científico. Reflete claramente o sentimento de que um educador, ao ser lançado ao desafio de produzir conhecimento, precisa também compartilhar soluções para os problemas enfrentados nos grupos sociais brasileiros. “Sempre fiz trabalhos voltados para comunidades. Achava que a gente poderia usar nossos conhecimentos técnicos para ajudar os cegos, já que enfrentam dificuldades até hoje, mesmo com todas as tecnologias já existentes. Nós somos servidores públicos e o nome público é bastante abrangente. Acho que parte da nossa função é desenvolver tecnologias e empregar nossos conhecimentos para a inclusão. São projetos que dão retorno. Se a gente pode fazer alguma tecnologia que ajude a população, temos que fazer”, diz o educador.

Desde início do projeto em 2015, nove estudantes já participaram das atividades de melhoramento do protótipo. Um deles, o técnico em eletrônica Jonathan Kilne dos Santos, 20, mesmo concluindo sua formação no IFPE, retornou ao Instituto para continuar dando suporte ao Synesthesia Vision. Ele é responsável por melhorar o desenho do óculos, e ao ver sua adaptações se tornarem palpáveis, sente o prazer de um trabalho bem feito.

“No começo, a gente tinha um óculos feio, era gigante! Eliminei boa parte do peso tirando a bateria e trocando pelo celular. Adquirimos uma impressora 3D e assim pudemos modelar os nossos óculos. Ver saindo da tela do computador para algo palpável é maravilhoso. Toda vez que vejo Carlão utilizando o óculos, me dá vontade de adicionar mais coisas para melhorar. Ainda precisamos evoluir a conexão dos óculos com alguns aplicativos ao redor”, diz Jonathan.

Aluno do quarto período do curso de análise de sistemas, João Victor Brito, de 18 anos, aprende as técnicas da produção científica e o conceito de trabalho em equipe. Essa junção, ao final das aulas, contribui para a função social da educação disseminada nos institutos federais, que é transformar conhecimento em benefícios para a sociedade.

“No projeto, existem duas equipes, uma responsável pela montagem e outra pelo aplicativo. Tenho aula da grade curricular pela manhã e à tarde venho para o laboratório com o intuito de aperfeiçoar o código do aplicativo que trabalha em conjunto com o óculos”, descreve o estudante.

Em um dos testes realizados com o dispositivo, a equipe do projeto científico visitou a cidade de Afogados da Ingazeira, no Sertão de Pernambuco, onde os integrantes vivenciaram os sorrisos de quem, pela primeira vez, poderia sentir o mundo através dos sons. “Encontramos dois estudantes cegos. Um deles é Matheus, que testou o óculos e a sensação de felicidade dele foi muito clara. O sorriso foi uma sensação inexplicável”, relembra João Victor.

Segundo os professores responsáveis pelo projeto, ainda não é possível determinar quando o óculos estará definitivamente pronto para uso e produção na indústria. A finalização apenas será possível no momento em que todos os testes viáveis forem realizados, havendo adaptações posteriormente. A perspectiva é que o custo do produto industrializado seja igual ou menor do que a quantia da produção atual: R$ 300 por peça. Até então, cinco exemplares foram fabricados. Mais informações sobre o projeto podem ser vistas no site do Synesthesia Vision.

Reportagem integra a série “Além da técnica: a função social dos Institutos Federais”, que conta história dos dez anos dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, traçando um paralelo entre a contribuição dos projetos de extensão das instituições e o respaldo na sociedade, seja na forma de inclusão de classes mais baixas na educação, como também no benefício direto da população pelas pesquisas realizadas nos institutos. A seguir, confira as demais matérias da série:

Além da técnica: a função social dos Institutos Federais

Do campo ao campus: conheça a trajetória de José

IFs: tecnologia assistiva a serviço da qualidade de vida

Dez anos dos IF’s: uma Coreia dentro do ensino brasileiro

O que antes eram os conhecidos Centros Federais de Educação Tecnológica (Cefets), as escolas técnicas e agrotécnicas passaram a se chamar Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia. Foram criados pela Lei nº 11.892, de 29 dezembro de 2008, através do Ministério da Educação (MEC). Nos dez anos seguintes, a expansão dessas instituições foi significativa e transformou a vida de milhões de jovens e adultos, principalmente da classe trabalhadora, que conseguiu ingressar na educação profissional e superior. Em 2018, já são 644 campi que funcionam em 568 municípios brasileiros, com mais de um milhão de estudantes matriculados e cerca de 80 mil servidores, entre professores e técnico-administrativos.

Nessa década de história, os IFs se consolidaram como uma rede de educação profissional, científica e inclusiva, através de um modelo inovador de educação e de gestão que busca diminuir, sobretudo, as desigualdades sociais por meio da educação gratuita, técnica e superior. As instituições promovem a pesquisa aplicada, a inovação tecnológica e uma série de projetos sociais para levar ensino às minorias. Pró-Reitor de Ensino do Instituto Federal de Pernambuco, Assis Leão da Silva contextualiza o histórico de conquistas do IF e sua função social que tornou os centros de estudos mais democráticos.

##RECOMENDA##

Arte: Reprodução/Rede Federal

“No caso do Instituto Federal, em particular de Pernambuco, temos um destaque do alcance da política de educação profissional e educação superior junto a essas minorias. Os quilombolas, os indígenas, a população LGBT, as populações em condições de vulnerabilidade social e econômica, através da nossa política de assistência social e de cotas. Eu cito o nosso campus Pesqueira, que é onde se concentra o maior número de indígenas do país. Isso nos proporciona um alcance social muito grande, de pessoas que jamais teriam a oportunidade de estudar educação profissional e muito menos educação superior. Existem campus nossos com o raio de alcance de até 55 municípios e com moradia e refeitório. Dessa forma, a gente proporciona estudo para essas populações de forma verticalizada”, destaca Assis.

A principal estratégia adotada pelo IF para disseminar e desburocratizar o acesso a educação técnica e tecnológica para diversos locais do país foi apostar em campi descentralizados e com autonomia financeira para atender às particularidades de cada região de forma singular. A ideia era que pessoas que não poderiam se mudar de sua região para estudar nas cidades grandes fossem contempladas com instituições mais próximas ou até mesmo em seu município. A interiorização dos institutos federais representou na prática a inclusão de milhares de pessoas que antes estavam apenas à margem.

Na visão de Assis Leão, a estrutura multicampi e o processo interiorização dos IFs foi uma conquista muito importante para a história da educação brasileira. “Isso proporcionou o avanço no ensino profissional de qualidade e essa oferta permitiu também o acesso a segmentos historicamente excluídos dessa modalidade de ensino, tanto na educação profissional, quanto na superior. Os institutos possuem uma maior inserção territorial do que as próprias universidades públicas, porque na maioria dos casos, elas estão nas grandes cidades e nos centros urbanos. Já os IFs estão fixos em locais de pequeno e médio porte, como é o caso do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE), com unidades de ensino no Sertão, Agreste e Zona da Mata, além do Recife”, complementa o pesquisador.

Para ele, o grande desafio agora é garantir a permanência desses alunos, já que o acesso tem sido viabilizado pelas políticas sociais. “Devemos investir em atividades de reforço, atividades pedagógicas, de nivelamento, para essas populações que estavam excluídas do processo de educação profissional e superior. Além disso, é preciso que haja o investimento pesado do instituto federal na criação e ampliação de bibliotecas e acervo para garantir a cultura de estudo. Dessa forma, vamos unir a qualidade e permanência desses estudantes em nossa instituição. Tendo a infraestrutura resolvida e a política de acesso garantida, a tendência nos próximos anos é a consolidação dessa qualidade educacional”, garante.

Além da inclusão dessas camadas mais pobres da população no ensino técnico e superior, a interiorização também gerou a criação de vários campos do conhecimento na educação. “O ganho na variação de cursos foi muito grande por causa da descentralização e funcionalidade de cada região de forma independente. Uma série de cursos de licenciaturas, bacharelados e tecnólogos foi montada, além da política de assistência estudantil como projeto pensado para o acesso dos estudantes, a permanência e o êxito”, afirma.

Além das políticas de inclusão, um dos pilares importantes dos institutos federais é a função social que o aluno após formado deverá prestar à sociedade. Na essência do projeto dos IFs, todos os cidadãos formados nas modalidades de ensino que são ofertadas são fundamentados nos valores humanos da igualdade, solidariedade, ética, competência, atuação solidária no mundo do trabalho e gestão do seu conhecimento, sobretudo nas áreas da sua atuação profissional.

Seguindo o pesquisador Leonardo Boff, esses ambientes de aprendizado têm o papel de servir à população e possuem o poder da transformação da realidade já existente. No caso dos IFs, projetos de extensão são desenvolvidos para que a população tanto local, como nacional seja beneficiada dos estudos e pesquisas realizadas nas instituições públicas. Para diminuir a distância entre o ambiente acadêmico e a sociedade, torna-se cada vez mais necessário que as atividades de pesquisa desenvolvidas pela instituição sejam planejadas de acordo com as características de cada região, por exemplo, servindo assim, para criar uma “utilidade social” à instituição.

Na série jornalística “Além da técnica: a função social dos Institutos Federais”, esta matéria e mais quatro reportagens produzidas pelo LeiaJá contam a história dos dez anos dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, traçando um paralelo entre a contribuição dos projetos de extensão das instituições e o respaldo na sociedade, seja na forma de inclusão de classes mais baixas na educação, como também no benefício direto da população pelas pesquisas realizadas nos institutos.

Confira, a seguir, um resumo das matérias e os links que direcionam para os textos multimídia na íntegra:

Segunda reportagem: Do campo ao campus: conheça a trajetória de José. A reportagem conta a história de José Marques, filho de agricultores que em 2015 foi aprovado em primeiro lugar, nas vagas reservadas a moradores de Zona Rural, no vestibular para cursar agronomia no Instituto Federal de Pernambuco (IFPE), no campus de Vitória de Santo Antão, Zona da Mata do Estado. Confira detalhes na reportagem.

Terceira reportagem:  Sons da inclusão: grupo cria óculos 3D para cegosInspirados na condição de vida dos morcegos e na ecolocalização, professores e estudantes criaram um óculos 3D capaz de fazer com que cegos sintam os ambientes físicos ao redor. Por meio de sensores que transformam em sons a distância entre os deficientes visuais e os obstáculos, o projeto, batizado de Synesthesia Vision, busca mais autonomia na mobilidade dos usuários. Confira detalhes na reportagem.

Quarta reportagem: IFs: tecnologia assistiva a serviço da qualidade de vida. A reportagem versa sobre o empenho da equipe de tecnologia assistiva de um Instituto Federal em desenvolver dispositivos que melhorem a qualidade de vida e o tratamento de pessoas acometidas pela doença de Parkinson. Confira detalhes na reportagem.

Quinta reportagem: Dez anos dos IF’s: uma Coreia dentro do ensino brasileiro. A reportagem resgata a história do ensino técnico no Brasil e a trajetória da Rede Federal até a criação dos Institutos Federais. Agora, eles batalham com o orçamento reduzido para manter sua expansão. Confira detalhes na reportagem.

Expediente da série:

Reportagens: Nathan Santos; Eduarda Esteves e Marília Parente 

Edição de textos: Nathan Santos 

Repórteres fotográficos: Chico Peixoto, Rafael Bandeira e Júlio Gomes.

Edição de vídeos: Jr. Oliveira

Artes: João de Lima

No nono dia de mobilização dos caminhoneiros, as aulas começaram a ser retomadas em escolas públicas e universidades de algumas localidades. Em outras, as instituições de ensino continuam com atividades suspensas.

Levantamentos do Ministério da Educação (MEC) e de entidades representativas de estados e municípios mostram suspensão total ou parcial das aulas em pelo menos seis estados, além de 45 universidades federais e 48 instituições federais de educação profissional.

##RECOMENDA##

De acordo com o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), entre as escolas estaduais, que concentram a maior parte do ensino médio, em 10 estados e no Distrito Federal, as aulas chegaram a ser suspensas total ou parcialmente. Em cinco estados, as aulas foram retomadas. Em Santa Catarina, nesta quarta-feira (30), de 1.073 escolas, 310 não terão atividades devido ao comprometimento do transporte ou da merenda escolar.

Na terça-feira (29), no Distrito Federal e no Rio Grande do Sul, onde aulas foram totalmente suspensas, as atividades foram retomadas. Paraíba, Rondônia e Alagoas tiveram as aulas suspensas apenas em algumas escolas, mas as atividades também já foram retomadas.

As aulas nas escolas estaduais permanecem suspensas nas redes de ensino de Sergipe e de Minas Gerais. No Ceará, 33 das 723 escolas não funcionaram na terça-feira (29) e, no Paraná, 99 dos 399 municípios estão sem aula.

Segundo o Consed, no Pará, alguns municípios ficaram sem combustível e, consequentemente, sem transporte escolar, o que levou à suspensão das aulas. A maioria das escolas da rede, no entanto, funcionou normalmente. Em Mato Grosso, foi decretado ponto facultativo.

De acordo com a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), as escolas municipais, que concentram a maior parte do ensino infantil e do fundamental, também foram afetadas. A Undime não estima quantas redes estão com as atividades parcialmente ou totalmente suspensas.

