Tópicos | ministra

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, elogiou a nomeação da presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Nísia Trindade, como ministra da Saúde do futuro governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.

Aos 64 anos de idade, Trindade será a primeira mulher na história a comandar o Ministério da Saúde do Brasil e vai romper com a abordagem anticiência que marcou os quatro anos do governo de Jair Bolsonaro.

##RECOMENDA##

"Parabéns à minha amiga Dr. Nísia Trindade por ser indicada para ser ministra da Saúde do Brasil, a primeira mulher a assumir esta posição. Tudo de bom, e conto que trabalharemos juntos nos próximos anos para avançarmos na saúde para todos", escreveu Adhanom no Twitter, em português.

Também na rede social, a presidente da Fiocruz agradeceu pela "gentileza" do diretor da OMS e disse que a organização sanitária e o multilateralismo "mostram-se essenciais, sobretudo em tempos de emergências sanitárias que tendem a se globalizar de forma acelerada".

O governo Bolsonaro teve quatro ministros da Saúde em quatro anos (Luiz Henrique Mandetta, Nelson Teich, Eduardo Pazuello e Marcelo Queiroga) e ficou marcado pela gestão desastrosa da pandemia de Covid-19, com atrasos na compra de vacinas e boicotes sistemáticos a medidas anticontágio.

Isso se traduziu em um saldo de quase 700 mil mortes pelo novo coronavírus, sem contar a subnotificação. Em março de 2021, Adhanom chegou a cobrar que o Brasil levasse a pandemia "a sério", em meio à resistência de Bolsonaro em apoiar medidas sanitárias para conter a Covid-19.

Nísia Trindade, por sua vez, preside a Fiocruz - uma das principais fabricantes de vacinas do Brasil - desde 2017 e criou o Observatório Covid-19, projeto de monitoramento dos dados da pandemia no país. Além disso, participou das negociações para produzir o imunizante da AstraZeneca nas instalações da Fiocruz.

Da Ansa

A atual vice-governadora de Pernambuco, Luciana Santos (PCdoB), foi anunciada, nesta quinta-feira (22), como ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação do futuro governo Lula. Presidente nacional do PCdoB, ela fez parte do Conselho Político da Transição e será a primeira mulher a assumir o cargo.

“É uma honra! Um trabalho que assumo com muito compromisso e com muita disposição. Depois de quatro anos de negacionismo a Ciência vai voltar a ser prioridade nesse país”, comentou a pernambucana após o anúncio.

##RECOMENDA##

Formada em Engenharia Elétrica, a ex-prefeita de Olinda e ex-deputada federal foi secretária estadual de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente, na gestão do governador Eduardo Campos, que também foi ministro de Lula na pasta.

Luciana integrou ainda a comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática (CCTCI) da Câmara dos Deputados e foi titular nas comissões especiais do Marco Civil da Internet; do Código Nacional de Ciência e Tecnologia; de Atividades de Ciência, Tecnologia e Inovação e de Proteção à Saúde e ao Meio Ambiente. Também atuou na construção do Marco Legal da CT&I. Ela também fez parte do Conselho de Altos Estudos e Avaliação Tecnológica da Casa.

O Brasil viveu um verdadeiro apagão cultural nos últimos anos em que o governo Bolsonaro esteve no comando. Além da extinção do Ministério da Cultura (MinC), rebaixado para secretaria em 2019, a pasta sofreu com grandes cortes de orçamento; paralisação de projetos e editais; e a constante mudança de titulares, cujas escolhas - seis ao total -,  foram de Regina Duarte - que chegou a dar entrevistas minimizando a tortura durante a Ditadura Militar e relativizando os milhares de mortos decorrentes da pandemia -, a Mario Frias, que mais apareceu posando com armas, durante seu período como secretário, do que efetivamente trabalhando pelo segmento. 

Já em 2023, a pasta volta a ser ministério, por determinação do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, e terá no comando uma mulher preta e nordestina: a cantora e compositora baiana Margareth Menezes. Ao aceitar o convite, a artista disse que o encarava como uma verdadeira “missão”. "O presidente me disse que quer fazer um Ministério da Cultura forte. Conversamos e eu aceitei a missão. E recebo isso como uma missão mesmo, até porque foi uma surpresa para mim também, até para eu entender o lugar desta minha representação e a necessidade de a gente fazer uma força-tarefa para levantar o Ministério da Cultura”, disse à imprensa na última terça (13), quando foi anunciada como futura ministra. 

##RECOMENDA##

[@#video#@]

Margareth Menezes tem 60 anos, é cantora e compositora, uma das precursoras da Axé Music e uma das vozes mais potentes da música brasileira. Com uma carreira ativa desde os anos 1980, iniciada no teatro, ela fez parte de um expressivo movimento de valorização da cultura negra desenvolvido na Bahia à época. Margareth, desde então, chamou atenção do mercado internacional e chegou a ser considerada uma das artistas mais relevantes da música baiana então. 

O primeiro disco homônimo da cantora saiu em 1988. De lá para cá, foram 16 álbuns e mais de duas dezenas de turnês internacionais. A futura ministra também já foi descrita inúmeras vezes, pela crítica de fora, como a “Aretha Franklin Brasileira”, e é apontada como a principal representante do movimento afropop nacional, que visa preservar e promover a cultura negra no país.

Além de uma expressiva carreira artística, Margareth também tem um largo currículo atuando em prol de políticas culturais. Em 2004, ela fundou a Fábrica Cultural, uma organização não-governamental com a finalidade de desenvolver projetos nas áreas de educação, cultura e produção sustentável na Península de Itapagipe, em Salvador. A partir de 2014, a ONG passou a abrigar o centro cultural Mercado Iaô, que promove música, artes visuais e gastronomia.

A futura ministra também é embaixadora do Folclore e da Cultura Popular do Brasil pela IOV/Unesco, desde 2020. Já no ano seguinte, ela foi reconhecida como uma das 100 personalidades negras mais influentes do mundo pela Most Influential People of African Descent (MIPAD), instituição reconhecida pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Representatividade

Como se não bastasse o currículo farto e vasta experiência, nos palcos e fora deles,  Margareth Menezes ainda traz em sua bagagem o peso da representatividade. Ela será a primeira mulher negra a comandar a Cultura no país, fato que já vem sendo celebrado país afora. 

No Recife (PE), a cantora Dani Carmesim comemorou a indicação da colega de profissão para o MinC. ”É um avanço de milhões. Uma coisa que demorou muito pra gente ver acontecer, mas dessa vez, vai. Eu me sinto representada e contemplada como mulher preta, nordestina, periférica e artista vendo outra mulher assim como eu à frente do MinC, espero que ela tenha esse olhar mais voltado para essas políticas públicas culturais que contemplem as pessoas pretas e que mais necessitam, que têm menos recursos. A expectativa é boa: a gente sair desse poço fundo sem fim que era o governo Bolsonaro para entrar num governo onde vai ter o Ministério da Cultura de volta e ainda assumido por uma mulher preta, é muito avanço”, disse em entrevista ao LeiaJá. 

Dani Carmesim, cantora e compositora pernambucana - Foto: Reprodução/Instagram

Já o produtor cultural Du Lopes, citou o currículo de Margareth enquanto artista e gestora de Cultura demonstrando confiança em sua indicação. Ele também acredita que o poder da própria figura da futura ministra em si agrega extrema relevância ao papel que ela vai desempenhar. “Uma escolha de representatividade que certamente buscará realizar  uma boa gestão para toda a classe artística". 

Du Lopes, ator, diretor de palco, cineasta e produtor cultural - Foto: Reprodução/Instagram




 

A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Rosa Weber, assumiu a presidência do órgão no início de setembro, sendo a terceira mulher a ocupar o cargo na história da Corte. Ela sucedeu o ministro Luiz Fux, que completou o mandato de dois anos no comando do Supremo. 

Weber, que vai se aposentar compulsoriamente em outubro de 2023 e terá o mandato interrompido após completar 75 anos, também vai chefiar o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), tendo o ministro Luís Roberto Barroso como vice-presidente. 

##RECOMENDA##

Rosa Weber nasceu em Porto Alegre e se formou em Ciências Jurídicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Atuou na magistratura trabalhista antes de chegar ao STF, em 2011, quando foi nomeada pela ex-presidente Dilma Rousseff. Foi juíza do trabalho, passou pelo Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região e o Tribunal Superior do Trabalho (TST). Após tomar posse no Supremo, a ministra também presidiu o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) entre 2018 e 2020. 

No discurso de posse, a ministra repudiou a intolerância e o discurso de ódio, defendeu a democracia e o Estado de Direito. Ela também observou que o Brasil vive “tempos perturbadores”, defendeu o sistema eleitoral e criticou os ataques ao STF, realizados, sobretudo, pelo atual presidente da República, Jair Bolsonaro (PL). 

“De respeito ao dogma fundamental da separação de poderes, de rejeição do discurso de ódio, de repúdio à prática de intolerância enquanto expressões constitucionalmente incompatíveis com a liberdade de manifestação do pensamento”, disse, com relação ao discurso de ódio propagado e legitimado no País nos últimos anos. 

Sobre os ataques sofridos pelo STF, a ministra ressaltou que o órgão “não pode desconhecer esta realidade”. “Vivemos tempos particularmente difíceis da vida institucional do país. Tempos verdadeiramente perturbadores, de maniqueísmos indesejáveis. Até porque tem sido alvo de ataques injustos e reiterados, inclusive, sob a pecha de um mal compreendido ativismo judicial por parte de quem, a mais das vezes, desconhece o texto constitucional e ignora as atribuições cometidas a essa Suprema Corte pela Constituição. Constituição que nós, juízes e juízas, juramos obedecer”, declarou. 

Como vota Rosa Weber

A ministra costuma proferir votos técnicos aderentes à Jurisprudência do Supremo Tribunal Federal. Além de ser contrária à condenação em segunda instância, ela votou pela suspensão integral e imediata das emendas do orçamento secreto por defender a transparência. Na ocasião, ela enalteceu a “fidelidade aos postulados republicanos e a transparência necessária à garantia de acesso de todos às informações de interesse público”. 

Anos atrás ela também votou pela constitucionalidade das cotas raciais, instituídas pela Universidade de Brasília (UnB). À época, ela rejeitou todos os argumentos apresentados pelo DEM, contrários às cotas, que alegavam a violação de preceitos da Constituição Federal com a instituição das cotas raciais. 

Com a regulamentação do piso salarial da enfermagem em pauta, o setor da saúde aguarda o posicionamento da ministra, que ainda não se sabe para qual lado ela vai, tendo em vista o seu perfil formal e discreto. 

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determinou na noite desse domingo (28) a remoção das redes sociais de duas publicações com informações falsas sobre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato à Presidência nas eleições deste ano.

Ambas as decisões são da ministra Maria Claudia Bucchianeri, que atendeu a pedidos da coligação Brasil da Esperança, que apoia Lula.

##RECOMENDA##

Uma das publicações associava Lula ao irmão de Adélio Bispo, homem que esfaqueou o presidente Jair Bolsonaro, atual candidato à reeleição, durante a campanha de 2018. A outra postagem afirmava que o ex-presidente, se eleito, acabaria com serviços de entrega por aplicativo como iFood e Uber.

No primeiro caso, circulou pelas redes sociais Twitter, Facebook, Gettr e Kwai uma foto mostrando Lula ao lado de um homem que seria o irmão de Bispo. Contudo, trata-se do médico Marcos Heridijanio, que foi candidato a deputado federal pelo PT em 2018.

Conforme previsto nas normas eleitorais, Bucchianeri deu 24 horas para as plataformas removerem o conteúdo, que foi compartilhado por diversos perfis. A ministra ordenou que as empresas enviem ao TSE os dados de acesso e os IPs dos responsáveis pelos perfis em que a falsa informação foi publicada.

A ministra escreveu ser "claríssima a divulgação de fato manifestamente inverídico, com o deliberado propósito de induzir o eleitor a erro e de desconstruir a imagem de determinada candidatura”.

Na segunda decisão, Bucchianeri determinou a remoção de um post no qual o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirma que Lula acabaria com o iFood e a Uber, tendo como base declaração em que o ex-presidente criticou, em entrevista a uma rádio, os poucos direitos trabalhistas dos entregadores por aplicativo.

“Jamais houve qualquer afirmação no sentido de 'encerramento' dessas funções ou de proibição do trabalho por aplicativo, mas, apenas, a intenção de revestir tais postos de trabalho de mais direitos e garantias”, escreveu Bucchianeri após analisar a representação da defesa de Lula.

Nesse caso, a ministra afirmou haver “grave descontextualização discursiva que subverteu e desvirtuou por completo o conteúdo da mensagem divulgada”. Ela ordenou que Eduardo seja citado para apresentar defesa.

A Agência Brasil tenta contato com a defesa de Eduardo Bolsonaro.

A ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, entrou para os tópicos em alta do Twitter, nesta segunda-feira (8), após publicar uma informação falsa sobre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e uma antiga cartilha do Ministério da Saúde sobre contenção de danos entre pessoas com dependência química.

Em sua publicação, que já foi excluída da rede social, Damares fez um vídeo insinuando que o ex-chefe do Executivo, em 2008, havia “ensinado” os jovens a usar crack, através das orientações da pasta. 

##RECOMENDA##

O projeto gráfico, que existiu há 12 anos, era voltado a profissionais de saúde e não tinha distribuição ao público geral, mas visava orientar usuários de drogas a consumir de forma mais segura, evitando contrair infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), além de outras doenças, já que é comum o compartilhamento de utensílios como seringas e cachimbos nesse público, além das baixas condições de higiene nas ruas. 

O mesmo método é utilizado em outros países, como os Estados Unidos e Canadá, para reduzir danos da dependência química e da mortalidade. Apesar de ter excluído a publicação, Damares entrou na mira de internautas, que apontaram a falta de veracidade nas informações e pediram a cassação do seu registro. As orientações, apesar de existirem, não foram feitas no contexto e finalidade mencionados pela ex-chefe dos Direitos Humanos de Jair Bolsonaro (PL).

O youtuber Felipe Neto compartilhou um print do tuíte da ex-ministra, e a mensagem logo viralizou. Confira: 

[@#video#@] 

Para desmentir Neto, Damares compartilhou dois links rebatendo a afirmação de Felipe, que a chamou de “mentirosa” e pediu que ela o processasse, somente para poder derrotá-la no tribunal. 

Em um deles, havia uma publicação da Agência Senado, de 9 de dezembro de 2008, mencionando a crítica do então senador Gerson Camata (PMDB-ES) à edição da cartilha intitulada "O álcool e outras drogas alteram seus sentidos, mas não afetam seus direitos no serviço de saúde", com orientações para o consumo mais seguro de maconha, crack, cocaína e ecstasy, apontando a importância de ter utensílios individuais para evitar doenças, por exemplo. 

“Este menino não para de passar vergonha! Alguém, por gentileza, envie a ele os links a seguir”, escreveu Damares. 

Confira a repercussão: 

[@#podcast#@] 

 

A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Cristiane Britto, se pronunciou, nesta quarta-feira (22), pela primeira vez sobre o caso de uma menina que engravidou ao ser estuprada quando tinha apenas dez anos de idade.

Detalhes do caso, que tramita em segredo de justiça, se tornaram públicos após o site The Intercept e o portal Catarinas divulgarem trechos da audiência em que a juíza Joana Ribeiro Zimmer, do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC), faz uma série de perguntas à criança, hoje com 11 anos. Embora a menina e sua mãe tenham recorrido ao Poder Judiciário para obter autorização para interromper a gravidez, a juíza questiona a garota sobre seu desejo de dar à luz a criança e tenta convencê-la a “suportar mais um pouquinho” para, assim, permitir que o feto pudesse ser retirado com vida. A criança foi colocada em um abrigo por decisão da juíza.

##RECOMENDA##

Antes de recorrer à Justiça, a criança foi levada pela mãe ao Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago que se recusou a fazer o aborto, porque a gestação já tinha completado 22 semanas, embora o Código Penal brasileiro autorize o aborto em caso de violência sexual, a qualquer momento, sem a necessidade de autorização do Poder Judiciário. Devido a regras internas, o hospital só realiza o procedimento em gestações de até 20 semanas.

“O comentário que faço deste caso é que está tudo errado na forma de abordagem”, disse a ministra ao se referir à divulgação dos fatos, pela imprensa, como “criminosa”. “Ninguém está falando da violência pela qual esta garota passou. Do estupro. Ninguém está falando que, agora, precisamos parar e pensar onde nós erramos. Por que crianças com esta mesma idade estão sendo vítimas de estupro no Brasil todo”, acrescentou a Cristiane ao participar de um evento em Belém (PA).

Segundo a ministra, no caso específico, o foco da atuação de sua pasta será oferecer suporte à menina e a sua família. “Nossa ação, agora, é saber se o Conselho Tutelar local está precisando de suporte; a preocupação com o que está se passando pela cabeça [da garota] e cuidar da saúde mental e física desta criança. Dar todo o suporte para ela e para a família”, acrescentou a ministra, criticando a exposição do caso.

“O foco, agora, é cuidar, e não expor esta criança que está sendo revitimizada a cada vez que uma notícia desta é veiculada – muitas vezes, de forma irresponsável, a depender da narrativa”, disse a ministra antes de afirmar não se sentir à vontade para comentar a decisão da juíza sem conhecer detalhes do caso. “Não tenho acesso aos autos, não conheço o processo e, por isso, não me sinto à vontade e seria leviano eu fazer algum tipo de comentário jurídico sobre o caso. A mensagem que quero transmitir é: vamos pensar onde nós erramos e pensar em políticas públicas que eliminem todo o tipo de violência contra nossas crianças”.

Em nota divulgada na segunda-feira (20), o Tribunal de Justiça de Santa Catarina informou que o caso tramita na comarca de Tijucas, na região metropolitana de Florianópolis, e que embora a Corregedoria-Geral já tivesse solicitado providências administrativas para apurar os fatos, não poderia comentá-lo por envolver uma criança e estar sob segredo de justiça.

Considerado um hospital catarinense de referência em casos de interrupção legal de gestações, o Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago não divulga informações sobre o caso.

A ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, afirmou, nesta quarta-feira (13), que “o inferno enviou capetas” para atrapalhar o presidente Jair Bolsonaro (PL). A fala da ex-ministra viralizou no Twitter e os internautas ironizaram.

Ela pode ter se referido ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, como “capeta careca”. “Saibam que o inferno está com muita raiva de todos nós e o inferno está se levantando. O inferno mandou uns capetas que vocês não têm ideia, tem um até careca. Não tem sido fácil, tudo se levanta contra esse governo. Tudo conspirou contra este governo”, diz. 

##RECOMENDA##

Alexandre de Moraes, o provável “capeta careca”, prorrogou, recentemente, por mais 60 dias o inquérito que apura a live de Bolsonaro que ele faz uma associação falsa entre a vacinação contra a Covid-19 e o aumento do risco de contrair o HIV. 

De acordo com a ex-ministra, o presidente da República incomoda por ter um governo cristão. Para ela, o governo sofre perseguição e “tudo conspirou” para que a gestão desse errado. 

“Brumadinho, óleo na praia, queimada no Pantanal. Quando a gente achava que não tinha mais nada, o Congresso começa a brigar entre si. Um Judiciário se levanta contra nós, a imprensa contra nós. Quando a gente achava que não tinha mais nada contra nós, veio uma pandemia. Quando a gente está no final da pandemia, vem uma guerra”. 

No Twitter, os internautas ironizaram a fala de Damares e também questionaram o porquê dela não falar sobre o caso de assédio sexual a uma menor de 15 anos do vereador do Rio de Janeiro, Gabriel Monteiro (PL). 

[@#video#@]

A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, representou o Brasil na 49ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas, realizada nesta segunda-feira (28), em Genebra, na Suíça. No evento, onde líderes mundiais fizeram balanços de ações voltadas a problemas diplomáticos, iniciativas em prol da humanidade e questões emergenciais, o discurso da brasileira chamou a atenção por ter silenciado a crise diplomática envolvendo Ucrânia e Rússia. 

O “governo Bolsonaro sempre promoveu e defendeu a paz […] Sempre defendeu a paz para todos os países e para todos os continentes”, disse a ministra, sem mencionar os países em conflito. O momento da discussão abordou o ferimento aos direitos humanos no Leste Europeu e as mortes ocorridas entre ucranianos e russos, o que foi apontado por outros ministros de Estado.  

##RECOMENDA##

Como anunciado por Damares em suas redes sociais, o seu discurso se baseou na “defesa da vida desde o nascer”, o que cumpre seu posicionamento contra o aborto e a liberdade reprodutiva, assim como anunciou políticas que teriam sido bem-sucedidas na gestão de Jair Bolsonaro (PL). 

[@#video#@]

Ao falar da Covid-19 e da quantidade de vacinas aplicadas no país, errou o número total. "Em pouco mais de um ano, foram aplicadas 380 doses da vacina", disse, referindo-se às 380 milhões de doses aplicadas; o erro não foi corrigido. 

“Priorizamos os grupos mais vulneráveis como os povos indígenas, 85% deles já estão completamente imunizados. Lamentamos, cada morte decorrente da pandemia do novo coronavírus. Neste período, atuamos muito para proteger a população, e mitigar os efeitos sociais e econômicos desta crise", continuou a chefe de pasta. 

Ainda em seu discurso Damares, comentou sobre a conclusão de obras como a transposição do Rio São Francisco, que segundo ela, estavam paradas há mais de uma década. 

"Estendemos nossos serviços de atendimento de denúncia de violação de direitos humanos, para as comunidades isoladas, especialmente na região da Amazônia, onde barcos itinerantes hoje percorrem as regiões ribeirinhas para levar cidadania e serviços públicos. A propósito da Amazônia, trabalhamos na proteção da floresta, e sobretudo, das mais de 30 milhões de pessoas que vivem nela", pontuou. 

Neutralidade 

O Governo Bolsonaro tem obtido retornos negativos por escolher se manter neutro diante do conflito Rússia-Ucrânia. Historicamente, pela sua relação comercial com países europeus, e pela boa relação diplomática globalmente, o Brasil se mantém neutro em conflitos armados intensos como o que tem ocorrido na Europa. No entanto, o posicionamento do presidente Jair Bolsonaro não soou convincente para o governo ucraniano. Boa parte das grandes potências condenou o ataque russo na última semana. 

"A posição do Brasil não é de neutralidade, é de equilíbrio. Não dá para ter a posição da OTAN, da Rússia, da China: a nossa posição é a posição do Brasil", pontuou o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira. 

No entanto, para o governo ucraniano, não há espaço para neutralidade no momento atual. “Todos precisamos nos levantar para defender nossos princípios básicos'', disse a embaixadora da Ucrânia na ONU, Yevheniia Filipenko, à imprensa. 

 

Ao longo de 2021, o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, comandado pela ministra Damares Alves, usou menos da metade dos recursos planejados na dotação inicial do ano passado, segundo análise de dados do Metrópoles. Ao todo, apenas 43,8% dos recursos chegaram a ser efetivamente pagos. Após três anos do Governo Bolsonaro, a pasta mostrou ter mais dinheiro parado do que gasto nas ações planejadas pelo Ministério. 

Inicialmente, R$ 482,7 milhões estavam planejados, mas só R$ 211,4 milhões tiveram a destinação cumprida. Em uma postagem nas redes sociais, em janeiro, Damares comemorou a atuação do setor. Na ocasião, ela informou que 98% dos recursos foram executados. 

##RECOMENDA##

[@#video#@] 

Ainda de acordo com a reportagem, os números não batem. O (M)Dados analisou dados do Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento do Governo Federal e apontou que, de todas as ações para assistência às mulheres, houve, na verdade, empenho de 87,3%. No entanto, apenas 19,3% tiveram pagamento efetivo. Para efeitos de explicação, é necessário entender a diferença entre valores empenhados e pagos no funcionalismo público. 

O valor empenhado é aquele reservado pelo governo para um pagamento. O empenho pode ocorrer após a assinatura de um contrato para prestação de serviço, por exemplo. Caso ele seja executado, a quantia é liquidada e depois quitada com o fornecedor. Caso contrário, a verba retorna aos cofres públicos. A maior parte do dinheiro desembolsado pelo Ministério é para o pagamento de servidores, incluindo auxílio moradia e salários. 

Algumas áreas foram deixadas de lado: defesa de direitos para todos, responsável, entre outros programas, pelo enfrentamento à violência contra pessoas LGBT: 24,8% dos valores foram pagos. Para a Casa da Mulher Brasileira, local para acolhimento e apoio a vítimas de violência doméstica, o ministério não efetuou nenhum pagamento, de acordo com a plataforma. 

Damares respondeu 

A ministra Damares Alves, através das suas redes sociais, compartilhou uma captura de tela de uma reportagem, também baseada na análise do Metrópoles, informando a distribuição orçamentária do Ministério da Mulher. Em resposta, a chefe da pasta disse que a execução “não é direta” e que sua equipe cumpriu o que estava previsto para o ano. 

“E sabe por que isso acontece? Porque a execução não é direta. Depende, em sua maior parte, do preenchimento de requisitos por parte de quem vai receber o recurso. Nós cumprimos nossa parte e mais de 97% de todo o orçamento foi empenhado”, escreveu. 

[@#podcast#@] 

 

Em seu discurso de abertura da Semana Nacional de Prevenção à Gravidez na Adolescência, nessa terça-feira (1º), a ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, atrelou o TikTok à gestação precoce. Ela indicou que as jovens usam a rede social para vender o corpo.

A ministra reiterou a obrigação dos pais em monitorar a atividade dos filhos na internet para evitar a erotização nas redes sociais.

##RECOMENDA##

"Não vem papai e mamãe jogar no colo do Ministério da Saúde: 'Resolva, minha filha engravidou', depois que deixou sua filha de oito anos ir pro TikTok vender seu corpo. Uma coisa está muito atrelada com a outra", apontou. "Se a gente não falar com as famílias, o Tiktok vai falar com os meninos", continuou.

Damares ainda aproveitou o lançamento da nova edição do “Plano Nacional de Prevenção Primária do Risco Sexual Precoce e Gravidez de Adolescentes" para reafirmar seu repúdio ao aborto. "Se acontecer uma gravidez, vida é vida", disse.

A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, recuou nas críticas à distribuição gratuita de absorventes e anunciou um programa com as mesmas diretrizes para os próximos dias. Após apoiar o veto do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao projeto do Congresso, em meio ao debate sobre a pobreza menstrual, a gestora informou que a proposta já era discutida há meses pela pasta.

Quando a medida foi vetada, Damares chegou a comparar a necessidade de absorvente com a vacina contra a Covid. Na ocasião, ela disse que mulheres pobres sempre menstruaram no Brasil.

##RECOMENDA##

O anúncio foi feito pela ministra em uma publicação nas redes sociais ao lado do deputado Roberto de Lucena (Podemos-SP). “Na oportunidade, garanti ao parlamentar que nos próximos dias vamos anunciar o programa do governo federal para distribuição de absorventes para mulheres em situação de vulnerabilidade. Programa que já estava sendo discutido há meses dentro do governo”, escreveu.

Atual presidente da Frente Parlamentar em Defesas dos Direitos Humanos e da Justiça Social, o parlamentar teve a ministra como chefe de gabinete entre 2011 e 2012. “A parceria, amizade, admiração e carinho continuam. Hoje, além do trabalho no Parlamento e no Executivo, estamos juntos na Jornada Nacional em Defesa da Vida e da Família", acrescentou.

Cumprindo agenda no Paraná, a ministra da Mulher, Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, defendeu o veto do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre a distribuição gratuita de absorventes para estudantes de escolas públicas e mulheres em situação de vulnerabilidade. 

Segundo afirmou em entrevista, o governo não tem dinheiro para fazer as entregas dos absorventes. "A gente não precisa de uma lei para um programa como esse porque o nosso governo já estava apresentando esse programa. Não foi ainda entregue por conta da pandemia. Hoje a gente tem que decidir se a prioridade é a vacina ou o absorvente", afirmou Damares.

##RECOMENDA##

A ministra acrescentou que "as mulheres pobres sempre menstruaram e a gente não viu nenhum governo se preocupar com isso. Agora, Bolsonaro é o carrasco porque ele não vai distribuir neste ano. O programa próprio do governo a gente vai estar ofertando sim, mas na hora certa".

Damares assevera que, atualmente, todo o orçamento do Ministério da Saúde é para os remédios e vacina contra a Covid-19. "É uma questão de prioridades, não vamos tirar o arroz da cesta básica para colocar o absorvente. 

[@#video#@]

Retirada da família biológica por maus-tratos aos dois anos de idade e abandonada em um abrigo por um ano, Vivi só teve seu amor correspondido ao escolher o casal Carolina e Manuel. Aos nove anos recém-completados, os últimos seis foram de convívio acolhedor ao lado dos pais adotivos. Nesta quinta-feira (25), o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) julga se a criança deve voltar para a casa da avó biológica. A inconsistência da eventual decisão é caracterizada pelo apoio da ministra Damares Alves e o abaixo-assinado #FicaVivi, que possui mais de 300 mil assinaturas.

Nessa quarta (24), uma carreata atravessou as ruas de Belo Horizonte com destino à sede do Tribunal, para mobilizar tanto a Justiça, quanto a sociedade civil sobre o drama de perder a única filha. O que ainda é mais grave pelo fato do casal ter atravessado toda a burocracia do processo de guarda. "É uma pancada muito forte. Não é uma pancada numa criança ou em uma família. Ela é uma pancada no 'universo da adoção', especialmente sobre aqueles que ainda estão ansiosos pelos seus filhos", afirmou a mãe adotiva Carolina. Ela acrescentou que todo sistema de adoção foi impactado pela instabilidade gerada com o caso da filha.

##RECOMENDA##

A postura da Justiça fragiliza até mesmo as determinações do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que preza pelo melhor interesse do menor e garante sua capacidade legal de defesa. "A mensagem é de total insegurança jurídica. A mensagem deixada é de que a adoção é frágil. Ela não acontece por causa do fator sanguíneo apenas [...] quer se privilegiar o biologismo em detrimento ao melhor para a criança", considera o pai Manuel.

[@#galeria#@]

Enquanto esteve em um abrigo, Vivi chegou a ser oferecida à avó, que recusou a guarda. O pai biológico cumpre pena domiciliar por envolvimento na morte do próprio pai e a mãe fugiu. "Quando nossa filha veio e o processo deu sentença na questão da destituição do poder familiar, aí começou de uma maneira mais vibrante a procura dessa avó", lembra o pai, que pontuou sobre a Ação de Destituição do Poder Familiar (ADP), proposta em 2014, e a decisão provisória contrária aos interesses da família adotiva, em novembro de 2020.

"A mesma Justiça que me filtrou várias vezes, que me fez várias entrevistas, que eu tive que contar para ela coisas da minha intimidade, pode me conceder legalmente a criança e depois, lá para frente, depois de anos, de ter entranhado os afetos, essa mesma Justiça parece que tem um lapso de memória, um Alzheimer, e resolve tomar, é isso?", questiona Carolina.

Com o apoio de mais de 343.200 pessoas, a luta da família Bella foi levada à Câmara Federal e defendida pelo procurador de Justiça do Rio de Janeiro, Sávio Bitencourt, e pela ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves. "Conte com o poder Executivo, conte com nosso apoio e que a gente caminhe deixando esse legado para o Brasil. Recebam meu abraço, e a todos os pais: 'não desista'. Nós vamos ter a garantia e a segurança jurídica do processo de adoção", reforçou a representante do Governo Federal.

"Os laços biológicos não são suficientes para garantir as relações afetivas e sociais", pontua a docente em Psicologia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Karina Moutinho. Mesmo com a incógnita sobre a reação de Vivi caso haja a ruptura, a professora sugere que ela precisa ser ouvida e apresente sua vontade ao longo de todo processo. "Esse caso é mais complexo porque ela vinha na plenitude do desenvolvimento por ter sido acolhida por essa família. Toda a referência estava ali com ela", complementou.

Para a ex-presidente da Associação Nacional de Grupos de Apoio à Adoção (Angaad) e mestra em psicologia, Suzana Schettini, Vivi e os pais adotivos vão sofrer graves consequências caso a separação seja oficializada. "Erros judiciais à parte não podem trazer outro erro humanitário grave, que seria arrancar a menina da sua família [...] tirá-la abruptamente e enviá-la para uma família estranha seria horrível. Poderia trazer sequelas psicológicas incomensuráveis e até gerar a morte psíquica dela. Não sei como ela se recuperaria de um choque desses", avalia.

A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, disse, durante audiência no Senado nesta sexta-feira (9), que o desastre das queimadas no Pantanal poderiam ter sido menores se tivesse mais gado na região. Segundo a ministra, o boi é o "bombeiro do Pantanal".

Para Tereza Cristina, o fato de o gado comer capim seco e inflamável previne que o fogo se alastre. "Aconteceu o desastre porque nós tínhamos muita matéria orgânica seca que, talvez, se nós tivéssemos um pouco mais de gado no Pantanal, isso teria sido um desastre até menor do que nós tivemos este ano", ela disse.

##RECOMENDA##

"O boi é o bombeiro do Pantanal, porque é ele que come aquela massa do capim, seja ele o capim nativo ou o capim plantado, que foi feita a troca, é ele que come essa massa para não deixar como este ano nós tivemos. Com a seca, a água do subsolo também baixou os níveis. Essa massa virou um material altamente combustível", ela acrescentou.

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e o presidente Jair Bolsonaro já haviam dado declaração semelhante sobre o "boi bombeiro". Biólogos, agrônomos e engenheiros florestais, entretanto, argumentam que mais bois não ajudaria a combater incêndios, visto que a criação de gado cresceu no Pantanal nos últimos anos. 

Em nota, a organização não-governamental Greenpeace disse que a ministra usou um argumento "equivocado". A ONG também responsabilizou o governo pelas queimadas por ter promovido um desmonte na gestão ambiental.

"Diante de um cenário já previsto de seca severa, com focos de calor muito superiores à média desde março de 2019, não foram tomadas medidas efetivas de combate e prevenção aos incêndios, necessárias desde o primeiro semestre. Se não tivesse ocorrido um desmonte da gestão ambiental no Brasil, a situação não teria chegado a este nível de gravidade", diz a nota.

Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia, apontam que as queimadas na região consumiram 14% do Pantanal somente em setembro deste ano.

Apesar de ter se mantido em silêncio durante a evolução do caso, informações do jornal Folha de São Paulo apontam que a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, agiu nos bastidores junto à equipe de sua pasta para tentar impedir que a menina de dez anos, grávida após ser estuprada pelo próprio tio, fizesse o aborto legal. 

O caso veio à tona no dia 7 de agosto e já no dia 9 o ministério passou a manter contato via chamada virtual com os conselheiros tutelares Susi Dante Lucindo e Romilson Candeias, para obter informações e exercer influência sobre o caso. Somente no dia 10, Damares disse no Twitter que “Minha equipe está entrando em contato com as autoridades de São Mateus para ajudar a criança, sua família e para acompanhar o processo criminal até o fim”. 

##RECOMENDA##

O objetivo de Damares, segundo o jornal, era transferir a vítima da cidade de São Mateus (ES), onde vivia, para um hospital em Jacareí (SP), onde aguardaria a evolução da gestação e teria o bebê, ignorando os riscos à vida e saúde física e mental da menina. 

Para isso, representantes do ministério e aliados políticos de Damares Alves foram enviados à cidade capixaba e realizaram várias reuniões com o objetivo de retardar o procedimento médico, pressionando os responsáveis por conduzir o caso e oferecendo benfeitorias ao conselho tutelar local. 

Algumas das reuniões virtuais teriam contado inclusive com a presença da própria ministra. De acordo com o jornal, foram pessoas da equipe de Damares Alves que vazaram o nome da vítima para a ativista bolsonarista Sara Giromini, conhecida como Sara Winter, que expôs o nome da menina e do hospital onde o aborto foi feito nas redes sociais antes que o procedimento fosse realizado, causando protestos em frente à unidade de saúde. A exposição da menina atenta contra o Estatuto da Criança e do Adolescente. 

LeiaJá também

--> Damares diz que criança estuprada devia ter feito cesárea

--> Damares: governo não vai propor mudar legislação de aborto

A ministra Damares Alves participou do programa “Conversa com Bial”, na madrugada desta sexta-feira (18), e deixou clara sua opinião sobre o caso da criança abusada sexualmente pelo tio, dos seis aos dez anos, e que precisou sair do Espirito Santo para realizar um aborto legal no Recife.

Damares afirmou que a criança deveria ter levado a gravidez adiante e realizado uma cesárea. "Eu acredito que o que estava no ventre daquela menina era uma criança com quase seis meses de idade e que poderia ter sobrevivido. Discordo do procedimento do Dr. Olímpio, mas discordo de tudo o que aconteceu em torno dessa criança", observou.

##RECOMENDA##

A ministra ainda defendeu que deveria ter sido realizada uma antecipação do parto. "Os médicos do Espírito Santo não queriam fazer o aborto, eles estavam dispostos a fazer uma antecipação de parto. Seriam mais duas semanas, não era ir até o nono mês, a criança [não iria] ficar nove meses grávida. Mais duas semanas e poderia ter sido feito uma cirurgia cesárea nessa menina, tiraria a criança, colocaria em uma incubadora e se sobrevivesse, sobreviveu. Se não, teve uma morte digna", declarou.

O caso ganhou repercussão nacional e um vazamento dos dados pessoais da criança levou um grupo de radicais religiosos para a unidade de saúde onde a menina foi encaminhada no Recife, na tentativa de impedir a interrupção da gestação, realizada pelo Dr. Olímpio Moraes Filho e autorizada judicialmente pelo juiz Antonio Moreira Fernandes, da Vara de Infância e da Juventude de São Mateus.

Questionada sobre a suspeita de que seus dois assessores teriam vazado informações da criança, Damares afirmou que não foram eles os responsáveis pelo crime e disse por a mão no fogo pela equipe. “A nossa equipe foi à cidade com um deputado estadual e as três reuniões que fizemos lá foram com muitas pessoas juntas na delegacia, no Conselho Tutelar e na Secretaria de Ação Social. Em momento algum os profissionais disseram para os nossos técnicos o nome dessa menina. Mesmo porque não era só com essa menina que o ministério estava preocupado, era com todo o contexto em São Mateus. Naquela cidade existem outros casos, inclusive, há uma menina de 11 anos que já está com um bebê no colo”, disse.

A ministra encerrou a conversa com o apresentador afirmando que não tem interesse em ser vice do presidente Jair Bolsonaro nas eleições de 2022, nem mesmo de assumir um cargo no STF, que deseja apenas encerrar seu trabalho e voltar a lecionar. “Quero cumprir a minha missão como ministra que é entregar esse ministério. Meu desejo é parar, me aposentar, cuidar da minha filha e se eu puder voltar a uma atividade pública, gostaria muito de voltar para a alfabetização de crianças, que é onde comecei", contou.

Relatora de ação que contesta a elaboração de um dossiê sobre servidores públicos opositores ao governo Bolsonaro, a ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta quarta-feira (19), para suspender todo e qualquer ato do Ministério da Justiça de produção ou compartilhamento de informações sobre cidadãos "antifascistas". O procurador-geral da República, Augusto Aras, por outro lado, defendeu o direito do Executivo de colher informações e disse que "relatório de inteligência não se confunde com investigação criminal".

O julgamento será retomado nesta quinta-feira (20). Pelo entendimento de Cármen, a pasta comandada pelo ministro André Mendonça fica proibida de levantar dados sobre a vida pessoal, escolhas pessoais ou políticas e práticas cívicas exercidas por opositores ao governo. Em um voto com duros recados ao Planalto, a ministra disse que o Estado "não pode ser infrator", ressaltou que "não compete a ninguém fazer dossiê contra quem quer seja" e elogiou a imprensa, que revelou a existência do dossiê.

##RECOMENDA##

"O proceder de dossiês, pastas, relatórios, informes sobre a vida pessoal dos cidadãos brasileiros não é nova neste país, e não é menos triste termos que voltar a este assunto quando se acreditava que era apenas uma fase mais negra de nossa história", afirmou Cármen Lúcia. "Não compete a ninguém fazer dossiê contra quem quer que seja ou instalar procedimento de cunho inquisitorial. O Estado não pode ser infrator. O abuso da máquina estatal para escolher informações de servidores contrários ao governo caracteriza desvio de finalidade."

Cármen é a relatora na Corte da ação da Rede Sustentabilidade que contesta a produção do dossiê, revelado pelo portal UOL. A ministra disse ainda que "todos nós, governantes, governados, agentes e servidores públicos, nos submetemos à Constituição e às leis da República". "Ameaçados, ou lesados, os cidadãos podem promover questionamento judicial. Sem acesso à Justiça, não há Estado de direito, porque os atos estatais deixam de ser controlados e o poder estatal torna-se absoluto e voluntarioso. E o cidadão volta a ser vassalo do senhor Estado e não cidadão no Estado."

Após a leitura do voto de Cármen, a sessão foi encerrada. Segundo o Estadão apurou, ao menos quatro ministros do STF já leram o dossiê. Um deles disse reservadamente que o Ministério da Justiça tem "domínio" dos acontecimentos no País.

Rejeição

Já Aras pediu a rejeição da ação da Rede. Assim como os 11 ministros do STF, o procurador-geral da República também teve acesso à cópia do dossiê. "O Ministério Público não admite que o governo espione seus opositores nem seus acólitos. No entanto, tivemos acesso ao relatório. Nos termos da lei que institui o Sistema Brasileiro de Inteligência, relatórios de inteligência são comuns para que se avaliem cenários de riscos", disse Aras. "O relatório de inteligência não se confunde com investigação criminal."

Segundo Aras, os dados reunidos no dossiê foram extraídos de fontes abertas a todos os indivíduos, como informações publicadas no Instagram, YouTube e manifestos nas redes. "Portanto, a atividade que poderia ser realizada por qualquer cidadão, com acesso à rede mundial de computadores", observou o chefe do Ministério Público.

Em sua manifestação, Aras apresentou uma informação imprecisa. "Os fatos (desta ação) foram cuidadosamente apurados pela Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência, cujo presidente (senador Nelsinho Trad, do PSD-MS) concluiu que: 'Nenhum cidadão teria sido prejudicado pelos relatórios elaborados pela Secretaria de Operações Integradas do Ministério da Justiça'", disse Aras.

Apesar da afirmação, a comissão ainda não deliberou sobre a regularidade do procedimento na Seopi; apenas o presidente da comissão, Nelsinho Trad, externou sua opinião, em entrevista à Rádio Eldorado. Até ontem, nenhum parlamentar havia recebido o material, além de Trad. "Não analisamos porque não tivemos acesso ao dossiê", disse ao Estadão o deputado Carlos Zarattini (PT-SP), integrante da comissão, rebatendo Aras. Líder da Rede no Senado e integrante da comissão, Randolfe Rodrigues (Rede-AP) também negou que a comissão tenha analisado o tema. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, usou sua conta do Twitter para “comemorar” o fato do número de mortos no Brasil estar “baixo”, e atribuiu à oposição a crise política causada pela saída do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro. 

“Chegamos a maio sem um milhão de mortos (claro que estamos tristes com as mais de seis mil pessoas que perdemos), sem povos indígenas dizimados, sem pessoas se matando nas ruas por fome. Como não tiveram o caos para explorar contra Bolsonaro tentam criar uma crise usando o ex -juiz”, escreveu Damares na tarde deste sábado (2).

##RECOMENDA##

Até a sexta-feira (1º), quando foi divulgado o último balanço oficial do Ministério da Saúde, o Brasil tinha, ao todo, 91.589 casos da doença e o total de mortes já chegava a 6.329. Vale ressaltar, no entanto, que as autoridades reconhecem que há tanto um atraso na detecção dos casos e óbitos como também uma grande subnotificação da Covid-19.  

[@#video#@]

LeiaJá também

--> Covid-19: PE bate recorde com 811 novos casos em 24h 

A ministra da Agricultura da Itália, Teresa Bellanova, de centro, defendeu nesta terça-feira (14) a regularização de 600 mil imigrantes que estão em condição irregular no país para ajudar na retomada da economia nacional, abalada pela pandemia do novo coronavírus.

A proposta está em um artigo publicado pelo jornal Il Foglio e acolhe uma sugestão feita por dois colunistas do mesmo diário, Carlo Stagnaro e Luciano Capone, que chamavam atenção para "600 mil invisíveis sem acesso a assistência socioeconômica e que escapam a qualquer possibilidade de monitoramento".

##RECOMENDA##

"Estou de acordo: chega de hipocrisia. É colocar a cabeça na areia. Essa é minha resposta ao questionamento de Carlo Stagnaro e Luciano Capone na reflexão sobre aqueles '600 mil clandestinos a serem regularizados para religar a economia italiana'", escreve Bellanova, que pertence ao partido Itália Viva (IV) e é a principal representante do ex-primeiro-ministro Matteo Renzi no governo.

"Ou somos nós, a política, quem governa, a assumir a responsabilidade até o fim pelas contradições que a realidade nos impõe sob os olhos, ou algum outro fará: a criminalidade", acrescenta.

Para Bellanova, isso permitiria enfrentar a "urgência da falta de mão de obra na agricultura", que coloca em risco produtores, postos de trabalho, investimentos e a própria cadeia do setor alimentício.

Segundo a ministra, a regularização também ajudaria a evitar uma "emergência humanitária" nos "assentamentos informais superlotados de pessoas que não trabalham ou o fazem na invisibilidade total".

"Estão sob risco da fome, abandonados a si mesmos e à mercê da ameaça do vírus", diz. Bellanova também ressalta que não exclui a utilização de mão de obra italiana na agricultura, mas afirma que hoje existe uma carência de 350 mil trabalhadores no setor, uma vez que a maior parte dos 400 mil estrangeiros que atuam regularmente nas colheitas não irão ao país neste ano por causa da pandemia.

"Colocar fim aos guetos, à clandestinidade, à ilegalidade e à concorrência desleal que prejudica nossa reputação no cenário internacional significa uma resposta da civilização e soluções estruturais necessárias para o país e sua economia", conclui a ministra.

Recentemente, o prefeito de Bergamo, Giorgio Gori, do centro-esquerdista Partido Democrático (PD), ex-legenda de Bellanova, também havia defendido a contratação de estrangeiros para as lavouras italianas. 

Da Ansa

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando