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Após ficar com o bronze nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, a seleção olímpica brasileira agora passará definitivamente para as mãos do técnico Dunga. O treinador da equipe principal já está formatando uma lista com 30 jogadores visando a Olimpíada do Rio, em 2016, mas esta lista poderá ser incrementada a partir de informações do técnico Rogério Micale. O técnico que comandou o time no Pan, aliás, poderá seguir à beira do gramado, mas terá de orientar o time de acordo com a filosofia de jogo de Dunga.

A informação foi dada pelo próprio Micale, que irá se reunir com Dunga na próxima semana para apresentar um relatório do desempenho no Pan e afinar o trabalho com o treinador da equipe principal a partir de agora. "Vou passar um relatório completo de tudo o que aconteceu aqui, do desempenho de cada atleta. Isso vai ser levado ao Dunga. Ele já tem um grupo, uma pré-lista, e dentro dessas informações nós abrimos o leque", afirmou Micale.

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Vale ressaltar que o time que esteve no Pan dificilmente terá algum representante na Olimpíada. Ele foi formado basicamente por jogadores que atuam no Brasil, sendo que muitos clubes não liberaram atletas pré-convocados. Além disso, o time não contou com nenhum atleta vice-campeão mundial sub-20. E a lista foi feita ainda pelo técnico Alexandre Gallo, demitido pela CBF há cerca de dois meses.

"Agora é que é o início do meu trabalho", afirmou Micale. Ele, porém, terá pouco poder de decisão sobre quem será convocado. "O Dunga é o treinador. Na verdade eu sou só um fornecedor de informação. Vou estar conversando com ele tudo o que eu vi, tudo que eu participei, toda a experiência que eu tive internamente nessa competição, a reação de cada um e formar um relatório", insistiu o treinador.

Micale será o técnico do time olímpico nas datas Fifa - ocasião em que Dunga estará dirigindo o time principal. Ele ficará no banco e orientará a equipes escolhida pelo técnico da seleção. "A convocação é do Dunga. Ele convoca, eu dirijo", sentenciou Micale.

"Tenho uma característica, que a princípio vai ser adequada à característica do Dunga. Nós queremos justamente alinhar essa questão de metodologia. Vou fazer um trabalho voltado para aquilo que o Dunga quer como conceito de jogo."

A Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) procurou desculpas, alegou que EUA e Canadá estavam com delegações mais fortes que o usual em Toronto, mas não escondeu que o desempenho do Brasil nas provas de atletismo do Pan foi aquém do esperado. Os brasileiros ganharam 13 medalhas, sendo apenas uma de ouro.

"Esperávamos um número maior de medalhas, tanto no total como em ouros", afirmou o presidente da CBAt, José Antonio Marins Fernandes, o Toninho. "No entanto, devemos considerar que esta edição do Pan foi a mais forte no atletismo, desde os Jogos de Indianápolis, em 1987."

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De fato, algumas provas foram muito fortes. Nos 200m masculino, foram feitos três dos quatro melhores tempos do ano. No decatlo, o campeão fez a segunda melhor pontuação da temporada. Mas o Brasil sabia disso do nível dos rivais quando projetou superar as 23 medalhas obtidas em 2011.

"Esperávamos desde o início uma competição forte, mas acabou sendo mais forte ainda do que imaginávamos, com alguns resultados excelentes", comentou Nélio Moura, treinador-chefe da equipe brasileira. Ele comanda o time de saltos horizontais, disciplina que mais rendeu os resultados mais expressivos do País em todos os tempos, mas que só ganhou uma medalha em Toronto.

Em nota enviada à imprensa, a CBAt também se preocupou em expressar, nas entrelinhas, que não teve culpa nos resultado decepcionante. "Pudemos proporcionar aos atletas e seus treinadores as melhores condições para a preparação para estes Jogos. Tudo o que foi solicitado foi atendido dentro das disponibilidades da Confederação.

O atletismo brasileiro se despediu dos Jogos Pan-Americanos de Toronto sem medalhas neste domingo (26). Cláudio dos Santos ficou com o oitavo e último lugar na marcha atlética de 50 quilômetros, com o tempo de 4h18min08, enquanto Jonathan Riekmann abandonou a prova após quase três horas.

O resultado é um reflexo da dificuldade dos atletas no dia a dia. Morador de Currais Novos, no interior do Rio Grande do Norte, Cláudio não tem "uma vida plena de atleta". O seu sustento é garantido como cabeleireiro do salão "Charme e Beleza", onde trabalha com a mulher Jucilene. Os treinos são condicionados aos horários de movimento do próprio negócio.

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"A parte da tarde é o período que corto mais cabelo, então, saio para treinar 14h30, 13h para chegar mais cedo para não perder tanto trabalho", explica o atleta, que pratica a marcha atlética pelas estradas federais brasileiras.

Acostumado com o calor, Cláudio sentiu dificuldade no percurso em Toronto e projeta que, sem fisioterapia, levará cerca de um mês para se recuperar das dores no quadril.

Apesar disso, ele ficou satisfeito por tem concluído o desafio. "Tive um ano um pouco difícil, não dava para ir com os caras, saí no meu ritmo e consegui completar a prova. Fiz uma marca regular e ano que vem vou tentar fazer o índice da Olimpíada", afirma.

Já Jonathan, de Blumenau (SC), sentiu o desgaste físico e desistiu na marca dos 35 quilômetros. "Fiz um ritmo mais forte do que a tática prevista. Acabei me empolgando no começo, vi que os líderes estavam a 150 metros na frente e acabei gostando da prova. No começo estava fácil, mas engana. Deveria ter tido um pouco mais de sangue-frio, ter ficado mais no ritmo, no relógio", lamenta.

O equatoriano Andres Chocho completou a prova em 3h50min13 e conquistou a medalha de ouro. Já Erick Barrondo, da Guatemala, ficou com prata (3h55min57) e Horacio Nava, do México, faturou o bronze (3h57min28). O medalhista de ouro é marido da brasileira Érika de Sena, que conquistou a prata na marcha atlética de 20km no Pan.

Recordista brasileiro nos 50km da marcha atlética, Mário José dos Santos Júnior, não foi ao Pan, pois preferiu se concentrar na preparação para o Mundial de Atletismo. O tempo do seu recorde, nacional, 3h55min36, obtido em Dudince, na Eslováquia, em março deste ano, lhe daria a prata em Toronto.

O Comitê Olímpico do Brasil (COB) confirmou que o Thyê Mattos, goleiro da seleção de polo aquático, está retornando para o Brasil. O atleta, acusado de agressão sexual no Canadá, estava com a equipe nacional que vai disputar o Mundial da modalidade em Kazan, na Rússia. "O Thyê está no meio do caminho para o Brasil e chega hoje", avisou Marcus Vinicius Freire, diretor executivo de esportes do COB.

O dirigente se disse incomodado com a forma como a polícia canadense está tratando o assunto e acha que o atleta precisa ser preservado. "Eu não sou advogado, sou economista, mas se fosse meu filho eu não traria nunca mais na vida para cá. A polícia canadense fez um prejulgamento, anunciou ele como um criminoso perguntando se havia outras vítimas e dando um telefone para que ele fosse denunciado. Não faz o menor sentido trazer ele para o Canadá", disse.

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Marcus Vinicius lamenta como o caso ocorreu e a falta de detalhes. "A polícia não deu nenhuma informação sobre o caso. A CBDA confirmou quem é o advogado que vai representá-lo e ele fez contato com nosso escritório aqui em Toronto para passar os dados do processo".

O dirigente do COB explicou que está em seu sexto Pan e que já foi a nove edições da Olimpíada, e nunca viu um caso com essa gravidade de denúncia antes. "Toda vez que temos um caso diferente, a gente volta para casa e estuda. Foi uma experiência que nunca tivemos", lembrou.

A jogadora de futebol Formiga será a porta-bandeira do Brasil na cerimônia de encerramentos dos Jogos Pan-Americanos de Toronto. A atleta, com duas medalhas olímpicas, ambas de prata, e quatro do Pan, sendo três de ouro, foi escolhida por seu trabalho no esporte e por estar disputando pela última vez o torneio de futebol da competição.

"É uma responsabilidade grande. Agradeço a Deus por poder fazer o que mais gosto, mas sei que sozinha não teria conquistado nada. Esse convite nunca passou pela minha cabeça e espero cada vez mais levar nosso País para o topo", disse a jogadora, visivelmente emocionada.

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No último sábado, Formiga inclusive marcou um dos gols da vitória do Brasil por 4 a 0 sobre a Colômbia na decisão do torneio de futebol feminino do Pan, repetindo as conquistas das edições de 2003 e 2007 do evento.

Apesar de ter colocado na cabeça que não pretende ir para Lima, no Peru, em 2019, Formiga é pressionada a ficar na seleção. O próprio Vadão, técnico da equipe feminina, começou a campanha. "Já falei para ela que enquanto eu for treinador ela não para. Vamos até promover um encontro dela com o Rogério Ceni para ver que é possível continuar", brincou o comandante.

O confronto entre Brasil e Argentina é um clássico de muita rivalidade em qualquer modalidade. No handebol, a seleção brasileira precisou da prorrogação para sair com o ouro do Pan de Toronto. E três momentos deixaram a partida ainda mais eletrizante: as defesas de Maik, o erro da cobrança de 7 metros de Diogo Hubner e a expulsão de Thiagus Petrus no fim da segunda etapa do tempo extra.

O goleiro contou que usou as boas memórias do Pan do Rio, em 2007, para não deixar a vitória escapar neste sábado. "Eu lutei até o final, não desisti em nenhum minuto. Meus companheiros também não desistiram, foram aguerridos demais, defendendo e atacando. Foi muito emocionante ver", afirmou.

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Maik também vê a ausência no Mundial de Handebol, em janeiro, como fundamental para o seu bom desempenho nos Jogos Pan-Americanos. "O corte serviu de motivação. Me dediquei um pouco mais nos treinos porque eu queria estar de volta, queria fazer história com o Brasil e nós conseguimos."

Já os jogadores de linha tiveram momentos bem mais delicados em quadra. Aliviado, Diogo disse que tirou um peso das costas com a conquista. "Foi o pior terror da minha vida dentro do esporte, errei uma cobrança de 7 metros que dava o título para a gente. Vinha cobrando bem durante toda a competição e no final da partida do tempo normal acabei falhando", contou.

Sem conseguir evitar a prorrogação, a equipe brasileira batalhou com o lema "coração quente, cabeça fria" em mente. No entanto, surgiu mais uma adversidade. Após levar a terceira punição de dois minutos e ser expulso, só restava a Thiagus confiar nos companheiros. "Foi um momento de superação, que todo mundo se multiplicou. Quando eu que eles (argentinos) não fizeram no primeiro ataque, pensei que a gente ia sair com o ouro."

Para o técnico Jordi Ribera, menos emocionado que os atletas, a conquista brasileira foi justa. "Merecemos ganhar o jogo. Erramos o último 7 metros no fim dos 60 minutos, acho que merecíamos ter ficado com a vitória nesse momento. Fomos para a prorrogação, mas a equipe conseguiu resolver todas as situações de jogo e no final deu certo", avaliou.

Era sabido há alguns dias que o boxe poderia ser o diferencial para Cuba tentar ultrapassar o Brasil no quadro de medalhas. Os cubanos estavam em 10 finais masculinas e, só se tivessem sucesso em todas, poderiam terminar o Pan em terceiro. Mas os caribenhos ganharam apenas seis das 10 medalhas de ouro possíveis e vão acabar mesmo no quarto lugar.

Neste sábado foram realizadas cinco finais masculinas do boxe, todas com a participação de cubanos. Soberanos na modalidades, os atletas de Cuba ganharam três dessas disputas. Os únicos a quebrarem a hegemonia foram um americano e Gabriel Mestre, da Venezuela, também o responsável por eliminar o brasileiro Roberto Queiroz.

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A delegação do Brasil, aliás, amargou um vexatório nono lugar no quadro de medalhas da modalidade, com apenas duas de bronze. Foi pior do que todas as outras forças continentais no Pan: Cuba (10 medalhas), Canadá, Venezuela (seis), EUA, México, Colômbia e República Dominicana (cinco) e até Argentina (três).

Graças ao bom desempenho nos esportes coletivos e às derrotas de Cuba em quatro finais do boxe, o Brasil termina o Pan à frente dos cubanos. Tem 41 medalhas douradas e vai buscar a 42.ª na final do vôlei masculino, contra a Argentina, no domingo. Cuba tem 36 e não volta a competir no Pan.

Após brigar pelo terceiro lugar no quadro de medalhas dos Jogos Pan-Americanos de Toronto, o Comitê Olímpico do Brasil (COB) projeta um ganho entre 27 e 30 medalhas na Olimpíada do Rio, com o Brasil entre os 10 melhores países. Se tomarmos por base o desempenho dos atletas que representaram o País no Pan, esta meta dificilmente será alcançada e os dirigentes sabem disso.

"Não devemos fazer nenhuma comparação dos Jogos Pan-Americanos com os Jogos Olímpicos. Aqui estão presentes 41 Comitês Olímpicos, no Rio serão 205. No Pan existe uma concentração de países na briga pelo topo, na Olimpíada são muitos mais na disputa. Nossa meta era superar Guadalajara no número de atletas e no número de pódios e conseguimos", afirmou o presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman, lembrando que os Jogos no Canadá ajudam a dar experiência aos atletas.

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Ele sabe que muitos dos resultados obtidos em Toronto são insuficientes para garantir conquistas significativas na Olimpíada, apesar do aumento de pódios em relação ao Pan de Guadalajara, em 2011. Nesta edição, o Brasil conquistou muitas medalhas em modalidades nas quais a concorrência era bem menor do que vai encontrar na Olimpíada como na natação, atletismo, vela e ginástica. Em outras, como canoagem e judô, a expectativa ainda é alta, mas ambas estão cientes de que encontrarão rivais mais fortes.

Para Marcus Vinicius Freire, diretor executivo de Esportes do COB, a projeção para 2016 está mantida. "Falamos sempre que 16, 17 ou 18 modalidades vão chegar ao pódio em 2016, mas nunca listamos elas. Saímos daqui de Toronto com a mesma lista que entramos. Quando o Nuzman coloca que são brigas diferentes, ele está certo, pois os Estados Unidos não vieram para cá com o principal time. Não queremos nos enganar com o Pan", avisou.

Um exemplo é a natação, que conquistou 26 medalhas no Pan, onde enfrentou um Estados Unidos sem suas principais estrelas. O Brasil também não contou com Cesar Cielo, cotado para pódio no Rio. Outros que podem chegar longe são Thiago Pereira, Felipe França, Etiene Medeiros e as equipes masculinas de revezamento.

Se a natação tem condições de ganhar medalha no Rio, o mesmo não se pode dizer do atletismo, que fracassou no Pan, não mostrou uma renovação como outras modalidades fizeram e mesmo diante de rivais que não eram os melhores de seus países pouco rendeu. "No atletismo estamos em um momento de transição da estratégia. Temos um diretor técnico novo, alguns treinadores foram contratados, os investimentos têm surtido efeito e não é uma competição que vai mudar os planos. Vamos conversar com a confederação para ver o que deu certo e errado", explicou Marcus Vinicius.

A vela, por exemplo, tem boas chances de subir ao pódio no Rio. A equipe ainda será definida, mas deve contar com atletas experientes como Robert Scheidt, que ficou com a prata no Pan. "Essa medalha serve como estímulo para começar mais um ciclo de preparação para 2016", comentou o atleta. Ele sabe que os brasileiros têm como trunfo o conhecimento da Baía de Guanabara.

O judô, modalidade que sempre garante pódios para o Brasil, o resultado no Pan não é motivo de preocupação. Apesar dos 13 pódios, a expectativa era um número maior de ouros. "Saímos de Toronto confiantes e fortalecidos. O Pan foi um ótimo laboratório e isso nos ajuda para o objetivo maior que são os Jogos Olímpicos", lembrou Ney Wilson, gestor técnico de alto rendimento da Confederação Brasileira de Judô.

Na ginástica, o Brasil brilhou com Arthur Zanetti na artística e com a equipe na rítmica. Ainda que o nível técnico dos competidores seja mais alto nos Jogos do Rio, o especialista nas argolas é favorito ao ouro. "A gente está estudando algumas pequenas mudanças para 2016. O objetivo é aumentar um pouco a nota de partida até porque queremos estar no pódio", contou o técnico Marcos Goto.

Surpresa no Pan, a canoagem obteve 14 medalhas, na slalom e na de velocidade. Ana Sátila e Isaquias Queiroz foram os destaques e têm chance de subir ao pódio no Rio. "Algumas modalidades evoluíram. Na canoagem slalom tivemos 100% de aproveitamento e na de velocidade o Isaquias Queiroz ganhou duas de ouro e uma de prata", elogiou Nuzman.

A seleção brasileira masculina de basquete não se abalou com os problemas nos bastidores, bateu o anfitrião Canadá na tarde deste sábado e conquistou a medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de Toronto. O time estava tão à vontade no início do jogo que parecia ser o verdadeiro dono da casa, mas tomou um susto até cravar a vitória por 86 a 71. O armador Rafael Luz comandou a equipe, com sete assistências e sete rebotes. Os pivôs Rafael Hettsheimeir e Augusto Lima terminaram como cestinhas do time no jogo, com 13 pontos cada.

O ouro sacramenta o primeiro título de Rubén Magnano em cinco anos no comando da equipe brasileira. A medalha dos Jogos Pan-Americanos também é a primeira na carreira do treinador, que levou a Argentina ao ouro olímpico em 2004 e esteve à frente da equipe na prata do Campeonato Mundial em 2002.

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Além do apoio da torcida, os canadenses tinham a favor deles o peso de três atletas da NBA: Andrew Nicholson, do Orlando Magic, Anthony Bennett, do Minnesota Timberwolves, e Sim Bhullar, do Sacramento Kings. No entanto, esses fatores não foram suficientes diante da superioridade dos brasileiros, que foram ao Pan desfalcados de seus agora oito atletas de NBA, Marcelinho Huertas, Marquinhos e Guilherme Giovannoni.

O time entrou em quadra nervoso e fazia um jogo disputado com os anfitriões no início. Quando o cronômetro marcava 4min45s para o fim do primeiro quarto, passou à frente no placar pela primeira vez e, a partir disso, não parou mais. O Brasil fechou a primeira parcial vencendo por 26 a 13. O time de Magnano voltou mais confiante e passeou em quadra, abrindo 48 a 29 no segundo quarto.

O Canadá tentou correr atrás do prejuízo, aumentou a intensidade e encontrou mais espaço para ir ao ataque. A empolgação do público, que lotava as arquibancadas do Ryerson Athletic Center, foi crescendo gradativamente até o ápice com as belas enterradas de seus jogadores. No terceiro quarto, os brasileiros viram a diferença cair, entretanto, ainda ganhavam por 67 a 54. Os canadenses continuaram a buscar o resultado e assustaram, mas era tarde demais para evitar a derrota.

O Brasil chegou à decisão com 100% de aproveitamento depois de vencer Porto Rico, Venezuela e Estados Unidos na primeira fase e desbancar a República Dominicana na semifinal. Mais cedo, os norte-americanos levaram o bronze com a vitória sobre a República Dominicana por 87 a 82.

Na história dos Jogos Pan-Americanos, o Brasil subiu ao pódio 13 vezes (cinco ouros, duas pratas e seis bronzes). Em Guadalajara, em 2011, a equipe sequer avançou à semi. O próximo compromisso da seleção é a disputa do Pré-Olímpico das Américas, na Cidade do México, entre 31 de agosto e 11 de setembro.

Ainda não se sabe se a competição, uma Copa América, valerá como pré-olímpico para o Brasil. Afinal, a Federação Internacional (Fiba) cobra uma dívida da Confederação Brasileira (CBB). Se o pagamento não for feito a tempo, o País ficará sem convite para a Olimpíada e terá que buscar a vaga em quadra.

O Brasil conquistou neste sábado aquele que provavelmente é o seu melhor resultado de todos os tempos no boliche. Bronze em Guadalajara, em 2011, Marcelo Suartz, de 27 anos, faturou o ouro nos Jogos Pan-Americanos de Toronto na competição individual. Esta é a primeira vez que um brasileiro sobe ao lugar mais alto do pódio nesta modalidade.

No Pan, o boliche é disputado no formato de 10 pinos, aquele que tradicionalmente é jogado nas pistas amadoras do País. Marcelo também havia participado da competição em duplas, junto com Charles Robini, mas eles ficaram em nono.

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Na competição individual, o brasileiro ganhou de alguns dos melhores do mundo. Na fase de classificação, deixou para trás Tommy Jones, dono de 16 títulos do PBA Tour, principal circuito profissional.

O título, entretanto, foi conquistado em final contra o venezuelano Amleto Monacelli, de 53, um dos melhores jogadores de boliche de todos os tempos. O veterano é membro do hall da fama do beisebol e já ganhou 19 títulos do PBA Tour. Na carreira, já ganhou US$ 2,343 milhões em premiações. Dinheiro que pouquíssimos outros atletas que estiveram no Pan um dia vão ganhar com o esporte.

O boliche, vale sempre levar, não é uma modalidade olímpica. Mas isso pode mudar logo. Afinal, está entre os oito esportes que continuam na briga para entrar no programa dos Jogos de Tóquio, em 2020. Também estão na disputa caratê, beisebol, softbol, boliche, squash e patinação, modalidades que são disputadas no Pan, além de surfe (entra na próxima edição, em Lima, além de escalada e wushu (uma arte marcial que no Brasil é mais conhecida por kung-fu).

Foram longos 44 anos de jejum até que o Brasil finalmente voltasse a se classificar para uma final nas competições de esgrima dos Jogos Pan-Americanos. Os autores do feito são Guilherme Toldo, Ghislain Perrier e Fernando Scavasin, que levaram a equipe brasileira de florete à decisão do ouro em Toronto.

Depois de chegar seguidamente ao pódio do Pan entre 1967 e 1975, a esgrima brasileira passou por três décadas de quase ostracismo. Só foi voltar a ganhar medalha no Rio (2007), com três de bronze. Depois, em Guadalajara (2001), também voltou para casa com três medalhas bronzeadas.

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Agora, já tem garantidas quatro medalhas, sendo uma pelo menos de prata. O time masculino de florete faz final às 21h05 contra os Estados Unidos, que são amplos favoritos e contam com dois dos três melhores do ranking mundial. No caminho até a decisão, o Brasil passou por Porto Rico (45 a 19) e Venezuela (42 a 34).

Exceto na final do Pan, o Brasil torce pelos Estados Unidos. Isso porque, se os americanos terminarem o ranking olímpico entre os cinco primeiros (estão no quarto lugar), abrem uma vaga no Rio-2016 para a melhor equipe das Américas na lista. E esse posto é ocupado hoje exatamente pelos brasileiros, que estão em 11.º, duas posições à frente do Canadá. O Pan, entretanto, não vale pontos.

Também neste sábado, a equipe feminina de florete disputa o terceiro lugar, contra o México, às 18h05 (de Brasília). O time é formado por Taís Rochel, Gabriela Cecchini e Bia Bulcão e caiu exatamente diante dos EUA na semifinal. As americanas, terceiras do ranking mundial, venceram fácil, por 45 a 26.

Em Toronto, o Brasil ganhou medalha de bronze com Renzo Agresta, no sabre, Nathalie Moellhausen, na espada, Ghislian Perrier, no florete, e com a equipe feminina de espada. A disputa do florete feminino por equipes não está no programa dos Jogos do Rio-2016 porque existe um rodízio de armas e uma delas fica de fora em cada edição da Olimpíada.

Foi sofrido, mas a seleção brasileira de futebol masculino superou o Panamá por 3 a 1 na prorrogação, após empate em 1 a 1 no tempo normal, e ficou com a medalha de bronze nos Jogos Pan-Americanos de Toronto. O corintiano Luciano, duas vezes, e o ex-são-paulino Lucas Piazon fizeram os gols do Brasil. Com o resultado, a seleção chegou ao seu segundo bronze na história dos Jogos - o anterior foi em 1983.

A competição de futebol do Pan aceita apenas inscrições de atletas de até 22 anos - que, portanto, tenham idade, para disputar a Olimpíada do ano que vem. O Brasil foi representado por um time reserva da sua seleção olímpica, uma vez que os clubes não eram obrigados a liberar seu atletas. O Pan, afinal, não acontece em data Fifa.

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Assim, o técnico Rogério Micale se viu obrigado a convocar apenas jogadores que não são titulares de seus clubes, com poucos exceções. O destaque da campanha foi o atacante Luciano, do Corinthians, artilheiro do torneio com cinco gols.

A decisão do ouro será no domingo, às 14h05, também em Hamilton, nos arredores de Toronto. O Brasil volta a jogar ainda neste sábado, no mesmo local, às 19h35, na final do futebol feminino, contra a Colômbia.

O JOGO - Talvez ainda sentindo a derrota de virada na semifinal, para o Uruguai, o Brasil fez um primeiro tempo melancólico. Começou o jogo produzindo um pouco mais ofensivamente, mas de novo de forma burocrática. O trio Erik, Luciano e Clayton até que procurava rodar o jogo, mas faltava objetividade.

Do outro lado, o Panamá era franco atirador. Aproveitava-se de erros de marcação e buscava o ataque quase sempre às costas da zaga brasileira. O time teve chance de abrir o placar aos 35, quando Eurico cometeu pênalti em Waterman. Na cobrança, porém, Escobar chutou no meio e Andrey defendeu.

O gol panamenho que não saiu no pênalti. Veio, porém, no último minuto do primeiro tempo. Murillo recebeu pela extrema direita e cruzou no segundo pau para Nuñez abrir o placar de cabeça.

Com o mau futebol da primeira metade do jogo e a desvantagem no placar, o técnico Rogério Micale foi mexendo no time ao longo da etapa final - nas peças e na maneira de atuar. Mudou os dois laterais, sacou o volante Barreto e colocou Lucas Piazon no ataque. O Brasil passou a criar, buscando as entradas na área em diagonal de Luciano e Clayton ou a movimentação de Erik pelo meio.

Erik teve duas boas chances de empatar. Na melhor delas, ao 26, ele recebeu passe de Gilberto na pequena área, mas demorou demais para finalizar e a defesa afastou. O gol de empate acabou vindo num pênalti duvidoso cinco minutos mais tarde, sofrido por Luciano. Na cobrança, o jogador do Corinthians colocou no canto direito e deixou tudo igual.

Nos minutos finais, o Panamá seguiu na pressão. E teve a grande chance de garantir o bronze aos 38, quando Aguilar recebeu livre na direita e tocou por cobertura na saída de Andrey. A bola acabou batendo no travessão, e o jogo foi mesmo para o tempo extra.

PRORROGAÇÃO - Na prorrogação, o jogo seguiu franco. O Panamá teve a primeira boa chance, aos 6, quando Luciano evitou o gol de Muñoz afastando a bola da pequena área. Mas foi o Brasil quem acabou marcando três minutos mais tarde.

O gol foi o lance mais bonito da tarde. Lucas Piazon recebeu passe na esquerda, invadiu a área deixando dois marcadores para trás e bateu colocado, no ângulo esquerdo do goleiro Powell.

Sem outra alternativa, o Panamá se jogou ao ataque. E aí foi a vez do Brasil buscar o contragolpe e explorar os espaços. Aos 10, Clayton fez jogada pela esquerda e mandou para o meio da área; a bola passou por Piazón, mas sobrou para Luciano chutar forte e garantir a vitória.

A comissão técnica da seleção brasileira masculina de polo aquático decidiu cortar o goleiro Thyê Matos do elenco que começa na segunda-feira a disputa do Mundial de Esportes Aquáticos, em Kazan (Rússia). A Confederação Brasileira (CBDA) não explicou os motivos do corte, mas eles estão relacionados ao pedido de prisão expedido contra ele no Canadá, onde o jogador é acusado de ter abusado sexualmente de uma mulher de 22 anos.

Em nota oficial, a entidade afirmou que o goleiro, que defende as cores do Club Athletico Paulistano, em São Paulo, nega as acusações. "O atleta se declara inocente, sendo certo que tanto pela nossa legislação, quanto pela lei canadense, todos são presumidos inocentes até prova em contrário. Nenhum membro da delegação da CBDA em solo canadense foi procurado para prestar depoimento, nem tampouco recebeu qualquer comunicação oficial das autoridades canadenses", alega a CBDA.

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Ainda de acordo com a entidade, a mesma foi informada do caso apenas "verbalmente" pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB) e posteriormente pela imprensa. O grupo e Thyê foram pegos de surpresa com as acusações. Assim que acabou a entrevista coletiva da polícia de Toronto, o goleiro se reuniu a portas fechadas com o técnico da seleção, o croata Ratko Rudic. Abalado, acabou cortado e liberado para voltar ao Brasil.

Neste sábado, o time treinou sem a presença de Thyê, que foi o "herói" da conquista do bronze na Liga Mundial. Mesmo reserva boa parte do tempo (no polo é usual cada goleiro jogar metade da partida), ele fez grandes defesas na vitória sobre a campeã olímpica Croácia e pegou o pênalti que deu o bronze diante dos EUA.

Como o congresso técnico do polo aquático já foi realizado em Kazan, a CBDA não poderá inscrever outro atleta para o lugar de Thyê, a não ser que este tivesse se machucado. Assim, Bin Laden, do Pinheiros, será o único goleiro à disposição do treinador.

"Estou preparado para toda a competição. O fato de ser o único goleiro não me deixa mais pressionado. Eu confio no trabalho que vem sendo feito pela comissão técnica. Queremos fazer história no Mundial. Não podemos perder o foco", disse Bin Laden, em declaração reproduzida no site da CBDA.

Vale lembrar que o goleiro titular do Brasil na Olimpíada deverá ser o sérvio Slobodan Soro, um dos melhores do mundo, que recentemente obteve a naturalização. Ele, entretanto, ainda não cumpriu a quarentena imposta pela federação internacional e, por isso, não poderá jogar no Mundial.

Vinte anos depois de Hugo Hoyama ser campeão em Mar del Plata, o Brasil vai voltar ao alto do pódio da competição de simples do tênis de mesa nos Jogos Pan-Americanos. Aliás, vai subir ao pódio não só com ouro, mas também com prata e bronze. Afinal, os três brasileiros que levaram o Brasil ao título por equipes também garantiram medalhas na disputa individual. Thiago Monteiro amarga o bronze, enquanto Gustavo Tsuboi e Hugo Calderano vão se enfrentar na final de logo mais. No feminino, Gui Lin está na decisão e Caroline Kumahara faturou o bronze.

A lista de feitos obtidos em poucas horas neste sábado, em Toronto, é imensa. Essa é a primeira vez que dois brasileiros vão disputar final no masculino. Logo, também a primeira vez que três atletas do País vão ao pódio. No feminino, o Brasil nunca ganhara medalha em simples. No Canadá, não só chegou à final, como vai faturar duas medalhas de uma só vez, uma vez que Gui Lin vai ficar pelo menos com a prata.

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Esses feitos se somam aqueles obtidos por equipes. Os homens faturaram o tricampeonato, mostrando que o Brasil superou bem a aposentadoria de Hugo Hoyama, que esteve em todas as edições dos Jogos desde 1983 e agora é o técnico do time feminino. As mulheres, aliás, nunca haviam disputado uma final e ficaram com a prata.

O resultado mais expressivo, entretanto, é dos homens. O título por equipes veio após vitórias em 15 jogos (10 de simples, cinco de duplas). Na disputa individual, os brasileiros fizeram 18 partidas, com 17 vitórias. A única derrota foi no único confronto direto: Gustavo Tsuboi 4 x 3 Thiago Monteiro, parciais de 11/8, 4/11, 11/9, 6/11, 6/11, 11/8 e 11/9.

Na final, Tsuboi, que é o melhor brasileiro do ranking mundial, vai enfrentar Hugo Calderano. O garoto, de apenas 19 anos, maior revelação da história do tênis de mesa brasileiro, chegou à final após vencer Eugene Wang, do Canadá, por 4 a 3 (10/12, 11/4, 11/8, 11/9, 7/11, 7/11 e 11/7). O jogador da casa também vai ao pódio com bronze.

Na final, o ouro pan-americano, entretanto, será quase detalhe. Tsuboi e Calderano vão disputar uma vaga na Olimpíada. Afinal, cada país tem direito a até dois atletas na disputa de simples no Rio-2016. Vencer o Pan significa assegurar uma dessas credenciais antecipadamente. Além disso, quem vencer garante um lugar na equipe olímpica. São, afinal, quatro atletas (Tsuboi, Calderano, Thiago e Cazuo Matsumoto) brigando por três postos.

FEMININO - Na competição feminina, a chance de um pódio com três brasileiras foi embora com a derrota de Lígia Silva para a colombiana Lady Ruano, na sexta-feira. As atletas comandadas por Hugo Hoyama, entretanto, não são soberanas no continente, como é o caso dos homens atualmente. Assim, a vaga na final foi mais suada.

Gui Lin, que nasceu na China, mas cresceu no Brasil, chegou à decisão depois de enfrentar três atletas de mesma origem. Passou por Jiaqi Zheng (EUA), Anqi Luo (Canadá) e, na semifinal, fez 4 a 3 (8/11, 11/8, 12/10, 5/11, 13/11, 11/2 e 11/7) na norte-americana Lily Zhang.

O resultado serviu como revanche, uma vez que a americana ajudou seu país a vencer a final por equipes por 3 a 0 contra o Brasil, na terça-feira. Agora, na final de simples, a brasileira vai buscar mais uma vingança. Afinal, vai enfrentar Yue Wu, também americana, responsável pela eliminação de Caroline Kumahara, na semifinal, por 4 a 0.

O título pan-americano também vale vaga olímpica. No feminino, Hoyama deverá levar à Olimpíada o mesmo time que foi ao Pan, com Gui, Carol e Lígia. Só duas delas, entretanto, poderão competir em simples e a chinesa naturalizada brasileira tem a oportunidade de já garantir que uma vaga é dela.

O Brasil já ganhou quatro medalhas de bronze na esgrima dos Jogos Pan-Americanos e tem a chance de faturar mais uma neste sábado (25), no último dia das competições desta modalidade. Afinal, a equipe feminina de florete está classificada para a disputa do terceiro lugar, contra o México, às 18h05 (de Brasília).

Na manhã deste sábado em Toronto, o time formado por Taís Rochel, Gabriela Cecchini e Bia Bulcão venceu o Chile nas quartas de final, por 45 a 19, mas na sequência foi derrotado pelos Estados Unidos na semifinal. As americanas, terceiras do ranking mundial, venceram fácil, por 45 a 26.

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Independente dos resultados deste sábado - o Brasil ainda compete por equipes no florete masculino -, o País já tem seu melhor desempenho em Jogos Pan-Americanos em termos quantitativos. Afinal, subiu ao pódio quatro vezes, contra três em Guadalajara (2011) e no Rio (2007).

Em Toronto, o Brasil ganhou medalha de bronze com Renzo Agresta, no sabre, Nathalie Moellhausen, na espada, Ghislian Perrier, no florete, e com a equipe feminina de espada. A disputa do florete feminino por equipes não está no programa dos Jogos do Rio-2016 porque existe um rodízio de armas e uma delas fica de fora em cada edição da Olimpíada.

A desistência de Franck Caldeira e o último lugar de Ubiratan José dos Santos colocaram fim à hegemonia do Brasil na maratona masculina nos Jogos Pan-Americanos. A supremacia teve início com Vanderlei Cordeiro de Lima em Winnipeg (1999) e Santo Domingo (2003). Depois, o próprio Franck levou a melhor no Rio (2007), enquanto Solonei Rocha da Silva conquistou o ouro em Guadalajara (2011). Em Toronto, porém, o País não tem o que comemorar.

A prova foi vencida pelo cubano Richer Perez, que marcou o tempo de 2h17min04, com 9 segundos de vantagem para o peruano Raul Pacheco, o segundo colocado. O pódio foi completado pelo argentino Mariano Mastromarino, com 2h17min45. Último colocado entre os 13 maratonistas que completaram a prova, o brasileiro Ubiratan dos Santos marcou o tempo de 2h34min53.

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"É lamentável. A gente sabe que ninguém entra aqui para perder ou desistir no meio do caminho. Me deixa frustrado por saber que tenho a responsabilidade de fazer o meu melhor, mas acredito que todos os outros títulos que nós demos também não devem ser esquecidos, assim como esse não pode ser massacrado", afirma Franck.

O brasileiro fazia uma prova consistente e estava sempre em meio ao pelotão da frente no circuito do Ontário Place West Channel. Ele chegou a liderar na marca dos 15 quilômetros, mas sentiu um incômodo na coxa direita e teve de abandonar a corrida de 42,195km após cerca de 1h30 de percurso.

"Em uma mexida que o peruano (Raul Pacheco) deu, eu acompanhei e na subida senti um pouco a perna direita, como se fosse um cãibra. Pode ser acumulo de algum cansaço muscular ou até mesmo uma lesão que está prévia a se manifestar e foi evitada com esse espasmo", explica.

Franck volta ao Brasil neste domingo e passará por exames para saber a gravidade do problema. "A sensação foi de dor súbita na coxa, sem nenhum antecedente nos treinamentos, nem no aquecimento. Até você caracterizar como uma cãibra isolada, você tem que fazer exames e a ressonância é importante para caracterizar isso", explica Cristiano Laurino, médico da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt).

Fora do Mundial, o maratonista agora precisa correr, literalmente, para conquistar o índice olímpico e também ficar entre os três melhores do País. "O próximo objetivo seria os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio. Nós já temos o Marilson garantido, o Solonei corre o Mundial e, como optei por vir ao Pan, eu não tenho essa oportunidade. Preciso ver qual é a próxima maratona para estar lá e estar bem. Não adianta dar mais um tiro pela culatra, tem que ser algo certeiro, já que não temos muito tempo", projeta.

Além de perder a hegemonia na maratona, o resultado, ainda mais com a vitória de um cubano coloca o Brasil sob risco de perder o terceiro lugar no quadro de medalhas. Cuba, favorita em finais do boxe e no heptatlo, soma 32 ouros, apenas três a menos do que a equipe brasileira.

O Comitê Olímpico do Brasil (COB) concedeu entrevista coletiva no fim da manhã desta sexta-feira em Toronto para fazer um balanço da campanha do "Time Brasil" nos Jogos Pan-Americanos e já comentou sobre a terceira posição no quadro de medalhas. À noite, Cuba ajudou para que este cenário se concretize. Afinal, perdeu duas das cinco finais do boxe.

O pugilismo era a principal chance de Cuba terminar o Pan de Toronto à frente do Brasil no quadro de medalhas. Afinal, os cubanos chegaram a 10 finais. Mesmo que faturem as cinco medalhas de ouro deste sábado e ganhem o heptatlo feminino, no qual Yorgelis Rodríguez é favorita, os cubanos alcançariam 37 medalhas de ouro. Em outras disputas, os cubanos são zebra.

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Enquanto isso, o Brasil, já com 35 medalhas douradas, vê boas perspectivas para as últimas 30 horas de competições em Toronto. Disputa as finais de handebol, vôlei e basquete masculino, além do futebol e vôlei feminino. Também tem esperanças no tênis de mesa, maratona masculina e hipismo saltos, além de ser azarão em competições como o ciclismo de estrada e nos revezamentos do atletismo.

Nesta sexta-feira, o dia foi muito mais de Cuba do que do Brasil. Os caribenhos confirmaram o favoritismo no salto triplo (com Pedro Pablo Pichardo) e no disco (Denia Caballero), provas nas quais seus atletas lideram o ranking mundial. No boxe, ganhou três de ouro, mas deixou escapar duas. Uma para o México, outra para o Canadá.

Enquanto isso, o Brasil fecha o dia com irrisórias três medalhas. Ganhou no handebol feminino, no qual era mesmo favoritíssimo ao ouro, e faturou um surpreendente bronze na equipe feminina de espada, na esgrima. Também Julio Cesar de Oliveira se destacou, com o bronze no dardo.

Mas diversas outras chances escaparam, principalmente no atletismo. Juliana dos Santos (3.000 metros com obstáculos), Thiago André (1.500 metros), Keila Costa (salto em distância), Fernanda Martins (disco), Andressa de Morais (disco) e Jefferson Sabino (salto triplo) tinham condições reais de irem ao pódio.

BRIGAS - Os Estados Unidos não serão mais alcançados no alto do quadro de medalhas. Só nesta sexta-feira os norte-americanos ganharam nove medalhas de ouro. O Canadá faturou apenas três, o que faz com que a diferença entre os dois países do norte das Américas fiquem separados por 20 medalhas douradas.

No quadro qualitativo (que conta primeiro as medalhas de ouro), as sete primeiras posições já parecem definidas. Brasil em terceiro (35), Cuba em quarto (31), Colômbia em quinto (26), México em sexto (19) e Argentina em sétimo (12).

Já pelo total de medalhas a briga pelo quarto lugar está completamente aberta. Cuba passou o México e foi a 87, enquanto que os mexicanos têm 85 após ganharem cinco apenas no raquetebol (modalidade não-olímpica). A Argentina somou seis medalhas e, com 69, deve mesmo disputar a sexta posição com a Colômbia, que também tem 69.

PENÚLTIMO DIA - Como costuma sempre acontecer em Jogos Pan-Americanos, o Brasil tem promessa de uma boa reta final. Neste sábado, joga as finais do basquete masculino (às 17h30 de Brasília, contra o Canadá), do futebol feminino (às 19h35, contra a Colômbia), do handebol masculino (às 21 horas, diante da Argentina) e do vôlei feminino (às 21h30, frente aos Estados Unidos). Ainda briga pelo bronze no hóquei sobre a grama masculino (às 18 horas, contra o Chile) e no futebol masculino (às 14h05, diante do Panamá).

Neste sábado, o Brasil também tem chances de ir ao pódio no ciclismo de estrada masculino e feminino, na disputa individual de saltos do hipismo (Eduardo Menezes lidera), nas equipes de florete na esgrima e no tênis de mesa (cinco brasileiros estão nas quartas de final). No caratê, cinco brasileiros competem.

Nas últimas disputas do atletismo, o Brasil tenta manter a hegemonia na maratona masculina, que vem desde 1999. O País ainda faz três finais de revezamento e compete nos 1.500 metros para mulheres, 5.000 metros e salto em altura masculino. Vanessa Spínola chega às últimas três provas do heptatlo em segundo.

Confira como está o quadro de medalhas:

1.º - Estados Unidos - 92 de ouro, 73 de prata e 74 de bronze (239 no total)

2.º - Canadá - 72 de ouro, 63 de prata e 60 de bronze (195 no total)

3.º - Brasil - 35 de ouro, 34 de prata e 55 de bronze (124 no total)

4.º - Cuba - 31 de ouro, 23 de prata e 33 de bronze (87 no total)

5.º - Colômbia - 26 de ouro, 13 de prata e 30 de bronze (69 no total)

6.º - México - 19 de ouro, 27 de prata e 39 de bronze (85 no total)

7.º - Argentina - 12 de ouro, 27 de prata e 30 de bronze (69 no total)

Com bom aproveitamento nos ataques e eficiente nos bloqueios, a seleção brasileira masculina de vôlei derrotou Porto Rico por 3 sets a 0 (parciais de 25/16, 25/17 e 25/23), na noite dessa sexta, e se classificou à final dos Jogos Pan-Americanos de Toronto. O principal pontuador da noite foi Renan, que anotou 16 vezes, sendo 14 em ataques. Neste domingo, às 16h, o Brasil buscará o ouro diante da Argentina, que na preliminar passou pelo Canadá por 3 sets a 1.

Mesmo disputando a competição com um time alternativo - o principal ficou no Brasil para disputar as finais da Liga Mundial -, a seleção chega à final praticamente sem sobressaltos. Na primeira fase, perdeu apenas um de seus três jogos, diante de Cuba. E uma das duas vitórias foi um 3 a 0 sobre a Argentina, adversária da decisão.

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No jogo desta sexta-feira, o time comandado pelo auxiliar técnico Rubinho se impôs sem dificuldades. No primeiro set, vencido por 25/16 em 24 minutos, o Brasil contou com bons ataques de Maurício Souza e Douglas, que marcaram três pontos cada, e com eficiência no bloqueio.

O segundo set foi bastante semelhante ao primeiro. Apesar de os porto-riquenhos diminuírem os erros, a equipe seguiu sem conseguir fazer frente ao melhor voleibol do Brasil. O destaque do set foi Renan, que foi quem mais atacou e mais pontuou nos 26 minutos necessários para a seleção fechar em 25/17.

A seleção porto-riquenha só foi conseguir equilibrar o jogo no terceiro set. A equipe adversária chegou até mesmo a ficar na frente em boa parte do set, mas não conseguiu manter o ritmo e levou a virada em 25/23, com 29 minutos de jogo.

A surpreendente derrota de Lígia Silva para uma colombiana foi o único revés do Brasil no tênis de mesa dos Jogos Pan-Americanos, nesta sexta-feira, em Toronto. Assim, são cinco brasileiros vivos na disputa por medalhas em simples, sendo três no masculino e duas no feminino. Quem avançar à semi garante pelo menos o bronze, porque não há disputa pelo terceiro lugar no tênis de mesa.

Entre os homens, Gustavo Tsuboi e Thiago Monteiro podem se enfrentar na semifinal. Melhor brasileiro do ranking mundial, na 55.ª colocação, Tsuboi sofreu para vencer Jorge Campos, de Cuba, por 4 a 3. Agora, pega o canadense Pierre-Luc Theriault, de quem ganhou na competição por equipes.

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Já Thiago Monteiro terá pela frente o chileno Felipe Olivares, que já perdeu duas vezes de Hugo Calderano no Pan. O brasileiro se classificou às quartas de final ao vencer Braian Afanador por 4 a 0.

Por fim, Hugo Calderano, que assim como os demais brasileiros ficou de Bye na primeira rodada do mata-mata, por ter vencido seu grupo, eliminou o argentino Gaston Alto. Seu próximo rival será Alberto Mino, outro que já perdeu para Calderano no Pan, na competição por equipes.

Assim, são grandes as possibilidades de a semifinal do Pan ter três brasileiros. O outro candidato ao ouro sai do confronto entre Eugene Wang (Canadá) e Pablo Tabachnik (Argentina). O Pan vale vaga nominal ao campeão nos Jogos Olímpicos do Rio. Para os brasileiros, isso é fundamental para não ficar na dependência da convocação.

FEMININO - Na competição feminina as brasileiras não têm o mesmo favoritismo. Lígia Silva vacilou e perdeu da colombiana Lady Ruano, por 4 a 3, dando adeus à disputa pelo título nas oitavas de final.

Gui Lin teve o confronto em teoria mais complicado, mas venceu Jiaqi Zheng, chinesa naturalizada americana, por 4 a 2. Na próxima fase, pega outra atleta de origem chinesa (tal como a própria brasileira), a canadense Anqi Luo. Se avançar, joga contra Lily Zhang (EUA), ou a colombiana Ruano.

Já Caroline Kumahara sofreu, mas virou sobre a também colombiana Paula Medina, por 4 a 3. Nas quartas de final, pega Mo Zhang, do Canadá. Se chegar à semi, joga contra Adriana Diaz (Porto Rico) ou Yue Wu (EUA). Também no feminino o ouro vale vaga olímpica.

A seleção brasileira feminina de softbol teve a oportunidade de ganhar uma surpreendente medalha de bronze nos Jogos Pan-Americanos, mas levou a virada de Porto Rico e acabou apenas no quarto lugar em Toronto. Nesta sexta-feira, o Brasil chegou a abrir 2 a 1 no placar, mas sofreu o revés por 12 a 2.

Como só havia seis times inscritos nessa modalidade, que não é olímpica, todos jogaram contra todos na fase de grupos. O Brasil perdeu de Canadá, EUA e Porto Rico (por 2 a 0), venceu Cuba e República Dominicana, e se classificou para uma semifinal diferente.

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Como perdeu, o Brasil fica em quarto. Porto Rico joga no sábado contra o Canadá para decidir quem pega os EUA na final. Se vencerem, as porto-riquenhas chegam à disputa do ouro. Se derrotadas, ficam com o bronze. As americanas, que venceram o Canadá na outra semifinal, têm pelo menos a prata.

MEDALHAS NÃO-OLÍMPICAS - No caratê, 10 países foram ao pódio nesta sexta-feira para dividir as 12 medalhas distribuídas na modalidade. EUA, Peru e Argentina ganharam uma de ouro cada um. O Brasil não teve representantes.

Já no raquetebol o México confirmou o favoritismo para ganhar duas medalhas de ouro nesta sexta-feira, quando foram realizadas as finais de simples e duplas. Os EUA também levaram duas de ouro, enquanto a Argentina colecionou duas de prata.

Nas modalidades não-olímpicas, o Brasil vem se dando pior do que praticamente todos os sete primeiros colocados do quadro de medalhas. Só fica à frente de Cuba. Considerando as provas já encerradas no squash, caratê, patinação, boliche, esqui aquático, raquetebol e nas classes não olímpicas da vela, o quadro de medalhas fica assim:

EUA - 9 de ouro, 8 de prata, 10 de bronze (27 no total)

Canadá - 6 de ouro, 11 de prata, 6 de bronze (23 no total)

Colômbia - 6 de ouro, 3 de prata, 1 de bronze (10 no total)

Argentina - 5 de ouro, 4 de prata, 5 de bronze (14 no total)

México - 3 de ouro, 2 de prata, 11 de bronze (16 no total)

Brasil - 3 de ouro, 1 de prata, 2 de bronze (6 no total)

Cuba - 0 de ouro, 0 de prata, 1 de bronze (1 total)

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