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O governo britânico se reserva o direito de agir unilateralmente no conflito com a União Europeia, nomeado pela imprensa de "guerra das salsichas", em meio às tensões pós-Brexit, disse o primeiro-ministro Boris Johnson.

"A menos que vejamos avanços na aplicação do protocolo, que para mim é desproporcional em sua forma atual, teremos que tomar as medidas necessárias", afirmou ele na sessão semanal de perguntas dos deputados ao governo.

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O governo britânico está especialmente preocupado com a entrada em vigor, em julho, do regulamento que impede o envio de carne refrigerada para a Irlanda do Norte, na denominada "guerra das salsichas".

Em vigor desde 1º de janeiro, o protocolo para a Irlanda do Norte, negociado como uma parte do acordo do Brexit, mantém 'de fato' esta província britânica no mercado único e a união aduaneira europeia de mercadorias, prevendo controles alfandegários sobre as mercadorias que chegam lá vindas da Grã-Bretanha.

O objetivo é evitar controles entre a província e a República da Irlanda no sul, e com isso contornar o restabelecimento de uma fronteira formal entre os dois territórios, o que poderia comprometer a paz na Irlanda do Norte, depois de três décadas de violência.

Essas medidas, por outro lado, perturbam o comércio e indignam os unionistas, que defendem manter a província dentro do Reino Unido.

No dia anterior, o ministro para o Brexit, David Frost, disse que foi "solicitado e sugerido à UE que a melhor forma de poder avançar seria aprovar uma extensão do período de carência, ao menos por um período". Isso deve permitir que "as discussões atuais prossigam e tentem encontrar soluções".

A Inglaterra, além de palco de muitas guerras, serviu de cenário para várias narrativas como a saga de filmes Harry Potter, além de séries famosas como The Crown e The Tudors, que narram a história da família real País de monarquia parlamentarista e clima temperado oceânico, com presença de chuvas quase todo ano, a nação pode causar uma impressão “fria”, a princípio. Segundo o site de promoções de passagem aéreas 'Melhores Destinos', a Inglaterra é um dos destinos mais visitados e procurados entre os brasileiros.

É esse País que vamos conhecer neste domingo (6), na série ‘Pós-pandemia: planejando a viagem dos sonhos’, do LeiaJá. Integrante do Reino Unido, a terra da Rainha Elizabeth ll consegue reunir história, paisagens naturais e arquitetura clássica com grandes centros modernos.

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Maria Carolina Lira, estudante brasileira de arquiteta e urbanismo, fez intercâmbio na cidade de Newcastle e apontou esse mix arquitetônico como um dos pontos que encantam no País: “Eles respeitam a história deles! Eu morei numa casa de mais de 100 anos, e é interessante que Newcastle não foi afetada na segunda guerra, então tem casas muito antigas”. afirma. Maria Carolina relembra que apesar de serem muito reservados, os ingleses são extremamente educados: “Newcastle é uma cidade universitária, mas apesar de ter muitos jovens, os vizinhos são bastante na sua e todo mundo é muito correto. Talvez isso confira a eles uma imagem mais fria, mas eles são extremamente educados”, aponta.

Maria Carolina na London Eye. Foto: Arquivo pessoal

A estudante ainda reforça que a famosa “pontualidade britânica” é real. “Uma vez, um amigo me pediu desculpas porque iria se atrasar, quando fui vê, o atraso foi de 10 minutos”, relembra. A intercambista aproveitou sua estadia para conhecer outras cidades, como a agitada Londres. Segundo Carolina, sua imersão na cultura foi importante para sua experiência. “Fui com a cabeça de querer imergir na cultura deles. Morei com uma família que sou amiga até hoje. Participei de datas importantes, como o Natal, onde todos celebram de pijama. No dia seguinte acontece o 'Boxing Day', onde há várias promoções, e é engraçado vê todo mundo de pijama comprando no dia seguinte”, recorda, sorrindo.

Taynon Santana, turismólogo e consultor da WA Intercâmbio, afirma que o diferencial do País é a sua qualidade de ensino e a possibilidade de brasileiros estudarem até 180 dias sem precisar de visto: “Estudar na Inglaterra é certo de estar no lugar com mais de dez das 100 melhores universidades do mundo. Não é brincadeira, o ensino de alto nível encontrado no intercâmbio, atrelado ao certificado internacional que você ganhará em cerimônia, te prepara fortemente para o mercado e vida acadêmica. As escolas se concentram em sua maioria nos centro das cidades”, afirma.

“Normalmente, as cidades mais procuradas são Londres, Manchester, Liverpool, Cambridge, Oxford, Brighton, Bristol, até mesmo Torbay, uma cidade do interior com uma cultura bem raiz inglesa, entre outras opções. Por ser um país independente, a Inglaterra decidiu dar aos brasileiros a possibilidade de estudar não só 90 dias sem visto, mas 180 dias. Isso é um grande diferencial, até porque você só precisará se matricular em uma escola, ter o passaporte, comprar a passagem e arrumar as malas parar se encontrar com a rainha”, completa o turismólogo.

Taynon aponta outros motivos pelos quais você deve considerar a Inglaterra como seu destino de intercâmbio: “Aqueles que curtem a história do país, certamente não deixarão de investir no intercâmbio lá, é algo muito forte, principalmente pela sua forma de governo e dinâmica, sem falar dos seus atrativos, mundialmente conhecidos, como London Eye, Tower Bridge e Big Ben, em Londres. Quando pensamos em clima, as pessoas que desejam pegar um clima mais ameno o ano inteiro".

Big Ben, na Inglaterra. Foto: Pixabay

“Quem deseja fazer sua eurotrip, coloca a Inglaterra no topo da lista, já que usando avião, trem e ônibus, você conhecerá vários países e aumentará o histórico de viagem, isso deixa qualquer pessoa mais forte para aplicar para algum outro país que precise de visto” completa o turismólogo.

Investimentos

A dúvida que vem à cabeça de muitos estudantes quando já estão convencidos que a Inglaterra é um excelente destino são os custos. “Normalmente, você encontrará valores de pacotes bem próximos a R$ 12 mil para ficar quatro semanas com curso de 15 horas semanais e acomodação em residência estudantil. As opções em casa de família também existem e são a preferência e regra para quem é menor de idade. Os valores dependem da cidade e das promoções que são lançadas com frequência, vale a pena ficar de olho nas ofertas, até mesmo para programa de High School, Summer ou Winter Camp e programas específicos”, aconselha Taynon.

Visto

Com relação ao visto, a boa notícia é que brasileiros não precisam de visto e podem optar por trabalhar. O consultor orienta: “Terá que aplicar para visto aqui no Brasil com oferta de emprego. Aqueles que optam por fazer universidade, terá o diferencial da permissão de trabalho e todo trâmite deve ser feito aqui também”.

Covid-19

A Inglaterra já abriu as portas para receber estrangeiros, contudo, algumas medidas devem ser tomadas: apresentar o teste para Covid (PCR) negativo, sendo ele realizado nas 72 horas antes da viagem; informar toda a sua rota de viagem com detalhes e contato quando chegar no país; ficar hospedado em hotel recomendado pelo governo britânico nos primeiros dez dias se estiver chegando do Brasil ou de algum outro país da lista vermelha, ou estar por dez dias em auto-isolamento onde irá residir; realizar dois testes de Covid-19 durante o período de dez dias depois da chegar à Inglaterra.

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"Que exemplo!", exclama Colin Sims enquanto segura pelo rabo um grande rato encontrado em uma das armadilhas que colocou em Londres, onde esses roedores proliferam com o confinamento e se tornam mais audaciosos, o que beneficia os dedetizadores.

O animal, de 20 centímetros de comprimento sem contar a cauda, entrou nesta casa do sudoeste da capital britânica pelo ralo do banheiro do primeiro andar, conforme evidenciado pelos resíduos ao redor do encanamento.

Desde que o Reino Unido começou em março de 2020 a aplicar confinamentos e restrições contra a pandemia de coronavírus, não falta trabalho para este dedetizador: suas intervenções dispararam 75%.

Segundo o Pest.co.uk, a população de ratos no país aumentou 25% no ano passado, passando de 120 milhões para 150 milhões.

- "Capacidade de adaptação" -

O confinamento proporciona as condições ideais para a reprodução desses roedores, cujas fêmeas dão à luz ninhadas de 10 filhotes várias vezes ao ano.

"Com prédios desocupados, imersos na escuridão e a salvo, eles podem se reproduzir sem que sejam vistos", explica Paul Blackhurst, diretor do grupo Rentokil.

Privados dos restos de comida retirados dos lixos dos restaurantes ou das ruas agora abandonadas, esses animais noturnos e temerosos estão saindo mais à luz do dia.

Eles se aventuram dentro de escritórios vazios para catar restos de comida esquecidos, se aproveitam dos restaurantes fechados temporariamente e também dos bairros residenciais repletos de latas de lixo dos moradores confinados.

"Se mudarmos o nosso comportamento, o mais provável é que eles mudem o deles, porque são animais muito adaptáveis", diz Blackhurst.

Em sua passagem pelas ruas, os animais podem transportar doenças e provocar danos que podem inclusive causar incêndios ou inundações.

No Reino Unido, esse fenômeno está se espalhando para além da capital.

Natalie Bungay, diretora técnica da Associação Britânica do Controle de Pragas, relata o caso do proprietário de um restaurante no oeste do país que enfrentou pela primeira vez uma infestação de ratos durante o primeiro confinamento.

"Quando abriram as portas, havia latas de comida por todas as partes. Os ratos roem o metal, então isso não é um problema para eles", explica.

Segundo David Lodge, do Beaver Pest Control, além do maior número de ratos e sua maior resistência aos venenos, eles também estão "menos tímidos e mais visíveis" nas ruas, "como uma novela de Stephen King", brinca.

Depois de retirar o rato morto em um saco de lixo antes de queimá-lo, Colin Sims dirige sua caminhonete para sua próxima missão, um quintal comercial infestado.

O ano de 2021, que começou em Londres com um terceiro confinamento ainda em andamento, também parece bom para os ratos, afirma.

A Fashion Week de Londres começa nesta sexta-feira (19) em formato totalmente digital em um país confinado pela pandemia do coronavírus, com alguns grandes nomes no programa, como Burberry, mas sem Victoria Beckham.

Apesar da ausência de estrelas, "influencers" e jornalistas de moda neste evento que termina terça-feira, alguns estilistas decidiram realizar um desfile.

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É o caso do turco instalado em Londres Bora Aksu, da britânica Molly Goddard, ou da irlandesa Simone Rocha, cujos desfiles serão veiculados no site da organização.

A maioria dos 94 estilistas participantes optou por vídeos para valorizar suas coleções que podem ser masculinas, femininas, ou mistas, já que esta Fashion Week optou pelo "gender fluid" (gênero fluido).

O italiano Riccardo Tisci, diretor criativo da marca britânica Burberry, conhecida por seu icônico trench coat, apresentará a coleção masculina outono/inverno 2021 na segunda-feira.

Embora não tenha especificado como será o formato dessa apresentação, em setembro a Burberry inovou na apresentação de sua coleção primavera/verão 2021. Na oportunidade, organizou um desfile no meio da floresta transmitido pelo Twitch, uma plataforma de streaming que popularizou a veiculação de vídeos que oferecem a possibilidade de comentar ao vivo. Mais de 40.000 pessoas assistiram ao evento.

Impacto do Brexit 

A ex-Spice Girl que virou estilista Victoria Beckham optou por apresentar suas criações poucos dias antes da Fashion Week.

Esta coleção, que mescla as temporadas, pretende ser "otimista, mas realista", explicou Victoria, que passa seu confinamento na Flórida, já que seu marido, o jogador de futebol David Beckham, é um dos coproprietários do Inter Miami.

Apesar da pandemia, "as pessoas querem se vestir", disse Victoria Beckham. "Mas há uma necessidade de conforto" e uma "sensação de proteção", que se reflete em algumas vestimentas com detalhes militares.

Há também um lado alegre e delicado, com cores e motivos florais, ou peixes vermelhos.

Uma leveza que contrasta com o contexto sombrio da moda britânica, que sofreu as consequências da pandemia de Covid-19, especialmente letal no Reino Unido, com mais de 118.000 mortes, e que levou a um segundo confinamento desde o início de janeiro.

O setor da moda britânico, que emprega mais de 890.000 pessoas e gerou em 2019 cerca de 35 bilhões de libras (48 bilhões de dólares), também sofre os efeitos do Brexit e do fim da livre-circulação entre a União Europeia e o Reino Unido.

No início de fevereiro, centenas de personalidades da moda, incluindo as modelos Twiggy e Yasmin Le Bon, assinaram uma carta aberta publicada pelo organismo Fashion Roundtable, alertando o governo para o risco de o setor ser "dizimado" pelo Brexit.

Para aumentar a visibilidade dos jovens talentos, o British Fashion Council (BFC), que representa esta indústria, fechou um acordo com a rede social TikTok. O BFC também fez parceria com a Clearpay, grupo especializado no "Buy now pay later" ("Compre agora e pague depois"), que propõe soluções de parcelamento on-line.

Este acordo tem como objetivo "continuar a desenvolver a Fashion Week, abrindo-a para uma gama mais ampla de consumidores e adaptando-a às necessidades dos criadores", explicou a CEO do BFC, Caroline Rush, em um comunicado.

Localizada entre um salão de beleza e um consultório médico, a casa mais estreita de Londres, com apenas 1,7 metros de largura, está à venda por 1,3 milhão de dólares

Esta curiosa casa de cinco andares, localizada no bairro de Shepherd's Bush, era originalmente um depósito de chapéus, com dois depósitos para armazenar mercadorias e quartos nos andares superiores. Como uma referência ao seu passado, a casa manteve sua pequena vitrine, adornada com um abajur em forma de chapéu-coco.

A estranha propriedade, cuja fachada é uma pequena faixa azul escura muito discreta na rua, acaba de ser colocada à venda, avaliada em 950.000 libras (1,1 milhão de euros, US $ 1,32 milhão).

Para David Myers, diretor de vendas da agência responsável pelo imóvel, o preço se explica porque o prédio, construído no final do século XIX ou início do século XX, é "uma parte única da história de Londres". "É um pouco da magia de Londres", disse à AFP.

De um canto a outro da casa, as dimensões dos quartos variam muito. Embora a cozinha localizada no mezanino seja o local mais estreito, ela abre para uma sala de jantar com o dobro do tamanho. Atrás, duas portas que funcionam ao mesmo tempo como janelas abrem para um jardim de 2,5 metros de largura.

Graças s suas características "únicas" de época e às inovações ecléticas do interior, a casa pode atrair compradores "artísticos" ou "boêmios".

O preço da casa é exagerado em relação ao custo médio de uma casa no Reino Unido, que é de 256.000 libras (292.000 euros, US$ 350.000), mas mesmo assim é típico do mercado londrino.

Se um comprador aceitar pagar o preço pedido, o valor da casa dobrará desde 2006, quando foi vendida por 488.500 libras (557.000 euros). David Myers acredita que ela vale mais por sua disposição estranha.

"(Em) muitas partes de Londres, as pessoas usam o preço do metro quadrado como referência para determinar o valor das propriedades", disse. "Mas isso nem sempre funciona assim. Quando há algo tão particular como esta casa, isto se reflete no preço."

Segundo o diretor da agência, a pandemia do coronavírus levou muitas pessoas, principalmente famílias, a deixar Londres para adquirir uma propriedade maior, o que poderia afetar a venda desse imóvel específico.

Mas o agente londrino não está desanimado e afirma que a propriedade "é chique, é linda e é por isso que esta casa vai ser vendida".

O ator Daniel Rocha está em um romance com a modelo Mariana Nunes. As informações são do jornal Extra, que afirma que o casal está passando uma temporada em Londres, na Inglaterra.

De acordo com o jornal, em 2019 Daniel se casou com a dermatologista Laíse Leal, mas o relacionamento chegou ao fim após seis meses. Depois, o ator teve um romance com a atriz Letícia Lima, quando se envolveram nos bastidores de um filme.

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Atualmente, Daniel e Mariana mantém o namoro na discrição, mas às vezes trocam comentários nas redes sociais.

O Reino Unido expulsou três espiões chineses que moravam há meses no país e se passavam por jornalistas, informou o jornal conservador britânico The Daily Telegraph, que citou uma fonte governamental.

Os espiões, que chegaram ao país no decorrer de 2020, afirmavam ser "jornalistas de várias agências de notícias chinesas", mas trabalhavam para o ministério da Segurança do Estado chinês, segundo a fonte.

"Suas verdadeiras identidades foram descobertas pelo MI5 (serviço britânico de segurança interna) e depois foram obrigados a retornar para a China", completou.

As relações entre Pequim e Londres são cada vez mais tensas, devido às críticas do segundo à redução das liberdades democráticas na ex-colônia britânica de Hong Kong e ao tratamento concedido à minoria muçulmana uigur na China.

Além disso, o governo do primeiro-ministro Boris Johnson proibiu em 2020 o uso dos equipamentos do grupo chinês Huawei, acusado de espionagem pelos Estados Unidos, no desenvolvimento da rede de telefonia móvel 5G do Reino Unido.

E na quinta-feira, a agência reguladora britânica do setor audiovisual retirou a licença de transmissão no Reino Unido do canal público chinês de notícias em inglês CGTN, alegando que está sob controle do Partido Comunista Chinês.

Londres se prepara para anunciar nesta quarta-feira (27), de acordo com a imprensa local, um endurecimento das medidas para evitar a importação de casos de coronavírus, impondo quarentenas em hotéis a britânicos, ou a moradores, que chegarem de zonas consideradas de risco, como a América do Sul.

Após a descoberta de uma nova cepa originada na Amazônia brasileira, o governo de Boris Johnson proibiu há duas semanas as chegadas de todos os países da América do Sul, além de Panamá e Portugal.

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A medida já havia sido aplicada à África do Sul, onde também foi encontrada uma mutação preocupante do vírus.

A proibição não se aplica, porém, a cidadãos britânicos, nem aos residentes no país, que podem voltar para suas casas após apresentarem um teste negativo para covid-19 e com o compromisso de se isolarem por dez dias após sua chegada.

No país europeu mais castigado pela pandemia, o Executivo não quer, contudo, correr riscos. Assim, a ministra do Interior, Priti Patel, que se dirigirá ao Parlamento esta tarde, deve apresentar "mais" medidas para garantir que haja "menos fluxo" de viajantes, informou o ministro das Comunidades Locais, Robert Jenrick, ao canal Sky News.

Segundo a BBC, Patel anunciará que os britânicos e os residentes no Reino Unido que desembarcarem procedentes de países fortemente afetados pelo coronavírus terão de cumprir a quarentena em hotéis especialmente protegidos. E terão de pagar a hospedagem do próprio bolso.

A ministra teria defendido o fechamento total das fronteiras e uma quarentena de hotel para todas as chegadas, mas a proposta foi rejeitada por Johnson, relata o jornal The Times.

Boris, que se apresentará ao meio-dia perante os deputados, não escapará dos ataques, depois de dizer, ontem, que assumia "total responsabilidade por tudo o que o governo fez" em sua luta contra a pandemia.

Muito criticado desde o início da crise sanitária por suas políticas erráticas, Johnson, que ficou internado na UTI por covid-19 em abril passado - quando reconhecer temer por sua vida - garante que fez "todo possível" e pediu desculpas pelo terrível número de mortos.

Apesar de o país estar há semanas em seu terceiro confinamento, o professor Calum Semple, membro do grupo científico que assessora o Executivo, disse à BBC que pode haver cerca de 50 mil mortes a mais.

O Reino Unido agora deposita todas as suas esperanças em uma campanha de vacinação em massa. Uma primeira dose foi aplicada em 6,8 milhões de pessoas na terça-feira, e a segunda, a quase 500.000.

Ontem, o Reino Unido ultrapassou 100.000 mortes confirmadas de covid-19, e mergulhou em uma onda incontrolável de infecções atribuídas a sua própria variante do coronavírus, mais contagiosa e possivelmente mais letal.

O maestro britânico Simon Rattle deixará a direção musical da Orquestra Sinfônica de Londres para assumir a direção da Orquestra Sinfônica da Rádio Bávara (BRSO) a partir da temporada 2023/2024, anunciou esta última.

O mais famoso dos maestros britânicos, que se opôs ao Brexit, assinou um contrato de cinco anos com a BRSO de Munique.

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Rattle dirigia a prestigiosa Orquestra Sinfônica de Londres (LSO) desde 2017, tendo regido anteriormente a Orquestra Sinfônica de Birmingham e a Orquestra Filarmônica de Berlim.

O músico de 65 anos será o sucessor do letão Mariss Jansons, que comandava o conjunto bávaro desde 2003 e que morreu no final de 2019 aos 76 anos.

"É uma honra suceder Mariss Jansons, e estou ansioso para liderar esses músicos maravilhosos nos anos que virão", disse Rattle no comunicado de imprensa.

"Com sua paixão, versatilidade artística e carisma, ele será um sucessor digno de Mariss Janons", disse o diretor da BRSO, Ulrich Wilhelm.

O maestro, que tem um forte compromisso com a Europa, foi um dos signatários de uma carta anti-Brexit enviada em 2018 por representantes da indústria musical à ex-primeira-ministra Theresa May.

Em entrevista à AFP em 2020, ele descreveu o divórcio com a União Europeia como um "erro terrível" que poderia transformar seu país em uma "prisão cultural".

Habilitado como 'sir' em 1995 pela rainha, Rattle tornou-se famoso aos 25 anos quando impulsionou a Orquestra Sinfônica de Birmingham a um nível internacional.

Durante 16 anos foi diretor musical da prestigiosa Orquestra Filarmônica de Berlim, onde seus antecessores foram os lendários Claudio Abbado e Herbert von Karajan.

O prefeito de Londres, Sadiq Khan, alertou nesta sexta-feira (8) que os hospitais da capital britânica podem ficar saturados em breve com o aumento exponencial de pacientes com Covid-19 e declarou a situação como "incidente maior", com a esperança de obter ajuda do governo.

"Se não tomamos medidas imediatas agora, nosso serviço nacional de saúde poderia ficar saturado e mais pessoas morrerão", afirmou citado em um comunicado.

A declaração de "incidente maior" é um requisito formal para obter uma resposta global de várias agências do governo.

Segundo uma informação do serviço de saúde pública aos responsáveis dos hospitais, e divulgada na quinta-feira (7) pelo Health Service Journal, mesmo se o número de pacientes com Covid-19 aumentar, seguindo as menores projeções, em 19 de janeiro haveria um déficit de 2.000 leitos de cuidados gerais e intensivos (UTI) nos hospitais de Londres.

O número de casos de coronavírus em Londres já supera os 1.000 a cada 100.000 habitantes, segundo o comunicado da prefeitura.

Entre 30 de dezembro e 6 de janeiro, o número de pacientes nos hospitais de Londres cresceu 27%, passando de 5.524 para 7.034, e o número de pacientes com ventilação mecânica cresceu 42%, de 640 para 908, de acordo com a mesma fonte.

Somente nos últimos três dias foram registradas 477 mortes confirmadas por covid-19 nos hospitais de Londres, onde há atualmente 7.034 pessoas internadas por sintomas graves dessa doença (35% a mais que no pior momento da primeira onda na primavera).

Enfrentando outra onda incontrolável de coronavírus desde a descoberta em dezembro de uma nova cepa aparentemente mais contagiosa, o Reino Unido registrou na quinta-feira 1.162 novas mortes. Com um total de 78.508 óbitos, volta a ser o país da Europa mais castigado pela pandemia, à frente da Itália.

Os advogados de Julian Assange, que o Reino Unido se recusou na segunda-feira (4) a extraditar para os Estados Unidos pelo temor de que cometa suicídio, pedem nesta quarta-feira à justiça britânica a liberdade sob fiança do fundador do WikiLeaks.

Dois dias depois de sua primeira vitória judicial, o australiano, de 49 anos, que a justiça dos Estados Unidos deseja julgar por espionagem após a publicação de quase 700.000 documentos militares e diplomáticos secretos, compareceu novamente ao tribunal.

Assange está preso na penitenciária de segurança máxima de Belmarsh desde sua detenção em abril de 2019 na embaixada do Equador em Londres, onde passou sete anos refugiado.

A audiência começou pouco depois das 10h00 (7H00 de Brasília) no tribunal londrino de Magistrados de Westminster.

Como argumento contra a libertação sob fiança, a Promotoria afirma que Assange tem "recursos" para fugir e destacou a oferta de asilo político feita na segunda-feira pelo presidente do México, Andrés Manuel López Obrador.

No mesmo dia, alegando o risco de suicídio do fundador do WikiLeaks caso fosse enviado ao sistema penitenciário americano, a juíza britânica Vanessa Baraitser decidiu não extraditar Assange aos Estados Unidos.

Após a decisão, as autoridades americanas notificaram o tribunal sobre a intenção de apelar. Porém, à espera do resultado, o sistema de justiça britânico deve decidir se vai libertar Assange sob fiança ou mantê-lo na penitenciária.

Quando se refugiou na embaixada equatoriana em 2012, o australiano violou uma liberdade sob fiança imposta pela justiça britânica enquanto aguardava a análise do pedido de extradição da Suécia, que o solicitava por suspeitas de estupro, acusações que foram arquivadas desde então.

O serviço público de saúde britânico (NHS), sob forte pressão do aumento do número de pacientes com covid-19, anunciou nesta quinta-feira(31) a reativação de um gigantesco hospital de campanha levantado às pressas em Londres durante a primeira onda da pandemia em abril.

O Reino Unido, onde uma nova variante mais contagiosa do coronavírus foi identificada há duas semanas, registrou um número recorde de infecções nos últimos dias, levantando preocupações de que os hospitais ficarão sobrecarregados nas próximas semanas em algumas regiões.

"Os hospitais de Londres estão sob grande pressão devido às altas taxas de infecção por covid-19", disse um porta-voz do NHS.

“À medida que a equipe médica faz esforços adicionais e a saúde pública de Londres abre mais leitos nos hospitais da capital para cuidar dos pacientes mais graves, é essencial que as pessoas façam todo o possível para reduzir a transmissão do vírus”, acrescentou.

Nesse contexto, foi ordenado que “o hospital Nightingale de Londres seja reativado e esteja pronto para admitir pacientes se necessário”, disse ele, especificando que “esse processo já está em andamento”.

Este imenso hospital de campanha, instalado em um centro de congressos na capital em menos de dez dias para fazer frente ao crescente fluxo de pacientes durante a primeira onda do vírus, foi inaugurado no dia 3 de abril.

Criado com o apoio do exército, tinha capacidade inicial de 500 leitos, com possibilidade de expansão para 4.000, o equivalente a 10 hospitais convencionais.

Mas foi usado relativamente pouco, em parte devido à falta de profissionais de saúde disponíveis. Outros hospitais de campanha, todos chamados Nightingale, em homenagem a uma famosa enfermeira britânica, foram montados em outras partes do país.

Os de Manchester e Harrogate, no norte da Inglaterra, e Bristol, no sudoeste, estão atualmente sendo usados para tratar pacientes que não têm covid-19, explicou o porta-voz do NHS.

"O número de pacientes hospitalizados com covid está aumentando drasticamente, e os demais hospitais de Nightingale estão prontos para admitir pacientes se necessário", acrescentou.

Fora do Brasil há cerca de dois anos, três pernambucanas dividem a incerteza de se adaptar ao Natal em meio ao agravamento da Covid-19. Além da distância da família e dos altos índices da pandemia na Europa, elas lamentam a necessidade de se isolar justamente em um período em que os encontros e a união são exaltados. Com planos restritos para esta quinta-feira (24), a tradicional ceia na véspera da comemoração precisou ser abreviada.

"Natal para mim é reunir todo mundo. Envolve abraço e carinho, e infelizmente não poderemos ter isso esse ano", lamenta a jornalista Nicole Simões. Moradora da cidade alemã de Düsseldorf, ela vai reforçar o combate à infecção em razão das mais de 29 mil mortes no país. "Minha noite de Natal vai ser apenas em casa com minha família alemã. Estamos novamente em lockdown e não é permitido encontrar mais de 10 pessoas. Além disso, as 10 precisam ser apenas de duas famílias ou casas diferentes", explicou.

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Ela não esconde a saudade de casa, por isso, pretende contornar o fuso-horário para tentar curtir um pouco da data com os familiares por chamada de vídeo. "Nossa, eu sinto muita falta. Às vezes eu choro por saudade, mas essa semana vai ser pesada não ter cada um por perto. Não vejo a hora de voltar ao Brasil e poder abraçá-los", mencionou.

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A designer Ana Lira, moradora de Lisboa, também reserva um sentimento especial nos dias que antecedem à celebração. “Amo essa energia de juntar quem se ama, sabe? Não necessariamente trocar presentes, mas juntas todos ao redor de uma mesa e rir das piadas que só sua família entende é bom demais", garante. Ela recorda como foi triste passar o Natal em Portugal. "Foi o primeiro ano longe e fiquei bem emotiva. Esse ano já estou mais conformada com a distância, mas sinto pela minha família, que mesmo estando na mesma cidade, vai ter que passar as festividades em casas separadas", relata.

Em virtude de aproximadamente 6.413 mortes pela Covid-19, Ana relembra a dificuldade do início da pandemia na Europa. "Foi um momento bem tenso e de muita incerteza. Não que agora as coisas estejam tranquilas. Até esse vírus ser controlado nada será realmente tranquilo, mas é que o ser humano se adapta a tudo, né? Até como viver a vida diante de uma pandemia", projeta. Para este ano, o jeito será partilhar a ceia com o casal que a recebeu junto ao marido, quando saíram do Brasil.

Com o marido alemão, mas atualmente em Londres, Joana Sampaio já adaptou-se à distância, após três períodos natalinos na Europa. Em 2019, ela esteve com a família do companheiro, mas pretende ficar no Reino Unido, neste ano. "Londres entrou no nível 4 de alerta o que significa que estamos em lockdown e ninguém pode se reunir em espaços fechados. Nem mesmo no natal", assegura.

Embora não considere o Natal uma data necessariamente importante, Joana admite que a festa era bastante aguardada. "Acredito que é mais frustrante por estarmos a tanto tempo trancados e com pouca socialização. Prefiro pensar que a situação é esta e que precisamos aceitar e ficar bem. Estamos vivos e com saúde e precisamos segurar as pontas um pouco mais", sugere.

Diante de 69.157 mortos, parte do Reino Unido já começou a imunizar a população e aposta na conscientização para frear o vírus. "Pelo menos as pessoas de meu convívio não estão dispostas a correr o risco de se contaminar ou de contaminar outras pessoas, então é uma questão de consciência coletiva mesmo. Mas só posso falar da minha pequena bolha", complementa.

A justiça britânica reconheceu pela primeira vez nesta quarta-feira (16) o papel da poluição atmosférica em uma morte, de uma menina de nove anos que morava perto de uma rodovia movimentada e faleceu em 2013 em Londres.

"Minha conclusão é que a contaminação atmosférica contribuiu materialmente para a morte de Ella Adoo-Kissi-Debrah", anunciou o legista assistente do distrito de Southwark em Londres, Philip Barlow, após duas semanas de audiências do caso.

A criança faleceu em 15 de fevereiro de 2013, vítima de uma grave crise de asma depois de quase três anos de ataques repetidos e mais de 30 internações relacionadas com a doença.

Ela morava com a família a menos de 30 metros da South Circular, uma rodovia muito movimentada e frequentemente congestionada do sul de Londres.

Uma investigação inicial realizada em 2014 determinou que ela morreu por insuficiência respiratória aguda causada por asma severa.

Mas em 2018 o professor Stephen Holgate, especialista britânico em poluição atmosférica, apontou um "vínculo evidente" entre as internações da menina em serviços de emergência e os picos registrados de dióxido de nitrogênio (NO2) e de partículas em suspensão, os poluentes mais prejudiciais.

No início da segunda investigação judicial, no fim de novembro, o advogado da família, Richard Hermer, acusou as autoridades locais de demorar a adotar medidas contra o forte aumento da poluição do ar na região.

Hotéis, restaurantes e locais de entretenimento voltaram a fechar as portas em Londres nesta quarta-feira (16), apenas duas semanas depois que a Inglaterra saiu do segundo confinamento, devido a uma disparada dos contágios potencialmente impulsionada pelo surgimento de uma mutação do coronavírus.

A capital britânica e áreas do sudeste da Inglaterra entraram nesta quarta-feira no nível máximo de alerta contra a Covid-19, que já estavam em vigor em zonas do norte da Inglaterra.

Isto implica o fechamento de hotéis, bares e restaurantes - que só podem vender comida para retirada -, locais culturais, como cinemas, teatros e museus e locais de lazer, como as pistas de boliche.

O governo recomenda o teletrabalho para quem tiver condições e que as pessoas evitem os deslocamentos não essenciais.

As medidas incluem ainda a limitação dos contatos sociais: está proibido encontrar pessoas com quem você não convive em locais fechados e os contatos em áreas a céu aberto, como parques e praias, não podem superar seis pessoas, incluindo as crianças.

Lojas, salões de beleza e academias podem permanecer abertas, assim como as escolas.

Porém, dois distritos da capital, Greenwich e Islington, administrados pela oposição trabalhista, optaram por fechar os centros de ensino, o que provocou um conflito com o governo do primeiro-ministro conservador Boris Johnson.

A Inglaterra saiu em 2 de dezembro de quatro semanas de confinamento, o segundo após o que vigorou entre março e junho, e o país entrou em um sistema reforçado de restrições locais.

Na capital, restaurantes e teatros retomaram as atividades, com a esperança de que o movimento frenético das semanas anteriores ao Natal permitisse recuperar parte da receita perdida desde o início da pandemia em março.

- Banho de água fria -

O novo fechamento é como um banho de água fria para aqueles que investiram em preparativos, como a produção de obras de Natal.

"É um desastre para os teatros de Londres", afirmou o diretor do Theatres Trust, Jon Morgan.

"Os teatros trabalharam incrivelmente duro para criar ambientes seguros para as audiências e, sem culpa alguma, agora enfrentarão enormes perdas financeiras", completou.

O anúncio repentino de segunda-feira também obrigou os restaurantes a cancelar todas as reservas para as próximas semanas. E administrar os grandes pedidos de produtos repassados aos fornecedores que agora correm o risco de estragar.

"Sei que é uma notícia difícil (...) e que para os negócios afetados será um revés considerável", afirmou na segunda-feira o ministro da Saúde, Matt Hancock, ao anunciar a medida que classificou de "absolutamente essencial", pois o número de infectados dobra a cada sete dias em algumas áreas do sudeste da Inglaterra.

A disparada coincide com a detecção de uma mutação do coronavírus que o governo, no entanto, não tem como assegurar que provocou o aumento de infecções. Hancock, porém, declarou que a variante do vírus não é, aparentemente, mais perigosa nem reage de forma diferente às vacinas.

Um dos países mais afetados da Europa, com quase 65.000 mortos, o Reino Unido foi o primeiro país ocidental a iniciar uma campanha de vacinação, depois de ser o primeiro a aprovar a vacina desenvolvida pela Pfizer/BioNTech. As autoridades esperam vacinar os grupos de maior risco até abril.

As mutações em um vírus são comuns e já foram descobertas várias do novo coronavírus. Algumas os deixam mais resistentes aos tratamentos, outras os tornam mais transmissíveis, porém menos letais, outras não apresentam nenhum efeito particular.

Londres e partes do sudeste da Inglaterra entrarão nesta semana no nível mais alto de alerta contra o coronavírus devido ao aumento dos casos, segundo parlamentares britânicos que foram informados nesta segunda-feira (14) pelo ministro da Saúde.

O ministro Matt Hancock deve comparecer nesta segunda ao Parlamento, mas já adiantou a decisão para alguns legisladores. Segundo a BBC, a medida entrará em vigor na madrugada de quarta-feira.

O passo para o terceiro nível de alerta significa o fechamento de hotéis, bares e restaurantes - que só poderão vender comida para levar - e locais culturais como cinemas, teatros e museus.

Todos que puderem estão incentivados a trabalhar de casa e as viagens não essenciais devem ser evitadas.

As medidas contra a propagação da covid-19 incluem também uma limitação dos contatos sociais: proibição de encontrar pessoas com quem não se conviva, mesmo em espaços abertos, com poucas exceções. Escolas, comércios, salões de beleza e barbearias podem permanecer abertos.

Temendo esta decisão, o prefeito de Londres, o trabalhista Sadiq Khan, alertou nos últimos dias que a imposição do nível mais rigoroso das restrições seria "catastrófico" para o setor da hotelaria e restaurantes durante o período de Natal.

Em resposta à propagação do vírus nas escolas, o governo lançou na semana passada uma campanha em massa de testes para crianças de 11 a 18 anos em sete dos 32 distritos de Londres e partes de Essex e Kent. Dois dos distritos da capital britânica, Greenwich e Islington, optaram por fechar as escolas.

Um dos países mais afetados da Europa, com mais de 64.000 mortes, o Reino Unido, que já sofreu dois confinamentos desde o início da pandemia, é o primeiro país ocidental que iniciou uma campanha de vacinação, após ser o primeiro do mundo a aprovar a vacina desenvolvida pela Pfizer/BioNTech.

Em todo o país, as restrições serão flexibilizadas por cinco dias em torno do Natal para permitir as viagens e que até três famílias passem as festas juntas.

As negociações entre o Reino Unido e a União Europeia (UE) para a relação comercial pós-Brexit foram retomadas neste domingo em Bruxelas, no que pode ser o último dia de conversações em uma corrida contra o tempo.

O negociador britânico David Frost retornou ao edifício Berlaymont, sede da Comissão Europeia, para retomar os contatos. O governo do Reino Unido informou que o primeiro-ministro Boris Johnson e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, terão uma conversa por telefone nas próximas horas para fazer um balanço.

Na quarta-feira, os dois líderes estabeleceram o domingo como prazo para decidir se valeria a pena continuar negociando ou se, diante da impossibilidade de superar as divergências, jogam a toalha.

Desde então, várias declarações pessimistas foram feitas sobre as possibilidades de alcançar um tratado de livre comércio para administrar a relação comercial entre as duas margens do Canal da Mancha após o fim do período de transição pós-Brexit, em 31 de dezembro.

"Ainda há um longo período pela frente", repetiu neste domingo o ministro britânico das Relações Exteriores, Dominic Raab, ao canal Sky News. "Algumas propostas, algumas sugestões que nos fizeram, são bastante extravagantes, francamente, e não se tornam mais razoáveis com a repetição", afirmou.

A chanceler espanhola, Arancha González, pediu às partes que evitem a qualquer custo uma ruptura sem acordo. "Nas atuais circunstâncias, em plena pandemia de covid-19, seria extremamente negativo para nossas economias", declarou a Sky News, recordando que "o Reino Unido sofreria ainda mais que a União Europeia".

O primeiro-ministro da Irlanda, Micheál Martin, cujo país seria o mais afetado da UE por um Brexit sem acordo, também pediu a continuidade dos esforços. "Seria um fracasso político se não estivéssemos em condições de conseguir um acordo", declarou à BBC.

Ele destacou que "97%" do tratado comercial foi negociado. "E parece que os 3% restantes não deveriam estar além da capacidade das partes de superar as diferenças", acrescentou.

Johnson e Von der Leyen advertiram nos últimos dias que o fracasso das negociações era mais provável. Mas o secretário francês para Assuntos Europeus, Clément Beaune, considerou que sempre existe a possibilidade de que Londres e Bruxelas decidam continuar conversando "por mais alguns dias, no máximo".

Anos de negociações

O Reino Unido abandonou oficialmente a UE em 31 de janeiro e a partir de março Londres e Bruxelas começaram a negociar um acordo comercial que deveria entrar em vigor em 1 de janeiro de 2021.

Mas as negociações ficaram bloqueadas em três temas: acesso dos navios pesqueiros europeus a águas britânicas, normas de concorrência para o acesso de empresas britânicas ao mercado europeu e o futuro mecanismo de solução de divergências.

Dos três, a questão sobre as normas de concorrência é a que apresenta os maiores desafios. Londres informou no sábado que quatro navios da Marinha Real estão preparados para proteger as águas britânicas de potenciais tensões com embarcações europeias, em caso de fracasso das negociações.

A hora da verdade se aproxima, quatro anos e meio depois do histórico referendo de 2016 em que o Reino Unido decidiu por 52% dos votos acabar com quase cinco décadas de uma relação tensa com a UE e tornar-se o primeiro país a sair do bloco.

Londres acusou nas últimas semanas Bruxelas de endurecer repentinamente sua posição, talvez motivada pelo temor de países como a França - que ameaçou vetar o acordo - de fazer muitas concessões para obter "um acordo a qualquer preço". A UE negou qualquer mudança de atitude.

A saída enfraquece a unidade do Reino Unido, dando argumentos aos independentistas da Escócia, uma nação de 5,5 milhões de habitantes profundamente pró-europeus e que votaram em sua maioria contra o Brexit.

Durante a semana, a UE apresentou medidas de emergência para o caso de não alcançar um acordo, com o objetivo de manter o bom funcionamento do transporte terrestre e aéreo durante seis meses, desde que Londres faça o mesmo, e garantir que os barcos de pesca tenham acesso às águas dos dois lados em 2021. O plano será examinado na quarta-feira no Parlamento Europeu.

Os nove milhões de habitantes de Londres não poderão se reunir com parentes e amigos em espaços fechados, anunciou nesta quinta-feira o prefeito da cidade, Sadiq Khan, que espera que o governo britânico aumente o nível de alerta na capital contra o coronavírus.

"É minha expectativa que o governo anuncie hoje que Londres em breve entrará no nível dois ou nível de alerta alto de restrições", afirmou o trabalhista Sadiq Khan na Assembleia Municipal. O ministro da Saúde, Matt Hancock, deve discursar nesta quinta-feira no Parlamento.

"Isto significa que pessoas que moram em diferentes casas de Londres não poderão se reunir em locais fechados", explicou o prefeito.

País mais afetado da Europa pelo coronavírus, o Reino Unido registra mais de 43.000 mortes confirmadas por Covid-19 e o número de contágios aumentou rapidamente nos últimos dias, com quase 20.000 contágios a cada 24 horas.

O primeiro-ministro britânico, o conservador Boris Johnson, anunciou na segunda-feira um novo sistema de alerta em três níveis - médio, alto e muito alto - que estabelece o tipo de restrições mínimas a aplicar.

Londres estava até agora no nível médio, com a proibição de reuniões com mais de seis pessoas e o fechamento de bares e restaurantes às 22h.

Mas o prefeito considerou esta semana que a situação na capital da Inglaterra exigia medidas mais drásticas.

"Em breve vamos alcançar a média de 100 casos para cada 100.000 londrinos, com um número significativo de distritos que já superaram esta barreira", afirmou Sadiq Khan.

"As internações nos hospitais aumentaram, mais pacientes vão para as para Unidades de Terapia Intensiva e, infelizmente, o número de londrinos que morrem a cada dia está aumentando novamente", acrescentou para justificar a decisão.

Autoridades dos Estados Unidos e Reino Unido estão negociando uma redução nas restrições de viagens entre Nova York e Londres, com menor tempo de quarentena obrigatória, em meio a um conhecimento maior da covid-19 e também por conta do acesso mais fácil de exames para detecção da doença. Segundo fontes ouvidas pela Dow Jones Newswires, a ideia é chegar um consenso até as festas de fim de ano.

Atualmente, cidadãos americanos viajando para o Reino Unido precisam realizar isolamento de 14 dias e não podem viajar para a maior parte dos países da União Europeia. Já os EUA barram entradas de pessoas vindas do Reino Unido e da Europa a não ser que sejam cidadãos americanos ou tenham visto de residência permanente.

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Uma das exigências para que o plano seja implementado são exames de covid-19 realizados tanto na saída quanto na entrada dos países, em uma tentativa de mostrar que viagens intercontinentais podem ser seguras para retomar o tráfego aéreo internacional, ainda muito afetado pela pandemia.

Apesar de o Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca ter aprovado o plano, a dificuldade continua sendo o número ainda elevado de casos do novo coronavírus nos Estados Unidos, causando temores que um maior fluxo de norte-americanos indo para o Reino Unido possa causar um aumento da doença no país.

A presidente da Comissão Europeia, a alemã Ursula von der Leyen, e o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, farão neste sábado (3) uma videoconferência dedicada ao pós-Brexit, em meio à tensa expectativa de um acordo ainda este ano.

Von der Leyen e Johnson estarão em contato à tarde para "fazer um balanço" das negociações e "trocar pontos de vista" sobre o andamento dessas negociações, declarou a presidente da Comissão em entrevista coletiva.

A chefe do Executivo europeu considerou ser necessário "intensificar" as negociações, uma vez que qualquer acordo que defina as futuras relações entre Bruxelas e Londres a partir de janeiro deverá ser alcançado em outubro, a tempo de ser ratificado por todas as partes.

Na opinião de Von der Leyen, a chave para as negociações é criar um ambiente comercial justo.

"Ainda há muito trabalho a ser feito, mas devo dizer que é uma questão de justiça. E, se alguém quiser ter pleno acesso ao mercado comum, as regras da equidade devem ser aplicadas", reforçou.

A UE - garantiu Ursula - "está interessada em um acordo, porque consideramos que é importante ter entendimentos com um vizinho, mas não a qualquer preço".

"Avançamos em muitos domínios, mas as questões mais difíceis continuam em aberto", apontou.

Já a chanceler alemã, Angela Merkel, disse nesta sexta-feira em Bruxelas que "os próximos dias" serão decisivos para saber o destino das negociações.

"As negociações estão entrando em uma fase decisiva e, nos próximos dias, ficará claro se estamos avançando, ou não. Enquanto as negociações estiverem em andamento, vou me manter otimista", declarou.

O próprio governo britânico havia fixado o prazo até 15 de outubro para alcançar esse acordo, e a UE tem uma cúpula em que o assunto será discutido nessa mesma data.

- Temas ainda em aberto -

A videoconferência entre Von der Leyen e Johnson terá lugar ao final da nona rodada de negociações em Bruxelas para tentar definir como será a futura relação entre a UE e o Reino Unido a partir do próximo ano.

Os negociadores esperam avançar nas discussões a um ponto em que um acordo pareça próximo o suficiente para iniciar negociações a portas fechadas.

Na quinta-feira, a UE anunciou uma ação legal contra Londres por causa de um projeto de lei que altera o acordo sobre a saída do Reino Unido do bloco.

A UE deu o primeiro passo, ao enviar uma "notificação formal" a Londres, no início de um "procedimento de infração". O Executivo europeu considera que o Reino Unido violou o compromisso de aplicar integralmente o Tratado de Retirada, o regulamento que define a modalidade do Brexit.

O Reino Unido se retirou da UE em 31 de janeiro deste ano, mas continuará aplicando as regras de comércio europeias até 31 de dezembro, no chamado período de transição.

Agora, o bloco europeu e o Reino Unido participam de uma dramática corrida contra o relógio para definir as relações a partir de 2021.

Nesta negociação, Bruxelas e Londres ainda têm muitos pontos a serem acertados, em questões como a situação dos cidadãos europeus no Reino Unido e vice-versa, um ambiente equilibrado de concorrência empresarial e direitos de pesca.

A UE também está interessada em definir critérios claros sobre auxílios e subsídios, para evitar que o cenário pós-Brexit signifique uma concorrência desequilibrada para as empresas europeias.

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