O presidente da Undime, Alessio Costa Lima, disse, porém, que ainda não há melhoras significativas de abastecimento nos municípios, sobretudo naqueles de mais difícil acesso. “Aqueles que ficam mais distantes de centros de distribuição, independentemente do tamanho, enfrentam dificuldade maior no tempo que os caminhões levam para chegar a esse a esses locais.”

A entidade esclareceu que as aulas que estão deixando de ser dadas terão que ser repostas. ”O aluno tem direito a 200 dias letivos. Se as aulas foram suspensas, independentemente de qualquer motivo, as atividades devem ser retomadas no ponto em que foram paralisadas, nem que para isso o ano letivo seja prolongado”, afirmou Costa.

Em entrevista coletiva nesta terça-feira, o ministro da Educação, Rossieli Soares, disse que as redes de ensino estão, aos poucos, retomando as atividades e que o MEC está em contato com o Consed e a Undime “para entender as dificuldades e auxiliá-los no que for necessário”.

Instituições Federais

Balanço divulgado hoje pelo Ministério da Educação revela que pelo menos 35 das 63 universidades informaram que estão sem aulas e 10 que elas foram parcialmente afetadas. De acordo com o MEC, uma instituição não informou a situação atual. Das 64 instituições federais de educação profissional, 32 estão totalmente paralisados e 16, parcialmente. Ou seja, a greve afeta mais de dois terços das instituições federais.

Outras, que não suspenderam as aulas, como a Universidade de Brasília (UnB), divulgaram comunicados para que os professores mantenham a flexibilização da frequência nas aulas e evitem atividades de avaliação dos estudantes nesta data.

O presidente da Federação de Sindicatos de Professores e Professoras de Instituições Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico Tecnológico (Proifes), Nilton Brandão, estimou que, mesmo não havendo suspensão das aulas, cerca de 70% a 80% das atividades em todas as instituições de ensino federais foram impactadas.

“Se formos considerar só o caso da greve, parece que caminhamos para a normalidade, mas vai demorar um pouco, estamos dependendo de um único modelo de transporte, e ainda tem o feriado (Corpus Christi, quinta-feira, dia 31). Apenas na segunda-feira (4) poderemos ter uma nova avaliação”, disse o professor. 

De acordo com Brandão, a dificuldade de abastecimento de combustíveis apenas agrava a situação de falta de recursos que as instituições de ensino já vêm passando. “De 2015 a 2018, o orçamento das universidades federais caiu para menos de 50%; o dos institutos, para 30% a 40%. Essa situação só vem a agravar o problema.”

O MEC tem feito repasses constantes para essas instituições. Até o início do mês, havia repassado R$ 2,4 bilhões, o que, segundo o ministro Rossieli Soares, garante o pagamento dos compromissos de custeio e investimento dos institutos federais e das universidades.

Hospitais universitários

Também hoje, o ministro Rossieli Soares afirmou que a pasta está voltada para a normalização do abastecimento dos hospitais universitários. São 50 sob o comando do MEC. Este foi, segundo Rossieli, um dos pontos destacados nas reuniões junto ao gabinete de monitoramento, no Palácio do Planalto.

“Até hoje estamos garantindo serviços hospitalares essenciais em todos os hospitais que estamos gerenciando”, diz. Segundo a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), empresa pública responsável pelo gerenciamento desses hospitais, as principais dificuldades causadas pelo movimento dos caminhoneiros são a mobilidade de funcionários, a reposição de alimentos, o abastecimento de enxovais e a coleta de resíduos infectantes.

LeiaJá também

--> Universidades públicas têm nova suspensão de atividades 

Começar a semana por dentro dos processos seletivos é uma estratégia inteligente para quem busca ingressar no mercado de trabalho. O procedimento também é bastante válido para os ‘concurseiros’, principalmente pela forte concorrência das seleções. E para ajudar todos esses candidatos, o LeiaJá publica nesta segunda-feira (23) mais um apanhado de certames que reúnem boas oportunidades de trabalho; em vários estados brasileiros, institutos federais e de outros segmentos têm inscrições disponíveis, boa parte na área de educação. Confira: 

1 - No Ceará, o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia realiza processo seletivo para a contratação de professores. De acordo com o edital da seleção, os aprovados deverão atuar no Campus Jaguaribe, nas áreas de engenharia elétrica, ecologia e legislação ambiental. As inscrições poderão ser feitas do dia 25 a 31 de outubro, por meio do endereço virtual do certame.

##RECOMENDA##

2 - Também em terras cearenses, o Instituto de Gestão e Saúde Hospitalar oferece mais de 40 oportunidades em seleção. Podem participar do certame candidatos de níveis médio e superior; boa parte das vagas é para a função de médico. Os interessados em saber mais sobre a seleção devem acessar a página do Instituto e, no mesmo endereço eletrônico, os candidatos podem se inscrever até 5 de novembro.

3 - Na Paraíba, o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia promove processo seletivo para o cargo de professor. Segundo a organização do concurso, os aprovados poderão atuar nos campi Picuí e Cabedelo. As vagas são para docentes da área de Comunicação Social, que poderão lecionar nos segmentos de Teoria da Comunicação, Tecnologias da Imagem e Fotografia. As inscrições estão abertas pela internet até o dia 26 deste mês.

4 - Com salário que pode passar de R$ 5,6 mil, o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia no Piauí conta com processo seletivo aberto. A vaga é para professor substituto que atuará na unidade Cocal da instituição de ensino na disciplina de química. Os interessados em participar do concurso podem se inscrever pela internet até esta terça-feira (24).

5 - Outro estado que também dispõe de seleção é o Rio Grande do Norte. Destinado a professores das áreas de matemática e gestão ambiental, o processo seletivo do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia apresenta salários que podem passar de R$ 5,7 mil. Pela página virtual do certame, as inscrições devem ser realizadas até 6 de novembro.

6 - Em Goiás, o IFG recebe inscrições, até 25 de outubro, para a seleção que pretende contratar quatro professores substitutos. O Instituto prevê salários que podem passar de R$ 5 mil. Segundo a organização do certame, os aprovados poderão atuar nas áreas de filosofia, história, letras e Libras.

7 - Com vagas para candidatos de níveis médio e superior, o Instituto de Previdência Social dos Servidores Municipais de Valinhos, em São Paulo, promove seleção. Agente administrativo, inspetor previdenciário, assessor jurídico, contador e procurador são algumas das funções oferecidas no certame. A depender do cargo ocupado, os salários variam de R$ 1.703,45 e R$ 5.522,91. As inscrições estão disponíveis pela página virtual do concurso até 31 de outubro.

8 - Mais de 15 oportunidades estão disponíveis no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Norte de Minas Gerais. Entre os cargos abertos estão pedagogo, tradutor, assistentes de alunos e auxiliar de administração. São oferecidos salários de até R$ 4.180,66 e as inscrições devem ser feitas pela página do certame até 27 de outubro.    

O Ministério da Educação (MEC) autorizou, nesta quarta-feira (6), a liberação de R$ 1 bilhão para universidades e institutos federais do país. Desse total, R$ 558,69 milhões são referentes a recursos financeiros discricionários e R$ 449,6 milhões referem-se a um acréscimo de 5 pontos percentuais no limite para empenho do orçamento para custeio e para investimento.

Com isso, a liberação de limite para empenho, custeio e investimento aumenta de 75% para 80%. No mês passado, o MEC já havia aumentado em cinco pontos o limite de custeio, passando de 70% para 75%.

##RECOMENDA##

Do total de R$ 1 bilhão, as universidades federais receberão R$ 718 milhões, dos quais R$ 406 milhões em recursos financeiros discricionários, o que corresponde a 100% do valor liquidado até o momento, e o restante corresponde a R$ 312 milhões de limite para empenho do orçamento. Já os institutos federais serão contemplados com R$ 290,3 milhões, sendo que R$ 152,2 milhões são de recursos financeiros discricionários e R$ 137,6 milhões a mais de limite para empenho do orçamento.

Segundo o MEC, desde o início do ano foram repassados para as instituições federais de ensino R$ 5,27 bilhões em recursos financeiros e R$ 7,1 bilhões de limite para empenho do orçamento, ambos discricionários. Nos últimos meses, diversas universidades federais vêm relatando dificuldades financeiras, especialmente com despesas de custeio.

LeiaJá também

--> MEC estuda meios de ampliar formação docente

O Ministério da Educação (MEC) liberou mais de R$ 12 milhões para as universidades e institutos federais da Paraíba. Os recursos serão destinados na manutenção, custeio e pagamento de assistência estudantil.

Serão repassados R$ 5.472.642 para a Universidade Federal da Paraíba (UFPB), a Universidade Federal de Campina Grande irá receber R$ 3.848.687 e o Instituto Federal da Paraíba vai ficar com R$ 2.883.967. Por decisão das instituições federais de ensino, esses recursos já são incluídos nos repasses para os hospitais universitários.

##RECOMENDA##

Em todo o país, foram transferidos R$ 347,22 milhões para as universidades e institutos federais. Desse valor R$ 256, 82 milhões serão repassados às universidades federais. Para a rede federal de educação profissional, científica e tecnológica serão destinados R$ 90,40 milhões.

O presidente Michel Temer emitiu um decreto publicado no Diário Oficial da União desta segunda-feira (24) que modifica as regras para reserva de vagas em universidades e instituições federais de ensino técnico e médio. 

A divisão, que antes deveria ser de 50% para a ampla concorrência e mais 50% para candidatos negros, pardos, indígenas e com deficiência, passará a ser determinada pela proporção dessas pessoas na população do Estado em que cada universidade ou instituição estiver, de acordo com dados fornecidos pelo censo mais recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

##RECOMENDA##

O Ministério da Educação tem um prazo de 90 dias, a partir desta segunda (24), para editar atos complementares necessários à aplicação dos critérios definidos pelo decreto presidencial. Até lá, as instituições de ensino deverão seguir os mesmos critérios utilizados no último processo seletivo que realizaram. 

LeiaJá também 

--> Aluno com deficiência terá cota em universidades públicas

--> UFF desclassifica 113 candidatos por fraude em cotas

--> Deputado federal Jean Wyllys defende cotas raciais

Depois de garantir que as universidades públicas continuarão gratuitas ao oferecerem graduações, o ministro da Educação e Cultura, Mendonça Filho, liberou R$ 211 milhões para institutos e universidades federais. A informação foi confirmada no início da noite desta sexta-feira (20), através do endereço virtual do MEC.

Segundo o Ministério, o valor foi dividido em duas partes. A primeira, liberada na última quarta-feira (18), contou com R$ 163 milhões, enquanto a segunda, disponibilizada hoje, tem R$ 48 milhões.

##RECOMENDA##

O primeiro valor liberado é prometido para a manutenção e custeios (serviços terceirizados, material de consumo, energia elétrica, água e outras despesas) das 63 universidades e dos 41 institutos federais em todo o país. Além disso, o montante de R$ 163 milhões deverá beneficiar os hospitais universitários.

Já em relação ao segundo valor disponibilizado pelo MEC, os R$ 48 milhões servirão para pagar bolsas aos estudantes. De acordo com o Ministério, “o auxílio financeiro aos universitários, para o atendimento de assistência a moradia estudantil, alimentação, transporte, entre outros benefícios, tem como objetivo apoiar a permanência de estudantes de baixa renda nas universidades e institutos federais”.

A Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação publicou, na manhã desta segunda-feira (24), através do Diário da União (DOU), a concessão de bolsas de pesquisa, desenvolvimento, inovação e intercâmbio de alunos, docentes e pesquisadores externos ou de empresas, para os Institutos Federais (IFs).

As bolsas de intercâmbio, pesquisa, desenvolvimento e inovação serão concedidas no âmbito de programas e projetos institucionais de pesquisa aplicada e extensão. Poderão se beneficiar os servidores públicos federais, estaduais, distritais e/ou municipais, ativos ou inativos, civis ou militares, empregados e funcionários ativos vinculados a empresas públicas ou privadas. Também serão beneficiados estudantes matriculados em cursos de formação inicial e continuada, cursos técnicos, graduação ou pós-graduação e profissionais autônomos ou aposentados de comprovada.

##RECOMENDA##

O pagamento das bolsas será realizado mediante depósito bancário em conta-corrente individual e da assinatura do termo de compromisso. A seleção será realizada pelos IFs, e as bolsas poderão ser concedidas após o cadastro do projeto e dos bolsistas no Sistema de Gestão e Controle de Projetos e Bolsas da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC), do Ministério da Educação (MEC).

Os institutos federais de Educação profissional têm um déficit de cerca de 8 mil professores, além de evasão escolar. Os alunos sofrem com a falta  de bibliotecas e laboratórios. Os problemas constam de um relatório do Tribunal de Contas da União (TCU). O órgão fez uma auditoria nessas escolas entre agosto de 2011 e abril de 2012.

O documento cita que uma das causas do déficit de professores é a baixa atratividade da carreira: a remuneração é apontada como fonte de insatisfação por 68% dos professores e 64% dos pró-reitores ouvidos pelos auditores.

##RECOMENDA##

O secretário de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação (MEC), Marco Antonio de Oliveira, disse que após a auditoria já ocorreram houve mudanças nesse quadro. Para ele, o déficit de professores ocorre em função da expansão histórica da rede e também pelo atraso da aprovação da lei de provimento de cargos pelo Congresso Nacional.

Oliveira informou que para o primeiro semestre de 2013 está autorizada a contratação de cerca de 4,5 mil docentes e 4 mil técnicos administrativos. No segundo há previsão para a contratação de mais 8 mil professores e 5,5 mil técnicos administrativos. Em relação aos salários, o secretário declarou que houve avanço significativo após a negociação salarial ocorrida no ano passado. Os professores tiveram equiparação salarial aos dos colegas da universidade pública federal.

O documento do TCU aponta ainda que a distância entre os grandes centros e a pouca infraestrutura dificulta a fixação de professores em institutos federais de Educação de cidades do interior, contibuindo para o déficit no quadro de docentes. O Distrito Federal e o estado do Acre lideram a listas de institutos com maior carência de professores com 40% das vagas ociosas. Em seguida estão Mato Grosso do Sul (38%), o Amapá (35%) e São Paulo (32%).

O secretário Antonio Oliveira informou que um grupo de trabalho discute incentivos para que os profissionais se estabeleçam nas regiões mais remotas e lembra que esse é um problema enfrentado por outros setores da administração pública. "Fazemos uma discussão para definir uma política de fixação nessas regiões, talvez algum tipo de gratificação para as áreas mais remotas", explicou.

Alunos e professores ouvidos durante a auditoria apontaram deficiências de infraestrutura nas bibliotecas, nos laboratórios de informática e nas salas de aula. Os auditores relataram casos de campi inaugurados em 2011 ainda sem bibliotecas e levantaram que menos da metade dos professores (44%) concordam que as bibliotecas têm a bibliografia recomendada aos alunos nas disciplinas em que lecionam. Foram relatados também casos de bibliotecas sem a quantidade de servidores suficientes para garantir o funcionamento em três turnos.

Sobre a infraestrutura dos laboratórios, para 56% dos professores ouvidos, eles não estão devidamente equipados para as aulas. Entre os alunos que estão em cursos que exigem aulas de laboratório, 44% disseram que, em 2011, houve poucas ou mesmo nenhuma aula de laboratório. A falta de técnicos é citada como um dos entraves para o uso dessas estruturas. O argumento de Oliveira para essa reclamação de professores e alunos é que laboratórios, bibliotecas e áreas de lazer são construídos e equipados em uma segunda etapa.

A auditoria do TCU foi autorizada por despacho do ministro-relator José Jorge. Foram visitados os institutos federais do Espírito Santo, do Rio Grande do Sul, do Rio de Janeiro, de São Paulo, de Minas Gerais, de Pernambuco, de Goiás e do Rio Grande do Norte. Para a coleta de dados foram usados instrumentos como entrevista, aplicação de questionários e grupos focais.

O relatório faz recomendações ao Ministério da Educação para atenuar as deficiências. Entre elas, implantar um plano para evitar a evasão, a adoção de medidas para diminuir o déficit de docentes e de técnicos de laboratórios e promover maior integração entre ensino, pesquisa e extensão.

*Fonte: Agência Brasil

Entra em vigor nesta segunda-feira (15) a chamada Lei de Cotas, que visa reservar 50% das vagas nas instituições federais de ensino técnico e superior para estudantes da escola pública. O decreto, assinado pela presidente Dilma Rousseff na semana passada, foi publicado no Diário Oficial da União.

"O nosso objetivo com essa lei é ampliar o acesso às nossas universidades e aos nossos institutos federais para os jovens das escolas públicas, para os negros e para os índios", explicou Dilma, lembrando que o benefício também leva em consideração a raça declarada pelo estudante. Outro critério utilizado para ter direito à cota é ter a renda bruta familiar igual ou inferior a 1,5 salário-mínimo per capita.

##RECOMENDA##

As instituições terão quatro anos para se adaptar à nova norma, aumentando progressivamente o percentual de reserva de vagas. Os processos seletivos para as matrículas de 2013 já devem reservar 12,5% das vagas aos cotistas. "É bom ressaltar, que a lei vale para todos os cursos, inclusive, aqueles mais procurados, como medicina e engenharia, por exemplo", disse a presidente.

Confira a íntegra do decreto.

Professores de 24 institutos federais de educação, ciência e tecnologia decidiram terminar com a greve e retomar as atividades acadêmicas nos próximos dias. Os outros 14 institutos vão realizar assembleias para decidir sobre a paralização.

Dos 38 instituições de ensino federais, dois centros de educação tecnológica (Cefet) e o Colégio Pedro II, apenas duas resolveram manter a paralisação: o Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN) e o Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet-MG). 

##RECOMENDA##

Já entre as universidades, nove saíram da greve dos docentes: as federais do Rio de Janeiro (UFRJ), da Fronteira Sul (UFFS), do Ceará (UFC), de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), do Rio Grande do Sul (UFRGS), de Santa Catarina (UFSC), de São Carlos (Ufscar), a Luso-Afro-Brasileira (Unilab) e a Universidade de Brasília (UnB). Além dessas, câmpus de outras três instituições também voltaram às aulas: campus Araguaína da Federal do Tocantins (UFT), campus Guarulhos da Federal de São Paulo (Unifesp) e campus Alegrete da Federal do Pampa (Unipampa). Professores de todas as universidades estão retomando suas atividades. 

O Ministério da Educação aguarda o rito sindical para a volta total das atividades acadêmicas. O MEC informa ainda que está recebendo e analisando os planejamentos das universidades com relação à reposição dos dias parados.

Com informações da assessoria de comunicação

 

Os estudantes aprovados em 48 instituições federais de ensino superior que participaram do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) não poderão fazer a matrícula, que estava marcada para começar hoje (29). O processo foi suspenso por decisão do comando de greve da Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores das Universidades Públicas Brasileiras (Fasubra). A entidade representa os servidores das universidades e institutos federais, que estão em greve desde o dia 11 deste mês.

De acordo com a coordenadora-geral da entidade, Janine Teixeira, os técnicos administrativos de todas as universidades federais e institutos federais de educação profissional aderiram à paralisação. Por isso, a matrícula deverá ser suspensa nessas instituições – são 48 entre as 56 que participaram desta edição do Sisu. As outras são insituições estaduais.

##RECOMENDA##

O sistema foi criado pelo Ministério da Educação (MEC) para unificar a oferta de vagas em universidades públicas, que são disputadas pelos estudantes a partir da nota obtida no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Nesta edição, 642 mil candidatos participaram da disputa de cerca de 30 mil vagas.

“Desde 2007, nós fizemos 52 reuniões com o governo e não foi apresentada nenhuma proposta, temos o menor piso do funcionalismo público federal. A categoria partiu para a radicalização como forma de pressionar onde o governo vai sentir o aperto [no Sisu]”, explicou Janine sobre a decisão de suspender a matrícula do Sisu. No ano passado, a categoria também fez uma longa greve, mas os principais serviços, como matrícula, não foram interrompidos.

A matrícula dos aprovadas em primeira chamada estava marcada para começar hoje e terminar em 9 de julho. Após o fim do prazo seria convocada uma segunda chamada, em 13 de julho. O MEC ainda não se posicionou sobre o assunto. Ainda não se sabe se o resultado da segunda chamada será adiado, nem se o processo de matrícula está mantido nas outras instituições que participaram do Sisu, mas não fazem parte do movimento grevista.

Há mais de um mês de greve dos professores de 55 Universidades Federais, por todo o País, e sem nenhum retorno do governo para melhoria da carreira profissional, os servidores de metade dos 40 Institutos Federais anunciaram nesta terça-feira (19) à adesão a greve. 

Segundo o Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe) , estão parados parcial ou totalmente os servidores dos institutos federais de Santa Catarina (IFSC), do Ceará (IFCE), de Alagoas (IFAL), Baiano (IF Baiano), da Bahia (IFBA), Goiano (IF Goiano), da Paraíba (IFPB), do Mato Grosso (IFMT), do Pará (IFPA), de Pernambuco (IFPE), do Piauí (IFPI), do Rio de Janeiro (IFRJ), Fluminense (IFF), do Rio Grande do Norte (IFRN), do Rio Grande do Sul (IFRS), de Rondônia (IFRO), do Sergipe (IFSE), de Minas Gerais e de São Paulo (IFSP). 

##RECOMENDA##

Entre as reivindicações, os funcionários pedem a revisão do plano de carreira dos professores, melhores condições de trabalho, remuneração aos técnicos administrativos, instituição de um piso salarial, jornada de 30 horas semanais e o estabelecimento de concurso público para preenchimento das vagas.

Os Institutos Federais são instituições de educação superior, básica e profissional, especializados na oferta de educação profissional e tecnológica nas diferentes modalidades de ensino. 

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando