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O senador José Serra (PSDB-SP) não se disse favorável ao impeachment da presidente Dilma Rousseff, ao menos não por hora. Questionado sobre o tema no programa Roda Viva, da TV Cultura, Serra disse que não se "luta pelo impeachment". Serra admitiu não ver "comprovadamente" nenhum fato que justifique o impedimento da presidente.

"O País está o tempo inteiro falando no assunto (impeachment), o governo tem uma rejeição muito alta, cria um clima como se fosse a única questão nacional", disse. "Eu fui convidado, fui para encontrar as pessoas que vão pra rua essencialmente para protestar contra o governo", justificou sobre sua participação neste domingo de manifestações que tiveram como o mote o "Fora Dilma".

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Serra afirmou não ver hoje o risco de um golpe militar e disse que o País não está dividido, como quando João Goulart foi derrubado pelo Golpe Militar em 1964. "A maioria hoje está contra o governo", disse em uma espécie de defesa contra a argumentação de que trabalhar pelo afastamento de Dilma seria uma atitude golpista. "Não tem nada de golpismo (no cenário atual)".

Apesar da sinalização de Fernando Henrique Cardoso, de ter dito hoje via redes sociais que a renúncia seria um "grande gesto" de Dilma, Serra disse não ver uma "guinada" na postura do PSDB com relação ao impeachment. E argumentou que, desde 2013, sabia que se Dilma se reelegesse a ingovernabilidade "viria a galope", afirmou.

Mas Serra disse avaliar que não existe realmente a possibilidade de Dilma se afastar voluntariamente do governo, mesmo que a crise se agrave. "A Dilma não pensa nisso, não vai fazer (renunciar)."

O senador rejeitou que haja especulação de bastidores de formação de um governo de coalizão do PSDB com PMDB. "Governo não se terceiriza, apesar de Dilma já estar terceirizando. Não acredito na viabilidade de um 'parlamentarismo branco'", defendeu. Ele admitiu, contudo, que caso Dilma seja afastada, certamente o PSDB comporia um novo governo, com o intuito, segundo ele, de contribuir para o País.

O líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), afirmou nesta quarta-feira, 1, que a tendência é não se votar hoje a proposta do senador José Serra (PSDB-SP) que acaba com a obrigação de a estatal ser a operadora única e ter participação mínima de 30% na exploração do pré-sal. Segundo ele, os senadores estão tentando fechar um acordo para votar a proposta com a alteração que preveja uma cláusula de preferência não obrigatória para a estatal.

No início da tarde, o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), relator da proposta de Serra, disse que, em seu substitutivo, vai propor que o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) seja o responsável por atribuir se a Petrobras terá ou não preferência em um determinado leilão. Dessa forma, a cláusula de preferência para a estatal não será obrigatória.

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Segundo Eunício, a intenção é firmar um acordo para aprovar a matéria logo no plenário, de forma que ela siga para apreciação da Câmara dos Deputados. Ele afirmou que, inicialmente, o próprio Serra estava contra a alteração à proposta dele, mas, diante da ponderação do líder do PMDB de que não iria concordar com o texto original, passou a apoiar a mudança.

"Se tiver uma cláusula de preferência, eu vou encaminhar o voto a favor", afirmou o líder do PMDB, a maior bancada do Senado. Sem o apoio dos peemedebistas, avaliou Eunício, a proposta pode não ser aprovada.

Hoje mais cedo, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), havia anunciado que o projeto de Serra iria ser votado nesta quarta-feira pelo plenário.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse que pretende colocar em votação nesta quarta-feira, 1º, o projeto do senador José Serra (PSDB-SP) que desobriga a Petrobras de ser operadora única e ter participação mínima de 30% na exploração do pré-sal. "Nós vamos fazer um esforço para que esse projeto seja apreciado hoje. Se for o caso, vamos fazer em torno do conteúdo do projeto uma negociação, um acordo", afirmou.

Diante de uma derrota em plenário, o Palácio do Planalto já articula mudar o texto do projeto, para que a Petrobras não seja obrigada a investir em todos os poços, mas tenha a preferência de escolher em quais projetos quer participar.

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Nessa terça, 30, uma sessão temática para discutir o tema durou mais de seis horas. Senadores contrários à proposta chegaram a defender que o projeto deixasse o plenário e fosse discutido nas comissões temáticas da Casa, mas o presidente da Casa não parece disposto a atender a esse pleito.

O Senado Federal promove nesta terça-feira (30), uma sessão temática para discutir os projetos que mudam as regras sobre a participação da Petrobras na exploração do pré-sal. Na discussão, que é realizada na Casa Legislativa neste momento, estão dois projetos de lei do senador José Serra (PSDB-SP) que fazem alterações no modelo de operador único, adotado no novo marco regulatório do pré-sal, e na participação mínima do governo no modelo de partilha.  A pauta polêmica divide opiniões. 

As propostas de Serra estão prontas para votação, em regime de urgência, no plenário, mas a apreciação foi adiada justamente para que os senadores pudessem discutir o assunto com especialistas.

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Segundo o senador Roberto Requião (PMDB/PR), o assunto provoca impasses em vários locais do mundo, por isso é difícil apreciá-lo em pouco tempo. “O petróleo provoca guerras no mundo e o Senado quer discutir o futuro do petróleo no Brasil numa tarde? Isso é degradante”, cravou. 

O peemedebista frisou ainda a existência de interesses por trás da discussão do assunto. “Interesses setorizados discutem a quebra da Petrobras nos miseráveis 30% no pré-sal encontrado pela própria empresa. Quem fala a Petrobras hoje aqui, fala por ela ou pelo Levy? Eu fico perplexo com o que acontece no Senado da República. A quem aproveita o que está acontecendo hoje aqui?”, questionou, alfinetando a proposta de Serra. “Este projeto do José Serra vem junto com a terceirização do trabalho, a precarização do parlamentar. Não temos mais partidos, temos bancadas de financiadores de campanha”, disparou.

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Para o ex-diretor Geral da Agência Nacional da Petrobras, Haroldo Lima, a norma deveria dar mais direito a Petrobras. “O que nós poderíamos discutir é: nós poderíamos dar mais direito a Petrobras. Ela está dentro do contrato de partilha e ela delibera se vai ser ou não operadora naquele crédito. Agora, ela é quem vai dizer se vai ser operadora ou não e ai vai ter 30%”, sugeriu, reprovando a iniciativa do tucano. “Eu acho que o projeto de José Serra como está prejudica a população brasileira”, completou. 

O representante Federação Única dos Petroleiros, José Maria Rangel, repudiou as corrupções envolvendo a estatal, mas em seguida a defendeu . “Todos nós repulsamos aqueles que roubaram a Petrobras e a nossa empresa sempre provoca debates acalorados como está sendo hoje aqui. A nossa empresa é a maior de capital aberto em petróleo. Ela vai sair dessa crise rapidamente a contra gosto de alguns”, frisou. 

Quem também se manifestou contrário à proposta foi o senador Humberto Costa (PT). “O PT é contra a colocação na ordem do dia de hoje, de maneira açodada, do projeto de José Serra que quer desmontar o modelo de partilha”, postou o parlamentar no Twitter. 

Em defesa de seu Projeto de Lei, José Serra sugeriu que sua proposta fosse apreciada com urgência. “A minha ideia é algo urgente a ser votado, porque nós temos uma conjuntura que a Petrobras atravessa uma fase difícil e essa questão da obrigatoriedade da Petrobras é um ônus.  Nós estamos vivenciando uma semiestagnação da Petrobras. O petróleo está semiestagnado no Brasil”, criticou. 

Reforçando sua opinião, o senador esclareceu o desejo de mudar a lei existente atualmente. “A Petrobras não tem condições de bancar a obrigatoriedade que manda a lei. O projeto único e exclusivamente retira a obrigatoriedade da Petrobras de está em todos os postos e bancar os 30% determinados na lei”, explicou. “A minha intenção é defender a Petrobras. É fortalecer a Petrobras e que se rompa este estrangulamento que está acontecendo na Petrobras. Este projeto visa este objetivo e não o oposto”, completou. 

Confira a discussão em tempo real no vídeo abaixo:

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse nesta sexta-feira (26) ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, que se o Senado aprovar o Projeto de Lei (PL) que acaba com a obrigação de a Petrobras ser operadora única e tenha participação mínima de 30% na exploração do pré-sal, ele priorizará a apreciação do projeto na Câmara. "Se o Senado aprovar, porei para votar", garantiu o peemedebista.

A proposta, de autoria do senador José Serra (PSDB-SP), é o segundo item da pauta de votação do plenário do Senado na terça-feira (30). Na semana passada, o Senado decidiu acelerar a tramitação do projeto, que teria inicialmente de passar por três comissões temáticas.

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Numa "dobradinha" com Serra, o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), é um dos principais avalistas da articulação para tentar aprovar a proposta do tucano.

A noite dessa terça-feira (16) foi de embate no plenário do Senado entre o PT e a oposição. O partido do governo rejeitou a decisão de que fosse tramitado, em regime de urgência, um projeto de lei do senador José Serra (PSDB-SP) que diminui o poder da Petrobras na exploração dos campos de petróleo do pré-sal. Líder do PT na Casa, o senador Humberto Costa (PE) criticou a maneira apressada de apreciação de uma proposta dessa complexidade, mas - dado apoio de partidos da base, como o PMDB - o requerimento foi aprovado por 42 votos contra 17.

Em um acordo com os líderes o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), propôs a entrada da urgência em pauta. No plenário, Humberto orientou a bancada do PT a votar contra a matéria e discursou, com base em dados oficiais, sobre os prejuízos que o projeto traz ao povo brasileiro porque quebra o direito de que ela seja operadora única do petróleo produzido.

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Segundo ele, além de desfigurar o modelo de partilha do pré-sal já definido em lei, que também estabelece participação mínima de 30% da estatal nos negócios, a proposta é baseada em uma série de questões contestáveis. “O que quer a oposição, como externa aqui no plenário com todas as letras, é privatizar a maior empresa do país. A partilha garante soberania do Brasil sobre suas riquezas. O petróleo é brasileiro e, em razão disso, a Petrobras deve ser a operadora única dessa riqueza nacional”, afirmou Humberto.

O projeto de autoria do parlamentar tucano trata, em seu primeiro artigo, da “retirada da obrigatoriedade de a Petrobras ser a operadora exclusiva e possuir participação mínima de 30% nos consórcios de empresas que venham a ser contratados, mediante licitação, para exploração e produção de petróleo no pré-sal e em áreas estratégicas”.

Para o líder do PT, o argumento de que a estatal não tem capacidade para realizar os investimentos necessários para a produção de petróleo, usado de forma intensa pela oposição para justificar a aprovação do texto, é falso. “A Petrobras teve lucro líquido de R$ 5,3 bilhões no primeiro trimestre deste ano. A empresa tem reservas de 30 bilhões de barris. O pré-sal já bate recordes de produção. Que ideia é essa de que a empresa não tem capacidade para investir?”, questionou.

O senador ressaltou ainda que as licitações para a exploração do pré-sal só serão realizadas em 2016, fato que, por si só, já derruba a justificativa da pressa do Senado em votar o requerimento de urgência da matéria. “Se a Petrobras segue como operadora única, evitaremos a exploração predatória. A empresa não corre o risco de ser passada para trás, ludibriada por outras que explorem petróleo e declarem menos do que produzem, em prejuízo do país”, afirmou.

Humberto acredita que o Congresso Nacional tem de ouvir os interessados no assunto antes votar o texto, incluindo a própria Petrobras, o Ministério de Minas e Energia, sindicatos de engenheiros e trabalhadores e a opinião pública. “E digo mais: retirar o direito da Petrobras de ser a operadora única é o primeiro passo. Daqui a pouco, por meio de decreto legislativo, vão querer mudar o regime de contratação da empresa, deixando-a sem capacidade de concorrência, e vão chegar no debate sobre o modelo de partilha”, analisou.

Um protesto contra o projeto do senador José Serra (PSDB-SP), que altera o modelo de partilha do pré-sal, acabou em tumulto nesta terça-feira, 16. A Polícia Legislativa chegou a usar um taser, aparelho de choque, em um dois oito manifestantes que se recusavam a deixar o plenário do Senado. Quatro deles acabaram detidos.

Imediatamente após os protestos começarem, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), suspendeu a sessão e pediu para que os manifestantes, que fazem parte do Sindicato Unificado dos Petroleiros do Estado de São Paulo, fossem retirados. Foi neste momento que os seguranças da Casa usaram a arma contra um dos sindicalistas, que ainda não foi identificado.

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A Polícia Legislativa negou que o instrumento tenha sido usado, mas o barulho pôde ser ouvido do plenário. No mesmo momento, o homem atingido começa a gritar "ai, ai, ai".

Sobre o incidente, o chefe da Segurança do Senado, Pedro Araújo, disse que o taser não foi usado, "mas que deveria". Ele também afirmou que, ao tirar os manifestantes à força, estava apenas cumprindo as ordens do presidente da Casa. "Manda evacuar (o plenário), tem que evacuar", afirmou.

Em mais uma dobradinha com o senador José Serra (PSDB-SP), o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), pretende colocar em votação na próxima semana um projeto que altera o modelo de exploração de partilha do pré-sal. A proposta do tucano exclui, por exemplo, a obrigatoriedade de participação mínima de 30% da empresa na exploração e produção de cada licitação.

O projeto estava tramitando na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), mas Renan deve ler um requerimento de urgência na terça-feira para que ele seja apreciado diretamente pelo plenário da Casa. A proposta preocupa o Palácio do Planalto e foi classificada pelo PT como tentativa de enfraquecer a Petrobras. Aprovado em 2010, último ano do governo Luiz Inácio Lula da Silva, o modelo de partilha substituiu o das concessões. Na prática, isso significa que a produção de cada campo tem que ser dividida pelo consórcio vencedor e pela União.

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Serra discorda da avaliação dos petistas e afirma que o projeto vai trazer benefícios à empresa. "A Petrobras ter a obrigatoriedade de estar presente em cada novo poço do pré-sal com 30% é uma exigência absurda no contexto atual de crise. Já era descabido antes da crise. Agora, tirar a obrigatoriedade não significa a Petrobras não participar, vai participar quando tiver recurso, quando parecer um bom negócio, quando for possível", diz Serra.

No projeto, o tucano argumenta que essa mudança se faz necessária porque a exploração do pré-sal é uma premissa para garantir o abastecimento interno do País, especialmente a partir de 2020. O texto diz ainda que o modelo deve mudar em razão das denúncias de corrupção na Petrobras. "Os escândalos associados à investigação em curso geram o risco de que a estatal enfrente mais dificuldades para obter financiamento do mercado externo, o que pode inviabilizar o cumprimento do cronograma de seus projetos", diz o texto.

O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), afirmou que o governo vai trabalhar para impedir que o projeto seja votado na próxima semana. "Nós vamos resistir a isso. Ele (Serra) quer aproveitar de um momento de dificuldade da Petrobrás para acabar com o modelo de partilha e voltar com o modelo de concessões."

O senador petista Delcídio Amaral (MS), porém, defendeu a ideia de Serra. Em discurso no plenário na quarta-feira, ele disse que não falava como líder do governo, mas que havia divergências sobre esse assunto até dentro da Petrobrás. "Esses 30% apareceram faltando uma semana, ou dez dias, para encaminhamento do projeto da partilha. Nem na Petrobrás há consenso com relação ao operador exclusivo, e acho - mas esta é uma opinião pessoal como senador, e não como líder do governo - fundamental a gente debater essa questão."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Conselho Superior do Ministério Público do Estado homologou o arquivamento de investigação sobre suposta omissão do ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB), hoje senador, no combate ao cartel metroferroviário durante sua gestão à frente do Palácio dos Bandeirantes (2007/2010).

A decisão, tomada por unanimidade pelo colegiado, confirma manifestação do promotor de Justiça Silvio Antonio Marques, que promoveu o arquivamento do inquérito no âmbito da Promotoria do Patrimônio Público e Social da Capital. A homologação, decretada pelo Conselho na reunião de 14 de abril e publicada no Diário Oficial dois dias depois, encerra o caso na esfera da improbidade administrativa.

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O Conselho é formado por onze procuradores, sob presidência do procurador-geral de Justiça, chefe da instituição. Cabe ao colegiado confirmar ou reformar promoções de arquivamento de investigações sobre improbidade. O inquérito chegou ao Conselho no dia 25 de novembro de 2014. Em 23 de março de 2015 os autos foram distribuídos para o conselheiro Sérgio Neves Coelho. No dia 8 de abril, Coelho lançou voto homologando a promoção de arquivamento. Em sessão de 14 de abril, o Conselho, por unanimidade, acolhendo o voto do relator, determinou o arquivamento da investigação.

Esta é a segunda decisão, em apenas seis meses, do Conselho Superior do Ministério Público de São Paulo em favor de Serra no emblemático capítulo do cartel dos trens. Em outubro de 2014, por cinco votos a três, o colegiado já havia homologado manifestação da Procuradoria-Geral de Justiça que não viu participação do tucano em conluio para que a CAF espanhola fosse vencedora de concorrência da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) destinada à compra e reforma de trens no âmbito do Projeto Boa Viagem.

Na ocasião, Márcio Elias Rosa, o procurador-geral, alertou que os fatos sob investigação ocorreram entre os meses de fevereiro de 2007 e dezembro de 2008, ao passo que os dez contratos relativos ao Projeto Boa Viagem - alvos do inquérito civil 648/08 - foram todos firmados em 2005, "época em que José Serra não era governador de São Paulo". O mandato do tucano iniciou-se em janeiro de 2007 e findou em 2 de abril de 2010.

O segundo inquérito civil, cujo arquivamento o Conselho ratificou no dia 14 de abril de 2015, foi concluído em 21 de novembro de 2014. O promotor Silvio Marques anotou, em despacho de nove páginas, que "não há qualquer indício de que José Serra sabia da existência do cartel que funcionou junto ao Metrô e a CPTM, envolvendo Siemens, Alstom e outras empresas". "Consequentemente fica prejudicada a cogitação de suposta omissão do ex-governador na sua coibição."

O cartel dos trens em São Paulo foi denunciado pela multinacional alemã Siemens em acordo de leniência firmado em maio de 2013 com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), órgão antitruste do governo federal. Executivos da Siemens relataram o conluio entre as gigantes do setor para assumir o controle de contratos bilionários do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), no período entre 1998 e 2008.

O inquérito 789/2013 da Promotoria do Patrimônio Público foi instaurado a partir de representação de quatro deputados do PT, João Paulo Rillo, Adriano Diogo, Carlos Neder e Francisco Campos. Eles sustentavam que Serra sabia que as empresas do ramo metroferroviário, "dentre elas a Alstom e a Siemens", teriam fraudado licitações mediante a formação de cartel, superfaturamento dos preços e pagamento de propinas a funcionários públicos.

Segundo os parlamentares, o tucano teria sido alertado pelo próprio Ministério Público de São Paulo e pelo Tribunal de Contas do Estado "mas, mesmo assim, não tomou as medidas cabíveis".

Ao promotor Silvio Marques, no curso do inquérito, o Metrô alegou "sua ilegitimidade para figurar no polo passivo dos autos" e solicitou o arquivamento da investigação. A CPTM também requereu o arquivamento e ressaltou que seus dirigentes já estavam colaborando com as investigações do Ministério Público e da Comissão de Infraestrutura da Assembleia Legislativa - os pedidos de arquivamento do Metrô e da CPTM foram indeferidos "por falta de fundamento legal".

A Siemens alegou que a existência do suposto cartel já estava sob investigação em outros inquéritos da alçada da Promotoria do Patrimônio Público.

Ao destacar as "razões do arquivamento", o promotor Silvio Marques cravou. "No mérito, não há nenhuma prova de que o representado (José Serra) tenha se omitido no seu dever de proteger o patrimônio público estadual, no presente caso."

O promotor destacou que Serra não detinha foro privilegiado - pois não mais exercia o cargo de governador de São Paulo - quando o inquérito civil foi aberto. Em outro capítulo da promoção de arquivamento do inquérito, o promotor de Justiça ressalta "inexistência de prova da omissão do representado (Serra)".

"No mérito, o arquivamento é medida que se impõe", argumenta Silvio Marques. "Verifica-se pelos documentos juntados pelos deputados estaduais representantes que não há qualquer prova de uma situação de negligência. Na representação não há, por exemplo, indicação de prova concreta de que o ex-governador ‘sabia’ da existência do cartel (hoje comprovado) no seio da administração estadual e deixou de tomar providências."

Silvio Marques é taxativo. "Ao longo da investigação também não foi comprovado qualquer envolvimento do representado (Serra) no referido cartel ou sua omissão na coibição da prática fraudatória na condição de Governador à época. Em verdade, os elementos apresentados pelos representantes não passam de reportagens jornalísticas, sendo que algumas delas apenas contêm críticas à atuação do representado."

O promotor transcreve trecho do depoimento de um dos lenientes, antigo executivo da Siemens, que no dia 23 de agosto de 2013 relatou encontro com Serra em Amsterdã durante evento, em 2008, da International Union of Railways (UIC).

O executivo disse conversou com o então governador paulista sobre uma licitação vencida pela espanhola CAF para fornecimento de trens da CPTM. Ante a possibilidade de a Siemens recorrer à Justiça, segundo o executivo, Serra o informou que se a CAF fosse desqualificada o governo iria cancelar a licitação e não simplesmente adjudicar o objeto ao segundo colocado (no caso, a Siemens). Na concorrência, a CAF ofereceu a melhor proposta - R$ 223 milhões a menos que a Siemens.

Segundo o executivo da multi alemã, o tucano argumentou que a diferença de preços entre as propostas era grande e o governo não concordava em pagar o valor mais alto da proposta oferecida pela empresa em que ele trabalhava.

"Ora, o fato de dizer que não pagaria preço mais alto pelos trens que seriam adquiridos pela CPTM mostra que o representado (José Serra) estava defendendo o patrimônio público, e não o inverso", assinala o promotor.

Silvio Marques transcreveu trecho do depoimento do ex-governador na Polícia Federal, em outubro de 2014. Na ocasião, indagado se teve conhecimento sobre a formação de cartel, pagamento de propinas para servidores públicos paulistas e/ou pagamento de caixa 2 para campanhas políticas no âmbito das licitações da CPTM e do Metrô, José Serra disse que "não teve conhecimento, se soubesse teria tomado as providências e acha bom que se investigue".

"Ao contrário do que consta da representação (dos deputados do PT), não há qualquer indício de que José Serra sabia da existência do cartel que funcionou junto ao Metrô e a CPTM, envolvendo Siemens, Alstom e outras empresas", concluiu Silvio Marques. "Consequentemente, fica prejudicada a cogitação de suposta omissão do ex-governador na sua coibição."

Ao final de sua manifestação, o promotor Silvio Marques destacou. "Como se isso não bastasse, todos os fatos envolvendo o chamado cartel dos trens de São Paulo estão sob investigação na Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social, em dezenas de inquéritos civis. Obviamente, caso surjam novos elementos que digam respeito à violação, pelo representado, de interesses difusos ou coletivos, estes autos poderão ser desarquivados, nos termos da lei."

"Diante do exposto, esgotadas as diligências e inexistindo fundamento para a propositura de ação, promovo o arquivamento do presente inquérito civil, determinando sua remessa, em 3 dias, ao Conselho Superior, para o devido reeaxame."

No dia 14 de abril, por unanimidade, o colegiado ratificou o arquivamento.

'Calúnias'

O ex-governador de São Paulo recebeu com naturalidade a decisão do Conselho Superior do Ministério Público do Estado. Para José Serra, os parlamentares do PT que representaram contra ele na Promotoria de Defesa do Patrimônio tentam instrumentalizar o Ministério Público para 'repercutir suas calúnias'.

"Os deputados petistas podem constatar que, mais uma vez, suas tentativas de instrumentalizar o Ministério Público paulista para repercutir suas calúnias são inúteis", declarou Serra, por e-mail.

Um dos políticos mais importantes do Brasil, o senador José Serra (PSDB/SP) tentou por duas vezes ser presidente da República mas não obteve êxito. Tanto em 2002 quanto em 2010 foi derrotado no segundo turno por Lula na primeira vez e por Dilma Rousseff na segunda.

Serra chegou a disputar a prefeitura de São Paulo em 2012 e acabou não se elegendo. Quando pensavam que ele estava morto politicamente, ressurgiu das cinzas e foi eleito senador por São Paulo em 2014. Ao longo dos meses, vem se mostrando um excelente senador.

No Senado, José Serra tem sido uma voz firme na defesa de uma reforma política, tem encampado a tese do voto distrital para vereador em 2016 nas cidades com mais de 200 mil eleitores e tem boas chances de viabilizar o seu projeto junto ao Congresso Nacional.

Recentemente numa entrevista o senador tucano se colocou contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff, entendendo que tem que se respeitar a regra do jogo e não dá para tirar um presidente quando ele vai mal. Mesmo sendo contrário ao impeachment, Serra fez duras críticas ao governo Dilma chamando-o de fraco.

Ele também apontou com a crise que o Brasil vive é grave, porque na sua ótica há uma má condução da economia, na ordenação política do país, no sistema eleitoral bem como na polarização entre a sociedade sobre as pessoas que são contra ou a favor do governo, como nunca antes visto na história deste país.

Tendo sido um vitorioso homem público, chegando a ser deputado, prefeito, governador, ministro e senador, Serra tem a maturidade política que falta a muitos homens públicos do governo e da oposição, e o que ele fala é preciso ser levado em conta.

Luiz Henrique Silveira - O senador Luiz Henrique Silveira (PMDB/SC) faleceu ontem aos 75 anos de idade de um infarto fulminante. Ele foi governador de Santa Catarina e chegou a disputar a presidência do Senado no início do ano, quando obteve 31 votos contra Renan Calheiros, que foi reeleito.

Suplente - Dalirio José Beber (PSDB), primeiro-suplente de Luiz Henrique, será senador por Santa Catarina até 2019. Ele tem 66 anos e com isso o PSDB passará a ter 12 senadores na Câmara Alta, consolidando-se como a terceira maior bancada, atrás apenas do PMDB com 17 e do PT com 13.

Favorito - O deputado estadual Lula Cabral (PSB) de acordo com pessoas do Cabo de Santo Agostinho segue como favorito na disputa pela prefeitura daquele município em 2016. Ele deve enfrentar o deputado federal Betinho Gomes (PSDB) e o prefeito Vado da Farmácia, seu ex-aliado, que deve buscar a reeleição pelo PTB.

Santa Cruz do Capibaribe - Uma das principais prefeituras do Agreste, Santa Cruz do Capibaribe deve reeditar a disputa de 2012. O prefeito Edson Vieira (PSDB) deve enfrentar o ex-deputado federal José Augusto Maia (PTB). Edson terá novamente o apoio do deputado Diogo Moraes (PSB), primeiro-secretário da Alepe.

RÁPIDAS

Vice-prefeito - Heraldo Selva (PSB) pelo visto tem vocação pra ser vice. No PSDB há quem afirme que ele será novamente candidato a vice-prefeito de Jaboatão dos Guararapes, desta vez de Conceição Nascimento (PSDB), a escolhida de Elias Gomes. Heraldo foi candidato a vice-prefeito de André Campos em 2008 e de Elias em 2012.

ACM Neto - Considerado o melhor prefeito do Brasil, ACM Neto, que comanda Salvador, está se articulando para migrar para o PDT. De acordo com algumas pessoas do meio político, ele depois de buscar a reeleição e logrando êxito, tentará ser governador da Bahia ou candidato a vice-presidente em 2018.

Inocente quer saber - Depois do episódio do Ocupe Estelita ficar acampado na frente do prédio de Geraldo Julio, será que o prefeito conseguiu aumentar a sua popularidade perante a sociedade? 

Aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal, na tarde desta quarta-feira (22), o Projeto de Lei do Senado (PLS) 25/2015, que trata do voto distrital dos vereadores dividem opiniões. De autoria do senador José Serra (PSDB-SP), a proposta não é bem vista pelo seu correligionário, o deputado federal Daniel Coelho (PSDB-PE). Já o deputado federal Raul Jungmann (PPS-PE) defende o projeto, mas apenas se for voto distrital misto.

Para o autor do PLS, após ser aprovado na CCJ, o projeto há grandes chances de ser aceito, também, na Câmara Federal. “O voto distrital é um dos anseios das ruas e está a um passo de ser atendido. Agora o projeto será debatido e votado na Câmara dos Deputados”, comemora Serra no Twitter. 

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Correligionário do senador, Daniel Coelho se colocou contra a proposta. “Eu não gosto deste projeto, porque ele trata diferente a questão de vereadores e demais parlamentares. É como se tivesse uma menor importância. Ele precisa ter um recorte político para deputados estadual e federal. Não acho que devemos tratar de forma diferente, porque ele (o vereador) tem uma importância muito grande”, analisou.

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Daniel Coelho disse ser favorável ao voto distrital misto e demonstrou receio com o PLS de Serra. “Defendo o voto distrital misto para todos os vereadores e acho que na Câmara vamos tratar a ideia por completo. Tenho medo da maneira como está colocada, porque vê o vereador que pratica assistencialismo local”, disse, exemplificando o vereador do Recife André Régis. “Ele (Régis) não é de localidade, é de tese, de opinião e a gente perde quadro”, contextualizou. 

O tucano também frisou que apesar da proposta partir de um membro do PSDB, a ideia não é consenso da legenda. “Não é uma posição do partido. A posição do partido é o voto distrital misto que permite preservar os quadros ideológicos. Esta é uma posição de um senador  respeitado, mas não é a nossa”, reforçou. 

Para o líder do PT no Senado, Humberto Costa, a PEC viola o princípio da representação proporcional estabelecido na Constituição Federal e ainda pode eliminar a representatividade das minorias no Legislativo municipal e aumentar os custos das campanhas eleitorais dos candidatos. Ele também citou a maneira atual de voto como a mais correta. "Esse sistema é perfeitamente aplicável às eleições legislativas municipais. O referido artigo (45 da Carta Magna de 1988) colheu o sistema proporcional para a eleição de deputados federais. Isso significa a adoção de um princípio que se estende ao pleito para as Assembleias Legislativas dos Estados e para as Câmaras de Vereadores”, avalia. 

O deputado Raul Jungmann avaliou o PLS de outra forma, mas, semelhante ao parlamentar tucano, defendeu o voto distrital misto. “Sou a favor do voto distrital misto, a partir das cidades, porque eu acho que isso reduz os custos da campanha e permite que as pessoas possam acompanhar e monitorar o desempenho de seus representantes. Ele fica sobre uma base territorial bem menor e o controle social do parlamentar tende a subir, a crescer”, defendeu o pós-comunista. 

Apesar de ser aprovada nesta quarta na CCJ do Senado, a proposta ainda será para apreciação da Câmara dos Deputados.

Os vereadores de municípios com mais de 200 mil eleitores poderão ser escolhidos por voto distrital. A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou a mudança prevista no projeto PLS 25/2015 nesta quarta-feira (22).

Pela proposta do senador José Serra (PSDB-SP), as cidades deste porte serão divididas em distritos, em número igual ao de vagas na Câmara Municipal. Cada distrito elegerá um vereador por maioria simples (50% dos votos mais um). O candidato mais votado será o eleito.

O texto prevê que o partido ou coligação possa registrar apenas um candidato por distrito e cada vereador terá um suplente. Os Tribunais Regionais Eleitorais serão responsáveis por definir os distritos, observando a continuidade do território e a igualdade de voto.

O relator na CCJ, senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), leu seu voto favorável ao projeto e conseguiu aprovar uma emenda para excluir dispositivo que previa o fim da propaganda eleitoral dos candidatos a vereador.

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Apesar de haver dificuldade técnica para divulgar a propaganda eleitoral focada no distrito,  Eunício Oliveira disse que caberá aos partidos definir quais distritos e candidatos devem ter prioridade.

Se não houver apresentação de recurso para que a matéria seja examinada pelo plenário do Senado, a proposta segue direto para a Câmara dos Deputados. A expectativa é que a proposta seja decidida a tempo de valer para as eleições de 2016.

O senador José Serra (PSDB) chegou pouco antes do meio-dia ao hospital israelita Albert Einstein, onde está sendo velado o corpo de Thomaz Alckmin, filho mais novo do governador Geraldo Alckmin, que faleceu na tarde de ontem em um acidente de helicóptero em Carapicuíba. Serra acompanhou algumas das orações e saiu vinte minutos depois. Os seguranças da presidente Dilma Rousseff (PT), que está a caminho, já estão no local. Ela chegará de helicóptero. Segundo informações de pessoas que acompanharam o velório, Geraldo Alckmin e a primeira-dama Lu Alckmin estão ao lado do caixão.

O secretário municipal de Direitos Humanos, Eduardo Suplicy (PT), também esteve no velório e lamentou a perda. "Todos nós, paulistas e brasileiros, estamos sentindo essa perda", afirmou. "Eu que tenho três filhos fiquei pensando como seria perder um dos meus filhos queridos", acrescentou o ex-senador.

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Também estão no local o ex-governador Cláudio Lembo (PSD), o deputado federal Celso Russomano (PRB) e o secretário estadual de Saúde, David Uip. O vice-governador, Márcio França (PSB), e o secretário de Segurança Pública, Alexandre de Morais, voltaram ao hospital.

Num momento em que crescem as dúvidas quanto à capacidade do governo de cumprir a meta de resultado das contas públicas e assim resgatar a confiança dos agentes econômicos, o senador José Serra (PSDB-SP) elaborou uma proposta que, no seu entendimento, melhoraria as perspectivas futuras do País: a fixação de limites para a dívida da União. Eles forçariam uma redução das dívidas líquida e bruta do governo federal. A proposta é que haja também um máximo para o volume de títulos do Tesouro Nacional na carteira do Banco Central.

"É uma proposta para o longo prazo, mas o longo prazo chega", disse ele à reportagem. Um horizonte mais claro para o comportamento da dívida brasileira ajudaria a balizar decisões de grandes empresas, explicou. "Vai ter um efeito psicológico, como teve a Lei de Responsabilidade Fiscal. "

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Trata-se, porém, de uma medida polêmica, que o próprio governo do tucano Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) se esquivou de implantar. Um teto para o endividamento da União está previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), aprovada em 2000.

Mas, desde a sanção da lei, apenas os limites para as dívidas de Estados e municípios foram regulamentados. São eles que, hoje, representam um empecilho à contratação de empréstimos por parte de alguns governos estaduais e prefeituras. É principalmente essa a origem da pressão que fez com que a Câmara dos Deputados impusesse um prazo para a presidente Dilma Rousseff colocar em prática a mudança de indexador da dívida de Estados e municípios no Tesouro Nacional. Com uma correção mais baixa, o saldo da dívida se reduz e isso abre espaço para novas operações de crédito.

A proposta de Serra, que retoma um projeto relatado em 2007 pelo senador Romero Jucá (PMDB-RR) e já foi por este último anunciado como uma "parceria Serra-Jucá", propõe uma redução gradual do endividamento federal. A dívida líquida da União, que hoje representa 2,1 vezes a receita corrente líquida do governo federal, teria de recuar para 1,5 vez. E a dívida bruta, hoje em 5,4 vezes a receita, teria de cair para quatro vezes a receita. Nos dois casos, haveria um prazo de transição de 15 anos.

A dívida líquida reflete a diferença entre o passivo do governo e seus ativos financeiros. Seu tamanho, medido como proporção do Produto Interno Bruto (PIB) é o principal indicador da capacidade do Brasil de pagar sua dívida.

A dívida bruta, por sua vez, é toda a dívida do governo sobre a qual incidem juros. Esse dado ganhou importância depois que o Tesouro Nacional fez aportes bilionários no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), uma operação que não é captada na medição da dívida líquida. Tanto que, ao ser nomeado, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse que sua meta seria reduzir a dívida bruta.

A proposta inova ao estabelecer também um limite para a quantidade de títulos do Tesouro Nacional em poder do Banco Central. Hoje esse estoque se aproxima de R$ 1 trilhão. Com esses papéis, a autoridade monetária faz operações no mercado financeiro para recolher o excesso de dinheiro em circulação, as chamadas operações compromissadas.

Mas, na visão do senador, há um outro efeito prático: as compromissadas se transformaram numa fonte segura e rentável de dinheiro para o sistema financeiro, numa reedição do "overnight" que reinou até os anos 1990.

A ideia é que o volume de papéis do Tesouro em poder do Banco Central, que hoje é 3,5 vezes todo o dinheiro em circulação mais os depósitos à vista, chamado (M1), caia para um intervalo entre 1,5 vez a 2,5 vezes o M1. Nesse caso, a transição será de cinco anos. De acordo com dados do Banco Central, a média diária do M1 estava em R$ 350 bilhões em dezembro.

"Sempre me incomodou os Estados e municípios terem limite, e a União não", disse Serra. "Não há por que acreditar que na União reside a virtude." Por outro lado, ele garante que os limites não representarão uma camisa de força. Havendo necessidade, explicou, o governo poderá solicitar limites maiores ao Senado.

Questionado sobre a proposta, o Ministério da Fazenda não quis comentar.

O senador José Serra (PSDB), oponente da presidente Dilma Rousseff (PT), comemorou as manifestações realizadas em várias cidades brasileiras, nesse domingo (15), contra o Governo Federal e a corrupção na política. Em nota, o tucano afirmou que o povo brasileiro fez história e ressaltou a importância da mudança nos rumos do país.

Para o tucano, o protesto será lembrado como um dos maiores já realizados no Brasil. “Mais de um milhão de pessoas em São Paulo, quase dois milhões em todo o país. Foi uma das maiores manifestações da história do Brasil”, contabilizou.

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Serra também lembrou organização da participação popular do evento e a cobrança no combate a corrupção. “Não foi organizada por partidos da oposição ou entidades sindicais. É o produto espontâneo da reação ao estelionato eleitoral, à inépcia do governo federal e da indignação contra a corrupção implantada como método de administrar o país”, destacou.

Segundo no senador da República, o ato público desse domingo marcou início das mudanças no país. “Estejam certos: 15 de março vai ser fator decisivo da mudança de rumos do Brasil neste início de século: democracia mais forte e representativa, ética na administração pública e desenvolvimento para todos”, pontuou, enfatizando o PSDB. “Nós do PSDB temos a palavra de ordem que vai orientar nossa atuação junto à sociedade: longe das benesses do poder, mas perto do pulsar das ruas - lema que presidiu a nossa fundação”, disparou.

 

No primeiro discurso realizado da tribuna do plenário ontem, o senador José Serra (PSDB-SP) criticou o histórico da atuação dos governos do PT na área econômica. "Estamos diante de uma crise econômica de grande tamanho. Não me lembro de uma crise tão acentuada e tão difícil quanto esta na economia brasileira. Incluam aí os anos do João Goulart, os anos do Collor, quando aquele governo recebeu a herança de 90% ao mês de inflação, fez o Plano Collor, etc. A meu ver, a situação hoje é mais difícil", afirmou o tucano.

Na análise dele, que disputou a presidência da República por duas vezes (2002 e 2010), os problemas na área econômica tiveram origem no segundo mandato do ex-presidente Lula (2007-2011). "Na verdade, um pouco antes, da segunda metade da década passada. Foi nessa oportunidade que, de alguma maneira, se pôs o ovo da serpente da nossa crise. E olhem que a economia brasileira, na década passada, enfrentou ou desfrutou de uma situação de bonança externa como não houve no século XX inteiro", ressaltou.

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"O governo Lula cometeu a façanha de fazer uma política de juros em elevação, apesar da abundância de dinheiro externo. Em geral, o governo procura subir juros quando tem escassez de divisas e precisa atrair dinheiro. Então, precisa criar um diferencial entre a taxa doméstica de juros e a taxa internacional. Mas, naquela época, nós estávamos nadando em divisas, não era necessário subir os juros", emendou.

Na análise do tucano entre as consequências geradas com a manutenção dos juros altos está uma possível desindustrialização do País. "O Brasil se desindustrializou sob o ímpeto dessa política, paradoxalmente, comandada, não digo nem que conscientemente, por um ex-operário industrial, que comandou a desindustrialização brasileira", criticou.

Ao falar sobre o atual governo Dilma, José Serra considerou que a petista utilizou os mesmos artifícios na área econômica, mas num cenário mundial diferente. " A Dilma teve, também, uma colher de chá da oposição, uma oposição pouco veemente para o desgoverno que já caracterizou o seu período de administração. Mas o governo foi fraco e, principalmente, diante dos desafios que se lhe apresentavam. Afinal de contas, governo existe para antecipar os acontecimentos".

O senador José Serra (PSDB-SP) fez nesta sexta-feira, 27, duras críticas à Medida Provisória 669, publicada hoje pelo governo Dilma Rousseff (PT) no Diário Oficial da União. Para o senador tucano, além de violar um compromisso assumido pelo próprio governo, essa MP pode incentivar o desemprego, aumentar a inflação e gerar mais recessão.

A MP 669 é uma continuidade dos ajustes fiscais promovidos pelo governo petista e revisa as regras da desoneração da folha de pagamento de setores produtivos, altera a legislação tributária incidente sobre bebidas frias e ainda dispõe sobre medidas tributárias referentes à realização dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016 no Rio de Janeiro.

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Serra, que participou de almoço com a cúpula tucana no Instituto Fernando Henrique Cardoso, disse também que o País está cada vez mais sem governo e que não descarta que a situação de crise econômica provoque um êxodo de empresários.

Indagado sobre o pedido de setores do PT para que a CPI da Petrobras investigue também a gestão tucana de FHC, Serra ironizou: "Soube que tem um pedido também para se investigar a mudança de capital do Rio para Brasília porque diz que foi culpa do Fernando Henrique."

Também participaram do encontro o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), e os senadores Cássio Cunha Lima (PB), líder do partido no Senado, Aloysio Nunes (SP) e Tasso Jereissati (CE).

Na próxima quinta-feira (22), às 13h30, o senador José Serra (PSBD-SP) participa de teleconferência para falar sobre economia. Com o tema “Desafios e cenários para a política econômica brasileira”, o parlamentar realizará uma palestra e estará disponível para perguntas dos participantes de todo o Brasil. Para participar, os interessados devem ligar para (11) 2188-0155. Ao ser atendido pela operadora MZ Cast, basta informar que participará da Conference Call da GO Associados. O canal estará disponível 10 minutos antes do início do evento.

Além da teleconferência, os interessados podem acompanhar através do Twitter. O link para acesso será disponibilizado no perfil @gesner_oliveira e na Página da GO Associados no facebook, 30 minutos antes do início do evento. Para confirmar a participação é necessário enviar uma mensagem para o endereço vitual a seguir: ana.caroline@grupomaquina.com

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Após se concentrarem por cerca de uma hora no vão do Museu de Arte de São Paulo (Masp), centenas de pessoas iniciaram no fim da tarde deste sábado (6) uma marcha na Avenida Paulista em manifestação contra o atual governo da presidente Dilma Rousseff e o PT. Divididos em três grupos distintos, cada um com seu carro de som, eles pedem, entre outras reivindicações, a derrubada do PL 36, que flexibiliza a meta fiscal do governo, o impeachment da presidente e até intervenção militar. A manifestação segue pela Rua da Consolação até a Praça Roosevelt.

Convocada pela internet por movimentos como "Movimento Brasil Livre", "Vem Para a Rua" e "Movimento Brasileiro de Resistência", a divulgação da manifestação teve a participação de políticos de oposição, como os senadores tucanos Aécio Neves e José Serra, e o deputado José Aníbal (PSDB).

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Aécio e Serra não compareceram. "Vim conferir", disse Aníbal. Questionado sobre qual dos carros acompanharia, o deputado disse que ficaria com o "Fora Dilma", mas descartou a possibilidade de intervenção. Segundo ele, o movimento de rua é o espelho da atuação da oposição no Congresso Nacional, principalmente nesta semana, quando obstruiu por 19 horas o projeto de alteração do superávit primário.

Acompanhando o cortejo do "Vem Para a Rua", a deputada Mara Gabrilli (PSDB), uma das mais atuantes na sessão, disse que a oposição fez um belo trabalho na obstrução. Segundo ela, foi vitoriosa a negociação da votação do estatuto da pessoa com deficiência na próxima quarta-feira. "Foi importante encerrarmos com uma pauta positiva", disse.

O senador eleito José Serra, do PSDB, negou à Polícia Federal que em 2008 tivesse advertido o executivo Nelson Branco Marchetti, da Siemens, para que a multinacional alemã não entrasse com ação na Justiça contestando a contratação da espanhola CAF na licitação para compra de 384 carros da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).

O depoimento de Serra ocorreu no dia 29 de outubro na PF em São Paulo no inquérito que investiga a ação do cartel metroferroviário. Seu relato, agora conhecido na íntegra, foi tomado pelo delegado Milton Fornazari Junior. São duas páginas da versão do ex-governador.

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Em acordo de leniência firmado em 2013 com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), a Siemens denunciou que o cartel agiu no período entre 1998 e 2008, no Distrito Federal e em São Paulo (governos Mário Covas, José Serra e Geraldo Alckmin).

A PF chamou Serra porque ele foi citado formalmente por Nélson Marchetti, um dos lenientes do acordo que a Siemens fechou com o CADE, órgão antitruste do governo federal.

Segundo Marchetti, durante um encontro na Holanda, em 2008, Serra, então governador de São Paulo (2006/2010), o advertiu que se a multinacional alemã recorresse judicialmente contra a licitação vencida pela CAF ele anularia a concorrência. "No edital havia a exigência de um capital social integralizado que a CAF não possuía. Mesmo assim, o então governador (José Serra) e seus secretários fizeram de tudo para defender a CAF", afirmou Marchetti.

À PF, o ex-governador desmontou a versão do executivo. Inicialmente, Serra disse que "não se recorda de ter tido contato com ele (Marchetti), tampouco se lembra de ter conversado com ele" durante um evento do setor metroferroviário internacional, em Amsterdã, Holanda, ocorrido no primeiro semestre de 2008.

A PF indagou a Serra: "No âmbito da licitação para aquisição de 320 e 64 carros da CPTM, manifestou a Nelson Branco ou a qualquer outra pessoa, inclusive seus secretários ou outros subordinados, que se abstivessem de propor recursos administrativos ou ações judiciais contra a decisão administrativa de qualificação da empresa CAF?"

A resposta do ex-governador: "Não."

Serra declarou que "o entendimento adotado na época foi que caso o vencedor do certame fosse desalojado pela Justiça, na qualidade de governador, orientaria o cancelamento do certame, convocando nova licitação, eis que a segunda melhor proposta era R$ 700 milhões, aproximadamente, acima da proposta vencedora".

Questionado se teve conhecimento sobre a formação do cartel, pagamento de propinas para servidores públicos paulistas e caixa 2 para campanhas políticas, no âmbito das licitações da CPTM e do Metrô de São Paulo, auto denunciadas ao CADE, o senador eleito pelo PSDB respondeu: "Que não teve conhecimento, se soubesse teria tomado as providências e acha bom que se investigue."

A PF perguntou a Serra se ele conhecia o executivo José Luís Alqueres, ex-presidente da Alstom, empresa apontada como integrante do cartel. O motivo do questionamento foi um e-mail de Alqueres, no qual o ex-número 1 da multinacional francesa no Brasil diz a seu interlocutor que o então governador teria participado das negociações que envolveram a compra da Mafersa pela Alstom. Serra respondeu: "Que não se recorda de ter opinado sobre o assunto. Que se recorda de ter conhecido José Luís Alqueres aproximadamente em 2009 ou 2010, quando ele era presidente da Associação Comercial do Rio de Janeiro. Que não se recorda de ter tido contato com José Luís Alqueres na qualidade de presidente do Grupo Alstom, seja como prefeito ou governador."

Ele disse que na época foi convidado por Alqueres para dar uma palestra.

O tucano afirmou, ainda, que "não se recorda" de ter recebido, na qualidade de governador, dirigentes ou representantes do setor metroferroviário. "Como autoridade pública recebe ou cruza com muitas pessoas, inclusive comitivas de vários setores, mas não se recorda de ninguém deste setor metroferroviário nominalmente."

Ele afirmou que "não conheceu" o executivo Arthur Teixeira, que a PF aponta como lobista do cartel. Declarou que "não discutia diretamente com o presidente ou diretores da CPTM e do Metrô, acerca das licitações conduzidas por essas empresas públicas".

Segundo Serra, quem tratava com o Metrô e a CPTM "eram o Secretário de Transportes Metropolitanos, a Casa Civil ou a Secretaria do Planejamento".

Também declarou que "não conheceu" três ex-diretores da CPTM que a PF já indiciou criminalmente por corrupção passiva e organização criminosa - João Roberto Zaniboni, Oliver Hossepian e Ademir Venâncio de Araújo. Eles negam os crimes que a PF lhes atribui.

Ao final da audiência, Serra entregou ao delegado Milton Fornazari Junior cópia do despacho da Procuradoria-Geral de Justiça de São Paulo que decretou o arquivamento do inquérito civil na área de improbidade administrativa sobre sua suposta participação no cartel metroferroviário.

Serra grifou 15 linhas do documento da Procuradoria-Geral: "A leitura atenta das declarações da referida testemunha (Nelson Marchetti) conduz justamente ao entendimento contrário. O relato, longe de levantar suspeita contra o ex-governador, revela, ao contrário, a justa preocupação do Chefe do Executivo (Serra) em relação aos prejuízos que poderiam advir ao Estado caso a proposta vencedora do certame (apresentada pela empresa CAF) fosse desqualificada em virtude de medidas judiciais intentadas pelo Siemens."

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