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A ativista Mônica Tereza Benício, viúva da vereadora Marielle Franco (PSOL) que foi executada a tiros junto com seu motorista, Anderson Gomes, na noite de 14 de março de 2018 no Rio de Janeiro, declarou em entrevista à coluna de Jamil Chade que Jair Bolsonaro (sem partido) age como um imperador ao tentar interferir na Polícia Federal. Apesar da prisão de Ronie Lessa, apontado como atirador, e de Elcio Vieira de Queiroz, motorista do carro de onde partiram os disparos, os motivos e mandantes do crime continuam sem resposta. 

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) votará, na próxima quarta-feira (27), para decidir se o caso de Marielle deve ou não ser federalizado. A possibilidade, segundo Mônica, assusta a família, que teme que as investigações passem para a Polícia Federal, diante das últimas notícias sobre possíveis tentativas de intervenção de Bolsonaro na instituição. A família, inclusive, criou o site www.federalizacaonao.org, opondo-se à federalização do caso.

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“Considerando as últimas falas do presidente que colocou publicamente que intervir na Polícia Federal, que pediu interferência no caso da Marielle, que mandou a PF interrogar o suspeito de ser atirador e que tem cópia do inquérito, a maior preocupação é que a PF, que Bolsonaro quer intervir, controlar, comande o caso da Marielle. Ele sempre desrespeitou a memória dela e as bandeiras dela. Temos, portanto, muito medo de que o caso vá para as mãos da PF e que seja conduzido para um final que não tenha compromisso com as verdades do fato. Ou que seja arquivado ou postergado”, disse a viúva da vereadora. 

Mônica afirma ainda que o temor da família não é infundado nem parte de suposições, uma vez que o próprio Bolsonaro afirmou que pediu informações e interferiu nas investigações do caso do assassinato de Marielle e Anderson. 

“Não é uma especulação. Ele declarou isso, que fez uma intervenção, que pediu para a PF fazer uma intervenção no caso. Independente de qual motivo seja, ele não poderia ter feito isso (...) Em muitos episódios já tivemos o nome da família Bolsonaro sendo mencionado nas investigações por alguns motivos. Seja pelo filho 04 ter podido namorar a filha do Roni Lessa, que é o acusado de ser o atirador, seja pelo porteiro. São muitos os fatores que mencionaram o nome da família. Se tem responsabilidade ou não, se tem envolvimento ou não, são as investigações que devem mostrar. Mas é inaceitável que o presidente se comporte como um imperador. E é o que ele tem feito”, disse Mônica. 

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Um mural em Ribeirão Preto com o retrato de Marielle Franco, vereadora assassinada em março de 2018, no Rio de Janeiro, foi pichado com insultos, em Ribeirão Preto, interior de São Paulo. Sobre o rosto da militante dos direitos dos negros e das mulheres foram grafadas, com tinta vermelha, as palavras "vaca" e "foi tarde".

O grafite havia sido pintado em maio de 2018 pelo artista Áureo Melo, o "Lobão", em um muro da avenida Maurílio Biagi, na zona leste da cidade, como homenagem à política.

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O vandalismo gerou repercussões em redes sociais.

A advogada Maria Eugênia Biffi, presidente da Comissão de Diversidade Sexual e de Gênero da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Ribeirão Preto, vai pedir aos órgãos policiais a apuração da autoria.

Segundo ela, a mensagem deixada pelo autor do vandalismo reproduz condutas machistas e discriminatórias, que atentam contra princípios constitucionais e os direitos das mulheres.

"A mensagem pichada afronta a história dos movimentos sociais e das lutas das minorias, já que Marielle era parte significativa dos ganhos políticos de mulheres, negros e LGBTI", disse em nota.

A Secretaria da Cultura do município vai contatar o artista, que é de Ribeirão Preto, mas tem ateliê no Rio de Janeiro, para refazer o grafite.

Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes foram assassinados a tiros dentro do carro dirigido por ele, no Rio, onde ela exercia o mandato de vereadora pelo PSOL.

Dias antes de morrer, ela havia denunciado a violência policial em comunidades cariocas.

O PM reformado Ronnie Lessa e o ex-PM Élcio Vieira de Queiroz foram presos pelos crimes. A Polícia Federal ainda apura se eles agiram a mando de alguém.

Na noite do dia 14 de março de 2018, a vereadora carioca Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes foram mortos a tiros no Estácio, região central do Rio de Janeiro, quando o carro em que estavam foi atingido por diversos disparos. Quatro tiros acertaram a vereadora e três, o motorista.

Marielle voltava de um evento na Lapa, chamado Jovens Negras Movendo as Estruturas, quando teve o carro emparelhado por outro veículo, de onde partiram os tiros. Uma assessora da parlamentar, que também estava no carro, sobreviveu aos ataques. As câmeras de monitoramento de trânsito existentes na região estavam desligadas.

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Eleita com 46,5 mil votos, a quinta maior votação para vereadora nas eleições de 2016, Marielle Franco estava no primeiro mandato como parlamentar. Oriunda da favela da Maré, zona norte do Rio, Marielle tinha 38 anos, era socióloga, com mestrado em administração pública e militava no tema de direitos humanos.

Investigações

O desdobramento mais recente da investigação dos assassinatos foi a decisão da Justiça de mandar a júri popular os dois homens acusados pelas mortes: o sargento da reserva da Polícia Militar Ronnie Lessa e o ex-policial Élcio Queiroz. Eles estão presos na Penitenciária Federal de Porto Velho desde março do ano passado e negam participação nos dois assassinatos.

Na decisão proferida no último dia 10, o juiz Gustavo Gomes Kalil, da 4ª Vara Criminal da Capital, explicou que a qualificação do homicídio doloso, quando existe a intenção de matar, foi dada porque os réus agiram por motivo torpe, armaram uma emboscada e dificultaram a defesa das vítimas. Ambos estão respondendo por homicídio triplamente qualificado.

Após as prisões de Lessa e Queiroz, em março do ano passado, os familiares de Marielle e Anderson pediram esclarecimentos sobre os mandantes do crime e a motivação do assassinato.

Armas

No último dia 12, Queiroz foi interrogado pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ) e afirmou que as armas encontradas em sua casa por policiais civis e promotores de Justiça serviam para a proteção de sua família e foram compradas quando ele ainda estava na corporação.

O ex-PM foi ouvido no processo em que responde por posse ilegal de arma de fogo de uso restrito. Foram encontradas em sua casa duas pistolas e mais de 100 munições, a partir de um mandado de busca e apreensão relativo ao processo que investiga os assassinatos da parlamentar e do motorista.

Ex-PM morto

O ex-capitão do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) da Polícia Militar do Rio de Janeiro Adriano Nóbrega foi morto no último dia 9 de fevereiro, durante operação policial, no município de Esplanada, na Bahia. Nóbrega era investigado por diversos crimes, e procurado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro. Ele também era procurado pelo envolvimento nas mortes da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Franco.

Federalização

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) vai decidir sobre o pedido de federalização da investigação aberta no Rio de Janeiro para apurar supostas irregularidades na investigação do assassinato da parlamentar e do motorista Anderson Gomes.

Em setembro do ano passado, a então procuradora-geral da República Raquel Dodge pediu ao STJ que as investigações fossem retiradas do âmbito da Justiça estadual e passassem a ser conduzidas pela Justiça Federal.

Representantes da Polícia Civil e do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) criticaram em outubro do ano passado a possibilidade de federalização das investigações. Para o chefe do Departamento Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa, Antonio Ricardo, qualquer mudança na investigação seria um retrocesso.

"Qualquer tentativa de retirada da investigação do rumo que está seguindo será extremamente prejudicial à continuidade investigativa", disse o delegado, que afirmou que os trabalhos estão avançados e somente o trabalho de se inteirar sobre o que já foi apurado demandaria muito tempo. "Se eventualmente isso acontecer, certamente será um retrocesso para a investigação."

A promotora do MPRJ e coordenadora do Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Simone Sibilio, disse que o pedido de federalização é "desarrazoado", porque precisaria haver inércia ou omissão da esfera local para justificá-lo. "Se há uma coisa que não tem nesse caso é inércia e descaso", disse Simone, afirmando que todos os esforços foram feitos para que se chegasse à denúncia contra os supostos executores do crime.

Ao ser reconduzido ao cargo para mais dois anos de mandato à frente do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, em janeiro do ano passado, o procurador-geral de Justiça do estado, Eduardo Gussem, disse não ter dúvidas de que o assassinato está relacionado a grupos de milicianos.

Em homenagem à memória da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, assassinados no dia 14 de março de 2018, no Rio de Janeiro, um grupo de mulheres do PSOL vai se reunir nesta sexta-feira (13), no centro do Recife. 

Há dois anos, Marielle e Anderson Gomes foram alvejados enquanto passavam de carro em um bairro da região central do Rio de Janeiro. Na semana de aniversário da morte da vereadora, ainda há o questionamento sobre quem foi mandante do crime. 

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A passeata no Recife terá concentração às 16h, na escadaria do Tribunal de Justiça de Pernambuco, em frente à Praça da República. O grupo sairá em caminhada do TJPE até a antiga Ocupação Marielle Franco, localizada na Praça da Independência, bairro de Santo Antônio. 

Além das militantes do partido, também estarão presentes grupos feministas e integrantes de ONGs. Materiais informativos sobre o caso Marielle serão distribuídos.

A Anistia Internacional, entidade internacional de defesa dos direitos humanos, manifestou-se nesta terça-feira (10) no Brasil sobre a decisão judicial de levar a júri popular Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, os dois acusados de matar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes, em 14 de março de 2018.

"É importante ver que o processo está caminhando. A decisão sobre o júri popular indica que a tese do Ministério Público do Rio de Janeiro sobre a responsabilidade dos dois acusados foi aceita", afirmou a diretora executiva da Anistia Internacional Brasil, Jurema Werneck.

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"Há ainda outros passos, e a Anistia Internacional demanda que eles sejam submetidos a julgamentos justos, transparentes, imparciais e céleres, que respeitem as diretrizes internacionais de direitos humanos", seguiu Jurema, que cobrou o esclarecimento dos aspectos ainda obscuros do caso.

"Às vésperas deste terrível crime completar dois anos, reforçamos que o caso só estará completamente solucionado quando todos os envolvidos tiverem sido identificados e levados à justiça. E quando se esclarecerem suas motivações. Por isso, seguimos e seguiremos perguntando: Quem mandou matar Marielle, e por quê?", questionou.

O policial militar reformado Ronnie Lessa e o ex-PM Élcio de Queiroz, acusados de matar a vereadora Marielle Franco (PSOL) e o motorista Anderson Gomes, vão a júri popular.

A decisão foi tomada nesta terça-feira (10) pelo Tribunal de Justiça do Rio, quatro dias antes de o crime completar dois anos.

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"O embate entre a tese ministerial (do Ministério Público) e as defensivas deve ser decidido pelo Tribunal Popular", escreveu o juiz Gustavo Gomes Kalil, citado pelo portal G1.

O juiz considerou que Élcio de Queiroz e Ronnie Lessa agiram por motivo torpe, armaram uma emboscada e dificultaram a defesa das vítimas.

Foto: Polícia Civil

De acordo com denúncia apresentada pelo Ministério Público do Rio, Ronnie Lessa teria disparado os tiros que mataram a vereadora e o motorista, enquanto Élcio Queiróz teria dirigido o carro usado no crime.

Os dois estão presos há um ano e cumprem a pena em penitenciárias de segurança máxima.

Marielle e Anderson foram atingidos em 14 de março de 2018 por tiros de uma submetralhadora por homens em um carro que seguia o que eles estavam.

Somente em 12 de março de 2019, dois dias antes de completar um ano do crime, Élcio de Queiroz e Ronnie Lessa foram presos. Até hoje, não se sabe quem mandou matar Marielle e os motivos do assassinato.

Da Sputnik Brasil

A história da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco, morta a tiros no dia 14 de março de 2018, na capital carioca, vai ganhar as telas da TV em uma série documental. Marielle - O documentário, estreia na próxima quinta (12), na TV Globo, após o BBB. Já na sexta (13), todos os seis episódios da série estarão disponíveis no Globoplay. 

Marielle - O documentário conta com conteúdo audiovisual inédito e marca o início da produção de séries documentais do jornalismo da Globo para o Globoplay. A série foi produzida em cinco meses, e narra detalhes da vida de Marielle e de Anderson Pedro Gomes, motorista que foi morto no mesmo episódio que vitimou a vereadora. 

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Segundo Erick Brêtas, diretor de produtos e serviços digitais da Globo, a série pretende questionar os motivos pelos quais o caso ainda não foi solucionado: "Não existe história mais urgente no Brasil hoje do que a história da Marielle Franco. Em nenhum momento a gente tenta investigar quem matou Marielle. Não é uma investigação que nós entendamos que seja responsabilidade nossa, mas acho que o documentário responde à pergunta: ‘por que até hoje ninguém disse quem matou e quem mandou matar Marielle?’, disse em entrevista ao G1. 

A produção conta com entrevistas com os familiares das vítimas, policiais, jornalistas que cobriram o caso, procuradores e autoridades políticas. O documentário tem direção e roteiro de Caio Cavechini, edição e roteiro de Eliane Scardovelli e edição de Rafael Armbrust e Felippe Ferreira. A reportagem é de Leslie Leitão, Arthur Guimarães, Marco Antônio Martins, Felipe Freire, Sara Pavani e Tyndaro Menezes.

No dia 14 de março completa-se 2 anos da morte da vereadora Marielle Franco (PSOL), cujo assassinato segue sem respostas sobre quem foi o mandante. Para mostrar o desenrolar do entorno da morte parlamentar, serão lançados um documentário e uma série de ficção. Uma das produções estreia na próxima quinta-feira (12).

“Marille - O Documentário” vai apresentar pontos da investigação, do drama familiar e das fake news que surgiram após os assassinatos da vereadora e do motorista Anderson Gomes, no centro do Rio de Janeiro. A cinebiografia tem direção e roteiro de Eliane Scardovelli e Caio Cavechini que pretenderam com o obra, também reforçar a cobrança sobre “quem matou e quem mandou matar Marielle?”.

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Até agora, foram presos o policial reformado Ronnie Lessa e o ex-PM Élcio de Queiroz acusados de participação nos homicídios. 

Série narrará a vida de Marielle

Além do documentário, uma série ficcional de oito episódios terá registros da vida pessoal de Marielle Franco, mostrando a vida na adolescência, como quando ela se tornou mãe aos 15 anos de idade, até o fatídico 14 de março. Serão duas temporadas, ambas com lançamento previsto para 2021.

A série contará com a direção de José Padilha (Tropa de Elite) baseada no roteiro de George Moura e Antonia Pellegrino, amiga de Marielle. A filmagem está agora em fase de pré-produção.

O Ministério Público da Bahia apresentou pedido à Justiça para obrigar o Departamento de Perícia Técnica do Instituto Médico-Legal do Rio de Janeiro (IML) a manter 'intacto' o corpo do ex-capitão do BOPE Adriano Magalhães de Nóbrega. O objetivo é garantir a efetivação de novo exame pericial complementar.

O pedido foi feito pelos promotores de justiça Dario Kist e Gilber de Oliveira após o juiz Gustavo Kalil, da 4ª Vara Criminal do Rio, determinar na segunda-feira, 17 que não é mais necessário conservar o corpo do ex-policial.

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Clique aqui para acessar a íntegra do pedido feito pelo MP-BA.

A determinação do juiz foi proferida em sentença que extingue a punibilidade de Nóbrega em ação criminal envolvendo outros doze militares acusados de envolvimento com o Escritório do Crime, milícia ligada ao assassinato da ex-vereadora Marielle Franco (PSOL).

Nesta terça-feira, 18, o presidente Jair Bolsonaro cobrou 'perícia independente' no cadáver do miliciano. "Pelo o que estou sabendo, o MP (Ministério Público) Federal da Bahia, não tenho certeza, vai cobrar uma perícia independente hoje. É o primeiro passo para começar a desvendar as circunstâncias em que ele (Adriano) morreu e por quê. Poderia interessar para alguém a queima de arquivo. Contra quem ele teria para falar? Contra mim que não era nada. Contra mim teria certeza que os cuidados seriam outro para preservá-lo vivo", disse.

Familiares de Adriano da Nóbrega pedem na Justiça o direito de cremar o corpo do ex-capitão. O pedido, no entanto, havia sido negado na semana passada pela Maria Izabel Pena Pieranti, do Plantão Judiciário, que alegou ausência de documentos. A medida ainda está em vigor, mas impede apenas a cremação. O corpo pode ser sepultado.

"Em termos fáticos, não há mais empecilho para que a família do Adriano Magalhães da Nóbrega dê ao corpo o fim desejado, aí incluída a possibilidade de cremação. Contudo, o Ministério Público do Estado da Bahia considera prematura a medida, pois ela, nomeadamente se o for na forma de cremação, extinguirá, de modo definitivo, a possibilidade de realização de novos exames no corpo, necessários à completa elucidação das circunstância da morte".

Ao 'Estado', o advogado Paulo Catta Preta, que representou Adriano da Nóbrega, afirma que o pedido da promotoria é 'muito bem-vinda' e 'caminha no sentido desejado pelos familiares de Adriano. Segundo ele, os parentes do miliciano querem fazer uma perícia particular no cadáver, mas querem o acompanhamento de peritos judiciais e que ela seja feita nas instalações do IML do Rio.

Queima de arquivo

O ex-PM foi localizado pelo Serviço de Inteligência da polícia baiana em um sítio no interior do Estado. A versão da corporação é que Nóbrega trocou tiros com agentes, foi baleado e socorrido em um hospital da região, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.

No entanto, o próprio Adriano estava convencido de que estava sendo procurado para suposta 'queima de arquivo'. O relato foi narrado por Paulo Catta Preta e pela viúva do miliciano.

Acusado de integrar o Escritório do Crime, milícia suspeita de envolvimento na morte de Marielle Franco, Adriano da Nóbrega trabalhou no 18º Batalhão da PM com Fabrício Queiroz, o ex-assessor de gabinete de Flávio Bolsonaro, investigado por lavagem de dinheiro no esquema de "rachadinha" na Assembléia Legislativa do Rio (Alerj).

Ao deflagrar operação contra endereços ligados a Queiroz e Flávio Bolsonaro em novembro do ano passado, o Ministério Público detalhou conversas entre Nóbrega e sua ex-esposa, Danielle, que era funcionária do gabinete do então deputado estadual na Alerj.

Após reportagem do 'Estado' revelar movimentações atípicas de Queiroz, Danielle foi exonerada do cargo e cobrou explicações do miliciano em mensagens obtidas pela promotoria. Nelas, a ex-esposa de Adriano da Nóbrega afirma que ele também se beneficiava do suposto esquema de 'rachadinhas'.

O presidente Jair Bolsonaro disse, na manhã desta terça-feira (18), que já tomou providências legais para garantir uma apuração "independente" sobre a morte do miliciano Adriano da Nóbrega, suspeito na morte da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ). Ex-capitão da Polícia Militar, Adriano tinha ligação com um dos filhos do presidente, o senador Flávio Bolsonaro (Sem partido-RJ).

Em conversa com jornalistas na frente do Palácio Alvorada, o presidente indicou que tem conhecimento prévio de uma ação que poderá ser tomada ainda nesta terça pelo Ministério Público Federal da Bahia para acionar uma perícia independente.

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"Pelo o que estou sabendo, o MP (Ministério Público) Federal da Bahia, não tenho certeza, vai cobrar uma perícia independente hoje. É o primeiro passo para começar a desvendar as circunstâncias que ele (Adriano) morreu e por quê. Poderia interessar para alguém a queima de arquivo. Contra quem ele teria para falar? Contra mim que não era nada. Contra mim teria certeza que os cuidados seriam outros para preservá-lo vivo", afirmou Bolsonaro no Palácio da Alvorada.

O presidente disse que tem receio de haver distorções na perícia oficial e que alguém poderia até inserir áudios supostamente falsos para relacioná-lo ao miliciano.

"Tem outra coisa mais grave. Vai ser feita perícia no telefone apreendido com ele. Será que essa perícia poderá ser insuspeita? Porque eu quero uma perícia insuspeita. Nós não queremos que seja inserido áudios no telefone de ou conversações no WhatsApp. Que depois que se faz uma perícia se porventura, vamos deixar bem claro, se porventura, uma pessoa seja atingida, que pode ser eu, apesar de ser presidente da República, quanto tempo teria para ser feita uma nova perícia? Vocês lembram do caso do porteiro", afirmou à imprensa.

Na segunda-feira, 17, um grupo de 20 governadores divulgou carta na qual critica Bolsonaro por declarações a respeito de Adriano e com suposições sobre os eventos envolvendo a morte. O ex-policial foi morto em confronto com a polícia baiana no dia 9 e acusado de chefiar uma milícia. Hoje, Bolsonaro classificou a carta como "grave".

"Essa carta (dos governadores ) tem uma algo mais grave ali. Eles estão criticando minha postura no caso do capitão Adriano. Eu esperava que os governadores esses que assinaram sobre esse assunto específico fossem querer uma investigação isenta no caso Adriano", rebateu Bolsonaro.

O presidente reforçou que não teria interesse em uma "queima da arquivo" no caso Adriano, mas lançou suspeitas de que alguém poderia ter feito isso para prejudicá-lo. "Os peritos alegaram ali, que tudo indica, os tiros foi a queima roupa (sic), então foi queima de arquivo. A quem interessa queima de arquivo? A mim, não. Zero. O que é mais grave agora: primeiro estou pedindo, já tomei as providências legais, para que seja feita uma perícia independente. Sem isso, não tem como buscar até quem sabe matou a Marielle. A quem interessa não desvendar quem matou a Marielle. Os mesmos que não interessam desvendar o caso Celso Daniel (então prefeito de Santo André, morto em 2002)."

"Quem foi responsável pela morte do capitão Adriano foi a PM da Bahia, do PT. Precisa dizer mais alguma coisa?", disse, neste sábado (15), o presidente da República, Jair Bolsonaro. A afirmação é uma referência à morte do miliciano Adriano Magalhães da Nóbrega, morto no município de Esplanada, a 170 km de Salvador, e que no passado recebeu homenagens da família Bolsonaro.

"A medalha foi em 2005. Não tem nenhuma sentença julgada condenando o capitão Adriano por nada, sem querer defendê-lo", afirmou Bolsonaro em evento no Rio ao lado do filho e senador Flávio Bolsonaro (Sem Partido-RJ), responsável pela homenagem. O presidente disse que a homenagem foi um pedido dele ao filho.

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Perguntado sobre o motivo da morte do miliciano, Bolsonaro citou a imprensa dizendo que leu que seria "queima de arquivo".

Ao ser perguntado por que o filho condecorou o miliciano, Bolsonaro chamou o filho, Flávio, para esclarecer a homenagem. "Isso tem 15 anos", disse Flávio.

O senador lembrou que fez questão de pedir para não cremarem o corpo, já que "pelo que eu soube e como mostrou a revista Veja, ele foi torturado". "Pra falar o que? Com certeza não é pra falar sobre nós, porque não tem o que falar contra nós, não temos envolvimento nenhum com milícia", disse Flávio Bolsonaro, bem exaltado.

Bolsonaro e o filho encerraram a entrevista ao serem perguntados por que empregaram parentes do miliciano morto. Sem responder, seguiram para um evento evangélico do pastor RR Soares, na Enseada de Botafogo, zona sul do Rio.

A casa em que o miliciano Adriano Magalhães da Nóbrega foi morto no domingo (9) ainda guarda vestígios do desespero em que ele estava antes da operação policial que o encurralou. Na cidade de 30 mil habitantes, ninguém fala abertamente sobre o ocorrido. Sob anonimato, moradores relatam que Nóbrega foi visto andando armado na fazenda onde se escondeu.

Localizado à beira de uma estrada em Esplanada, no litoral norte da Bahia, o imóvel de dois quartos, visitado pelo jornal O Estado de S. Paulo nesta quarta-feira, ainda tem sinais da passagem do ex-policial. Manchas de sangue sujam o chão da sala e deixam rastros até a saída. Além do sangue, há, na casa, um colchão de solteiro sem lençol, roupas desarrumadas e uma quantidade abundante de remédios. Sobre a mesa da sala, 12 pães sem embalagem, sobrevoados por moscas. Um dos quartos está cheio de fibra alimentar para gado.

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A casa, que pertence ao vereador Gilson de Dedé (PSL), tem sete janelas. Em uma delas se vê uma marca que parece ser de bala, apesar de a polícia ainda não confirmar oficialmente.

Uma camiseta de Adriano ocupa o topo da pilha de roupas encontrada no quarto em que o miliciano ficou. A peça tem os dizeres "Vaqueiro & caveira & rico & meu tio", na vertical. O livro As 48 Leis do Poder, do escritor norte-americano Robert Greene, estava sobre o colchão.

A morte do miliciano, que estava foragido da Justiça do Rio desde janeiro de 2019, deixou a população local aflita. Com medo de represálias, moradores desconversam quando lhes perguntam onde estavam na hora da operação de domingo. Sem saber ao certo do que Adriano é acusado, moradores ficaram surpresos com a repercussão do caso. A morte agitou a pequena cidade, que tem uma réplica do Cristo Redentor.

A mais de 1.600 quilômetros dali, no Rio, Adriano é acusado de chefiar a milícia Escritório do Crime, citada nas investigações sobre a morte da vereadora Marielle Franco. O ex-capitão do Bope também é mencionado na apuração da prática de "rachadinha" no gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio. Ele se beneficiaria do esquema por intermédio da ex-mulher, que trabalhava lá. A mãe do miliciano também teve cargo no local.

A simplicidade e a bagunça da casa em que Adriano foi morto contrastam com a fazenda na qual passou a última semana de vida. Ficou nela até antes de partir, na noite anterior à morte, para a casa onde foi morto. Pertencente a Leandro Guimarães, conhecido pelas vaquejadas que organiza em Esplanada, o território é vasto e repleto de gado, coqueiros e montanhas.

Fica ali o Parque Gilton Guimarães, uma herança de família que hoje é controlada por Leandro. Ele vive no espaço com a mulher e a filha. Nos últimos dias, desde que foi preso pela Polícia e depois solto pela Justiça, ninguém sabe para onde foram Leandro e os Guimarães.

"Nunca mais vi. Só estou cumprindo minhas funções, que já sei 'de cabeça'", disse um empregado da fazenda.

O funcionário conta que por duas vezes viu Adriano, que classificou como um homem "que era grande" e "dava medo". O ex-PM estava, em uma das ocasiões, a cavalo; na outra, a pé. "Era muito fechado, só falava com o patrão", comentou. Colegas dele lhe relataram ter visto o forasteiro na última vaquejada organizada por Guimarães, em janeiro. Também há relatos de que o chefe do Escritório do Crime portava fuzil enquanto passeava pelo terreno.

A polícia da Bahia investiga quão importante era Guimarães na rede de proteção a Adriano no Estado. Os investigadores apuram ainda a suposta lavagem de dinheiro praticada pelo miliciano por meio de compra de terra e gado na região. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Agentes da Polícia Civil do Rio de Janeiro e integrantes do Ministério Público (MP) realizaram inspeção em cisternas de um condomínio em Jacarepaguá, na zona oeste da cidade, território com forte presença miliciana. O objetivo era checar informações da possível localização da arma usada na morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.

Mergulhadores inspecionaram 27 cisternas do local, mas a arma não foi encontrada.

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Durante a ação, os policias apreenderam munições e carregador de pistola. Um carro de luxo foi levado para verificação e perícia. A operação foi realizada na manhã desta quarta-feira (12).

Marielle e Anderson foram mortos na noite de 14 de março de 2018, em uma emboscada no centro do Rio, quando um carro emparelhou com o veículo em que ambos estavam, e um atirador fez 13 disparos.

Duas pessoas estão presas pelo crime: os ex-policiais militares Élcio Queiroz e Ronnie Lessa, mas, até hoje, não se conhecem nem os motivos, nem os mandantes do crime.

 

A Justiça do Rio de Janeiro impediu a cremação do corpo do ex-policial militar Adriano da Nóbrega, de 43 anos, morto no domingo passado (9), durante troca de tiros com a polícia no município de Esplanada, na Bahia. Ele é acusado de chefiar a milícia Escritório do Crime, que atua na zona oeste do Rio. Além disso, teve o nome citado na investigação que apura prática de "rachadinha" no gabinete do então deputado (hoje senador) Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) e de ter ligação com o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) ocorrido em março de 2018.

A cremação estava marcada para as 10h desta quarta-feira (12) no crematório do Cemitério São Francisco Xavier, no Caju (zona norte do Rio). Para que fosse realizada, no entanto, era necessária uma autorização judicial. O pedido de alvará de cremação foi apresentado na segunda-feira (10) ao Plantão Judiciário pela mãe de Adriano, Raimunda Veras Magalhães, e por duas irmãs dele, Daniela e Tatiana Magalhães da Nóbrega.

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Consultado, o Ministério Público do Estado do Rio manifestou-se contra a cremação. A juíza Maria Izabel Pena Pieranti decidiu não autorizar o procedimento, afirmando que faltam documentos, como a guia de remoção de cadáver e o registro de ocorrência. Além disso, segundo a magistrada, eventual cremação impediria exames que podem elucidar as circunstâncias da morte de Nóbrega. "Acaso fosse deferida a cremação, inviabilizadas estariam eventuais providências a serem levadas a efeito pela autoridade policial", escreveu Maria Izabel, que completou: "O interesse público na cabal elucidação dos fatos tem preponderância sobre o desejo de seus familiares".

Pelo Twitter, o senador Flávio Bolsonaro afirmou por volta do meio-dia desta quarta-feira que "acaba de chegar a meu conhecimento que há pessoas acelerando a cremação de Adriano da Nóbrega para sumir com as evidências de que ele foi brutalmente assassinado na Bahia. Rogo às autoridades competentes que impeçam isso e elucidem o que de fato houve".

A Polícia da Bahia investiga se o ex-oficial da Polícia Militar do Rio Adriano Magalhães da Nóbrega, morto na Bahia no último domingo (9), mantinha um esquema de lavagem de dinheiro por meio de compra de terrenos e de gado no Estado.

Foragido da Justiça desde janeiro de 2019, ele estava em território baiano havia, no mínimo, um mês e meio. Era investigado no Rio por supostamente chefiar a milícia Escritório do Crime. A quadrilha, suspeita de envolvimento na morte da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, explora comunidades pobres, promove extorsões e comete homicídios por encomenda, entre outros delitos.

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As autoridades também tentam chegar à rede de proteção que o Capitão Adriano, como era conhecido, teria mantido na Bahia durante o período em que se refugiou no local. Antes de ir para Esplanada, cidade do interior baiano onde foi encontrado pela Polícia e morto a tiros, Adriano estava em uma casa na Costa do Sauípe. Fugiu pelos fundos quando a polícia chegou. Deixou para trás uma identidade falsa e foi alcançado, dias depois, por policiais do Rio e PMs do Batalhão de Operações Especiais baiano.

O ex-PM teve a ex-mulher, Danielle Mendonça da Costa, e a mãe, Raimunda Veras Magalhães, contratadas no gabinete de Flávio Bolsonaro quando ele era deputado estadual. Ambas são investigadas por suposta participação em esquema de rachadinha (desvio de dinheiro dos seus salários para o parlamentar). Também era ligado a Fabrício Queiroz, outro ex-assessor de Flávio, filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro. Queiroz afirmou ter indicado Danielle e Raimunda para as vagas na assessoria do parlamentar. Flávio foi autor de projeto concedendo a Medalha Tiradentes, mais alta honraria do Legislativo fluminense, a Adriano.

A investigação já tem um preso: Leandro Guimarães, que organiza vaquejadas na fazenda Parque Gilton Guimarães, em Esplanada. Aberta em 2005 e registrada como empresa individual pelo dono, a empresa tem capital social de R$ 15 mil registrado na Receita Federal. Os torneios lá organizados, porém, oferecerem prêmios que chegam aos seis dígitos.

Adriano passou uma semana abrigado lá, depois de fugir, na última semana de janeiro, da Costa do Sauípe. Só saiu no sábado, véspera da morte, após saber que estavam atrás dele naquela região. Guimarães, que portava armas, foi preso no sábado e, em depoimento à polícia, alegou que escondeu Adriano por pressão dele. O fazendeiro está detido no Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco), em Salvador. O carioca, disse ele, teria se apresentado como alguém interessado em comprar terrenos no local.

Os investigadores, contudo, souberam que a relação entre os dois não começou depois que o miliciano fugiu da casa de luxo. "Ele tinha ido à Costa do Sauípe prestar algum tipo de auxílio, não sei se mantimentos... Mas que ele dava cobertura a Adriano aqui, dava", afirmou o secretário de Segurança Pública da Bahia, Maurício Barbosa. "Precisamos entender se é só esse auxílio ou se ele era usado como laranja para Adriano comprar gado, por exemplo." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Morto após confronto com a polícia da Bahia, Adriano Magalhães da Nóbrega, conhecido como capitão Adriano e acusado de chefiar um grupo miliciano, estava convencido de que queriam matá-lo, e não apenas prendê-lo. Nos últimos dias, ele e sua mulher atual relataram a pessoas próximas que tinham certeza de que havia um plano de "queima de arquivo" em curso contra ele.

O ex-capitão do Bope nunca havia falado diretamente com seu advogado, Paulo Emilio Catta Preta, até a quarta-feira passada. Foi quando, preocupado com os últimos movimentos da polícia, ligou para ele e relatou que tinha "certeza" de que queriam matá-lo para "queimar arquivo". A viúva do miliciano também fez o mesmo relato.

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"Eu estranhei ele me ligar, porque nunca havíamos conversado. Me disse que estava ligando porque estava muito aflito, que tinha absoluta certeza de que iriam atrás dele não para prender, mas para matar", disse o advogado ao jornal O Estado de S.Paulo.

Catta Preta afirmou que mantinha contato com familiares de Nóbrega. E que, por isso, não havia conversado diretamente com seu cliente até a semana passada. Ele nega que capitão Adriano tivesse uma pistola austríaca calibre 9 milímetros.

De acordo com a polícia da Bahia, o miliciano usou a arma para atirar nos policiais quando foi abordado na manhã de ontem. O advogado disse que tomará todas as "medidas cabíveis" para que a morte de seu cliente seja investigada de forma independente.

Outras pessoas próximas a Nóbrega, que preferem não se identificar, também relataram ao Estado o temor que o miliciano vinha demonstrando nos últimos dias de que poderia ser morto pela polícia.

A operação que causou a morte de capitão Adriano envolveu equipes do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) da Bahia, da Companhia Independente de Policiamento Especializado (Cipe) Litoral Norte e da Superintendência de Inteligência (SI) da Secretaria da Segurança Pública.

Foragido

Capitão Adriano era considerado foragido desde janeiro de 2019, quando a Justiça expediu 12 mandados de prisão como parte da Operação Intocáveis, que investigou um esquema de grilagem na zona oeste do Rio. Dos 12, apenas Nóbrega e Ronald Paulo Alves Pereira, foram identificados como integrantes do Escritório do Crime.

O grupo é acusado de assassinar pessoas que "atrapalham" seus interesses. Os dois prestaram depoimento como testemunhas na investigação do assassinato de Marielle Franco. A grilagem de terras na zona oeste, principal atividade dos milicianos, é apontada como pano de fundo para o assassinato.

Ex-governador do Ceará e ex-candidato a presidente nas eleições de 2018, Ciro Gomes (PDT) cobrou que o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, esclarecesse a morte do ex-policial militar Adriano Nóbrega, morto a tiros no último domingo (9), na Bahia. 

Capitão Adriano, como era conhecido entre milicianos, era considerado suspeito de envolvimento no assassinato da vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco (PSOL), e do motorista Anderson Gomes em 2018. De acordo com o jornal Estadão, antes de morrer ele já estava convencido de que seria assassinado por 'queima de arquivo'. 

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Para Ciro Gomes, caso o ministro não esclareça a ligação do miliciano com a família do presidente Jair Bolsonaro e de Fabrício Queiroz, além do assassinato de Marielle, vai se tornar cúmplice.

"Se Sérgio Moro não esclarecer cabalmente este estranhíssimo encadeamento de fatos que inequivocamente estabelece vínculos entre Bolsonaro, filhos e mulher, Queiroz, as milícias do RJ e o assassinato de Marielle e Anderson, terá se transformado em cúmplice", escreveu Ciro no Twitter. 

De acordo com o UOL, Adriano era amigo de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro, e chegou a receber homenagens do filho do presidente enquanto era deputado estadual do Rio de Janeiro. Além disso, Fabrício teria indicado a mãe e a esposa de Adriano para trabalharem no gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa. 

O vereador de São Paulo e líder do Movimento Brasil Livre (MBL), Fernando Holiday (DEM), usou o Twitter para reclamar da sanção de um projeto que dá o nome da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) para uma praça da capital paulista. A nova lei foi sancionada pelo prefeito Bruno Covas (PSDB) nessa terça-feira (28). 

Na avaliação de Holiday, a homenagem não foi adequada. O democrata também aproveitou para alfinetar a forma como a parlamentar atuava. "Não acho que Marielle foi uma boa Vereadora, discordo de quase tudo que ela defendia. Mas minha crítica a criação desta praça se deve ao fato de que ela não era uma política identificada com São Paulo, critério que é necessário para tal homenagem", escreveu.

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"Por isso, votei contra esta homenagem, pois não me pareceu adequado homenagear uma vereadora do Rio de Janeiro, mas parece que tanto a Câmara quanto o prefeito preferiram fazer média com o PSOL do que ter critério", acrescentou. 

A praça que receberá o nome de Marielle Franco fica na Brasilândia, na Zona Norte de São Paulo. Marielle foi vereadora do Rio de Janeiro pelo PSOL. Ela foi assassinada em março de 2018 junto com o seu motorista, Anderson Gomes. Dois ex-policiais estão presos pelo crime: Élcio Queiroz e Ronnie Lessa. A polícia segue investigando quem teria sido o mandante do crime. 

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), sancionou na sexta-feira, 24, a Lei 17.307/20, que batiza de Praça Marielle Franco uma área verde e de lazer da Brasilândia, distrito da zona norte da capital paulista. O espaço conta com uma quadra de esportes, bancos de cimento e algumas árvores.

A homenagem faz referência à vereadora e ativista dos Direitos Humanos Marielle Franco, morta a tiros em março de 2018 junto com o motorista Anderson Gomes. A lei advém de um projeto de autoria coletiva de mais de 30 vereadores de diferentes partidos, aprovada na Câmara Municipal no ano passado. A praça fica na rua Padre Achilles Silvestre, na altura do número 15.

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Outro projeto de lei que tramita na Câmara de São Paulo também quer oficializar o nome da vereadora em uma escadaria entre as Ruas Cristiano Viana e Cardeal Arcoverde, em Pinheiros, na zona oeste. O espaço já é popularmente chamado de Escadão Marielle Franco.

O projeto de criação de uma praça em homenagem a vereadora Marielle Franco foi vetado, nessa quarta-feira (22), pelo governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB). A justificativa dada pelo político é de que não existe um interesse público por parte da população do DF para formular a praça.

O projeto, de autoria do deputado federal distrital Fábio Felix (PSOL), foi apresentado no ano passado e aprovado pelos deputados distritais. A homenagem à Marielle Franco seria construída em frente a estação de metrô da Galeria dos Estados, no centro de Brasília. 

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O governador, por sua vez, disse que não havia uma relação da vereadora com o Distrito Federal . "[Marielle] não teria prestado serviços à população do Distrito Federal", argumentou o emedebista, acrescentando que no Distrito Federal há uma tradição, no caso de homenagens, de só nomear logradouros públicos com "apenas pessoas com vínculos diretos com a cidade". 

Para o deputado Fábio Felix, o argumento do governador é arbitrário e não contém nenhuma motivação técnica.

"Vetar o projeto é simplesmente negar reconhecimento à dimensão que tomou o legado de Marielle. Seu nome está à altura de qualquer espaço de Brasília, como está à altura de centenas de lugares do mundo", reagiu. 

O parlamentar exemplificou que em Brasília há outras praças com nomes de pessoas que não são ligadas ao Distrito Federal. 

A proibição do governador, no entanto, poderá ser derrubada pelos deputados distritais, caso haja maioria absoluta dos votos na Câmara. Dos 24 deputados, 13 precisam aprovar a retirada do veto. 

Marielle Franco foi assassinada a tiros em 2018, no Rio de Janeiro, juntamente com o motorista Anderson Gomes. 

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