Tópicos | Marta Suplicy

Desde a saída de Marta Suplicy do Partido dos Trabalhadores (PT), os ânimos ficaram alterados entre os correligionários que compõem a liderança do Governo. Em artigo publicado pela Folha de São Paulo, nesta terça-feira (27), a senadora afirmou que os erros sucessivos da gestão de Dilma Rousseff (PT) ocorreram devido aos inúmeros fatores, entre eles, a ausência de transparência no direcionamento da economia.

Confira o texto na íntegra:

##RECOMENDA##

 

 

Se tivesse havido transparência na condução da economia no governo Dilma, dificilmente a presidente teria aprofundado os erros que nos trouxeram a esta situação de descalabro. Não estaríamos agora tendo de viver o aumento desmedido das tarifas, a volta do desemprego, a diminuição de direitos trabalhistas, a inflação, o aumento consecutivo dos juros, a falta de investimentos e o aumento de impostos, fazendo a vaca engasgar de tanto tossir.

Assim que a presidenta foi eleita, seu discurso de posse acompanhou o otimismo e reiterou os compromissos da campanha eleitoral: "Nem que a vaca tussa!".

Havia uma grande expectativa a respeito do perfil da equipe econômica que a presidenta Dilma Rousseff escolheria. Sem nenhuma explicação, nomeia-se um ministro da Fazenda que agradaria ao mercado e à oposição. O simpatizante do PT não entende o porquê. Se tudo ia bem, era necessário alguém para implementar ajustes e medidas tão duras e negadas na campanha? Nenhuma explicação.

Imagina-se que a presidenta apoie o ministro da Fazenda e os demais integrantes da equipe econômica. É óbvio que ela sabe o tamanho das maldades que estão sendo implementadas para consertar a situação que, na realidade, não é nada rósea como foi apresentada na eleição. Mas não se tem certeza. Ela logo desautoriza a primeira fala de um membro da equipe. Depois silencia. A situação persiste sem clareza sobre o que pensa a presidenta.

Iniciam-se medidas de um processo doloroso de recuperação de um Brasil em crise. Até onde ela se propõe a ir? Até onde vai o apoio à equipe econômica?

Para desestabilizar mais um pouco a situação, a Fundação Perseu Abramo, do PT, critica as medidas anunciadas, o partido não apoia as decisões do governo e alguns deputados petistas vociferam contra elas. Parte da oposição, por receio de se identificar com a dureza das medidas, perde o rumo criticando o que antes preconizou.

O PT vive situação complexa, pois embarcou no circo de malabarismos econômicos, prometeu, durante a campanha, um futuro sem agruras, omitiu-se na apresentação de um projeto de nação para o país, mas agora está atarantado sob sérias denúncias de corrupção.

Nada foi explicado ao povo brasileiro, que já sente e sofre as consequências e acompanha atônito um estado de total ausência de transparência, absoluta incoerência entre a fala e o fazer, o que leva à falta de credibilidade e confiança.

É o que o mercado tem vivido e, por isso, não investe. O empresariado percebe a situação e começa a desempregar. O povo, que não é bobo, desconfia e gasta menos para ver se entende para onde vai o Brasil e seu futuro.

Acrescentem-se a esse quadro a falta de energia e de água, o trânsito congestionado, os ônibus e metrôs entupidos, as ameaças de desemprego na família, a queda do poder aquisitivo, a violência crescente, o acesso à saúde longe de vista e as obrigações financeiras de começo de ano e o palco está pronto.

A peça se desenrola com enredo atrapalhado e incompreensível. O diretor sumiu."

 

 

 

 

O dirigente nacional do PT Francisco Rocha, o Rochinha, coordenador da corrente petista Construindo um Novo Brasil (CNB), integrada por nomes como o ex-presidente Lula e a senadora Marta Suplicy, disse em entrevista que os petistas precisam "parar com o chororô e não cuspirem no prato em que comeram". E frisou: "Isso vale para a Marta e para outros correligionários porque as divergências e mágoas internas não podem ser expostas através da grande mídia. É hora de corrigir os erros e seguir em frente."

Indagado se as novas críticas de Marta ao PT e à presidente Dilma Rousseff, publicadas nesta terça-feira em um artigo, poderiam implodir as pontes que alguns dirigentes estão construindo para tentar manter a senadora nos quadros da legenda, Rochinha respondeu: "Marta Suplicy é um quadro importante, não há dúvida, ela já foi deputada, prefeita de São Paulo, ministra e voltou ao Senado. Mas ninguém é imprescindível."

##RECOMENDA##

O dirigente petista disse que a senadora é sua amiga pessoal e que pretende voltar a conversar com ela quando retornar de suas férias, no dia 30 deste mês. "Aposto no caminho da conversação." E ponderou: "Se formos analisar bem, o estilo de Marta (dizer as coisas) não é muito diferente do estilo de Dilma (presidente Dilma Rousseff)."

Apesar da forte amizade que os une e de Marta fazer parte da corrente que coordena, a CNB, Rochinha contesta a crítica que a senadora fez na entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, de que o PT poderia acabar se não mudar. "Acho que estão procurando chifre em cabeça de cavalo, o PT não vai acabar".

Francisco Rocha disse que a CNB realizou recentemente um grande seminário, com participação de 170 pessoas de 25 Estados do País, onde ficou evidente a união e o compromisso de fortalecer a legenda. "O PT é um partido eclético, com uma gama de pensamentos a favor ou contra, a CNB é um transatlântico com entra e sai, mas o importante é que não deixamos de seguir em frente."

Apesar da ponderação do coordenador da CNB, que pretende continuar as conversas com a senadora Marta Suplicy, a despeito de sua mais recente crítica ao PT e à presidente, outros dirigentes petistas acreditam que a situação dela no partido está ficando cada vez mais insustentável. A expectativa era de que, após a entrevista recheada de críticas que ela deu ao Estadão, ela buscasse o caminho do entendimento. O que acabou não ocorrendo, com o artigo que ela publicou no jornal Folha de S.Paulo.

A senadora Marta Suplicy (PT-SP) voltou a criticar nesta terça-feira (27), a presidente Dilma Rousseff e a condução da política econômica, gerida sem "transparência", "confiança" e "credibilidade". Após listar uma série de problemas que o País atravessa, da economia à saúde, a senadora decreta: "A peça se desenrola com enredo atrapalhado e incompreensível. O diretor sumiu", escreve Marta, repetindo na última frase o título do artigo publicado na edição de hoje do jornal Folha de S. Paulo.

O texto de Marta Suplicy tem críticas às recentes medidas adotadas pela equipe econômica da presidente, chamadas de "maldades", e diz que Dilma está "fazendo a vaca engasgar de tanto tossir". "É óbvio que ela sabe o tamanho das maldades que estão sendo implementadas para consertar a situação que, na realidade, não era rósea como foi apresentada na eleição", afirma.

##RECOMENDA##

Por outro lado, Marta diz que falta apoio de Dilma aos nomes que escolheu e acusa a presidente de "desautorizar" um membro da equipe. Marta se refere ao caso da mudança da regra do salário mínimo, anunciado pelo ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, e desmentido em nota no dia seguinte. "A situação persiste sem clareza do que pensa a presidenta".

Marta coloca a presidente na mira também do PT ao lembrar das críticas feitas pela Fundação Perseu Abramo às medidas impopulares adotadas no início deste segundo mandato. As críticas da senadora se estendem também ao PT - hoje insatisfeito com a presidente, mas que "vive situação complexa". Marta acusa seu partido de ter "embarcado no circo de malabarismos econômicos" e prometer um futuro sem agruras, mas "agora está atarantado sob sérias denúncias de corrupção".

Para a senadora, faltou transparência ao governo na condução da política econômica e no discurso eleitoral. "O simpatizante PT não entende o porquê. Se tudo ia bem, era necessário alguém para implementar ajustes e medidas tão duras e negadas na campanha? Nenhuma explicação", argumenta.

O presidente estadual do PT, Emídio de Souza, foi designado pelo partido para conduzir as conversas com Marta Suplicy para tentar retê-la na legenda. Segundo uma fonte próxima às conversas, Emídio ainda está falando internamente com lideranças do PT antes de contatar Marta. A ideia da legenda, no entanto, é acelerar as tratativas e fazer um primeiro encontro acontecer entre esta semana e a próxima.

"A Marta está fechada em copas, então a ideia é tentar se aproximar já com algo a oferecer. Mantê-la no partido é fundamental para o PT", disse a fonte, que pediu para não ser identificada, ao Broadcast Político. Uma possibilidade estudada pelo PT é oferecer a Marta apoio para que ela seja a candidata ao governo paulista em 2018.

##RECOMENDA##

Nos cenários traçados internamente pelo partido, a vaga chegou a ser cogitada para Fernando Haddad, caso seja reeleito prefeito de São Paulo e esteja com popularidade em alta até lá, mas ter Marta como adversária em 2016 na disputa pela Prefeitura poderia comprometer o futuro político imediato de Haddad e do projeto petista na Capital. "Primeiro a gente tem que pensar agora. O importante para o partido e para o Haddad é que ele seja reeleito e faça um bom governo. Ele é jovem e tem muito futuro político pela frente."

A negociação dependerá, ressalva a fonte, de se e como Marta vai receber Emídio. Havendo uma "receptividade" por parte dela, as conversas podem avançar.

Depois da bombástica entrevista de Marta Suplicy ao Estadão, na qual previu que o PT vai se acabar se não mudar, o frade dominicano Frei Beto, amigo pessoal do ex-presidente Lula, bateu duro no Governo Dilma e no PT numa reveladora entrevista à revista IstoÉ. Afirmou que o Ministério montado é um “coral desafinado”.

Desligado do PT, partido que ajudou a fundar, Frei Beto disse que a legenda tinha um projeto que se baseava em três pilares: ser o partido dos mais pobres, o partido da ética na política e o partido das reformas estruturais que conduziriam o Brasil a uma sociedade socialista.

“Os três pilares foram abandonados”, lamentou, para acrescentar: “Está havendo uma descamarotização do acesso ao consumo. E talvez um dos equívocos que o PT tenha cometido seja justamente esse. Ele permitiu – e isso foi bom – um acesso ao consumo de bens pessoais. Agora, cadê os bens sociais? A saúde, a educação, a segurança, o transporte público?”

Para Beto, o Governo está devendo esses bens sociais e daí as manifestações de rua em 2013 e 2014. O frei disse, ainda, que a história do PT é resultado dos movimentos sociais, que foram escanteados no Governo Dilma. “O PT vai pagar um preço muito alto por essa ambiguidade que carrega”, diz.

Para acrescentar: “A ambiguidade de ser expressão dos movimentos populares, mas querer assegurar a governabilidade exclusivamente pelas alianças partidárias. Nós sabemos que essas alianças têm um preço. Muitas delas são espúrias e daí a maculação do partido na questão ética”.

Sobre o que chama coral desafinado do Governo Dilma, explica: “Os desafinamentos partem da Kátia Abreu (Agricultura), e do Patrus Ananias (Desenvolvimento). Em seguida, vem o ministro do Esporte, George Hilton, que diz que pode não entender profundamente de esporte, mas entende de gente”.

E complementa: “Então, ele está no lugar errado, deveria estar no setor de psicologia do Ministério da Saúde ou no cerimonial do Itamaraty, que sempre exige pessoas que entendam de gente para poder, mais ou menos, agradar a todos”.

Frei Beto disse, por fim, que outra dissonância seria o fato de o Governo receber oficialmente o relatório da Comissão de Verdade e o ministro Jacques Wagner, da Defesa, declarar que não assume o governo com lanterna voltada para o passado. “Ora, se há uma coisa que o Brasil precisa, e urgentemente, é jogar muita luz sobre o seu passado”, afirmou.

VOTO DUVIDOSO– Na mesma entrevista, Frei Beto disse que Lula só não será candidato a presidente em 2018 se morrer antes, mas não garantiu o seu voto: “Ele só terá o meu voto se estiver a favor dos mais pobres. Se amanhã ele falar que volta para atender exclusivamente ao mercado, não terá o meu voto”, disse, com muita clareza, convicção e sinceridade.

Lado a lado com FBC – Se o ex-prefeito do Recife, João Paulo (PT), for confirmado esta semana na presidência da Codevasf, tende a ser uma aliança com o senador eleito Fernando Bezerra Coelho, em rota de colisão com PSB, que administra um grande naco da instituição no Vale do São Francisco.

Olho em PE – Depois do ministro da Educação, Cid Gomes, a próxima autoridade a pousar em Pernambuco para conhecer os avanços do Estado no ensino médio será o governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB). Se conseguir equilibrar as contas do rombo que herdou, acima de R$ 4 bilhões, com duas folhas de pessoal penduradas.

Sem candidato– O presidente estadual do PSB, Sileno Guedes, gerou uma expectativa muito grande em cima do posicionamento do partido que será revelado, hoje, quanto à eleição para renovação da mesa diretora da Assembleia Legislativa. Mas os próprios socialistas não acreditam que o partido lance candidato a presidente. O caminho natural é se compor com a reeleição de Guilherme Uchoa.

Tá fora! – O ex-governador Joaquim Francisco (PSB) não deve aceitar o convite do governador Paulo Câmara para presidir o tal do Conselho de Notáveis, até porque a Assessoria Especial já exerce este papel. Se Câmara de fato quisesse a colaboração efetiva de Joaquim o teria convocado para outra missão.

CURTAS

IDOSOSO prefeito de Petrolina, Júlio Lóssio (PMDB), priorizou em 2015 a ampliação do programa Nova Semente, o maior espaço de creches públicas do País, e anunciou que lançará algo semelhante para idosos, o programa Raízes, voltado para comunidade carente.

RESOLUÇÃO Governadores de todos os partidos estão em campo para derrubar resolução do TCU. Ela proibiu a assinatura de “aditivos de compensação”, levando à rescisão de contratos e à realização de nova licitação. As obras param, mesmo 80% prontas

Perguntar não ofende: Depois de recepcionar os três candidatos a presidente da Câmara, com quem, afinal, o deputado Gonzaga Patriota (PSB) vota? 

[@#galeria#@]

A semana foi bem agitada no cenário político. Acontecimentos nacionais com repercussões locais geraram especulações que resultaram muitas novidades na Câmara Federal, na Assembleia Legislativa de Pernambuco e nas articulações partidárias. A partir deste sábado (17), o Portal LeiaJá faz um retrospectiva dos principais acontecimentos da semana.

##RECOMENDA##

Confira:

Candidatura à presidência da Câmara Federal: desde o início de janeiro, três candidatos à presidência da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Júlio Delgado (PSB-SP) e Arlindo Chinaglia (PT-SP) percorrem o País para conversas com pouco mais de 500 eleitores. Durante esta semana, o deputado federal, Arlindo Chinaglia visitou a capital de Pernambuco para conversar com os líderes dos partidos.

O candidato petista à presidência da Câmara realizou visita ao governador Paulo Câmara (PSB-PE) e afirmou que caso concorra ao segundo turno, com o opositor Eduardo Cunha (PMDB-RJ), O PSB o apoiaria. Entretanto, contrapondo com o relato, o prefeito do Recife Geraldo Julio (PSB-PE) e secretário da sigla, falou que a prioridade é a candidatura de Júlio Delgado e que escolha para o segundo turno só será avaliada posteriormente. 

Reajuste salarial dos deputados estaduais e candidatura à Mesa diretora: Em Pernambuco, na Assembleia Legislativa (Alepe), o grande ‘burburinho’ ficou por acerca do subsídio dos parlamentares da Casa. Em sessão extraordinária, a casa realizou votação para o aumento do salário, em 26,31%; a Reforma Administrativa de PE, entre outras. Em uma das discussões, o presidente da Alepe, Guilherme Uchoa declarou que não considerava ‘imoral’ o aumento.

Já a Reforma administrativa, apresentada pelo chefe do executivo, Paulo Câmara, também gerou polêmica entre o líder da oposição, Silvio Costa Filho e Waldemar Borges (PSB-PE). Após trocas de pronunciamentos contraditórios, Borges afirmou que acusações da oposição eram inconsistentes.

A eleição para a mesa diretora da Câmara também foi bastante repercutida pela imprensa. A grande polêmica está na possível candidatura do atual presidente da Alepe, Guilherme Uchoa, que almeja se reeleger pela quinta. Em entrevista ao Portal LeiaJá, Guilherme reafirmou que parecer da OAB-PE não foi solicitado e que candidatura é viável. A oposição que se mostra contra a candidatura de Uchoa ainda não apresentou nenhum postulante.

Oposição ao Governo de PE: Em entrevista exclusiva, concedida ao Portal LeiJá, o líder da oposição, Silvio Costa Filho criticou a gestão do governador Paulo Câmara (PSB-PE). Artificialidade nas lideranças, suposições de futuro endividamento e falta de transparência foram alguns dos temas elencados pelo deputado federal. Silvio ainda solicitou a senha do E-Fisco - sistema que monitora todos os custos do Estado -, porém o pedido foi negado pelo gestor, que rebateu, dizendo que não tinha medo de transparência. Em vídeo, Silvio ainda fez novas acusações, como a falta de pagamento às empresas terceirizadas.

Quem também criticou a gestão do atual chefe do Governo de Pernambuco foi a vereadora Marília Arraes (PSB-PE). Em seu perfil no Facebook, ela questionou a o aumento da passagem, postando imagem com informações do ‘Bilhete Único’ prometido. De acordo com a vereadora, o reajuste da passagem de ônibus na Região Metropolitana do Recife é resultado da "falta de compromisso" do governador.

Estreia de Paulo Câmara em Brasília: Acompanhado pelos seus correligionários; André de Paula (PSD-PE) secretario de Cidades; do presidente do Recife, Geraldo Julio (PSB-PE), o chefe do executivo foi pela primeira vez a Brasília para se reunir com os ministros das Cidades, Gilberto Kassab (PSD), e dos Transportes, Antônio Carlos Rodrigues (PR).

O encontro teve como finalidade articular agilidade das obras e de projetos. Uma vez que, de acordo com Kassab as prioridades da pasta são: Saneamento, transporte, mobilidade urbana e habitação. O prefeito da cidade do Recife, durante lançamento do ‘Pacto Metropolitano do Turismo’ declarou que solicitou R$ 81 milhões para projetos ligados à mobilidade, como a finalização da Via Mangue.

Promessas para Pernambuco: Com a mudança de Governo Estadual e a posse dos novos ministros surgem as promessas para Pernambuco. Uma das promessas foi a finalização da Transposição do Rio São Francisco, que está atrasada há seis anos. De acordo com o ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, as obras serão concluídas no primeiro semestre de 2016.

Outra possível novidade é a duplicação da BR232. O Ministério dos Transportes sinalizou a inclusão da duplicação da BR-232, de São Caetano até Arcoverde, no cronograma da terceira fase do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC3).

Saída de Marta Suplicy do PT: o Partido dos Trabalhadores deu uma estremecida. As acusações e insatisfações foram gerou crise na sigla, principalmente, após Juca Ferreira assumir o ministério da Cultura. Em entrevista, o ministro-chefe da Secretaria Geral, Miguel Rossetto, disse que o assunto está superado a partir da qualidade e da representatividade e que Marta Suplicy já saiu do PT faz tempo.

Publicado laudo de acidente de Eduardo Campos: Nesta sexta-feira (16) foi divulgado o laudo da queda do avião de Eduardo Campos - ex-governador de Pernambuco e candidato à presidência da República -, morto em agosto. De acordo com o laudo, o acidente ocorreu a partir de sucessivas falhas humanas. Entretanto, o advogado da família e irmão de Campos, Antônio Campos, as informações ainda são prematurasJá Paulo Câmara, o ‘herdeiro político’ de Campos afirmou que só se pronunciará após o laudo oficial das autoridades responsáveis. A viúva, Renata Campos também preferiu não falar sobre o assunto

Lava Jato: o escândalo da operação Lava Jato também trouxe novidades. Durante a semana, o Ministério Público de São Paulo abriu três novas frentes na investigação e cita algumas empresas, tais como a Construtora OAS, Consórcio Queiroz Galvão, Bombardier, Petrobras e SACS Construção e Comércio. Já um dos delatores, Julio Gerin Camargo pediu perdão à justiça e alegou, em sua defesa, que prestou "inconteste e eficaz" colaboração que justificaria a concessão do benefício.

Na última quarta-feira (14), o ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró foi preso pela Polícia Federal (PF), ao desembarcar no Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão), no Rio de Janeiro. Ele é acusado de envolvimento na Operação Lava Jato. Após a prisão de Cerveró, o Ministério Público Federal declarou que a "há fortes indícios de que ele continua a praticar crimes".

Citado também nos depoimentos da Operação, o candidato à presidência da Câmara Federal e deputado, Eduardo Cunha afirmou que não possui ligação com o escândalo da Petrobras e que o seu nome foi envolvido indevidamente na Lava Jato.

De passagem pelo Recife, nesta quinta-feira (15), para articular votos em apoio a sua candidatura à presidência da Câmara Federal, o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) avaliou as críticas feitas pela senadora Marta Suplicy ao partido e elencou o posicionamento da ex-ministra como "solitário". O foco da até então correligionária é, segundo Chinaglia, disputar a Prefeitura de São Paulo em 2016.

"São incompreensíveis as declarações que a Marta deu", disparou. "O óbvio está se estabelecendo. Ela acaricia muito a ideia de ser candidata a prefeita de São Paulo e se isto é o principal, da fala dela, a conclusão é inevitável: não será candidata do PT.  Ela está olhando a paisagem fora do PT", acrescentou ironizando.

##RECOMENDA##

De acordo com o parlamentar, Marta Suplicy já alegou ter recebido convite de diversos partidos para abrigar um provável embate com o atual gestor da capital paulista, Fernando Haddad. "Ela disse que só não teve convite do DEM e do PSDB", pontuou.

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo no último domingo (11), Suplicy avaliou as posturas do PT e disse que ou a legenda muda, ou acaba. Além disso, na reportagem a senadora voltou a criticar  a gestão da presidente Dilma Rousseff (PT) e sugeriu que o ex-presidente Lula (PT) gostaria de ter sido o candidato na disputa presidencial em 2014. A ex-ministra também disparou contra o presidente nacional da legenda, Rui Falcão, chamando-o de traidor e o ministro da Casa Civil, Aloízio Mercadante, a quem chamou de "inimigo". 

 

 

Insatisfeito com os rumos do Partido dos Trabalhadores, o deputado federal Cândido Vaccarezza (PT-SP) está se inspirando no exemplo da senadora Marta Suplicy e já se movimenta no sentido de deixar a legenda. Ex-líder de governo na Câmara dos Deputados entre 2010 e 2012, o petista não conseguiu se reeleger na última eleição e, magoado, também estuda se filiar ao Solidariedade.

Vaccarezza vem enfrentando o isolamento no partido desde que passou a liderar, a pedido do presidente Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), o grupo de trabalho que discutiu uma proposta de reforma política na Casa. O PT, que insistia na aprovação de um plebiscito para a reforma política, considerou que o deputado não representava a sigla nas discussões. No ano passado, a cúpula do partido chegou a discutir se daria ou não a legenda para que o deputado disputasse a reeleição.

##RECOMENDA##

A aliados de outras siglas, Vaccarezza reclama da falta de espaço no PT, diz que a presidente Dilma Rousseff alijou os militantes mais antigos do comando partidário e conta que sofreu boicote até de material de campanha em 2014. "Ele reclama muito que tiraram a eleição dele em São Paulo", revelou um deputado.

No último pleito, o PT perdeu 17 cadeiras na Câmara dos Deputados. Em São Paulo, berço político do partido, os petistas conquistaram apenas 10 vagas ante as 15 da eleição anterior. "Está todo mundo insatisfeito. A situação não está boa no PT", tem dito o parlamentar, que a partir do próximo mês (quando terminará o mandato) voltará a trabalhar como médico.

Aos amigos de Parlamento, Vaccarezza tem repetido que o PT "entrou numa rota de hipocrisia generalizada", que é preciso construir uma alternativa ao partido e que procura um caminho político à esquerda. A possibilidade seria se juntar ao bloco PSB, PV, PPS e Solidariedade, com preferência de filiação à última sigla. "O PT não preenche mais os ideais que defendo", disse o deputado, segundo relatos.

Vaccarezza acredita que Marta Suplicy também deve aderir ao Solidariedade do deputado Paulo Pereira da Silva (SD) e afirma nos bastidores que trabalhará pela candidatura da senadora à Prefeitura de São Paulo em 2016, independentemente de onde estiverem abrigados.

Em férias com a família desde o final do ano passado, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem mantido silêncio sobre as críticas feitas pela senadora Marta Suplicy (PT-SP) ao PT e ao governo Dilma Rousseff. No entanto, segundo aliados próximos do ex-presidente, Lula estaria disposto a atuar como articulador de uma saída de Marta do partido para evitar que a ex-prefeita e ex-ministra da Cultura provoque danos ainda maiores ao governo e ao PT.

Em outra frente, o partido escalou o presidente do diretório estadual de São Paulo, Emidio de Souza, para conduzir formalmente o diálogo com Marta. Emidio, que também está de férias, já procurou interlocutores de Marta para tentar uma aproximação, com aval do presidente nacional do PT, Rui Falcão.

##RECOMENDA##

De acordo com um colaborador de Lula, o motivo do incômodo não é o conteúdo da entrevista de Marta publicada domingo pelo Estado, mas a forma como a senadora expõe sua versão dos acontecimentos, em especial do movimento "Volta, Lula", do qual foi uma das expoentes. Segundo interlocutores do ex-presidente, "Marta não disse nada sobre Lula que já não fosse do conhecimento de Dilma".

Um exemplo é o relato da senadora sobre um jantar com empresários, na casa de Marta, no qual Lula teria concordado com críticas sobre a falta de disposição de diálogo da presidente. Na ocasião, o ex-presidente teria dito que o "empresariado está desgarrando".

"Eles (empresários) fizeram muitas críticas à política econômica e ao jeito da presidente. E ele (Lula) não se fez de rogado, entrou nas críticas", afirmou a senadora na entrevista.

Conforme uma pessoa próxima de Lula, o ex-presidente teria feito um alerta com o mesmo teor à própria Dilma, ainda em 2013, aconselhando a presidente a "não olhar apenas para a gestão e cuidar da política".

O entorno do ex-presidente também não nega as articulações pela volta de Lula que, no auge, "pareciam uma romaria" na porta do Instituto Lula, mas nega que ele tenha incentivado a movimentação - embora nunca tenha escondido a preocupação com o cenário eleitoral e com os rumos da economia.

Um colaborador de Lula, que participou de uma das reuniões com Marta, relatou que Lula teria sido enfático ao rejeitar a possibilidade de entrar em uma disputa com Dilma. Ele teria alegado que a presidente tinha direito à reeleição.

A entrevista de Marta não abalou "em um milímetro sequer" o elo entre ele e a presidente, sustenta uma fonte do entorno do ex-presidente.

Outro colaborador do ex-presidente resumiu a relação entre Dilma e Lula como "de independência de um lado e respeito do outro", na qual Lula tem liberdade para emitir suas opiniões sobre o governo sem interferir nas decisões da sucessora, a não ser quando é consultado.

Holofotes

Embora não haja contestação dos pontos fundamentais da entrevista, lulistas enxergaram na "narrativa criada" por Marta um cálculo político com intuito de chamar atenção no momento em que se prepara para deixar o PT, além de indícios de mágoa pessoal em relação a alguns personagens do partido, em especial o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, com quem a senadora travou (e perdeu) disputas pelo direito de disputar o governo de São Paulo em 2006 e 2010.

Outro alvo do rancor de Marta, segundo lulistas, é Rui Falcão, que foi um de seus principais assessores na Prefeitura (2001-2004) e hoje se tornou desafeto da senadora.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A possível mudança da senadora Marta Suplicy (PT-SP) para outro partido não deve resultar na perda de mandato da petista. A avaliação é de ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e do Supremo Tribunal Federal, consultados pelo Estado. Apesar de toda a polêmica causada pelas críticas de Marta à presidente Dilma Rousseff e a colegas de partido, mesmo se a direção do PT quisesse o mandato da senadora de volta, no caso de ela deixar a legenda, a batalha seria praticamente perdida.

A cúpula do PT acredita que Marta sairá mesmo do partido, porque quer ser candidata à Prefeitura de São Paulo, em 2016, e não pretende pedir o seu mandato. Um dirigente do partido disse que isso equivaleria a "puxar a faca" para a ex-ministra, engrossar o caldo das divergências, alimentar a rede de intrigas sobre desacertos entre Dilma e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e piorar a situação.

##RECOMENDA##

Marta tem conversado com PSB, PMDB e Solidariedade. No PT, ela não tem espaço porque o partido apoiará a reeleição do prefeito Fernando Haddad. Além disso, a senadora está colecionando desafetos nas fileiras petistas. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, no domingo, Marta disse que "ou o PT muda ou acaba". "A Marta saiu faz tempo do governo. Este tema está superado; é página virada", disse o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rossetto. Ela deixou o ministério em novembro, com críticas a Dilma e ao governo.

Em conversas reservadas, dirigentes do PT chegaram a fazer consultas para saber se valeria a pena brigar pelo mandato de Marta, se ela deixar a sigla. Foram desaconselhados a tomar essa atitude. A resolução 22.610 do TSE, de 2007, prevê que, após o parlamentar deixar a legenda, o partido de origem tem até 30 dias para requerer a vaga ao tribunal. O prazo se estende por mais 30 dias para o Ministério Público ou qualquer parte interessada - caso dos suplentes - solicitá-la. Se nesse período não houver pedido, o mandato segue com o candidato eleito.

No caso de Marta, o primeiro suplente é o ministro dos Transportes, Antônio Carlos Rodrigues (PR), que ocupou a vaga no Senado quando a petista assumiu o Ministério da Cultura. O fato de o suplente ser de uma sigla diferente, o PR, é visto como outro impeditivo para que Marta perca o mandato.

Embora a punição para infidelidade seja aplicada tanto para eleições proporcionais (Câmara) quanto majoritárias (Senado), ministros do TSE ouvidos pela reportagem acreditam que não há argumento jurídico para que o mandato fique com o partido no caso de candidatos eleitos por seus próprios votos (disputas majoritárias) e não por meio de sufrágio conquistado por coligação.

Ação

No diagnóstico de um ex-ministro da Corte, não há justificativa para que o Ministério Público possa pedir a vaga de um parlamentar. Em dezembro de 2013, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, entrou com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade no STF alegando que a regra de fidelidade para eleições majoritárias é inconstitucional.

"Ao contrário do sistema proporcional, na eleição majoritária, a ênfase recai sobre a pessoa do eleito, não tanto sobre a sigla, de modo que a mudança de partido não ofende com a mesma intensidade o sistema representativo nem frustra substancialmente as expectativas do eleitor", escreveu Janot. O processo está sob relatoria do ministro Luís Roberto Barroso e ainda não foi avaliado pelo Supremo. Colaboraram Rafael Moraes Moura e Tânia Monteiro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), afirmou na tarde desta terça-feira, 13, que a ex-prefeita e colega de bancada Marta Suplicy (SP) foi "injusta" nas críticas que fez em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo no domingo, 11, mas defendeu que o partido atue para garantir a permanência dela na legenda.

"Ao mesmo tempo em que acho que ela foi injusta, o partido deve fazer um esforço para mantê-la, é uma pessoa leal dentro da bancada", afirmou Costa, em entrevista ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.

##RECOMENDA##

Na entrevista, a senadora fez ataques mais duros, ao afirmar que "ou o PT muda ou acaba" e chamar o ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil) de "inimigo" - para Marta, ele atua para ser candidato à sucessão de Dilma em 2018, embora negue isso publicamente. A parlamentar disse ainda ter tomado à frente do movimento "Volta, Lula", que defendia a candidatura do ex-presidente ao Planalto em 2014 no lugar de Dilma, por sentir que "ele sempre quis ser candidato".

Um dos poucos interlocutores de Marta no PT, Humberto Costa afirmou que a petista sempre teve reconhecida sua importância política pelo partido. Ele citou o fato de que ela foi candidata a prefeita, a governadora do Estado de São Paulo, ao Senado e, assim que assumiu o mandato de senadora, ocupou a Primeira-Vice-Presidência da Casa, cargo para o qual outros colegas da bancada abrirão mão de pleitear em prol dela. Ocupou ainda o Ministério da Cultura sob a presidência de Dilma Rousseff.

O líder do PT disse que Marta fez um excelente trabalho à frente do ministério, o que acabou não sendo valorizado pelas críticas que divulgou quando da saída dela, em novembro. "As questões que ela levanta podem ser objetos de discussão interna para o partido. Ruim é ter colocado publicamente, se ela tem essa visão", afirmou, ao defender um esforço para que o partido mantenha a senadora nos quadros partidários.

Humberto Costa, que pretende conversar em breve com Marta, disse que se a petista sair "vai cometer um erro de muitos de nós". "Concorrer a uma eleição municipal com mandato de senador", afirmou ele, que foi derrotado na disputa à prefeitura de Recife (PE).

Para o líder do PT, a perspectiva eleitoral de Marta - que deseja concorrer em 2016 novamente à prefeitura de São Paulo (SP) - não é boa. Ele citou o fato do acordo de petistas e peemedebistas do município terem fechado um acordo de olho na eleição municipal, o que dificultaria a ida dela para o PMDB. O PT paulistano fechou questão em prol da reeleição de Fernando Haddad. "Em ela indo para outro partido de posição menos importante, a tendência é, talvez, de ela nem chegar ao segundo turno", afirmou. Segundo Costa, se Marta ficar no PT, ela terá o mesmo tratamento que sempre teve no Senado.

O deputado federal Miro Teixeira (PROS-RJ), um dos articuladores políticos da Rede Sustentabilidade, projeto de partido ligado a Marina Silva (PSB), disse que pretende convidar a senadora Marta Suplicy (PT-SP) para acompanhar uma reunião do grupo. "Diante do que ela está passando, terei muito prazer em convidá-la para assistir a uma de nossas reuniões amplas", disse o deputado ao Broadcast Político, serviço em tempo real da Agência Estado.

Miro disse gostar de Marta e afirmou que ela "tem uma projeção política muito relevante". Apesar de conhecer há anos a senadora, ele disse que o convite seria uma boa oportunidade para Marta conhecer a Rede e entender seus processos, que afirma serem diferentes daqueles adotados por partidos convencionais. "Nossas decisões colegiadas, nossos ideais são encantadores. Seria uma oportunidade para ela nos conhecer melhor", afirmou.

##RECOMENDA##

O deputado ressaltou que, na Rede, não se tem o hábito de convidar alguém para integrar o partido, já que as decisões são colegiadas.

Pessoas próximas a Marta e a Marina Silva disseram que, até o momento, não houve um contato direto para que a senadora integre a Rede. Depois de não ter conseguido se formalizar junto à Justiça Eleitoral a tempo das eleições de 2014, a Rede vem acelerando o processo de coleta de assinaturas e quer se legalizar ainda no primeiro trimestre deste ano. Mas o projeto de Marina ainda precisa provar que conseguirá se viabilizar politicamente para as eleições de 2016, principal objetivo hoje de Marta.

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, no domingo, 11, Marta fez duras críticas ao PT e a avaliação é de que não ficará na legenda. Desde então, ela tem sido procurada por partidos, como o Solidariedade, de Paulinho da Força, e o PSB. Mas a troca de legenda para concorrer à prefeitura paulistana pode ser enquadrada como infidelidade partidária e Marta correria o risco de perder o mandato como senadora, que vai até 2018.

Fontes ligadas às duas disseram à reportagem que a possibilidade de Marta se unir a Marina não causa estranheza. "Elas foram ministras juntas (no governo Lula) e sempre mantiveram uma relação de cordialidade", disse uma pessoa próxima a Marta. "Seria uma forma de ela ir para algo novo", ressaltou. "Não dá para dizer que é uma coisa que não faria sentido", disse uma pessoa próxima a Marina, sobre a possibilidade de a Rede abrir as portas, caso Marta tenha interesse.

O cientista político e professor da Fundação Getulio Vargas Marco Antônio Carvalho Teixeira avalia que Marta pode ter se precipitado ao atacar o PT e está em uma "sinuca de bico". "Ela agora vai calcular o risco. A margem mais segura para ela é ir para um partido novo e, nessa direção, a Rede seria a opção mais viável", avalia. Outra opção seria o PL, que o ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD) tenta recriar. Mas Kassab e Marta são adversários históricos e protagonizaram debates duros na campanha de 2008 à prefeitura.

Teixeira explica que, apesar de existirem entendimentos jurídicos de que a regra de fidelidade partidária não se aplica para mandato de senadores e que Marta poderia alegar constrangimento para exercer seu mandato no PT, ela estaria correndo sério risco de perder sua posição "garantida".

O professor lembra também que a opção de Marta ir para o PMDB tende a se fechar, com a negativa de Michel Temer - que sinalizou que não a receberia na legenda - e com a articulação feita pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para compor uma chapa com o PMDB na capital paulista, com Fernando Haddad e Gabriel Chalita. "Marta criou um clima de absoluta impossibilidade de permanecer no PT, mas não garantiu nenhuma saída de segurança. É importante ressaltar que ir para o partido do Paulinho também geraria desconforto para ela."

Depois da entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo Marta se recolheu e deve voltar ao cenário político após o recesso parlamentar, que vai até 1º fevereiro. Neste período, ela deve avaliar as propostas que tem recebido para deixar o PT.

Na tentativa de não alimentar polêmica com Marta Suplicy, após as críticas da senadora petista ao governo e ao partido, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo no último domingo, o ministro-chefe da Secretaria Geral, Miguel Rossetto, declarou nesta terça-feira, 13, que "o tema está superado a partir da qualidade e da representatividade" dos ministros que participaram da posse do novo representante da Cultura, Juca Ferreira, ontem.

Diante da insistência dos jornalistas sobre as críticas de Marta Suplicy à escolha de Juca Ferreira, Rossetto desconversou: "A Marta saiu faz tempo do governo". Na verdade, a senadora deixou o Ministério da Cultura em 11 de novembro e, já naquela ocasião, provocara mal-estar no governo ao criticar, em carta divulgada na internet, até a condução da política econômica.

##RECOMENDA##

A estratégia montada pelo governo para esvaziar as críticas de Marta, a que Rossetto se referiu, foi a de mobilizar os ministros mais próximos à presidente Dilma Rousseff para prestigiarem a posse de Juca. Entre os ministros estava Aloizio Mercadante, da Casa Civil, e atual homem forte do governo, o que deixou explícito o apoio político ao novo ministro. A intenção foi demonstrar unidade no governo e fazer um contraponto a Marta, isolando-a no partido.

Questionado se concordava com Marta que o PT precisa mudar - na entrevista à jornalista Eliane Catanhêde a senadora afirmou: "ou o PT muda, ou acaba" -, Rossetto respondeu: "o PT vive e busca atualização permanente e aprendeu com seus erros e acertos". Depois de destacar que o partido "é vitorioso" porque elegeu a presidente da República, inúmeros governadores, a maior bancada na Câmara e a segunda maior no Senado.

Ele reconheceu que o partido sofreu derrotas importantes, como em São Paulo e Rio Grande do Sul, mas ressaltou que faz parte da agenda partidária "olhar para o futuro".

Para o ministro Rossetto "é cedo" para começar a discutir a sucessão da presidente Dilma Rousseff em 2018. Marta defende a volta de Lula ao poder e lembrou que já defendia sua candidatura em 2014, em detrimento de Dilma. Afirmou ainda que Mercadante "mente" ao dizer que não quer disputar o Planalto. O antecessor de Rossetto, o ex-ministro Gilberto Carvalho, também defendera a volta de Lula e disse que era "Lula na cabeça", em 2018.

"O PT está apoiando Dilma, seu mandato. Acabamos de sair da eleição. Estamos 150% comprometidos com o governo que está se iniciando. É cedo falar nisso (sucessão em 2018) agora".

Rossetto aproveitou para fazer uma defesa do ministro Juca Ferreira. "Estamos entusiasmados com a capacidade de trabalho dele", comentou o ministro Rossetto, lembrando que a área cultural prestigiou sua posse e que há uma "expectativa" não só do governo, como do próprio setor, com seu desempenho.

Reforma política

Durante a conversa com jornalistas, o ministro garantiu que o governo vai cumprir a responsabilidade de levar adiante a reforma política no segundo mandato da presidente Dilma Rousseff.

"Reforma política é agenda definitiva para a sociedade brasileira. Vamos retomar o debate", comentou, depois de criticar os custos elevados da campanha eleitoral de 2014.

Questionado sobre a formatação da reforma política, se seria via plebiscito, referendo ou projeto de lei de iniciativa popular, o ministro disse que "nenhuma das ideias está descartada", apesar de ressaltar a preferência por um plebiscito.

A entrevista da senadora Marta Suplicy (PT-SP) gerou indignação e profundo mal-estar no PT e no Governo. De forma dura, a ex-ministra bateu na presidente Dilma Rousseff e abriu fogo contra o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, nome que já está sendo cogitado para a disputa presidencial em 2018.

Bateu, igualmente, no presidente do PT, Rui Falcão, com quem tem uma relação histórica complicada. Para minimizar os efeitos, o Governo escalou aliados para plantar a versão de que Marta demonstrou mágoa pela falta de espaços dentro da legenda e apoio quando tentou disputar a Prefeitura paulista.

Para outros, Marta quis gerar um fato para encontrar, juridicamente, um caminho capaz de pavimentar sua saída do PT, com a intenção de disputar a Prefeitura de São Paulo em 2016. De qualquer forma, a entrevista caiu como uma bomba porque ela botou o dedo na ferida e isso, consequentemente, atinge fortemente o partido.

Na entrevista ao Estadão, a senadora chama Mercadante de "inimigo do Lula" e "candidatíssimo" a presidente em 2018. Sobre Falcão, alega que ele "traiu o partido e o projeto do PT". Marta tampouco poupou a gestão Dilma, que, segundo ela, "não se engendraram ações necessárias quando se percebeu o fracasso da política econômica liderada por ela".

"Em 2013, esse fracasso era mais do que evidente", disse Marta. “Na política, não se pode ter ranço ou raiva. Ela está procurando um pretexto para se separar (do PT)", disse outro petista injuriado com a senadora. Sobre os vícios do PT apontados por ela, o partido nada faz para resolvê-los internamente.

Marta foi a principal articuladora do "Volta, Lula" e, na entrevista, sugeriu que o ex-presidente incentivou em alguns momentos o prosseguimento das conversas. "A Marta tem o cálculo errado. Muita gente queria o Lula de volta, mas isso dependia de um gesto da Dilma. Duvido que, se a Marta estivesse no lugar da Dilma, ela faria esse gesto, de retirar o time de campo", afirmou o deputado Vicente Cândido (PT-SP).

Críticas à parte, a verdade é que Marta teve coragem para dizer o que muita gente no PT pensa e comenta abertamente nos bastidores, mas em público não dá um pio temendo retaliações. A senadora, inclusive, deve sofrer perseguições a partir de agora. E se resolver sair do partido, como deseja, pode até ter seu mandato cassado pelo PT na justiça.

REELEIÇÃOA bancada do PSB na Assembleia não vai anunciar um candidato para disputar a presidência da Casa. Tudo que saiu, até agora, não passa de blefe. Os socialistas sabem que o governador Paulo Câmara está acertado com a reeleição do presidente Guilherme Uchoa (PDT), que ganha em qualquer circunstância, mesmo tendo que bater chapa com o PSB.

Aumento dá quórumSurpreendeu o quórum, ontem, na sessão de abertura da convocação extraordinária, para votação do pacote da reforma administrativa enviado pelo governador Paulo Câmara. Não há pagamento de jetom, mas há quem justifique o plenário lotado por uma causa própria: o aumento dos subsídios dos parlamentares em 26%.

Metralhadora giratóriaNa entrevista ao Estadão, Marta também não perdoou a área econômica. Apesar de elogiar a nova equipe, composta por Joaquim Levy e Nelson Barbosa, definiu a política econômica como fracasso e disse que a presidente não mudou os rumos da gestão, “porque isso fortaleceria a candidatura de Lula”.

Razão da demoraResponsável pela restauração da PE-292, que liga Albuquerquené a Afogados da Ingazeira, o empreiteiro Paulo Sérgio explica que a demora na retomada das obras ocorre pela difícil logística de instalação da usina de asfalto. “Isso leva pelo menos 30 dias”, adiantando que a obra, que foi paralisada, depende basicamente de asfalto.

Duplicação até Arcoverde– O secretário de Transportes, Sebastião Oliveira, acompanha, hoje, o governador Paulo Câmara na peregrinação por Brasília. Ao ministro dos Transportes, Antônio Carlos Rodrigues, pedirão recursos para iniciar a duplicação da BR-232 de São Caetano a Arcoverde. Também na pauta, os trechos da BR-104 entre Pão de Açúcar e Santa Cruz do Capibaribe, além da duplicação da BR-423, de São Caetano a Garanhuns.

CURTAS

APOIO– Em Serra Talhada, o prefeito Luciano Duque (PT) convocou o vereador Márcio Oliveira (PTN) para o secretariado, abrindo vaga na Câmara para o suplente Francisco Barbosa, do PSB. Com isso, Duque já começa a reforçar o seu palanque da reeleição em 2016.

CEASA A posse de Gustavo Melo na Ceasa, ontem, foi prestigiada pelo secretário de Agricultura, Nilton Mota, que a partir de agora passa a presidir o Conselho de administração da Ceasa, quarto maior entreposto de comercialização do País e primeira do Norte e Nordeste.

Perguntar não ofende: O PT vai perseguir Marta pelas verdades que disse?

Numa ação combinada para mostrar unidade do governo e isolar a senadora Marta Suplicy (PT-SP), 11 ministros compareceram na segunda-feira, 12, à posse do novo titular da Cultura, Juca Ferreira. A ordem para prestigiar Juca e ignorar publicamente as críticas de Marta partiu da presidente Dilma Rousseff. Coube apenas ao novo ministro desqualificar os ataques da antecessora, porque, na avaliação de Dilma, tratava-se de ofensa contra a honra, que precisava ser respondida.

"Eu sou um alvo eventual. Marta quis atirar em Deus e acabou acertando no padre de uma paróquia", disse Juca. "O problema dela é com o PT, com a presidente da República e com o desejo já de algum tempo de ser candidata. Ela está manifestando um mau humor."

##RECOMENDA##

Em entrevista publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo no domingo, Marta criticou Dilma, apontou "desmandos e irregularidades" na gestão de Juca quando ele foi ministro do governo Lula (2008 a 2010), chamou o chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, de "inimigo" e disse que o presidente do PT, Rui Falcão, "traiu o partido". Na avaliação de Marta, "ou o PT muda ou acaba".

Dilma ficou indignada com a ex-ministra, que quer ser candidata à Prefeitura de São Paulo em 2016 e sabe que não terá espaço no PT. Motivo: o partido já definiu que o prefeito Fernando Haddad disputará a reeleição.

Para dirigentes petistas, a sucessão de ataques de Marta indica que o desejo dela é criar um fato consumado para deixar o PT e ser candidata por outro partido.

Ministros do Supremo Tribunal Federal ouvidos ontem pelo Estado disseram que dificilmente a Corte teria o entendimento de que a mudança de legenda levaria um ocupante de cargo majoritário, como a senadora, à perda de mandato por infidelidade partidária.

No fim de semana, após ler a entrevista, Dilma conversou com Mercadante, que também falou com Falcão. O presidente do PT esteve ontem no Palácio do Planalto e se encontrou com o chefe da Casa Civil. Lula ainda está em férias, mas petistas o acionaram por telefone.

A estratégia é não dar holofotes para Marta. No diagnóstico de ministros da coordenação de governo, o "diz-que-diz-que" só serve para expor fraturas no PT e no Planalto, alimentar intrigas sobre o relacionamento entre Dilma e Lula e desgastar Haddad.

"Se ela (Marta) quer ir embora, que vá com Deus", disse a presidente, segundo relato obtido pela reportagem. Depois da posse de Juca, Mercadante se recusou a comentar a ofensiva de Marta. "O discurso do Juca fala tudo. Ele fez um belíssimo pronunciamento", esquivou-se.

'Volta, Lula'

Ao jornal O Estado de S. Paulo, Marta contou que articulou o movimento "Volta, Lula" com o aval do ex-presidente. De acordo com a senadora, Lula dizia que Dilma não ouvia ninguém e desejava ser candidato, mas preferiu não enfrentar a sucessora.

Para ela, Mercadante "mente" ao afirmar não ter intenção de disputar a Presidência, em 2018, porque "Lula é o candidato do coração da militância", como o ministro disse ao Estado em outubro e em dezembro.

A senadora também revelou ter enviado à Controladoria-Geral da União (CGU) documentos sobre irregularidades em parcerias de R$ 105 milhões, firmadas pelo Ministério da Cultura na primeira gestão de Juca. O ministro rebateu a acusação.

"Eu me senti agredido pela irresponsabilidade com que ela tratou uma pessoa honesta, com quase 50 anos de vida pública", respondeu Juca, que confessou ter sido admirador de Marta nos anos 1980. "Quando eu voltei do exílio, ela tinha um programa de TV e fiquei fã dela por sua coragem em defender a sexualidade feminina e o direito ao orgasmo, coisa que era um tabu", contou. "Depois, minha admiração cresceu quando ela foi prefeita. Mas ela não foi tão boa ministra."

No Planalto, ministros observaram que Marta nunca falou para Dilma o que disse na entrevista nem discutiu esse assunto internamente no PT.

Para Marco Aurélio Carvalho, amigo de Marta e coordenador do Setorial Jurídico do PT, as críticas da senadora não devem ser superdimensionadas. "O PT cresceu com as divergências e a história de Marta e do partido se confundem. Ela é um grande quadro, que merece nosso reconhecimento. Espero que tudo fique no campo do debate político."

A direção do PT vai buscar pontes de diálogo com Marta. Um dos cotados para a tarefa é o presidente do diretório paulista, Emidio Souza, que está em férias. Emidio deve conversar com a senadora e, caso seja confirmada a intenção dela de deixar o PT, pode ajudar a construir uma saída amigável - de preferência, para um partido aliado. Colaboraram, Ricardo Galhardo, Ricardo Brito e Ricardo Della Coletta.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, disse na manhã desta segunda-feira, 12, que o novo ministro da Cultura, Juca Ferreira, possui uma "bela história" em defesa da área e evitou rebater as declarações da senadora Marta Suplicy (PT-SP). Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, publicada no último domingo, 11, Marta disse que Mercadante é "inimigo do Lula" e "candidatíssimo" a presidente em 2018, mas "vai ter contra si a arrogância e o autoritarismo".

"Não vou falar sobre esse assunto", desconversou Mercadante, ao ser indagado por repórteres sobre as declarações de Marta, depois da solenidade de transmissão de cargo no Ministério da Cultura.

##RECOMENDA##

Questionado sobre o retorno de Juca Ferreira ao comando da pasta, Mercadante afirmou que o novo ministro fez um "belíssimo pronunciamento" e possui uma "bela história em defesa da cultura". "O discurso dele (Juca) fala tudo", comentou Mercadante.

Gestão

Em entrevista ao "O Estado de S. Paulo", Marta disse que a gestão de Juca Ferreira "foi muito ruim" e que enviou à Controladoria-Geral da União "tudo sobre desmandos e irregularidades da gestão dele".

A cerimônia de transmissão de cargo de Juca Ferreira foi prestigiada por nove ministros do governo, entre eles Arthur Chioro (Saúde), Miguel Rossetto (Secretaria-Geral da Presidência) e Tereza Campello (Desenvolvimento Social e Combate à Fome).

O líder do Partido Democratas, Mendonça Filho, considerou que a entrevista concedida por Marta Suplicy ao jornal O Estado de S. Paulo é um fato político de muita relevância. Segundo ele, o partido, em relação à imagem vendida nestes últimos praticamente 35 anos, morreu. "Não é que esse PT está para morrer, ele já morreu", sentenciou, em relação aos ideários pregados pela sigla.

Por isso, de acordo com o parlamentar, essa avaliação pública de Marta é um fato político de grande importância no meio. "Ela está enxergando que o PT se desmanchou em termos de imagem pública", disse. "É o primeiro atestado de reconhecimento de alguém que, verdadeiramente, tem história no partido e com grande protagonismo, pois foi uma das referencias mais expressivas do partido", continuou.

##RECOMENDA##

De acordo com a entrevista concedida à colunista Eliane Cantanhêde, a ex-ministra avaliou que ou o PT muda ou corre o risco de acabar. "Cada vez que abro um jornal, mais fico estarrecida com os desmandos. É esse o partido que ajudei a criar?", questionou a articuladora assumida do "Volta, Lula" em 2014.

Para Mendonça Filho, no entanto, em política, nunca se pode falar em um fim definitivo. "Não dá para ser tão fatalista, pois todos têm capacidade de renascimento", observou. Ele disse, no entanto, que essa capacidade, no caso do PT, está mais difícil porque o partido está contaminado pelo pragmatismo excessivo. "O PT está contaminado pelo 'vale tudo para estar no poder'", considerou.

O parlamentar disse que as palavras de Marta mostram o que uma parcela significativa da população brasileira já percebeu em relação ao partido: a de que o PT se desmanchou. "Quando o PT assumiu o poder, desmoralizou suas grandes teses e compromissos. Era um partido que vendia a tese de que era o mais ético do Brasil, que era implacável contra a corrupção, que de fato tocava políticas sociais consistentes, que não deixava o Estado ser tomado por interesses privados escusos e corruptos", enumerou.

O líder acrescentou ainda que o PT pregava ser um partido longe do fisiologismo e que tinha uma relação política republicana com seus aliados e representantes. "Hoje, loteia o governo. Obedece mais à regras dos interesses dos aliados e não prima pela competência", afirmou.

Mendonça Filho disse ainda, motivado pela entrevista ao jornal do Estado de S.Paulo, que parece que, para o PT, vale pregar uma coisa na eleição e fazer outra quando se está no governo. Como exemplo, ele citou a garantia da presidente Dilma Rousseff durante a campanha de que não mexeria nos direitos trabalhistas. O parlamentar lembrou que nos primeiros dias do segundo mandato já foram anunciadas mudanças nas regras de pagamentos de benefícios do INSS a aposentados e pensionistas, assim como houve um endurecimento nas regras para acessar o seguro-desemprego.

O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) afirmou ao Broadcast Político, serviço em tempo real da Agência Estado, que a entrevista da senadora e ex-ministra Marta Suplicy (PT-SP) ao jornal O Estado de S.Paulo, na qual a petista critica a presidente Dilma Rousseff e ataca o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e o presidente do PT, Rui Falcão, "reflete o cenário atual" e mostra que o PT é um "partido em frangalhos". "A casa está caindo literalmente. Nessas horas, aqueles que não tinham coragem de fazer oposição se tornam corajosos e os que só tinham o sentimento do adesismo, da cumplicidade e do fisiologismo se sentem encorajados em abrir dissidência", afirmou Dias.

"Será uma tempestade esse período de governo do PT, o vendaval vai soprar com muita força. O racha interno, o fogo amigo, as dissidências acentuadas, tudo isso vai se tornando rotina. (A entrevista) mostra que o PT é um partido enfraquecido, tumultuado, nervoso e que vive a tensão dos grandes escândalos", acrescentou Dias.

##RECOMENDA##

Em entrevista publicada neste domingo (11), a senadora e ex-ministra da Cultura chama Mercadante de "inimigo do Lula" e "candidatíssimo" a presidente em 2018. Sobre Falcão, alega que ele "traiu o partido e o projeto do PT". Marta tampouco poupa em suas declarações a gestão Dilma e argumenta que "não se engendraram as ações necessárias quando se percebeu o fracasso da política econômica liderada por ela". Marta encerra fazendo um alerta: "ou o PT muda ou acaba."

O tucano disse que "é um pouco tarde" para pedir mudanças no PT. "O partido está na descendente e é irreversível. Quem vai promover mudança é o povo na primeira oportunidade eleitoral", disse. "É um partido em frangalhos. Nesta hora, é fácil aceitar que o PT é um fracasso no governo. Não sei qual a motivação dessas críticas, mas elas atingem o alvo. As palavras dela estão em concordância com o que tem sido dito pela oposição há vários anos. Pena que tenha sido só agora", concluiu.

A entrevista da senadora Marta Suplicy (PT) ao jornal O Estado de S.Paulo, na qual ela critica a presidente Dilma Rousseff e abre fogo contra o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e contra o presidente do PT, Rui Falcão, gerou "indignação" e um profundo mal estar entre parlamentares e dirigentes do partido. Para petistas ouvidos pelo Broadcast Político, serviço em tempo real da Agência Estado, Marta demonstra "mágoa", ignora espaços conquistados dentro da legenda e demonstra estar pavimentando sua saída do PT com o objetivo de disputar a prefeitura de São Paulo em 2016.

"É uma entrevista muito ruim para o partido. Essas vaidades, colocando os interesses pessoais acima do partido, prejudicam muito. A militância vê isso com muito maus olhos", resumiu o vice-presidente do PT, Alberto Cantalice. "Eu lamento. A Marta teve todas as portas abertas no PT e sempre galgou os cargos que ela almejou. Ela não deveria ficar chutando dessa forma. Não deveria jogar para cima tudo o que o partido lhe proporcionou", acrescentou o deputado federal Vicente Cândido (SP).

##RECOMENDA##

Em entrevista publicada neste domingo (11), a senadora e ex-ministra da Cultura chama Mercadante de "inimigo do Lula" e "candidatíssimo" a presidente em 2018. Sobre Falcão, alega que ele "traiu o partido e o projeto do PT". Marta tampouco poupa a gestão Dilma e argumenta que "não se engendraram as ações necessárias quando se percebeu o fracasso da política econômica liderada por ela". "Em 2013, esse fracasso era mais do que evidente", disse Marta.

O deputado Devanir Ribeiro (PT-SP) avalia que Marta carrega uma "mágoa" por ter sido preterida nas escolhas do partido nas últimas eleições para o governo de São Paulo e para a prefeitura da capital. "Na política, não se pode ter ranço ou raiva. Ela está procurando um pretexto para se separar (do PT)", afirmou.

O deputado Vicente Cândido (SP), por sua vez, disse que Marta tem responsabilidade pelos vícios do PT apontados por ela na entrevista e deveria atuar para resolvê-los internamente. "Qualquer outro partido que ela for não será melhor do que o PT na inserção social. O PT é isso por responsabilidade de todos e também dela. Principalmente de quem teve cargo de destaque, como foi o caso dela".

Cândido também criticou o relato feito por Marta sobre o movimento que pregou a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no lugar de Dilma. Marta foi a principal articuladora do "Volta, Lula" e, na entrevista, sugere que o ex-presidente incentivou em alguns momentos o prosseguimento das conversas. "A Marta tem o cálculo errado. Muita gente queria o Lula de volta, mas isso dependia de um gesto da Dilma. Duvido que, se a Marta estivesse no lugar da Dilma, ela faria esse gesto, de retirar o time de campo", afirmou o deputado.

A senadora Marta Suplicy (PT-SP) é um dos principais nomes cogitados pela Frente de Oposição da Câmara dos Deputados para disputar a Prefeitura de São Paulo nas eleições do ano que vem. Os líderes do Solidariedade, PPS, PV e PSB, que formam o bloco, acreditam que ela é um nome forte para a disputa não apenas por já ter sido prefeita, mas também pelo capital político que tem. "Com Marta na disputa, podemos ganhar as eleições", disse o presidente do Solidariedade, deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.

Paulinho contou que conversou com Marta no final do ano passado e que uma nova conversa deverá ocorrer ainda este mês. "Não tem nada definido ainda, mas estamos conversando e a senadora demonstrou que tem interesse em ouvir a nossa proposta".

##RECOMENDA##

Além dos partidos da Frente de Oposição, outras legendas, como o PMDB, já sinalizaram que pretendem conversar com a senadora a respeito da possibilidade de ela deixar o PT e concorrer por outra sigla contra o petista Fernando Haddad na eleição municipal de 2016.

Caso opte pela Frente de Oposição, Marta terá um tempo de TV equivalente ao que teria se disputasse por seu partido, o PT. Este bloco possui 67 deputados federais eleitos, número equivalente ao do PT, com 70 deputados eleitos, e o PMDB, com 66.

No ano passado, Marta deixou o Ministério da Cultura e retomou sua cadeira no Senado Federal. Sua saída do primeiro escalão foi marcada por críticas à atual gestão e provocou tensão em suas relações com dirigentes do PT, partido que ajudou a fundar, como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente nacional da sigla, Rui Falcão, e a própria presidente da República, Dilma Rousseff.

Mesmo com todo assédio, Marta ainda não se pronunciou a respeito do tema, tampouco disse se irá ou não deixar o PT. Lideranças da sigla, como o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, já disseram não acreditar na saída da senadora da legenda. O problema é que ela demonstrou disposição em disputar a Prefeitura de São Paulo, enquanto Lula e Dilma continuam apoiando o atual prefeito Fernando Haddad.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando