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O Transtorno do Espectro Autista (TEA), por estar relacionado ao desenvolvimento neurológico e poder ser caracterizado pela dificuldade de interação social e comunicacional, parte da população acaba taxando as pessoas autistas com alguns mitos. Então, neste Dia Mundial de Conscientização do Autismo, celebrado neste domingo, 2 de abril, o LeiaJá preparou 11 mitos e verdades sobre o TEA. Segundo a Organização Mundial de Saúde, cerca de 1-4 milhões de pessoas são autistas no Brasil, apesar de o número não ser exato, tendo em vista que muitas não têm diagnóstico. 

Veja a lista:

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1. É mito que todos os autistas são agressivos. A agressividade pode ser, sim, uma característica de uma pessoa autista, mas não se pode generalizar esse comportamento a todas as pessoas. 

2. Autistas podem e devem frequentar as escolas. Muita gente acredita que autistas não podem frequentar a escola ou podem apenas instituições específicas para pessoas com autismo, mas esta afirmação é falsa. Há leis que garantem que, em casos comprovados de necessidade, o aluno autista matriculado em escola pública ou particular tem direito a um acompanhante especializado dentro da sala de aula.

3. Não existem exames para diagnosticar TEA. O diagnóstico é feito de forma clínica, com base em evidências científicas seguindo os critérios estabelecidos pelo Manual de Diagnóstico e Estatístico da Sociedade Norte-Americana de Psiquiatria (DSM-V), e pela Classificação Internacional de Doenças da OMS (CID-11). É feito através de uma avaliação do comportamento. 

4. É verdade que o diagnóstico precoce ajuda no tratamento. E, inclusive, é um dos grandes diferenciais da qualidade de vida das pessoas autistas. Muitas pessoas acreditam que o diagnóstico só pode ser realizado a partir dos três anos, mas ainda nos primeiros meses de vida é possível identificar sinais e iniciar com as intervenções precoces. 

5. É mentira que traumas psicológicos causam autismo. Apesar de as causas não serem totalmente conhecidas, sabe-se que o transtorno está ligado à genética e fatores ambientais estabelecidos antes do nascimento. 

6. É falso que todas as pessoas com TEA tenham inteligência acima da média. No entanto, é indiscutível que algumas pessoas com autismo possuem inteligência acima da média, assim como algumas pessoas neurotípicas, mas isso não é critério de diagnóstico de TEA. Cerca de 40% dos autistas apresentam algum grau de deficiência intelectual. 

7. Os autistas não se comportam da mesma forma. Não se pode generalizar o comportamento de pessoas com TEA; uns socializam mais que outros, são mais agressivos que outros. A mesma coisa acontece com as dificuldades que cada um apresenta para escrever, para números.

8. O tratamento do autismo é multidisciplinar. Uma pessoa autista precisa de diversos especialistas para acompanhar o tratamento, como médico, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, psicólogo, fisioterapeuta e vários outros. Tudo vai depender da necessidade da criança. 

9. É mentira que vacinas causam autismo. A Organização Mundial de Saúde garante que não há nenhuma evidência que comprove que vacinas causem TEA. Elas estão associadas à genética, fatores ambientais. 

10. Autismo não é doença. TEA é um grupo de condições neurodiversas que são caracterizadas por diferenças na comunicação e interação social. Pessoas autistas tendem a demonstrar interesses ou padrões de comportamento restritos e repetitivos. Tanto que, por lei, o autismo é considerado como uma deficiência, não uma doença. 

11. É falsa a informação de que autistas não têm empatia. Assim como os outros comportamentos já mencionados nesta lista, a empatia também vai de cada pessoa. Uns vão ser mais empáticos que outros. No entanto, por pessoas com TEA serem autocentradas, às vezes, acontece a má interpretação sobre a empatia.

Hoje (30) é o Dia Mundial do Transtorno Bipolar. A data tem como objetivo conscientizar a sociedade sobre os estigmas associados ao transtorno. A doença é caracterizada pela oscilação de humor – com momentos depressivos e outros de mania ou hipomania, ou seja, de extrema felicidade e agitação.  

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), essa doença atinge atualmente cerca de 140 milhões de pessoas no mundo. A bipolaridade é um transtorno psiquiátrico que pode causar grande sofrimento a quem é acometido por ele e a familiares, amigos e cuidadores que convivem de modo constante com esse indivíduo.

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De acordo com psicólogos do Grupo Said – empresa de cuidadores de idosos – o diagnóstico ocorre com maior frequência na adolescência e fase adulta, e em menor escala, em crianças e idosos. Entre este último público, o percentual de incidência do transtorno varia entre 10% a 25% dos pacientes.   

Existem dois tipos de transtorno bipolar: o tipo I e o tipo II. No primeiro, a pessoa passa por momentos de depressão e de mania e, no segundo, há momentos de hipomania e depressão. Nos episódios de depressão, o idoso tende a se isolar, procura ficar mais tempo na cama, muitas vezes há perda de apetite e alterações no sono. Nos momentos de hipomania, o paciente costuma ficar mais alegre, um tanto eufórico, com mais energia que o habitual.

No estágio da mania, a euforia é mais intensa, com risco de ter condutas que o colocam em risco. Para que sejam classificados dentro do quadro da bipolaridade, é necessário que os sintomas persistam por, no mínimo, quatro dias seguidos. 

Com o objetivo de auxíliar idosos que passam pelo transtorno, o Grupo Said sugere que a família e os cuidadores compreendam que neste processo eles também são afetados pelos sintomas, uma vez que participam da rotina e acompanham o decorrer dos episódios. Contudo, é essencial seguir os cuidados médicos indicados e, em casos de medicação, se atentar para que seja tomada de forma correta.  

A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera que os adultos com boa saúde não precisam de uma dose adicional da vacina contra a Covid-19, além da vacinação primária e de um primeiro reforço, pois os benefícios são mínimos.

Para este grupo de pessoas com menos de 60 anos de risco médio, assim como crianças e adolescentes de seis meses a 17 anos com comorbidades, não há risco de receber doses adicionais, mas os "benefícios para a saúde são reduzidos", afirmaram os especialistas em vacinas da OMS.

O Grupo Consultivo Estratégico de Especialistas em Imunização (SAGE) da OMS divulgou as recomendações atualizadas após sua reunião esta semana em Genebra.

As novas recomendações do SAGE refletem o impacto da variante ômicron e do elevado nível de imunização registrado entre a população mundial devido às infecções e graças à vacinação, afirmou a OMS.

O SAGE propôs três novas categorias prioritárias para a vacinação contra a covid, com base no risco de desenvolver uma forma grave da doença ou de morte: alto, médio e baixo.

Ao mesmo tempo, idosos, adultos com outras patologias, imunossuprimidos, grávidas e profissionais de saúde da linha da frente são aconselhados a receber uma dose de reforço após a vacinação inicial e o primeiro reforço.

O SAGE recomenda um intervalo de seis a 12 meses entre os reforços dependendo das comorbidades.

O Purple Day (Dia Roxo) é o Dia Mundial de Conscientização sobre a Epilepsia – uma alteração neurológica que causa crises de convulsões. A data é comemorada anualmente no dia 26 de março e tem como objetivo conscientizar a população sobre a doença. A campanha foi criada pela criança canadense, na época, Cassidy Morgan com a ajuda da Associação de Epilepsia da Nova Escócia (EANS). 

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a epilepsia acomete 2% da população no Brasil e afeta em torno de 50 milhões de pessoas em todo o mundo. Ela é uma alteração temporária e reversível do funcionamento do cérebro, que não tenha sido causado por febre, drogas ou distúrbios metabólicos.

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Esses episódios ocorrem quando um grupo de neurônios do cérebro, que apresentam uma propensão a disparar descargas elétricas de forma desordenada, entram em atividade. O tipo de crise de maior conhecimento é o da convulsão. As pessoas podem ter uma vida normal se seguirem o tratamento adequado com medicação de uso contínuo prescritas por neurologistas. 

Segundo especialistas, ao depender da região do cérebro em que houver a ativação, o paciente pode ou não perder a consciência. Ao final da crise o paciente pode se sentir confuso, com pensamento lentificado e demorar para voltar à normalidade.

Alguns dos sinais que podem ocorrer são: movimentos de apenas um dos braços ou pernas, espasmos em um dos lados do rosto ou a pessoa fica “aérea” por um tempo. O tratamento da doença é um dos mais intensos em termos de medicamentos que agem nos neurônios. Assim, eles evitam os disparos elétricos desordenados. 

Durante uma crise convulsiva, que costuma ser curta, o paciente pode se debater, morder a língua, se urinar e até mesmo vir a cair e se machucar. Isso porque a pessoa perde o tônus muscular, ou seja, a firmeza. Para os neurologistas, o primeiro passo é se manter calmo para poder ajudar e tirar qualquer objeto que possa machucar caso ela caia e dar suporte a cabeça e o que não se pode fazer durante uma crise: jamais segurar a pessoas, apenas ampará-la; nunca jogar nada no rosto, como água ou álcool, o que não irá ajudá-la a voltar à realidade e colocar o dedo ou objeto na boca da pessoa para evitar que ambos se machuquem. 

O dia 24 de março foi escolhido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para conscientizar a população sobre a prevenção e o tratamento da Tuberculose. A doença infecciosa considerada a mais mortal do mundo até o surgimento da Covid-19 tem o Brasil como um dos países com maior carga. 

O biomédico Jailton Lobo alertou para o alto índice de transmissibilidade da doença. "Embora seja uma doença muito antiga, a tuberculose continua sendo a doença infecciosa mais mortal do mundo. Todos os dias, mais de 4000 pessoas perdem a vida como consequência da tuberculose e cerca de 30.000 são infectados por esta doença que pode ser evitável e curável", apontou. 

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O relatório da OMS publicado no ano passado apresentou um aumento de 4,5% no número de diagnósticos entre 2021 e 2020. Há cerca de dois anos, 10,6 milhões de pessoas contraíram tuberculose no mundo e 1,6 milhão de pessoas vieram a óbito. 

No Brasil, a doença é considerada um dos principais problemas de saúde pública. O país ocupa a 20ª posição entre os que têm maior carga. "No Brasil, a doença é um sério problema de saúde pública, com profundas raízes sociais. A cada ano, são notificados aproximadamente 70 mil casos novos e 4,5 mil mortes em decorrência da tuberculose", destacou o microbiologista. 

Tratamento pelo SUS

A tuberculose é causada por bactérias do complexo Mycobacterium tuberculosis, também conhecida como bacilo de Koch. Geralmente, ela afeta os pulmões, mas também pode acometer outros órgãos, inclusive o sistema nervoso. Seu principal sintoma, no quadro pulmonar, é a tosse com ou sem secreções. Também é comum que o paciente tenha febre vespertina, sudorese noturna e perca peso. 

Lobo recomenda que, ao surgimento desses sintomas, a pessoa com suspeita busque a unidade de saúde mais próxima para investigar a ocorrência da infecção. Após o resultado positivo, o tratamento é feito através do Sistema Único de Saúde (SUS) em um esquema de seis meses.   

"O paciente precisa seguir o tratamento à risca, pois, caso contrário, a doença pode se tornar resistente aos remédios e se espalhar para outros órgãos e sistemas do corpo", advertiu o biomédico. 

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A Organização Mundial da Saúde (OMS) obrigou a Guiné Equatorial, localizada da África Central, a declarar alerta sanitário após confirmar o surto do vírus Marbug. Da mesma família do Ebola, a média de mortalidade da doença é de 50% dos contaminados. A depender da variante, o índice pode disparar para 88% dos casos. 

O ministro da Saúde do país, Ondo'o Ayekaba, classificou o surto como uma "situação epidemiológica atípica", confirmada em amostras enviadas para laboratórios no Senegal. Ele também informou que nove mortes foram contabilizadas entre 7 de janeiro e 7 de fevereiro, a princípio nos distritos Nsok Nsomo. Outros 16 casos estão sob suspeita e 21 pessoas foram isoladas após contato com os mortos. Segundo a DW, 4.325 pessoas estão em quarentena domiciliar. 

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"O vírus de Marburg é altamente contagioso. Graças à ação rápida e decisiva das autoridades da Guiné Equatorial na confirmação da doença, a resposta de emergência pode chegar rapidamente para salvar vidas e parar o vírus o mais rapidamente possível", avaliou a diretora regional da OMS para África, Matshidiso Moeti. 

Entres os sintomas estão: febre, fraqueza, vômitos e diarreia com sangue. O vírus é transmitido entre morcegos e primatas e, em seguida, para humanos. O contágio entre humanos no contato de fluídos corporais ou com superfícies e materiais usados por pessoas infectadas. Ainda não há vacinas e medicamentos para o Marburg. Assim como foi com a Covid-19, o tratamento inicial consiste em aliviar os sintomas. 

Origem europeia

Apesar da relação com a África, o vírus foi descoberto na Alemanha, em 1967, na cidade que deu seu nome. Ele causou surtos em laboratórios de Marbug e Belgrado, na atual Sérvia.  

 Na época, sete pessoas morreram durante as pesquisas. Em 2004, a doença resultou na morte de 90% dos 252 infectados em Angola. No ano passado, ela foi responsável por dois óbitos em Gana. Outros países do continente como Guiné-Conacri, República Democrática do Congo, Quênia, África do Sul e Uganda também tiveram histórico com a Marbug. 

No Brasil, de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) até agosto de 2022, há mais de 30 milhões de animais abandonados. Destes, 10 milhões são gatos e 20 milhões são cães. Para conscientizar e tornar acessível a adoção de pets, o Projeto Ame os Animais realiza uma feira de adoção no domingo (12), na praça da República, em Belém, em parceria com a Prefeitura e voluntários.

O evento será de 8 às 15 horas e terá diversas atividades: palestras sobre posse responsável de animais, cadastro para castração, vacinação, doação de rações, desfile de animais, shows de bandas regionais, entre outros. Essa foi uma ação pensada para a família e tem grande relevância social, já que o abandono de animais é crime no Brasil  e também é caso de saúde pública.

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Para a coordenadora do projeto, Socorro Coutinho, o evento busca incentivar a adoção de pets, além de informar a sociedade sobre esse tipo de ação. “Será um mutirão solidário em um ponto estratégico da cidade. A intenção é chamar as famílias para que venham prestigiar o evento e entender a causa, além de prestigiar os shows, as brincadeiras, dentre todas as atividades do evento”, ressaltou.

Uma das voluntárias é a médica veterinária da Universidade Federal Rural do Pará (Ufra) Betânia David, que também é coordenadora da Unidade de Medicina Veterinária do Coletivo. Ela destaca que esse tipo de ação é extremamente importante para a conscientização sobre os cuidados com os animais.

“É importante ampliar essa conscientização, pois além dos cuidados básicos é preciso entender a necessidade e a realidade de cada animal”, enfatiza.

“Participe desse momento de conscientização e de informações a respeito desses seres que querem fazer parte da família multiespécie, e que merecem cuidados diferenciados, para o seu bem estar e desenvolvimento saudável”, disse Betânia.

Serviço

Projeto Ame os Animais.

Local: Praça da República.

Hora: das 8h às 15h.

Informações: 91984937481.

Por Jéssica Santana, da assessoria do evento.

 

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou, nesta quinta-feira (9), uma viagem à Síria, afetada na última segunda-feira, assim como a Turquia, por um terremoto cujo número de mortos supera os 20 mil.

"Estou a caminho da Síria, onde a OMS apoia os cuidados de saúde essenciais nas áreas afetadas pelo terremoto recente, com base em nosso trabalho realizado há tempos naquele país", publicou Tedros Adhanom Ghebreyesus em sua conta no Twitter.

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Quase ao mesmo tempo, as Nações Unidas anunciaram que o subsecretário-geral de Assuntos Humanitários e coordenador dos serviços de emergência, Martin Griffiths, visitará no próximo fim de semana as áreas afetadas nos dois países.

Griffiths irá para Gaziantep, no sul da Turquia, e Aleppo, no noroeste da Síria. Também se reunirá com "autoridades da capital síria, Damasco".

As viagens acontecem no momento em que um primeiro comboio de ajuda às zonas rebeldes do noroeste da Síria ingressa pelo posto fronteiriço de Bab al-Hawa, segundo a ONU e uma autoridade local. Os seis caminhões transportam cobertores, colchões, barracas, material de resgate e lâmpadas solares para cerca de 5.000 pessoas, segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM).

O brasileiro Jarbas Barbosa tomou posse nesta terça-feira (31) como diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), com o objetivo de ajudar os países a "superar as desigualdades", "recuperar-se da pandemia" e "alcançar a atenção universal".

Esse escritório para as Américas da Organização Mundial da Saúde (OMS), símbolo da luta regional contra a covid-19, enfrenta "um panorama epidemiológico complexo" devido à persistência das doenças transmissíveis, ao risco de surtos e epidemias e aos efeitos das mudanças climáticas, detalhou o novo diretor em seu discurso de posse. Também enfrenta "desigualdades significativas entre e dentro dos países", que exigem "sistemas de saúde fortes e resilientes", acrescentou na sede da Opas, em Washington.

Barbosa se propõe a converter a organização em líder regional e prometeu desempenhar sua função sem se deixar influenciar por nenhum governo ou autoridade de fora da Opas ou da OMS.

O brasileiro, que conhece bem a organização, da qual era vice-diretor, contou com o apoio do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro para a sua candidatura. Sua eleição, em setembro passado, parece agradar também a Luiz Inácio Lula da Silva, que elogiou seu compromisso com a ciência em palavras lidas pela ministra da Saúde, Nísia Trindade.

Em 120 anos de existência, esta é a segunda vez que a Opas estará sob o comando de um brasileiro, a partir de amanhã, quando Barbosa irá substituir Carissa F. Etienne, da Dominica. "É um momento único para a região", afirmou Nísia, que defendeu um desenvolvimento sanitário sustentável e equitativo e a autonomia mediante "o fortalecimento da produção local".

Barbosa concorda com a importância de "expandir o desenvolvimento e a produção de medicamentos, vacinas e produtos médicos" na América Latina e no Caribe, fortalecer a detecção e resposta às emergências de saúde pública e reforçar a coordenação regional.

- Os relegados -

Acima de tudo, deve-se identificar os grupos "que estão ficando para trás e as barreiras de acesso" ao atendimento de saúde, insistiu Barbosa. Entre os rebaixados, ele citou povos originários, afrodescendentes, famílias pobres que vivem nas periferias das grandes cidades e em zonas rurais, mulheres e pessoas LGBTQ+, que "precisam de sistemas de saúde que os vejam e escutem".

Melhorar o sistema também passa, segundo Barbosa, por "ampliar o uso da teleconsulta e telemedicina".

Na América Latina e no Caribe, sobram desafios, entre os quais o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, citou, em mensagem em vídeo, as doenças não transmissíveis, a saúde mental, o envelhecimento da população e o impacto das mudanças climáticas.

Os países das Américas "depositaram confiança em você e por um bom motivo", disse o chefe da OMS, que elogiou a carreira de Barbosa na saúde pública do Brasil, onde ele trabalhou no Ministério da Saúde e presidiu a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

A Organização Mundial da Saúde (OMS) decidiu manter o nível máximo de alerta para a pandemia de Covid-19, exatamente três anos depois de declarar a doença como uma emergência de saúde pública internacional.

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, seguiu as recomendações do comitê de emergência da Covid-19, formado por especialistas que se reuniram na sexta-feira, afirma um comunicado.

O comitê declarou a epidemia de Covid-19 como uma emergência de saúde pública de importância internacional em 30 de janeiro de 2020, em um momento em que havia apenas 100 casos fora da China e nenhuma morte registrada.

Na sexta-feira, a OMS registrou no total mais de 752 milhões de infectados e quase 7 milhões de mortes, segundo dados oficiais, que a própria organização admite estarem muito aquém da realidade.

"Ao entrarmos no quarto ano da pandemia, não há dúvida de que estamos em uma situação muito melhor agora do que há um ano, quando a onda ômicron estava no auge", disse Tedros na abertura da reunião de seu Comitê Executivo, reunido em Genebra.

Mas reiterou imediatamente: "Desde o início de dezembro, as mortes semanais relatadas aumentaram. Nas últimas oito semanas, mais de 170.000 pessoas morreram de covid-19".

- "Não subestimem" o vírus -

"Minha mensagem é clara: Não subestimem esse vírus, ele nos surpreendeu e continuará nos surpreendendo e matando, a menos que façamos mais para fornecer assistência médica a quem precisa e combater a desinformação em escala global", disse na semana passada.

Na semana de 16 a 22 de janeiro, metade das 40.000 mortes contabilizadas oficialmente ocorreram na China, que recentemente abandonou sua política de "covid zero", uma das mais rígidas do mundo, diante do descontentamento popular.

O Comitê avalia que "a pandemia de Covid-19 provavelmente está em fase de transição".

O diretor da OMS lamentou que pouquíssimas pessoas estejam vacinadas contra o vírus, seja por falta de vacinas ou por desconfiança, apesar de vários estudos comprovarem seus efeitos positivos.

"Não podemos controlar o vírus da Covid-19, mas podemos fazer mais para lidar com as vulnerabilidades das populações e dos sistemas de saúde", disse Tedros nesta segunda-feira.

O mundo continua "perigosamente despreparado" para a próxima pandemia, alertou a Cruz Vermelha em um relatório sobre as lições da Covid-19, publicado nesta segunda-feira.

"A próxima pandemia pode ser iminente e, se a experiência da Covid-19 não acelerar os preparativos, o que vai acelerar?", questionou Jagan Chapagain, secretário-geral da Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (FICV).

"A preparação global para a pandemia de Covid-19 foi inadequada e ainda estamos sofrendo as consequências. Não haverá desculpa" se não nos prepararmos, acrescentou.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu, nesta segunda-feira (30), um maior investimento no combate às doenças tropicais negligenciadas, que afetam mais de 1,6 bilhão de pessoas, principalmente, em países menos desenvolvidos.

Doenças Tropicais Negligenciadas (DTNs) – como dengue, chikungunya e hanseníase – são frequentes em áreas onde há escassez de tratamento de água e no acesso a cuidados de saúde.

"Essas doenças são 'negligenciadas', porque estão quase totalmente ausentes dos planos de ações globais de saúde", afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, no Dia Mundial das DTNs.

Em 2021, cerca de 1,65 bilhão de pessoas precisaram de tratamento para algumas dessas DTNs, ou seja, 80 milhões a menos do que em 2020.

O número de pessoas que precisam de tratamento caiu na última década. Apesar das dificuldades, 47 países eliminaram pelo menos uma dessas doenças até o final de 2022. Esse tipo de doença inclui cerca de 20 condições que ocorrem, principalmente, em áreas tropicais, ou que afetam as comunidades mais pobres.

Essas patologias, como a doença de Chagas, a dengue e a hanseníase, decorrem de diferentes patógenos, como vírus, bactérias, mas também parasitas, fungos e toxinas. Esses quadros epidemiológicos são complexos e, muitas vezes, estão relacionados com as condições ambientais.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os eventos adversos - incidentes indesejados que resultam em algum dano ao paciente - estão entre as 10 principais causas de morte no mundo. Em países desenvolvidos, estima-se que um em cada dez pacientes sofre algum dano ao receber cuidados hospitalares. 

As questões relacionadas à segurança do paciente receberam grande atenção do público e das comunidades científicas após o relatório “Errar é humano”, da American National Institute of Medicine (NIH), em 1999. Segundo o estudo, a cada ano, 98 mil pessoas morrem em hospitais dos EUA como resultado de erros médicos evitáveis. Atualizações recentes sobre esta análise registram resultados mais alarmantes, com estimativas pelo menos duas vezes maiores. 

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No Brasil, segundo um levantamento do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar da Universidade Federal de Minas Gerais (IESS-UFMG), todo ano, das 19,4 milhões de pessoas tratadas em hospitais no país, 1,3 milhão sofre pelo menos um efeito colateral causado por negligência ou imprudência durante o tratamento médico. 

Como forma de reverter esses números, um dos objetivos da simulação médica é a redução da possibilidade de eventos adversos durante procedimentos de saúde. Para isso, os treinamentos buscam reconstruir um ambiente real hospitalar para que os estudantes e profissionais de saúde consigam colocar em prática o seu aprendizado e continuem ampliando seu conhecimento.

 “Na área da saúde, um profissional competente precisa integrar de maneira eficiente o conhecimento, as habilidades e as atitudes. A simulação oferece a oportunidade de um ambiente o mais autêntico possível para seu aprendizado, treinamento e aprimoramento, melhorando assim a segurança do paciente”, explica Brena Melo, tocoginecologista e coordenadora do Centro de Simulação (CSim).

A coordenadora também reitera que “a grande vantagem da simulação é a possibilidade de reproduzir uma réplica de um espaço real de prática. Assim, o indivíduo consegue treinar em um ambiente seguro de aprendizagem, sem risco para o paciente”.

Os treinamentos de simulação médica são divididos em briefing, momento de conversa anterior ao cenário; cenário, que é a simulação de um atendimento real; e, por fim, o debriefing, que é a aprendizagem reflexiva no momento pós prática. No CSim, há o suporte de equipamentos audiovisuais de última geração, que gravam a simulação para o grupo analisar e discutir, para auxiliar no debriefing. 

Além da parte técnica, dentro do treinamento também são trabalhadas questões éticas, de empatia, comunicação, relações interpessoais – que muitas vezes podem ser conflituosas e impactar o paciente. Há também o aspecto psicológico, pois, por ser um ambiente seguro, ajuda na redução da ansiedade e do nervosismo para executar os procedimentos médicos. 

A simulação médica é uma técnica e estratégia de treinamento que busca melhorar a segurança, eficácia e eficiência dos serviços de saúde. “Um bom paralelo para entender o que é a simulação médica é utilizar o exemplo do piloto. Ninguém consegue entrar em um avião sem um piloto ter passado por horas de treinamento, seja em situações rotineiras como também para situações de crise. Não há porque ser diferente na saúde”, explica Brena. 

A coordenadora do CSim também afirma que o treinamento individual é importante, mas há também a parte em grupo, que merece tanta atenção quanto. “Nos aspectos de comunicação e de atitude, as práticas em grupo conseguem melhorar e desenvolver a capacidade do profissional de saúde de chegar no melhor resultado para o paciente, estando seguro para tomar a frente da situação e se comunicando de forma efetiva com os colegas de trabalho”, completa Brena.

O comprometimento e atuação dos aprendizes durante a prática conseguem deixar o ambiente mais real e ajudar na eficiência do treinamento. “A mistura de realidade e ficção nos dão a possibilidade de desbravar diversas situações e contribuir na formação de profissionais de saúde que vão prestar assistência a toda população”, conclui a coordenadora.

Da assessoria

O objetivo de acabar com as gorduras trans industriais está longe de ser alcançado, e cinco bilhões de consumidores em todo o mundo continuam expostos a essas substâncias tóxicas – advertiu a Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta segunda-feira (23), destacando um plano do México para eliminar estes químicos da alimentação.

Em 2018, a OMS estabeleceu como objetivo eliminar as gorduras trans da alimentação mundial até 2023. Em um relatório publicado nesta segunda-feira, a organização reconheceu, no entanto, que este objetivo é "inalcançável" atualmente.

"Não têm qualquer benefício conhecido, apresentam muitos riscos para a saúde e geram custos enormes para os sistemas de saúde", afirmou o diretor-geral da organização, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em um comunicado.

O chefe da OMS fez um apelo para que se livre "de uma vez" desses "produtos químicos tóxicos que matam".

Atualmente, somente 43% da população mundial se beneficia de uma forma de proteção contra estes produtos, que a OMS estima que sejam a causa das doenças cardiovasculares que provocam 500 mil mortes todos os anos.

Dos 60 países que anunciaram algum plano para eliminar as gorduras trans industriais, somente 43 adotaram as melhores práticas: um limite obrigatório para que estas substâncias não representem mais de 2% dos óleos e gorduras no conjunto de um produto alimentício, ou uma proibição dos óleos parcialmente hidrogenados.

Os ácidos graxos trans industriais estão presentes nas gorduras vegetais solidificadas, como a margarina e a manteiga clarificada, e costumam ser encontrados em lanches, assados e frituras. São usados pelos fabricantes, porque aumentam a validade dos alimentos e são mais baratos.

- Equador, na lanterna -

"Há algumas regiões do mundo que não sabem que o problema existe", observou o diretor de Segurança Alimentar da OMS, Francesco Branca, em uma entrevista coletiva, na qual destacou que há produtos alimentícios alternativos que não custam mais caro.

Hoje, nove dos 16 países, onde se estima que há uma proporção mais alta de mortes por doenças coronárias provocadas por gorduras trans, não adotaram as recomendações. Trata-se de Equador, Austrália, Azerbaijão, Butão, Egito, Irã, Nepal, Paquistão e Coreia do Sul.

"Sinceramente, quando há gordura trans, pessoas morrem, e isso deveria ser proibido", disse Tom Frieden, ex-diretor dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos e que agora é presidente da ONG Resolve to Save Lives, que luta contra doenças cardiovasculares.

A OMS destacou os planos do México, da Nigéria e do Sri Lanka para combater o uso destas substâncias na indústria alimentícia.

O México, onde o problema é generalizado, "está a ponto de agir, assim, esperamos realmente ver México e Nigéria avançando em um futuro próximo", celebrou Frieden.

"Não é possível ver as gorduras trans nos alimentos. Você pode não saber que elas estão lá. Se você tiver um ataque cardíaco e morrer, não se saberia a causa”, alertou, observando que está "otimista" que o mundo será capaz de “deixar as gorduras trans para trás”.

O câncer deve se tornar a principal causa de morte no Brasil em menos de uma década. O envelhecimento da população e o aumento de diagnósticos são as principais razões para a mudança, diz a ex-presidente da Sociedade Brasileira de Patologia, hoje integrante do conselho consultivo, Katia Leite. Professora da USP, é a única brasileira a integrar o comitê editorial da Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC) da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Ela é uma das responsáveis pela atualização dos livros que são referência mundial para todos os tumores cancerígenos. Os volumes, conhecidos como blue books (livros azuis), são importantes porque padronizam (e atualizam) os tipos de tumores e tratamentos.

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No Brasil, o câncer é a segunda principal causa de morte desde 2003, perdendo apenas para doenças cardiovasculares.

Em entrevista ao Estadão, Katia falou sobre a alta de diagnósticos de câncer em todo o mundo, o avanço dos tratamentos e destacou a importância da conscientização sobre os tumores hereditários.

Por que os "livros azuis" são tão importantes?

Os "livros azuis" possibilitam a harmonização do diagnóstico dos tumores em todo o mundo e também o tratamento indicado. Além disso, são essenciais também para a realização de ensaios clínicos. Eles existem desde 1956 e estamos agora em sua 5.ª edição. Pela necessidade de atualização cada vez mais rápida, temos sempre novas descobertas relacionadas às neoplasias, às vias moleculares do câncer, à fisiopatologia dos tumores e novas drogas. Temos, além das edições impressas, a edição online.

E como é feita a incorporação de uma descoberta?

Os livros têm um corpo editorial e, cada um deles (relacionado a cada trato) tem experts contratados. A partir das publicações científicas de novos estudos, os editores chamam os autores a participar. Atualmente, conhecemos diversas vias de alteração. E, para cada uma delas, há drogas específicas com alvos moleculares. Um tumor que tem um aspecto morfológico X vai ser agrupado com determinadas vias de carcinogênese. A mutação Y vai ser agrupada de um jeito. A mutação W, de outro jeito. Aspecto histológico, molecular, expressão de proteína, mutações específicas, tudo isso tem repercussão na escolha do tratamento e no prognóstico.

Por que os diagnósticos de câncer vêm aumentando?

São vários aspectos. Temos um aumento do número de diagnósticos pelo maior acesso a exames de diagnóstico precoce. Há maior disseminação de exames como colonoscopia, mamografia. A chance de um diagnóstico é maior. Isso não quer dizer que aumentou o número de casos, mas de detecção. Além disso, hoje, a sobrevida média da população já é de quase 80 anos. Até bem pouco tempo atrás, era de 65 anos. Com sobrevida maior e mais idosos, mais casos de câncer teremos. Por exemplo, 80% dos homens de 80 anos têm câncer de próstata. As pessoas deixaram de morrer de pneumonia, de doenças infecciosas. Cada vez mais elas deixam de morrer de problemas cardiovasculares. Temos muitos avanços nessa área, remédios, tratamentos. Até 2030, o câncer será a primeira causa de morte.

E o estilo de vida?

Sim, outra coisa é o estilo de vida. É preciso deixar de fumar qualquer coisa, não apenas o cigarro comum. Cigarros eletrônicos são péssimos, narguilés são péssimos, maconha, tudo é péssimo. É preciso ter uma vida mais saudável, uma alimentação melhor, não fumar, usar protetor solar.

Tratamentos para o câncer têm evoluído, não? Estão cada vez mais específicos.

Sim, a evolução dos tratamentos é incrível. De forma geral a oncologia tratava o câncer de maneira grosseira. Quimioterápicos e radioterápicos eram bem mais inespecíficos, interrompem o processo de multiplicação das células. Mas quais as causas da doença? Por que as células se multiplicam de forma anômala? A grande evolução são as drogas que têm alvos moleculares, elas inibem vias de carcinogênese, que são responsáveis pela sinalização errada de que aquela célula deve se multiplicar. Outro tratamento que está mudando a história do câncer é a imunoterapia. Porque o tumor, para se proliferar, engana o sistema imune, que deixa de atacá-lo. A imunoterapia faz com que o sistema imunológico passe a reconhecer e lutar contra o tumor. Ela desbloqueia essa defesa inibida. A velocidade do desenvolvimento de drogas com alta eficiência é incrível.

A senhora e seu grupo estão atualizando também o volume sobre as síndromes hereditárias. Como o conhecimento avança?

As síndromes hereditárias estão relacionadas a 10% dos casos de câncer. Em algumas comunidades mais fechadas, como a dos judeus asquenazes no leste europeu, esse porcentual é mais alto, porque há um grau de consanguinidade muito grande. Então, uma mutação que poderia ser diluída em uma população mais diversa, acaba sendo selecionada. Essas síndromes indicam aumento da predisposição ao desenvolvimento de câncer.

E como podemos identificar essas síndromes?

Esses tumores costumam aparecer muito antes do que seria a faixa etária habitual. O câncer de próstata, por exemplo, costuma ocorrer depois dos 65 anos. Se um homem de 50 tem esse diagnóstico, já pode desconfiar de uma síndrome. Mama é a mesma coisa. Mulheres de 30 anos com câncer de mama também certamente têm uma síndrome hereditária. Temos de conhecer a história de doenças da nossa família, é importante disseminar esse conhecimento, que é fundamental para o indivíduo e também para o sistema de saúde. Temos de perguntar à família: do que morreu meu avô? E minha avó? E todos os médicos devem ser capazes de reconhecer as síndromes, não é um dever apenas do oncologista. O clínico geral, o ginecologista, o geriatra, todo mundo é responsável.

A prevenção é possível nesses casos?

A prevenção é difícil. Um caso seria o da atriz Angelina Jolie, que tirou todo o tecido mamário e o ovário porque sabia que tinha uma alta predisposição. Mas conhecendo a história da família o indivíduo pode começar a fazer exames de diagnóstico mais cedo, estar mais atento para fazer um diagnóstico precoce. Por exemplo, se você sabe que há casos de melanomas agressivos na família, você vai estar muito mais atenta à exposição solar, se proteger mais, não deixar que uma pinta vire uma úlcera para procurar tratamento, essas coisas.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o ministro da Saúde de Uganda anunciaram nesta quarta-feira (11) o fim da epidemia de Ebola neste país africano, menos de quatro meses depois de seu início e após 55 mortos.

"Controlamos com sucesso a epidemia de Ebola em Uganda", disse a ministra da Saúde, Jane Ruth Aceng, em uma cerimônia em Mubende, o epicentro da epidemia.

Segundo os critérios da OMS, um surto é considerado encerrado quando não houver novos casos por 42 dias consecutivos, o dobro do número de dias de incubação da doença.

O surto foi declarado em Mubende em 20 de setembro e depois se espalhou por todo país, com uma população de 47 milhões de pessoas.

Ainda não há vacina para essa doença, mas três imunizantes experimentais estão sendo testados no país.

Uganda sofreu sete surtos de Ebola, cinco deles causados pela chamada cepa "sudanesa", disse a ministra da Saúde, acrescentando que a origem do surto de setembro passado "ainda é desconhecida".

"Parabenizo Uganda por sua resposta robusta e abrangente que resultou na vitória de hoje contra o Ebola", disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em um comunicado.

O ebola é uma febre hemorrágica viral frequentemente mortal. Deve seu nome a um rio na República Democrática do Congo (RDC), onde foi detectada em 1976.

Uganda sofreu seis surtos de ebola, o último deles, em 2019. Quatro foram causados pela chamada cepa sudanesa.

O vírus é transmitido por fluidos corporais. Seus sintomas habituais são febre, vômitos, sangramento e diarreia. As pessoas infectadas se tornam contagiosas após o início dos sintomas, passado um período de incubação de 2 a 21 dias.

A doença tem seis cepas diferentes, três das quais já causaram grandes epidemias. Epidemias são difíceis de conter, especialmente em áreas urbanas.

O governo chinês pediu à Organização Mundial da Saúde (OMS), nesta quinta-feira (5), que adote uma posição "imparcial" sobre a gestão da Covid-19, depois que a instituição criticou Pequim por sua definição "muito estreita" para contabilizar as mortes pelo vírus.

O país suspendeu sem aviso, no início de dezembro, a maioria de suas rígidas medidas anticovid, que permitiam que sua população estivesse amplamente protegida desde 2020.

Os hospitais chineses estão sobrecarregados com uma onda de pacientes, a maioria idosos, os crematórios estão superlotados e muitas farmácias estão com falta de remédios contra a febre.

No entanto, as autoridades estão relatando pouquíssimas mortes relacionadas à covid, após uma polêmica mudança na metodologia de contagem de vítimas.

Atualmente, apenas as pessoas que morrem diretamente de insuficiência respiratória relacionada ao coronavírus estão incluídas nas estatísticas. Essa mudança de metodologia significa que muitas mortes deixaram de ser registradas como causadas pela covid.

Um ajuste que não reflete a situação no terreno, segundo muitos especialistas e a Organização Mundial da Saúde.

"Achamos que esta definição é muito estreita", disse na quarta-feira o Dr. Michael Ryan, diretor de gestão de emergências sanitárias da OMS.

"Os números atuais publicados pela China subestimam o impacto real da doença em termos de internações hospitalares, internações em terapia intensiva e principalmente em termos de mortes", observou.

"Esperamos que a OMS mantenha uma posição científica, objetiva e imparcial e se esforce para desempenhar um papel positivo na resposta mundial ao desafio da pandemia", declarou a porta-voz do Ministério chinês das Relações Exteriores, Mao Ning, à imprensa.

Desde o início da pandemia, a China se opõe a qualquer referência a uma possível politização da crise sanitária.

- Dados mais rápidos, regulares e confiáveis -

"Desde o início da epidemia, a China compartilhou informações e dados confiáveis com a comunidade internacional de maneira aberta e transparente", disse a porta-voz.

A China, com 1,4 bilhão de habitantes, registrou apenas 23 mortes por covid desde dezembro, apesar de uma onda de contaminação sem precedentes nos últimos três anos no país.

"Continuamos pedindo à China dados mais rápidos, regulares e confiáveis sobre hospitalizações e mortes, além de um sequenciamento do vírus mais completo e em tempo real", declarou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, na quarta-feira.

Apesar do recrudescimento da epidemia na China, as autoridades encerrarão no domingo as quarentenas obrigatórias na chegada à China e permitirão mais uma vez que os chineses viajem ao exterior.

A fronteira entre Hong Kong e a China continental, praticamente fechada há quase três anos, será reaberta aos viajantes a partir de domingo.

Por precaução, os Estados Unidos e uma dezena de outros países anunciaram que exigirão testes negativos para passageiros vindos da China. A OMS reiterou seu apoio a esses testes.

A partir desta quinta-feira, os Estados Unidos exigem um teste de covid negativo para entrar em seu território, obrigatoriamente realizado 48 horas antes de sair da China.

França, Itália, Alemanha e Espanha adotaram medida semelhante. A Tailândia, por sua vez, decidiu não fazê-lo.

A União Europeia "encorajou fortemente" esta semana os seus Estados-membros a imporem um teste realizado na China antes do voo, e "instou" os vinte e sete a complementarem o teste negativo com "testes aleatórios" na chegada ao território europeu.

Na terça-feira, Pequim condenou a imposição de testes de covid por alguns países, chamando-os de "inaceitáveis" e ameaçando "contramedidas".

A Organização Mundial da Saúde (OMS) atualizou as recomendações para a vacina contra o HPV, um dos principais fatores de risco para o câncer de colo de útero. A doença é uma das principais causas de morte de mulheres no mundo. O vírus não infecta só mulheres. A doença também oferece riscos para os homens. Para especialistas, a melhor prevenção é o uso de preservativo, tanto masculino como feminino, e também a vacinação.

Embora a vacina seja uma das principais formas de prevenção, o percentual de imunização vem caindo em todo o mundo. Flávia Miranda Corrêa, consultora médica da Fundação do Câncer, avalia que são vários os motivos para a baixa adesão, e destaca a importância de campanhas.

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"O foco foi colocado em evitar o vírus sexualmente transmissível, quando o foco tem que ser deslocado para a prevenção do câncer. Outra dificuldade é fazer a vacinação nas escolas no país e a terceira questão é mais relacionada ao movimento antivacinação que não é exclusivo no Brasil", explicou.

No Brasil, desde 2014, quando a vacina HPV foi implementada no calendário nacional de vacinação, o fornecimento é feito com a vacina quadrivalente, oferecida de graça pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Segundo o Ministério da Saúde, a vacina HPV é indicada para meninas e meninos de 9 a 14 anos. Isso porque ela é altamente eficaz nos adolescentes dessa faixa etária não expostas aos tipos de HPV 6,11,16 e 18, induzindo a produção de anticorpos em quantidade muitas vezes maior do que a encontrada em infecção naturalmente adquirida num prazo de dois anos.

A época mais favorável para a vacinação é nesta faixa etária, de preferência antes do início sexual, ou seja, antes da exposição ao vírus. O Brasil é um dos países que oferece a vacina para a faixas etárias mais extensas e foi um dos primeiros da América Latina a incorporar os meninos na vacinação.

O Ministério da Saúde informou, em nota, que o Programa Nacional de Imunizações acompanha a discussão e está aguardando a conclusão de outros estudos sobre a duração da imunidade com dose única e levará esse assunto para discussão já no primeiro semestre de 2023.

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, elogiou a nomeação da presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Nísia Trindade, como ministra da Saúde do futuro governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.

Aos 64 anos de idade, Trindade será a primeira mulher na história a comandar o Ministério da Saúde do Brasil e vai romper com a abordagem anticiência que marcou os quatro anos do governo de Jair Bolsonaro.

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"Parabéns à minha amiga Dr. Nísia Trindade por ser indicada para ser ministra da Saúde do Brasil, a primeira mulher a assumir esta posição. Tudo de bom, e conto que trabalharemos juntos nos próximos anos para avançarmos na saúde para todos", escreveu Adhanom no Twitter, em português.

Também na rede social, a presidente da Fiocruz agradeceu pela "gentileza" do diretor da OMS e disse que a organização sanitária e o multilateralismo "mostram-se essenciais, sobretudo em tempos de emergências sanitárias que tendem a se globalizar de forma acelerada".

O governo Bolsonaro teve quatro ministros da Saúde em quatro anos (Luiz Henrique Mandetta, Nelson Teich, Eduardo Pazuello e Marcelo Queiroga) e ficou marcado pela gestão desastrosa da pandemia de Covid-19, com atrasos na compra de vacinas e boicotes sistemáticos a medidas anticontágio.

Isso se traduziu em um saldo de quase 700 mil mortes pelo novo coronavírus, sem contar a subnotificação. Em março de 2021, Adhanom chegou a cobrar que o Brasil levasse a pandemia "a sério", em meio à resistência de Bolsonaro em apoiar medidas sanitárias para conter a Covid-19.

Nísia Trindade, por sua vez, preside a Fiocruz - uma das principais fabricantes de vacinas do Brasil - desde 2017 e criou o Observatório Covid-19, projeto de monitoramento dos dados da pandemia no país. Além disso, participou das negociações para produzir o imunizante da AstraZeneca nas instalações da Fiocruz.

Da Ansa

Há três anos foi identificado o primeiro caso de Covid-19 na China, início de uma doença que se espalhou por todo mundo e que agora deve servir de lição para a próxima pandemia, segundo especialistas.

“Não estamos nos movendo o suficiente para estarmos prontos”, disse à AFP William Rodriguez, diretor da Find, uma fundação supervisionada pela ONU, cujo objetivo é melhorar o acesso a testes de diagnóstico ao redor do mundo.

Os exames, principalmente os que podem ser feitos em casa, são essenciais para impedir a propagação de uma doença. Outros dispositivos são a identificação de vírus, ou de bactérias, que podem provocar a próxima pandemia, a descoberta de vacinas, ou tratamentos de emergência, ou a produção e a distribuição desses produtos.

Os países-membros da Organização Mundial da Saúde (OMS) iniciaram as negociações internacionais para combater futuras pandemias. Já o Banco Mundial criou um fundo específico, alimentado pelos países do G20 (da ordem de US$ 1,6 bilhão até o momento).

- "Algumas mutações" -

As iniciativas também são privadas. Na Austrália, o magnata Geoffrey Cumming destinou US$ 170 milhões para financiar um centro de pesquisas dirigido pela infectologista Sharon Lewin.

Essa equipe se concentrará no desenvolvimento de tecnologias que possam servir de base para tratamentos rapidamente adaptáveis contra novos patógenos.

O modelo são as vacinas de RNA mensageiro que foram desenvolvidas contra a covid. O centro australiano deve estar pronto em cerca de seis meses, disse Sharon Lewin à AFP.

O objetivo é saber como responder com urgência a um patógeno desconhecido, mas a antecipação também envolve a identificação de riscos conhecidos.

A OMS trabalha na atualização de sua lista de micróbios sob vigilância. Além da gripe, estão sob atenção os coronavírus em geral e os vírus do Ebola e da Zika, altamente perigosos.

"Apenas algumas mutações de cada um desses vírus" são suficientes para multiplicar sua propagação, alerta a epidemiologista Jennifer Nuzzo, da Brown University, nos Estados Unidos.

Outros patógenos sob estreita vigilância são os arenavírus, ou paramixovírus, aos quais pertencem o sarampo e a caxumba, ou o vírus de Marburg.

- 'Várias crises' -

Especialistas e ativistas temem, acima de tudo, a falta de vontade política, como no caso de financiamento.

A organização CEPI, cofundada por vários países e pela Fundação Bill e Melinda Gates para enfrentar epidemias, busca US$ 800 milhões para preparar um plano de resposta em cinco anos.

Também existe a espinhosa questão do acesso às vacinas, a começar pelos países mais pobres.

“Para mim, a tragédia da covid foi a distribuição desigual das vacinas, mesmo quando já eram acessíveis”, diz Nuzzo.

Os especialistas concordam: se não houver acesso rápido e barato a vacinas na América Latina, na África, ou na Ásia, a próxima crise não terá uma resposta adequada.

As discussões sobre patentes dentro da OMS são, no entanto, "extremamente preocupantes", afirma Mohga Kamal-Yanni, representante da ONG People's Vaccine Alliance.

A varíola do macaco - monkeyox, em inglês - passará a se chamar mpox em todos os idiomas, anunciou a Organização Mundial de Saúde nesta segunda-feira (28).

Ambos os nomes serão usados durante um ano, até o termo varíola do macaco ser substituído por completo, especificou a OMS.

A organização, com sede em Genebra, tem autoridade para nomear novas doenças e, muito excepcionalmente, mudar o nome das já existentes.

"A questão do uso do novo nome em diferentes idiomas foi amplamente discutida. O termo mpox pode ser usado em outras línguas", afirmou a OMS.

Se o nome se mostrar problemático em qualquer idioma, a OMS iniciaria consultas com as autoridades competentes.

Quando o surto de varíola do macaco começou, na primavera de 2022, "declarações racistas e estigmatizantes" foram observadas online, o que levou alguns países e indivíduos a pedirem uma mudança de nome, lembrou a OMS.

A varíola do macaco recebeu esse nome porque foi originalmente identificada em macacos destinados à pesquisa na Dinamarca em 1958, mas a doença se desenvolve mais comumente em roedores.

Foi relatado pela primeira vez em humanos em 1970, na República Democrática do Congo.

Sua propagação em humanos estava limitada a certos países da África Ocidental, onde é endêmica.

Mas em maio começaram a aparecer casos de varíola do macaco no mundo inteiro.

A doença causa erupções cutâneas, que podem aparecer nos órgãos genitais ou na boca, acompanhadas de febre e dor de garganta.

Na maioria dos casos, os pacientes são, até o momento, homens que mantêm relações sexuais com homens, relativamente jovens.

Neste ano, 81.107 casos foram registrados em 110 países, com um total de 55 mortes, segundo a OMS

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