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O rapper Emicida usou suas redes sociais na última sexta-feira (5) para explicar porque não irá participar dos protestos de domingo (7). Através de um vídeo, o músico argumentou que este não é o momento para manifestações, devido ao coronavírus e causou polêmica.

“Se você de uma busca, vai ver que um monte de infectologista, epidemiologista sério, tá chamando isso de genocídio, aguardasse um crescimento de 150% nos próximos dias. A irresponsabilidade e a irracionalidade de quem tinha que conduzir este país pra um lugar melhor, ainda vai matar muita gente, o contágio não chegou no seu máximo ainda. Pensa nisso”,  disse Emicida. 

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O músico ainda fez críticas sobre o cenário político atual do País. “Qualquer aglomeração agora por mais legítimo que seja nossos motivos, é pular na ciranda da necropolítica, elevar uma onda de contágio pior que essa que já ta (sic), para dentro das comunidades onde vive quem a gente ama. Isso é parte do plano deles”, afirmou o rapper.

Emicida aproveitou para fazer uma reflexão sobre as manifestações “manifestação não é micareta não. Quem acha que a estrutura racista do Brasil vai ser desligada, como se fosse um interruptor, ta (sic) viajando… Precisa de uma construção, uma base um projeto”, explicou.

“Não dá pra pegar uma hashtag e achar que ela é um escudo. Não funciona. Na vida real, não funciona” disse Emicida, se referindo as últimas tags levantadas na internet ‘Vidas Negras Importam’ e ‘Blackout Tuesday’. comentou.

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No vídeo, Emicida ainda faz um comparativo com as manifestações que o País viveu em 2013, e fala sobre os ‘infiltrados’ pessoas que aderem a manifestação para provocar destruição e prejudicar o movimento “A gente já viu vários infiltrados, 2013 foi ontem, parece que vocês não aprenderam nada… Qual o nosso potencial de organização hoje? Para barrar uma ‘pá’ de infiltrados que pode se envolver, e arrastar uma causa legítima e jogar pelo ralo?”, questiona o rapper.

Nas redes sociais, muitos internautas ficaram a favor do músico e apoiaram o seu posicionamento sobre as manifestações. No entanto, tiveram pessoas dizendo pro rapper estudar e aprender a se organizar. Emicida ainda usou as redes sociais para falar “cuidado com seus ‘alienados’”.

 

 

 

 

A Avenida Paulista deve receber três manifestações de rua em um espaço de quatro horas amanhã. Após duas reuniões, não houve, nessa sexta-feira, acordo entre Polícia Militar (PM), Ministério Público Estadual (MP), manifestantes que defendem o governo do presidente Jair Bolsonaro, movimentos antirracistas e opositores do mandatário, como representantes de torcidas de futebol e integrantes da Frente Povo Sem Medo.

Apesar de não haver acordo, grupos antirracistas e contra Bolsonaro negociavam, até a conclusão desta edição, unificar seus atos e tomar medidas para evitar que se encontrem com os defensores do presidente, segundo líderes desses grupos. Uma das propostas da Frente Povo Sem Medo, segundo o professor Guilherme Simões, é fazer uma caminhada do Masp até a Praça Roosevelt, passando pela Rua da Consolação. Com isso, eles evitariam contato com o grupo que defende o governo federal.

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No domingo passado, a PM usou bombas de gás lacrimogêneo para dispersar protesto de grupos de torcedores que se declaram antifascistas na Avenida Paulista. Os torcedores disseram que a confusão começou porque um bolsonarista se infiltrou na mobilização.

Os apoiadores de Bolsonaro pretendem se reunir em frente à Fiesp às 11h. Inicialmente, o movimento negro pretendia começar o ato às 10h no Masp. O grupo pode se juntar à manifestação das 14h, no mesmo lugar, que reuniria torcedores de futebol e movimentos sociais. "Não teve consenso", disse Simões. "Nosso intuito é fazer um protesto de forma pacífica". Simões afirmou ao Estadão que, além da caminhada, o ato terá profissionais da Saúde, cujo trabalho será garantir que as pessoas mantenham uma distância de um metro e meio entre si, e distribuição de máscaras e de álcool em gel.

Na segunda-feira, o governador João Doria (PSDB) havia determinado que atos de grupos opostos não poderiam ocorrer na mesma data, horário e local para "assegurar o direito às manifestações e preservar a segurança dos participantes". De acordo com pessoas que estiveram na reunião, o acordo não foi possível porque nenhum dos grupos aceitou as propostas do governo paulista. O objetivo das reuniões, segundo o secretário da Segurança Pública, João Campos, era chegar a um acordo para que um dos grupos fizesse seu ato no sábado ou em outro lugar da cidade.

Oficialmente, a PM diz que vai tentar negociar até o último minuto para evitar que grupos antagônicos se reúnam no mesmo lugar no fim de semana. Mas a corporação já prepara um reforço no policiamento na avenida Paulista. "Nessas manifestações, usaremos as informações que temos nos nosso planejamento para identificar e agir contra pessoas ou grupos que tentem impedir o uso deste direito constitucional (de manifestação)", disse o secretário, ontem, durante coletiva de imprensa ao lado de Doria. Ele afirmou que a PM deverá fazer revistas em pessoas que querem participar do ato. "(Faremos) revistas criteriosas para evitar que as pessoas possam levar objetos que possam causar dano em outras pessoas."

Manifestos

Grupos que divulgaram manifestos pró-democracia ao longo da semana não recomendam a presença de apoiadores nos atos marcados para domingo. Há o temor por parte desses grupos, criados por entidades da sociedade civil e personalidades, que a manifestação termine em briga generalizada, como ocorreu domingo passado, o que daria uma narrativa para o governo Jair Bolsonaro condenar seus adversários - o presidente já classificou os manifestantes contrários a seu governo de "idiotas, marginais e viciados". Além disso, os grupos citam o risco de contaminação em meio à pandemia do novo coronavírus.

Para o sociólogo Marcelo Issa, coordenador do Transparência Partidária, uma das 130 organizações que fazem parte do Pacto pela Democracia, o ponto principal é a questão sanitária e a violência por parte dos bolsonaristas nas ruas. "O que me preocupa é a atuação de civis armados e a reação dos que apoiam Bolsonaro", afirmou.

Ele defende que durante a pandemia as manifestações contra o governo ocorram em formatos alternativos, como panelaços e panos pretos nas janelas das casas. "Mas não condeno quem sai às ruas."

Criador do Somos 70%, o engenheiro Eduardo Moreira disse que "respeita e compreende" quem for para a Paulista no domingo. "Não recomendo que se juntem ao ato pelo risco sanitário, mas respeito e recomendo as pessoas que cruzaram essa linha", afirmou.

O presidente Jair Bolsonaro sugeriu, durante o seu discurso na inauguração de um hospital de campanha em Águas Lindas de Goiás, que forças de segurança federais podem ser acionadas para atuar em Brasília neste domingo (7), data em que estão previstos protestos tanto contra quanto a favor do seu governo.

Nesta sexta-feira (5), o possível emprego da Força Nacional na capital federal é tema de discussões que envolvem o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República e a Polícia Militar do Distrito Federal. Procurada pela reportagem, a Secretaria de Segurança Pública do DF respondeu que nada foi definido ainda sobre uma eventual solicitação de apoio dos agentes federais.

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No evento desta sexta-feira, Bolsonaro voltou a apelar para que seus apoiadores não participem dos atos marcados para o domingo, sinalizando que isso ajudaria a identificar os que ele chamou de "marginais" para uma eventual atuação das forças oficiais de segurança.

"Que o outro lado que luta pela democracia, que quer o governo funcionando e quer um Brasil melhor e preza por sua liberdade que não compareça às ruas nesses dias para que nós possamos, a Força de Segurança, nossas forças estaduais bem como a nossa Federal façam seu devido trabalho, por ventura, esses marginais extrapolem os limites da lei", disse o presidente no encerramento do seu discurso.

Bolsonaro tem criticado manifestantes contra seu governo, numa tentativa de criminalizar os movimentos. Na quinta, na 'live' semanal que faz nas suas redes sociais, chamou os integrantes de grupos contrários ao seu governo que pretendem ir às ruas no domingo de "marginais" e "viciados". Nesta sexta, na cerimônia, os chamou de "terroristas" e "maconheiros" que "estão querendo quebrar o Brasil".

O governo federal vai discutir, nesta sexta-feira (5), a necessidade de empregar a Força Nacional de Segurança Pública nos protestos do domingo (7), quando estão previstos atos a favor e contra o presidente Jair Bolsonaro em Brasília. As discussões envolvem o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e a Polícia Militar do Distrito Federal, responsável pela segurança da capital federal.

Bolsonaro tem criticado manifestantes contra seu governo, numa tentativa de criminalizar os movimentos. Na quinta-feira (4), na "live" semanal que faz nas suas redes sociais, chamou os integrantes de grupos que pretendem ir às ruas no domingo de "marginais" e "viciados" e pediu que as pessoas não participem dos atos.

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"Não compareçam a esse movimento que esse pessoal não tem nada a oferecer para nós. Muitos são viciados. Eles querem o tumulto. Domingo, ninguém comparece. É um pedido meu. Os 'antifas' (antifascistas), novo nome dos black blocs, querem roubar sua liberdade", disse o presidente ao fazer referência aos grupos que foram às ruas durante a crise que culminou no impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

Apesar do pedido de Bolsonaro para que seus apoiadores não saiam às ruas no domingo, grupos convocaram atos a favor do governo. A concentração está marcada para as proximidades da Torre de TV, área próxima à Esplanada dos Ministérios, onde os manifestantes contrários ao presidente pretendem protestar. A preocupação é que haja novos confrontos como os ocorridos no fim de semana passado em São Paulo e no Rio de Janeiro.

Caso autorizada, não será a primeira vez que a Força Nacional será empregada em protestos contra o governo. Em maio do ano passado, os agentes já atuaram durante atos na Esplanada. A sua função neste tipo de missão é a de proteção do patrimônio público, para evitar que haja depredações de prédios de ministérios, por exemplo. O acompanhamento das manifestações e o controle de eventuais conflitos continuam sob responsabilidade da Polícia Militar.

A decisão sobre o tipo de segurança que será empregada no domingo será feita após avaliação dos diferentes órgãos de inteligência. Além da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), produzem informes sobre o caso a Polícia Federal, a Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça e os órgãos de segurança pública do Distrito Federal. Uma espécie de mapa de risco é desenhado para que as autoridades tomem suas decisões. O temor é de infiltrações de agitadores contrários em qualquer um dos lados, que poderia levar a um tumulto generalizado com consequências imprevisíveis.

Caso a Força Nacional seja chamada, o Ministério Justiça convocará para a atuação os militares que estão permanentemente de prontidão no Gama, região administrativa nos arredores de Brasília, onde existe uma base operacional. Atualmente, 1.491 homens estão mobilizados em 53 operações, em 18 Estados e no DF.

O governo do DF, no entanto, ainda aguarda para esta sexta-feira o resultado de ações que questionam os atos pró e contra o governo na mesma data.

Em São Paulo, por exemplo, o governador João Doria determinou que os protestos ocorram em dias diferentes.

Há seis noites que manifestações violentas contra a brutalidade policial e o racismo têm sacudido os EUA.

Veja seis perguntas e respostas sobre os maiores protestos civis no país em muitos anos.

1 - O que provocou as manifestações? -

O estopim ocorreu por causa da morte de um homem negro que não estava armado, George Floyd, apelas mãos de um policial branco na última segunda-feira em Minneapolis.

Floyd morreu depois que o policial Derek Chauvin pressionou o seu pescoço usando o joelho por quase nove minutos, depois de prendê-lo por uma suposta compra de cigarros com uma nota falsa.

Sua morte, filmada por um celular, reacendeu a indignação pela morte de afro-americanos pelas mãos da polícia e trouxe à tona casos passados como os de Michael Brown, em Ferguson, e Eric Garner, em Nova York, que incentivaram o movimento Black Lives Matter ("vidas negras importam").

Manifestações pacíficas logo se tornaram violentas nessa cidade situada no centro-oeste dos EUA, com registro de saques e incêndios. Agora eles se espalham por todo o país.

2 - Como as autoridades estão lidando com a situação? -

Ao menos 40 cidades, como Los Angeles, Chicago e a capital americana, Washington DC, impuseram um toque de recolher desde que os protestos começaram. No entanto, pouco fizeram para desencorajar ou acabar com as manifestações.

Os governadores mobilizaram milhares de membros do Exército, uma atitude incomum que lembra os movimentos ocorridos no final da década de 1960 nas cidades americanas após o assassinato do líder dos direitos civis, Martin Luther King.

Em alguns lugares, a polícia efetuou o disparo de balas de borracha, gás lacrimogêneo e granadas contra os manifestantes, que em resposta lançaram objetos contra eles, como garrafas de água e pedras.

As medidas não impediram que alguns manifestantes roubassem ou praticassem atos vandalismo. Lojas sofisticadas de Manhattan, como a Coach ou a Chanel não passaram despercebidas. Ruas também foram bloqueadas e veículos policiais queimados.

3 - O que disse Donald Trump sobre isso? -

Muito. Em resumo, ele culpa os extremistas da esquerda pelos protestos, e disse que planeja denunciar a Antifa, uma rede antifascista, como organização terrorista.

Ele também tentou politizar o tema, atacando governadores e prefeitos democratas por terem tomado medidas brandas contra os manifestantes.

Trump considera os manifestantes "criminosos", e pediu repetidamente, pelo Twitter, para que os governadores restaurassem a ordem.

Ele também provocou indignação e foi acusado de provocar a violência após escrever na rede social: "Quando os roubos começarem, o tiroteio começa".

4 - Como outros líderes reagiram? -

Muitos líderes locais demonstraram compreensão diante da questão da injustiça contra negros, e alguns policiais se ajoelharam para mostrar seu apoio aos manifestantes, inclusive em Nova York e Nova Jersey.

Vários políticos defendem que a violência deve acabar, e alguns, como o governador de Minnesota, Tim Walz, exigem mais severidade com aqueles que roubaram e participaram de atos de vandalismo.

O candidato democrata à presidência, Joe Biden, disse que os Estados Unidos estão "sofrendo" e que, se eleito, ouvirá as queixas dos manifestantes e "conduzirá um debate nacional" sobre o assunto.

O irmão mais novo de Floyd, Terrence Floyd, repreendeu a violência dos protestos e pediu aos manifestantes que "canalizassem sua raiva de maneira diferente".

"Às vezes fico consternado. Quero ficar louco. Meu irmão não era assim. Você ouvirá muitas pessoas dizerem que ele era um gigante gentil", contou ele à ABC News.

5 - O que aconteceu com o policial que deteve Floyd? -

Chauvin foi acusado de homicídio em terceiro grau e deve ser julgado em breve.

Os manifestantes, que representam todos os grupos étnicos, querem que ele seja acusado de acusações ainda mais graves, alegando que ele teve a intenção de matar Floyd.

Os manifestantes exigem que os três policiais que ajudaram Chauvin e que foram demitidos das suas funções também sejam acusados pela Justiça.

No domingo, as autoridades transferiram Chauvin da cadeia em Hennepin para outro local por preocupações com sua segurança.

6 - Há mais alguma motivação nos protestos? -

Alguns analistas dizem que a morte de Floyd foi a gota d'água para a explosão desse movimento civil, após anos de ressentimento causado pelas desigualdades econômicas, sociais e de saúde sofridas pelos negros americanos.

Eles lembram que a pandemia do coronavírus - na qual 40 milhões de americanos se registraram como desempregados para obter benefícios - potencializa a frustração e afeta de forma desproporcional as minorias negras e latinas.

Eles também acreditam que os protestos podem ser uma reação ao movimento supremacista branco, que, segundo os analistas, adquiriu força ao longo do governo Trump.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, vai discutir a crise política histórica com governadores e autoridades policiais em videoconferência às 12 horas de Brasília, informa a agenda oficial do republicano desta segunda-feira (1º). A Casa Branca ainda convocou uma coletiva de imprensa para as 15h desta segunda-feira, também pelo horário de Brasília, na qual autoridades do governo devem comentar a escalada de tensões no país.

Os EUA têm vivido dias de intensos protestos desde que George Floyd, cidadão negro, foi assassinado asfixiado por um policial branco à luz do dia.

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As manifestações antirracismo e antifascismo se espalharam por todo o país e já levaram ao menos 24 autoridades municipais americanas a decretarem toque de recolher, o que não acontecia em tantas cidades desde 1968, após a convulsão social pelo assassinato de Martin Luther King.

O governo americano tem reprimido as manifestações, dizendo que manterá a segurança e a ordem nas ruas. O líder da Casa Branca chegou a dizer em rede social neste fim de semana que passará a considerar o movimento antifascista como organização terrorista, adicionado novo ingrediente à tensão que já é considerada histórica no país.

Segundo a imprensa americana, Donald Trump chegou a ser levado a um bunker da Casa Branca durante a noite de sexta-feira, 29, enquanto centenas de manifestantes atiravam pedras e enfrentavam policias em frente à residência oficial do presidente dos EUA.

Os atos após o assassinato de George Floyd, um homem negro, por um policial branco na cidade de Minneapolis, nos Estados Unidos, afetaram o funcionamento de grandes redes de lojas e de pequenos comerciantes em diversas cidades americanas. Isso porque os protestos têm sido acompanhados de depredação e vandalismo, o que levou dezenas de cidades a pedirem ajuda da Guarda Nacional.

Neste domingo (31), grandes companhias como Target, CVS, Apple e Walmart anunciaram que estão fechando temporariamente suas lojas por motivos de segurança, já que algumas de suas unidades já foram incendiadas e depredadas. A Amazon disse hoje que vai alterar ou até suspender entregas de mercadorias em cidades diversas, incluindo Chicago, Los Angeles, Seattle e Minneapolis.

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, atribui a onda violência a manifestantes da "extrema-esquerda" e ligados a grupos antifascismo, os quais serão vistos pelo governo como "organizações terroristas", segundo escreveu o político republicano em sua conta no Twitter. Entre os conteúdos que tem publicado para criticar os manifestantes, Trump tuitou o vídeo de um homem, dono de um pequeno comércio, que acaba espancado por supostos militantes ao tentar impedir que sua loja fosse depredada.

Na noite de sábado para domingo, centenas de pessoas foram presas por todo o país, muitas em confronto com as polícias locais. Em Nova York, a polícia local informou que 47 viaturas foram vandalizadas, algumas foram incendiadas.

Grandes cidades americanas decretaram toque de recolher para tentar conter a fúria dos manifestantes. A medida foi adotada em cidades como Boston, São Francisco, Chicago, Atlanta e Filadélfia. Às 21h (de Brasília) deste domingo, a manchete do site do The New York Times era "Cidades por todo o país se preparam para outra noite de agitação". (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

Milhares de agentes adicionais da Guarda Nacional foram enviados a Minneapolis, no Estado de Minnesota, e tropas do Exército estavam de prontidão diante da perspectiva de mais uma noite de violentos protestos na cidade por causa da morte de George Floyd, um homem negro de 46 anos, por um policial branco na segunda-feira durante uma abordagem. Protestos também estavam programados em outras cidades do país.

A decisão do governador de Minnesota, Tim Walz, de convocar todos os agentes da Guarda Nacional do Estado, mais de 13.200, foi tomada em meio ao aumento da violência e depois de os manifestantes desafiarem o toque de recolher na sexta-feira e incendiarem mais construções, entre eles um banco, um restaurante e um posto de gasolina.

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O presidente Donald Trump, que ofereceu soldados e agentes de inteligência para pôr fim aos protestos, disse que as autoridades em Minnesota têm de ser mais duras com os manifestantes. Trump tem realizado consultas às lideranças de Segurança, entre elas o secretário de Defesa Mark Esper, desde que a morte de Floyd levou a protestos em diferentes cidades dos EUA.

Nem a prisão e a acusação formal do policial pela morte de Floyd conseguiram conter os ânimos. Em um vídeo divulgado nas redes sociais, o policial Derek Chauvin aparece em um vídeo ajoelhando sobre o pescoço de Floyd durante oito minutos, enquanto Floyd grita: "Não consigo respirar!", até perder a consciência.

Segundo a CNN americana, protestos foram registrados em ao menos 30 cidades. Entre elas, Nova York, Washington, Oakland, Houston, Atlanta, Kansas, Detroit, Las Vegas, Denver, San José e Memphis, Boston, Phoenix, Fort Wayne, Lincoln, Milwaukee e Chicago.

Os atos violentos deixaram duas pessoas mortas entre sexta-feira e a madrugada de sábado - um homem, de 19 anos, em Detroit e um policial em Oakland. Durante confrontos em diversas cidades, manifestantes foram presos e policiais ficaram feridos. Na noite de sexta-feira também foi realiza uma manifestação em frente à Casa Branca, onde estava o presidente. Algumas dezenas de agentes do serviço secreto ergueram barricadas.

Os protestos descentralizados não são apenas por Floyd, mas pela perpetuação nos EUA de uma política de segurança que continua a mirar os negros, a despeito de revoltas semelhantes como a de 1992, quando manifestações violentas tomaram as ruas de Los Angeles após um júri composto majoritariamente por brancos absolver quatro policiais, também brancos, acusados de uso excessivo de força contra o motorista negro Rodney King.

'Black Lives Matter'

Em 2013, quando o vigia que matou Trayvon Martin, de 17 anos, na Flórida, foi inocentado por um júri, a americana Alicia Garza publicou em seu perfil de Facebook a frase "nossas vidas importam". Uma amiga chamada Patrisse Khan-Cullors emplacou a hashtag #BlackLivesMatter e Opal Tometi ajudou a criar a partir dali uma plataforma online para o que se tornaria um movimento. "É uma tristeza profunda. Desgosto atrás de desgosto. Pensei na família dele e na dor insuperável que devem estar sentindo agora. Todos nós estamos sofrendo junto", disse Patrisse em entrevista ao Estadão, ao falar sobre a morte de Floyd.

A frase "Black Lives Matter" está em camisetas, placas e gritos dos manifestantes que foram às ruas do país na última semana. Mas o movimento não foi responsável por convocar os protestos, que têm brotado de forma orgânica nas cidades. Patrisse acredita que a frase se tornou "uma oração" atual quando o movimento foi criado e também nos dias de hoje, o que faz com que seja um mote de pessoas comuns, sem ligação com o grupo.

"O poder do 'Black Lives Matter' está na maneira pela qual reuniu a diáspora africana. Essas três palavras foram uma declaração e, de verdade, uma oração para todos nós que estávamos de luto. Essas palavras continuarão com esse significado até que o racismo, o patriarcado e o capitalismo sejam desmontados e consigamos construir algo centrado no nosso bem estar. É uma verdade agora, como era há 7 anos quando começamos", afirma a estrategista política, cofundadora do "Black Lives Matter" e fundadora do "Reform LA Jails", pela reforma do sistema criminal.

Criado oficialmente em 2013, o Black Lives Matter ganhou impulso em 2014 quando Eric Garner, também negro, avisou 11 vezes a um policial em Nova York: "eu não consigo respirar". A súplica para que o agente soltasse seu pescoço foi em vão. Garner morreu por estrangulamento.

Na segunda-feira, Floyd fez o mesmo apelo quando, algemado, teve seu pescoço prensado contra o chão por um policial. Em todos os casos, os responsáveis pelo crime justificaram a violência como um incidente gerado após abordagem policial de suspeito. O vídeo de Floyd sendo asfixiado foi gravado por uma testemunha do crime e viralizou na internet.

Patrisse não quis dizer se os Estados Unidos avançaram ou não no combate ao racismo policial desde que ajudou a fundar o movimento, há sete anos, mas aposta que momento atual pode ser histórico, com a mobilização sobre Floyd e uma crise de saúde e econômica que traz à tona desigualdades em razão de raça. "Estamos testemunhando uma oportunidade de expor como e por que as instituições de polícia e encarceramento que temos falharam, e precisamos conversar seriamente sobre isso. Temos de falar sobre o fato de que investimos quase US$ 100 bilhões em policiamento, mas depois dizemos não ter verba para uma saúde universal neste país, em meio a uma pandemia", afirma.

A pandemia expôs questões estruturais que tornam a população negra mais vulnerável à covid-19, como o trabalho em funções consideradas atividades essenciais, que não permitem isolamento, e a falta de plano de saúde, o que também aumenta a incidência de doenças crônicas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Com o acirramento das manifestações nos Estados Unidos por conta da morte de George Floyd, fontes informam a Associated Press que o Pentágono emitiu ordem para deixar soldados do Corpo da Polícia Militar, a polícia do Exército dos Estados Unidos, de prontidão caso seja necessário a mobilização das forças para ajudar as polícias das cidades onde a situação está mais crítica. O governo americano negou a informação.

Seria a primeira vez que tropas militares da ativa podem ser destacados para controle de manifestações dentro do país desde 1992, quando a cidade de Los Angeles enfrentou uma série de violentos motins. A sugestão partiu do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na última quinta-feira (28) quando pediu ao secretário de Defesa, Mark Esper, soluções rápidas de como o governo federal americano poderia lidar com o assunto.

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A escalada nos protestos, com incêndios e saques, aconteceu após a divulgação do vídeo que mostrou o policial Derek Chauvin, de Minneapolis, com o joelho em cima do pescoço de Floyd, que veio a falecer por conta das lesões. Chauvin foi preso e indiciado por homicídio na noite de ontem. Além de Minneapolis, houve manifestações violentas nesta sexta-feira também na capital Washington, Nova York, Atlanta, Phoenix, Denver e Los Angeles.

Youtubers e influenciadores digitais da rede bolsonarista entraram na mira do inquérito sigiloso do Supremo Tribunal Federal (STF) que investiga a autoria e o financiamento de atos antidemocráticos ocorridos no mês passado em todo o País - um deles teve a participação do presidente Jair Bolsonaro. Ao enviar o pedido de investigação das manifestações ao STF, o procurador-geral da República, Augusto Aras, também mencionou os nomes dos deputados Daniel Silveira (PSL-RJ) e Junio Amaral (PSL-MG).

O caso está sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes, que ainda é responsável por um outro inquérito, que se debruça sobre ameaças, ofensas e fake news disparadas contra integrantes do STF e seus familiares. Como Moraes é relator dos dois processos, um inquérito deve subsidiar as investigações do outro. O prazo para a conclusão do inquérito das fake news termina em 15 de julho, mas, segundo o Estadão apurou, o ministro avalia a possibilidade de prorrogar as investigações.

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Isso porque a apuração sobre ameaças a integrantes da Corte ganhou um novo fôlego após os atos do mês passado, marcados por faixas contra o tribunal e o Congresso e por pedidos de uma intervenção militar.

Até agora, ao menos 12 perfis - entre deputados e empresários - já entraram na mira da investigação das fake news. O caso é acompanhado com apreensão pelo Planalto por mirar a militância digital bolsonarista.

Em março, o Estadão revelou que o inquérito das fake news identificou empresários bolsonaristas que estariam financiando ataques contra ministros da Corte nas redes sociais. As investigações estão adiantadas e atingem até mesmo sócios de empresas do setor de comércio e serviços, todos apoiadores de Bolsonaro.

Procurado pela reportagem, o deputado Daniel Silveira disse que as manifestações foram pacíficas. "Não tem nada a ver com o que eles acusam. É constitucional a livre manifestação de pensamentos", afirmou. O gabinete de Junio Amaral não respondeu aos contatos da reportagem. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Pressionado pela crise na área de saúde e ameaçado de impeachment, o presidente da República, Jair Bolsonaro, participou neste domingo de um ato de apoio ao seu governo, em Brasília. Da rampa do Palácio do Planalto, Bolsonaro posou para fotos com 11 de seus 22 ministros, cantou o hino nacional e adotou um discurso ameno em uma transmissão ao vivo do ato. "Nenhuma faixa, nenhuma bandeira que atente contra nossa Constituição, contra o Estado de Direito", disse o presidente, em relação aos manifestantes.

O comentário marca uma diferença em relação à postura adotada em atos anteriores, como o do dia 19 de abril, quando Bolsonaro participou de manifestação contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso, em frente ao quartel-general do Exército. Outra diferença foi a presença de ministros militares, como o general Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo), que é da ativa, o general Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), o almirante Bento Albuquerque (Minas e Energia) e Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia), coronel da Aeronáutica.

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O Estadão apurou que o presidente fez chegar aos líderes do ato de apoio ao seu governo um pedido para que evitassem faixas e palavras de ordem contra o STF e o Congresso. Bolsonaro, segundo um auxiliar direto, fez o pedido pessoalmente, justificando que a insurgência contra os demais poderes não o estava ajudando. Organizadores da manifestação foram incumbidos de pedir aos apoiadores que recolhessem as faixas. Apesar disso, alguns cartazes permaneceram.

Faixas

Em frente ao palácio, centenas de pessoas empunhavam bandeiras do Brasil e faixas de apoio ao presidente. Mas algumas delas também traziam provocações, como "Nossa bandeira jamais será vermelha", em referência aos partidos de esquerda, e "Cloroquina já", em defesa do uso do medicamento no tratamento de infectados com a covid-19.

Havia ainda um caixão com o nome do ex-ministro da Justiça Sérgio Moro. Uma faixa dizia: "Soldados Especialistas da Aeronáutica apoiam Bolsonaro". O Ministério da Defesa não se manifestou a respeito.

Bolsonaro chegou à rampa acompanhado dos ministros e de um dos filhos, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) também apareceu depois no local. Ele cobrava a participação dos ministros de origem militar no apoio mais ostensivo ao governo do pai. Para inflamar os manifestantes, Carlos ergueu os braços de vários ministros, como se os estivesse apresentando ao público pela primeira vez. "Deixa ver se você tem moral", chegou a dizer o presidente a um ministro antes de apresentá-lo.

Entre os ministros, estava a da Agricultura, Teresa Cristina, que entrou recentemente na lista de autoridades com cargos ameaçados, assim como Marcos Pontes. Em Brasília, especula-se que Pontes pode dar lugar a um representante do Centrão, que se aproximou recentemente do presidente. O Ministro da Economia, Paulo Guedes, não participou do ato.

Na rampa, Bolsonaro chegou a ficar por cerca de 4 minutos em silêncio, apenas observando os manifestantes. Eles cantaram o hino nacional e entoaram gritos de apoio. Após fazer transmissão ao vivo em suas redes sociais, Bolsonaro pegou no colo uma criança vestida com roupa do Batalhão de Choque da PM de Minas Gerais.

Com a criança, desceu a rampa e andou próximo à grade do palácio, mais perto do público. Ao contrário do visto em episódio anterior, no entanto, Bolsonaro não deu as mãos aos apoiadores, mantendo distância. Ele estava de máscara, assim como os ministros.

Jornalista agredida

Uma apoiadora do presidente Jair Bolsonaro bateu com o mastro de uma bandeira do Brasil na cabeça de uma jornalista da Band News TV que esperava para entrar ao vivo pela emissora durante manifestação em apoio ao governo, na capital federal. O episódio ocorreu pouco antes da participação de Bolsonaro no ato.

Depois da agressão, a repórter Clarissa Oliveira relatou que o tom dos manifestantes foi "bastante agressivo" em relação à imprensa. A responsável pela agressão, de acordo com ela, circulava com a bandeira do Brasil chamando profissionais da imprensa de "lixo". Após acertar com a bandeira na cabeça da profissional, a mulher riu da situação e pediu desculpas, ainda aos risos. Em nota, a direção de jornalismo da Band lamentou "mais essa prova de desrespeito ao trabalho da imprensa". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente Jair Bolsonaro afirmou neste domingo (17), na rampa do Planalto, em Brasília, que no ato que acontece em frente do palácio não há nenhuma faixa que atente contra a Constituição e o Estado Democrático de Direito. Bolsonaro deu parabéns aos manifestantes por não portarem nenhum cartaz com mensagens contra a democracia, como as que defendiam em outros protestos o fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF).

"O governo federal tem dado todo o apoio para atender às pessoas que contraíram o vírus, e esperamos brevemente ficar livre dessa questão, para o bem de todos nós. O Brasil com certeza voltará mais forte. O que nós queremos é resgatar os valores que formam nossa nacionalidade, respeita a família, ter uma a boa política externa. Tenham certeza que movimentos como esse fortalecem o nosso Brasil acima de tudo", declarou o presidente.

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Acompanham o presidente na rampa dez ministros, entre eles Onyx Lorenzoni (Cidadania), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Marcos Pontes (Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações), André Mendonça (Justiça e Segurança Pública), Abraham Weintraub (Educação) e Bento Albuquerque (Minas e Energia). Também está presente o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), um dos filhos do presidente. Todos usam máscaras de proteção.

Nas faixas em frente ao Planalto há dizeres como "Nossa bandeira jamais será vermelha" e "Brasil acima de tudo, Deus acima de todos". Há também manifestantes com Bandeiras do Brasil, além de Estados Unidos e Israel.

Ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT) usou o Twitter para rechaçar a participação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em manifestação, nesse domingo (19), que defendia a intervenção militar e uma nova edição do Ato Institucional número 5, um dos mais duros da época da ditadura militar no Brasil. 

Na publicação, Haddad, que também concorreu ao cargo de presidente do país nas eleições de 2018 e foi derrotado por Bolsonaro no segundo turno, chamou o mandatário de "verme" e pontuou que o "dia do fora já chegou", sem citar diretamente uma ação de impeachment contra o chefe do Executivo.

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"O verme, mais uma vez, diz a que veio. Até quando os democratas suportarão tanta provocação, sem nada fazer? O dia do fora já chegou!", escreveu o petista no microblog. 

Haddad não foi o único que repudiou a atitude do presidente desse domingo. Dezenas de políticos argumentaram que Jair Bolsonaro estava colocando a vida em risco e incentivando outros a fazerem o mesmo, uma vez que o Ministério da Saúde e a Organização Mundial da Saúde recomendam o isolamento social diante da pandemia do novo coronavírus. Atos com a mesma defesa do que aconteceu em Brasília com a participação de Bolsonaro também ocorreu em outras capitais do país. 

Além da questão sanitária, foi repudiado ainda o fato das manifestações irem de encontro ao que diz a Constituição Brasileira e ao regime democrático instalado desde o fim da ditadura. 

As medidas de confinamento para conter a pandemia do novo coronavírus são difíceis de suportar para alguns americanos que realizaram nesta semana manifestações contra as restrições e em apoio ao presidente Donald Trump, ansiosos por reativar a economia do país.

Dezenas de opositores das medidas de quarentena se reuniram nesta quinta-feira (16) em frente ao Capitólio de Richmond, sede do governo do estado da Virgínia. Eles estavam protestando contra a extensão até 8 de maio de um decreto de emergência sanitária que fechou muitas empresas e proibiu as reuniões de mais de dez pessoas para impedir a epidemia do novo coronavírus.

No dia anterior, cerca de 3.000 pessoas fizeram uma carreata em Lansing, capital do estado de Michigan, desafiando o decreto de confinamento emitido pela governadora democrata Gretchen Whitmer. A iniciativa, organizada por uma coalizão de grupos conservadores chamados "Residentes de Michigan contra quarentena excessiva", causou um congestionamento no centro da cidade.

Centenas de pessoas se reuniram do lado de fora do prédio do governo, exibindo placas "Fim ao confinamento", "Queremos trabalhar" ou "Viva livre ou morra". Grupos carregando armas automáticas e coletes à prova de balas se misturavam com famílias que vieram protestar contra as medidas implementadas até 30 de abril.

Eles criticaram, em particular, o fechamento de negócios considerados "não essenciais", que mergulharam os proprietários e funcionários dessas lojas na crise. Outros compararam Whitmer a Adolf Hitler. Duas queixas foram apresentadas aos tribunais por violação da Constituição.

"Podem ficar bravos", disse a governadora democrata na CNN na quinta-feira. "Se eles se sentem bem em me atacar, tudo bem", afirmou Whitmer, dirigindo-se aos manifestantes. Ela declarou que entende aquelas pessoas que "ficam um pouco loucas por ficar em casa" e que se preocupam "com o trabalho ou como pagar as contas".

"O lamentável é que estar do lado de fora tem mais chances de espalhar a Covid-19", que deixou 1.900 mortos neste estado industrial, que possui um dos maiores numeros de falecimentos no país. A maioria dos residentes de Michigan acredita, no entanto, que Whitmer está administrando bem a crise.

Outros protestos para encerrar o confinamento ocorreram nos últimos dias na Carolina do Sul, Kentucky e Ohio. Iniciativas semelhantes foram convocadas para sábado em Concord, New Hampshire e Austin, Texas.

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As polícias Militar e Civil do Pará organizaram grande operação para impedir carreata que desestimula o isolamento social, no domingo (30), programada para ocorrer em diversas ruas de Belém. A manifestação seguia o slogan “O Brasil não pode parar” e também infringiu a medida de não aglomeração do governo do Estado.

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Onze manifestantes foram detidos e levados para a Seccional de Polícia da Cremação. Todos assinaram Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO).

Em uma rede social, o Detran (Departamento Estadual de Trânsito do Pará) informou que o organizador da carreata, identificado como o coronel reformado da PM Alcebíades Maroja, candidato a deputado estadual nas últimas eleições pelo PRP, estava em um veículo com licenciamento atrasado desde 2015 e tinha R$ 22 mil em multas. O carro foi apreendido.

Além da caminhonete do organizador da carreata, uma moto sem placa também foi apreendida e levada para o pátio do Detran. O dinheiro das multas será convertido em equipamentos para profissionais de saúde para prevenção do coronavírus, como 600 caixas com 50 luvas e 300 caixas com 10 máscaras, segundo publicações do governo nas redes sociais.

Na última semana apoiadores do presidente Jair Bolsonaro organizaram a carreata “O Brasil não pode parar” chamando trabalhadores autônomos e assalariados para descumprirem a ordem governamental de isolamento social devido ao coronavírus. O governador Helder Barbalho proibiu qualquer tipo de manifestação que resulte em acumulação de pessoas.

Ações foram feitas em todo o Estado para coibir as carreatas. Em Belém foram empregados 288 policiais militares e 28 agentes do Detran, distribuídos por locais estratégicos, segundo o comando geral da PM e a superintendência do Detran.

Por volta das 7 horas da manhã de domingo a mobilização dos agentes de segurança começou, fechando a escadinha e subida da avenida Presidente Vargas, e depois diversas ruas e avenidas, para bloquear a carreata. Manifestantes tentaram furar o bloqueio várias vezes.

Por volta das 10h30 os organizadores foram conduzidos para a delegacia por infração de medida sanitária. Caso sejam flagrados praticando ou incentivando novas ações que promovam aglomerações, desestimulem o isolamento social ou qualquer recomendação da OMS (Organização Mundial da Saúde), serão presos.

O comandante geral da Polícia Militar, Dilson Júnior, reforçou o pedido para que as pessoas fiquem em casa. "Profissionais da área da segurança pública e da saúde estão trabalhando e arriscando suas vidas em prol de toda a sociedade. O que nós pedimos é que todos fiquem em casa e cumpram as orientações dos cientistas, do Ministério da Saúde, o decreto governamental que recomenda o afastamento social de todos até passar essa pandemia", afirmou.

Sobre as acusações de abuso de poder e impedimento de manifestações nas ruas, o secretário de Segurança Pública, Ualame Machado, destacou que o decreto estadual de isolamento deve ser obedecido. "Não vamos abrir mão disso. Existem direito e garantias constitucionais para todos nós, o direito à vida, à liberdade de expressão, à livre movimentação, manifestação, mas todos esses direitos podem ser relativizados. Menos a vida, não existe meia vida, você pode restringir a liberdade mas a vida, não. Estamos aqui para garantir a todos o direito à vida, e não vamos admitir quem quer que seja descumprir a lei e desrespeitar o direito à vida”, assinalou.

Por Filipe Bispo.

Aliado do presidente Jair Bolsonaro, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), cobrou "responsabilidade" contra disseminação do novo coronavírus no Estado e foi vaiado durante manifestação pró-governo.

"Sou um dos poucos (entre os governadores) que apoiam Bolsonaro. Mas vocês têm de entender que sou médico. E vocês precisam entender, a menos que não estejam olhando ao mundo, que vocês precisam mais do que nunca ter responsabilidade e não fazer aglomerações que provoquem disseminação do novo coronavírus", disse Caiado, sob fortes vaias.

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O governador afirmou ainda aos manifestantes que baixará um decreto para impedir eventos, jogos de futebol e carros de som no Estado, para evitar a propagação do vírus.

"Na hora que morrer um da família, vocês vão estar chorando na porta do Palácio (do governador). Vocês precisam ter noção de seriedade. Não se mostra apoio ao governo colocando em risco a sua população", disse Caiado.

Atropelando recomendações do Ministério da Saúde, porém, o presidente Bolsonaro esteve na manifestação de Brasília. Ele cumprimentou diversos apoiadores e pegou em vários celulares para fazer selfies. Em certo momento, esteve com o rosto colado ao de seus fãs.

O governo recomenda que sejam evitadas aglomerações. Diz ainda que evitar contato, tocar as mãos, e dividir objetos, como celular, é uma questão de bom senso.

O ex-ministro da Educação Mendonça Filho (DEM) defendeu a polêmica manifestação marcada para o próximo dia 15 de março. Ele reforçou a liberdade de manifestação e descreveu o ato como uma "prática democrática".

"Cobrar do executivo, do judiciário e do próprio poder legislativo é próprio da democracia", pontuou ao Portal da Prefeitura. Ao enfatizar o Congresso, Mendonça também criticou a falta da votação da ID Estudantil digital - documento que assumiria a Carteira de Estudante.

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"Eu acho que foi um erro do Congresso Nacional não votá-la. É um direito do estudante", afirmou, antes de criticar o atual método de registro de estudantes: "não pode virar um cartório da União Nacional de Estudantes (UNE) e do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) como é atualmente", avaliou.

Mesmo favorável às manifestações que pressionam a Câmara dos Deputados e dos Senadores, Mendonça alertou sobre o impasse na gestão dos poderes. "Se porventura, se tem uma briga institucional pela ocupação do espaço de poderes da república, quem sai perdendo é a própria população", concluiu.

Centenas de partidários da oposição russa se reuniram neste sábado para protestar contra as reformas constitucionais do presidente Vladimir Putin e em memória do opositor Boris Nemtsov, assassinado há cinco anos.

Trata-se da primeira manifestação importante desde o anúncio de Putin de revisar a constituição e também da primeira desde o movimento de protesto de 2019 em Moscou para pedir eleições livres, manifestações duramente reprimidas pelas autoridades.

As manifestações deste sábado também lembram a morte de Nemtsov, uma das principais vozes contra Putin até seu assassinato em fevereiro de 2015. Cinco pessoas foram condenadas, mas o autor intelectual ainda está desaparecido.

Em Moscou, centenas de pessoas saíram às ruas neste sábado com retratos e faixas de Nemtsov com algumas das frases mais famosas do oponente.

Em São Petersburgo, a segunda cidade da Rússia, cerca de 2.000 pessoas foram às ruas em direção a um monumento dedicado às vítimas da repressão política.

A manifestação, autorizada pelo governo, é a primeira grande desde que Putin anunciou uma revisão da constituição que reforçará várias das prerrogativas do presidente e reforçará o papel do Conselho de Estado, um órgão até agora consultivo.

Segundo os analistas, a reforma servirá para que Putin, que termina seu mandato em 2024 e não pode ser reeleito, mantenha sua influência e fortaleça o sistema político que ele constrói há 20 anos.

Mobilizadas novamente nas ruas de México, Argentina e Chile, as feministas latino-americanas mantêm a pressão sobre seus governos, decididas a conseguir avanços concretos contra a violência de gênero e a favor do aborto.

Em 19 de fevereiro, milhares de mulheres argentinas se concentraram mais uma vez em frente ao Congresso de Buenos Aires. Foi a primeira mobilização do ano a favor da legalização do aborto, um tema que querem que seja debatido rapidamente pelos legisladores.

"Desta vez será histórica!", diz Mabel Gabarra, advogada e fundadora da Campanha pelo Direito ao Aborto Legal, Seguro e Gratuito, uma demanda que não parou de crescer há uma década e que agora está no centro do debate político.

Depois que o Senado argentino rejeitou a legalização do aborto, em agosto de 2018, as feministas contam agora com a renovação parcial da Câmara Alta nas eleições de dezembro, que deram maioria à coalizão do presidente de centro-esquerda Alberto Fernández.

O presidente declarou reiteradas vezes sua opinião favorável à modificação da lei - que atualmente só autoriza o aborto em caso de estupro ou em caso de risco de vida para a mãe -, mas sem mencionar a legalização desta prática.

"A história dos movimentos feministas mostram que as mobilizações devem impor um equilíbrio de poder, é preciso manter a pressão", afirma a historiadora Lissell Quiroz-Pérez, especialista em América Latina e em feminismo da Universidade de Rouen (França), que destaca a enorme mobilização das argentinas nos últimos anos sobre temas feministas.

No Chile, palco há mais de quatro meses de uma mobilização sem precedentes contra a desigualdade social, salpicada por violência policial, incluindo casos de agressão sexual, as feministas se envolveram nos protestos.

Em 25 de novembro, as jovens do coletivo LasTesis realizaram em Santiago a performance "Un violador en tu camino" (Um estuprador no seu caminho), em que denunciaram as faltas do Estado, da Justiça e da Polícia na luta contra a violência de gênero.

- "Políticas eficazes" -

Ainda que a partir de uma mobilização gigantesca, o país tenha adotado em 2017 uma lei para descriminalizá-lo nos casos de risco de vida para a mãe, estupro e inviabilidade do feto, "no Chile ainda não temos uma lei contra a violência de gênero, ainda existe um Parlamento que não compreende a importância de erradicar este tipo de violência", explicou Claudia Dides, diretora da ONG feminista Miles.

O hino do LasTesis deu volta ao mundo e esteve presente na manifestação de 19 de fevereiro em Buenos Aires, outra demonstração da multiplicação de pontes entre os movimentos feministas latino-americanos nos últimos anos, embora os contextos sejam às vezes muito diferentes.

Se as mulheres no Uruguai, em Cuba e na Cidade do México podem abortar livremente, as da América Central enfrentam leis antiaborto especialmente duras.

Em outros lugares, onde o acesso é restrito, as feministas estão lutando para promover a causa. Na Colômbia, por exemplo, o Tribunal Supremo deve se pronunciar até o fim do mês sobre uma possível legalização.

No México, a chegada ao poder, no final de 2018, do primeiro governante de esquerda havia dado às feministas a esperança de que o tema da violência contra a mulher fosse levado mais em conta.

Infelizmente, as estatísticas assustadoras - mais de mil feminicídios em 2019, segundo as autoridades - e os assassinatos recentes de uma mulher e de uma criança revelaram mais uma vez as deficiências das instituições e de um governo completamente superado.

As feministas mexicanas reivindicaram ao presidente Andrés Manuel López Obrador "políticas públicas eficazes para combater a violência contra as mulheres". O mesmo lema foi ouvido no Peru, onde o número de feminicídios em 2019 foi o mais alto em uma década.

"Os movimentos feministas na América Latina são muito dinâmicos, alertam, se mobilizam com mais força" do que em outras partes, destaca Lissell Quiroz-Pérez, que lembra a aprovação de "leis pioneiras" em vários países da região sobre paridade, feminicídio e violência de gênero.

"Mas na prática, sua aplicação se vê obstruída pelo machismo das instituições", acrescentou.

Ao menos 27 pessoas ficaram feridas neste domingo (19) em novos protestos contra o governo em Bagdá, capital do Iraque, e também no Sul do país. As manifestações haviam perdido força em meio à escalada de tensões entre Irã e Estados Unidos nas últimas semanas, mas os manifestantes tentam trazer a atenção da opinião pública de volta ao movimento.

Com o recuo na crise regional, ativistas iraquianos deram ao governo um prazo de uma semana para agir em relação às demandas de reforma política. Se o prazo não for cumprido, os manifestantes afirmam que irão aumentar a pressão em novas demonstrações públicas.

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Conflitos entre manifestantes e forças de segurança deixaram ao menos 27 pessoas feridas no centro de Bagdá neste domingo. As forças dispararam bombas de gás lacrimogêneo para dispersar grupos na praça Tayaran e perto da ponte Sinak, ferindo 23 pessoas, de acordo com um ativista e dois médicos. Quatro policiais ficaram feridos após alguns manifestantes jogarem pedras nas forças de segurança.

Três ativistas iraquianos afirmaram que novas manifestações estão planejadas para os próximos dias, uma vez que os manifestantes tentam trazer o foco da atenção pública de volta ao seu movimento de massas.

A onda de manifestações começou em 1º de outubro do ano passado, quando milhares de iraquianos foram às ruas para reclamar da corrupção do governo, de serviços públicos precários e da falta de empregos. Eles demandam ainda o fim do sistema político sectário do país, além de eleições antecipadas e da renúncia da elite no comando do Iraque.

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