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O Iraque se ofereceu, neste domingo, para mediar a crise entre dois de seus principais parceiros, os Estados Unidos e o Irã, em meio a crescentes tensões no Oriente Médio.

O ministro de Relações Exteriores do Iraque, Mohammed al-Hakim, fez a oferta durante uma entrevista coletiva em Bagdá junto com seu homólogo iraniano, Mohammad Javad Zarif. "Estamos tentando ajudar e ser mediadores", disse al-Hakim, acrescentando que Bagdá "vai trabalhar para alcançar uma solução satisfatória". Ele destacou que o Iraque é contra ações unilaterais tomadas por Washington.

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Nas últimas semanas, as tensões entre Washington e Teerã aumentaram após os EUA enviarem um porta-aviões e bombardeiros B-52 para o Golfo Pérsico por uma ameaça ainda não detalhada que o país vê vindo do Irã. Os EUA também planejam enviar mais 900 soldados para o Oriente Médio, além dos 600 que já estão lá.

Zarif disse que o Irã "não violou o acordo nuclear" assinado em 2015, e pediu que nações europeias se esforcem para preservar o acordo após a saída dos EUA no ano passado.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta sexta-feira, 24, que o país vai enviar cerca de 1.500 soldados adicionais ao Oriente Médio em um contexto de tensões crescentes com o Irã.

"Queremos ter proteção no Oriente Médio. Enviaremos um número relativamente pequeno de tropas, em sua maioria preventivas", afirmou o presidente americano aos repórteres ao deixar a Casa Branca para viajar ao Japão para uma visita oficial.

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Pouco depois, Patrick Shanahan, secretário da Defesa em exercício, descreveu a medida como "uma resposta prudente a ameaças críveis do Irã".

Os soldados serão em grande parte de engenharia e de forças de defesa. O presidente chegou à decisão após uma reunião na quinta-feira, 23, na Casa Branca, com os principais assessores de segurança nacional. Ele concluiu que um pequeno aumento seria suficiente para enfrentar quaisquer ameaças adicionais de segurança na região vindas do Irã ou de forças apoiadas por eles.

O número de soldados enviados será bem menor do que havia sido cogitado nas últimas semanas. O Pentágono planejava apresentar uma opção para o envio de até 20.000 soldados para a região. Mas alguns oficiais do Departamento de Defesa consideraram tal movimento um risco às tropas americanas que estão na região, porque o movimento poderia dar aos adversários americanos um alvo ainda maior.

Congressistas críticos da medida, a maioria deles democratas, questionaram nesta semana autoridades do governo sobre as últimas tensões com o Irã foram causadas por Teerã ou Washington. O próprio Trump já se disse a favor de diminuir a presença militar americana na região, especialmente na Síria.

Os EUA avaliam a possibilidade de enviar mais soldados para o Oriente Médio para garantir a segurança da região, informou na quinta-feira (23) o secretário de Defesa, Patrick Shanahan.

O comandante encarregado da região, Kenneth McKenzie, havia solicitado mais tropas em meio à crescente tensão entre os EUA e o Irã. (Com agências internacionais)

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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os Estados Unidos avaliam a possibilidade de enviar mais tropas para o Oriente Médio para garantir a segurança do contingente já estacionado - afirmou o secretário americano da Defesa, Patrick Shanahan, nesta quinta-feira (23).

"O que estamos considerando é se há coisas que podemos fazer para melhorar a segurança das nossas forças no Oriente Médio", disse Shanahan à imprensa.

"Isso pode incluir enviar mais tropas", reconheceu.

O secretário interino, emitiu essa opinião antes de um encontro com o ministro vietnamita de Relações Exteriores, Pham Binh Minh, além de desmentir dados publicados pela imprensa americana sobre o número de soldados que Washington pretende enviar para a região.

"Não são dez mil ou cinco mil. Isso não é exato", disse Shanahan, que sugeriu que o Comando Central dos Estados Unidos (Centcom), encarregado da área onde ficam o Chifre da África e Oriente Médio, havia solicitado mais soldados ao Pentágono por conta das crescentes tensões com o Irã.

O novo comandante do Centcom, o general Kenneth McKenzie, já havia lamentado publicamente a redução no número de militares americanos no Oriente Médio decidida pelo Pentágono como parte de uma nova estratégia de defesa mais centrada na Rússia e China.

"Não temos efetivos suficientes para estar onde queremos estar com o número adequado, em todos os lugares, em qualquer momento" no mundo inteiro, declarou em maio durante uma entrevista em Washington.

Os Estados Unidos têm entre 60 mil e 80 mil soldados posicionados no Oriente Médio, sendo 14 mil no Afeganistão 5.200 no Iraque e menos de dois mil na Síria, segundo o Pentágono.

Dois altos funcionários da ONU alertaram nesta sexta-feira durante uma reunião de emergência do Conselho de Segurança sobre o risco de uma "catástrofe humanitária" na província síria de Idlib, caso os combates continuem.

"Pedimos a todas as partes que cessem as hostilidades", declarou a vice-secretária-geral das Nações Unidas para Assuntos Políticos, a americana Rosemary DiCarlo. "Estamos diante de um risco de catástrofe humanitária", advertiu durante esta sessão, a segunda em uma semana dedicada à situação em Idlib, no noroeste da Síria.

Em 10 de maio, uma primeira sessão, a portas fechadas, terminou com a oposição de Moscou, aliado de Damasco, à aprovação de uma posição comum do Conselho para pressionar pela cessação dos combates.

O vice-secretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários, o britânico Mark Lowcock, denunciou por sua vez a "escalada aterrorizante" da violência, com cada vez mais barris de explosivos jogados do ar.

Ele também evocou um "pesadelo humanitário".

"Cerca de 80 mil pessoas não têm para onde ir e se refugiam nos campos ou sob as árvores", disse ele.

Lowcock afirmou ainda que não é capaz de dizer quem é o responsável pelos bombardeiros. Alguns deles "são claramente organizados por pessoas com acesso a armas sofisticadas, incluindo uma aviação moderna e armas de precisão", apontou.

Desde 28 de abril, "18 instalações médicas foram atingidas" pelos ataques, em violação à lei internacional, disse Lowcock.

As forças sírias e seus aliados russos aumentaram os ataques na região de Idlib desde o final de abril, aumentando os temores de uma possível ofensiva iminente para tomar o controle deste último enclave de grupos jihadistas.

Os ataques sírios e russos são dirigidos contra os territórios controlados pela Hayat Tahrir al Sham (HTS) e outros grupos jihadistas.

Cerca de três milhões de pessoas vivem na província de Idlib, incluindo um milhão de crianças.

A Uber anunciou nesta terça-feira (26) a compra por US$ 3,1 bilhões do aplicativo Careem, um de seus concorrentes com atuação no Oriente Médio. A transação deve ser concluída no primeiro trimestre de 2020. O valor total da operação inclui US$ 1,7 bilhão em notas conversíveis e US$1,4 bilhão em dinheiro, explicou a Uber em um comunicado.

O acordo transformará a Careem na filial da Uber, mas a empresa continuará operando de maneira independente, sob sua marca original, e será dirigida por seus fundadores.

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Careem, com sede em Dubai, é uma das startups de maior sucesso no Oriente Médio, com atuação no serviço de transporte em mais de 100 cidades, em 14 países. A notícia da aquisição da Careem vem na mesma semana em que a Uber também anunciou sua abertura de capital, ainda neste ano, na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE). 

Da Ansa

O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, fará na quinta-feira, 14, uma apresentação com o tema: "Refugiados - Desafio no Oriente Médio e a experiência brasileira" durante a conferência de paz sobre o Oriente Médio que se realiza em Varsóvia, na Polônia. O apoio brasileiro a migrantes da Venezuela é apontado como um exemplo de sucesso.

Segundo fontes do governo brasileiro, a conferência não é negociadora e não se espera que sejam tomadas posições. A proposta é fazer uma "discussão franca" sobre a crise na região, o que é visto como uma "oportunidade diplomática".

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A realização conferência foi anunciada em janeiro pelo secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, e é vista como uma tentativa de isolar o Irã. A iniciativa é vista com reticência, por exemplo, pela Europa. De acordo com a imprensa local, a representante para Política Externa e Segurança, Federica Mogherini, boicotou o encontro. Outros países optaram por enviar um nível baixo de representação. A Rússia, aliada do Irã, anunciou que não participará.

Declaradamente alinhado aos EUA, o Brasil estará presente. Em contraponto às notícias que o evento está esvaziado, integrantes do governo brasileiro destacam a participação de países importantes da região: Arábia Saudita, Emirados Árabes, Catar e Israel. Também ressalta a presença de chanceleres de países como o Japão, o Reino Unido, a Itália e o Canadá.

Elas fogem do que resta do "califado" do grupo jihadista Estado Islâmico (EI) na Síria. São crianças nascidas em um "Estado" que desapareceu, muitas vezes sem pai e com mães de países onde não são bem-vindas.

Seus rostos se destacam entre um mar de niqabs (véu integral), ao lado de suas mães, amontoados em caminhonetes que os transportam do último reduto do EI no leste da Síria.

Há bebês de apenas três meses, que choram de cansaço e fome. Os mais velhos observem em silêncio os jornalistas.

Estão vestido com várias camadas de roupas para enfrentar o frio: casacos, cobertores, gorros...

É difícil adivinhar o estado de suas mães sob o véu integral, mas seus olhos transmitem cansaço, esgotamento e também as mãos muito magras.

Há meses, a comida está acabando no último reduto jihadista, alvo de uma ofensiva da aliança curdo-árabe das Forças Democráticas Sírias (FDS), que reconquistou progressivamente a imensa maioria do setor.

Nas horas mais difíceis do "califado", alvo de bombardeios e dos ataques aéreos da coalizão internacional, os bebês continuaram a nascer.

Jadija tem um ano. Nasceu nos territórios jihadistas da província de Deir Ezzor, na fronteira com o Iraque.

Está envolvida por uma manta nos braços de sua mãe, uma síria de apenas 17 anos natural de Manbij, cidade do norte da Síria, a centenas de quilômetros de distância dali.

"Estou grávida"

Quando perguntada sobre o que espera para sua filha, ela responde com um olhar vazio. O pai, também jovem, foi detido pelas FDS e espera em outro veículo juntamente com dezenas de outros homens.

Há mulheres de outras nacionalidades: iraquianas, turcas, russas, ucranianas e francesas.

O que lhes espera? Um futuro incerto em campos de deslocados no norte da Síria controlados pelas autoridades curdas com uma zona destinada aos familiares dos supostos jihadistas.

Para chegar, as mulheres atravessaram com seus filhos centenas de quilômetros pelo deserto, em caminhonetes.

No acostamento da estrada há objetos arrastados pelo vento: uma mala, um suéter cinza, um carrinho de bebê azul abandonado.

Pelo menos 35 crianças morreram no caminho ou pouco depois de chegar ao acampamento, principalmente por hipotermia, segundo a ONU.

Na zona de recepção do campo de deslocados de Al Hol, mulheres e crianças, a maioria com menos de cinco anos, estão sentadas em cobertores empilhados, aguardando a atribuição de uma tenda.

Perto dali, na clínica, um médico exausto examina crianças esqueléticas.

"Acabei de descobrir que estou grávida", diz uma menina de 19 anos com um bebê apoiado no quadril.

O bilionário mercado de transmissão de jogos da Copa do Mundo e outros eventos esportivos foi parar em uma disputa nos tribunais da Organização Mundial do Comércio (OMC). Além disso, aprofundou um mal-estar entre governos rivais no Oriente Médio.

No próximo dia 18, o Catar pedirá que a entidade máxima do comércio inicie um processo contra os sauditas por conta de uma suspeita de que emissoras de Riad estariam pirateando os sinais de transmissão de jogos pela beIN, do Catar.

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A operação, segundo Doha, estaria sendo conduzida por uma iniciativa chamada beoutQ, um jogo de palavras que faz referência à empresa beIN, mas que também significaria "Estar fora Catar".

A beoutQ é um sistema de transmissão que conta com dez canais, com difusão no Oriente Médio com o apoio do satélite Arabsat. O Catar, porém, acusa a Arábia Saudita por estar na organização desse esquema, além de sediar a emissora pirata.

A beIN acusa os sauditas de estar roubando seu sinal e, assim, transmitindo os mesmos eventos esportivos, gerando prejuízos ao Catar no valor de US$ 1 bilhão (R$ 3,8 bilhões).

A base da crise foi a decisão dos sauditas de romper com o Catar em junho de 2017, acusando o país de financiar o terrorismo. Um bloqueio naval, aéreo e terrestre foi estabelecido.

Mas, em junho deste ano, ela ganhou contornos esportivos. Durante as transmissões da Copa do Mundo na Rússia, cujos direitos estavam nas mãos da beIN para todo o Oriente Médio, a emissora pirata começou a distribuir os mesmos sinais para as transmissões dos jogos. Durante o torneio, a Fifa chegou a emitir um comunicado pedindo que os sauditas ajudassem a lutar contra a pirataria. O Catar é a próxima sede da Copa e seu emir fez questão de ir até Moscou para os eventos.

O poder da Fifa, contudo, se mostrou limitado, diante do acolhimento de estrela que o príncipe herdeiro do trono de Riad, Mohamed Bin Salman, recebeu da parte dos russos. A Fifa ainda negocia um pacote de US$ 25 bilhões (R$ 96 bilhões) com fundos sauditas para seus torneios futuros e, neste momento, evita um confronto direto com Riad.

Mas a pirataria não acabou e o Catar decidiu levar o caso à OMC. Nos documentos que sustentam a queixa, Doha acusou os sauditas de violar regras de propriedade intelectual. "Tentamos resolver a questão por meio do diálogo e negociações. Mas lamentavelmente a Arábia Saudita se recusou a realizar consultas", indicou o Catar. "Por mais de um ano, a Arábia Saudita fracassou em proteger direitos de propriedade intelectual e permitiu pirataria em transmissões. De fato, o governo tem ativamente promovido essa pirataria, numa situação sem precedentes."

Além da Copa do Mundo, os sinais supostamente roubados se referiam ao Super Bowl, nos EUA, os jogos do Campeonato Inglês e outros eventos cujos direitos. Segundo o Catar, a transmissão pirata ocorre pela Internet e mesmo satélite.

Doha ainda acusa a empresa pirata de estar vendendo, em todo o território saudita, aparelhos decodificadores de sinais de TV e mesmo oferecendo assistência técnica aos consumidores.

ROMPIMENTO - Documentos obtidos pelo Estado revelam que o governo saudita alegou questões de "segurança nacional" e anunciou à OMC que não iria aceitar a abertura de um caso. Além disso, Riad apontou que cortou relações diplomáticas com o Catar e que, portanto, o assunto era de segurança nacional. Na visão da Arábia Saudita, a OMC não tem o poder de se impor diante de tal cenário.

"A OMC não é o local para resolver disputas de segurança nacional", apontaram os diplomatas sauditas, que garantem que respeitam todas as regras de propriedade intelectual.

Na semana passada, uma reunião foi realizada em Genebra, na Suíça, para lidar com a crise terminou sem um acordo. "Meu governo considera que o rompimento das relações diplomáticas torna impossível a condução de um processo de solução de disputas", indicou Riad. Ainda assim, o Catar decidiu colocar o assunto de volta na agenda da OMC, para o dia 18 de dezembro.

A Primeira Guerra Mundial provocou a queda dos impérios austro-húngaro, russo e otomano, a criação de vários países e uma grande mudança no Oriente Médio.

- Revolução Bolchevique -

A guerra marcou o fim do Império Russo, que já estava enfraquecido. As numerosas derrotas, as enormes despesas militares, a fome e a fúria popular antes do banho de sangue provocado pelo conflito formaram um terreno fértil para a Revolução Bolchevique de 1917.

Em março de 1917, uma primeira revolução causou a abdicação do czar Nicolau II e a formação de um governo que controlava quase nada. Em novembro, os bolcheviques tomaram o poder, e sua primeira decisão foi propor o fim das hostilidades contra países que estavam em guerra com a Rússia.

Em 3 de março de 1918, Lenin assinou a paz com a Alemanha e seus aliados em Brest-Litovsk.

- O fim dos Habsburgo -

O Império Austro-Húngaro, da dinastia dos Habsburgos, que dominou a Europa Central durante cinco séculos, estendia-se em 1914 da Suíça à Ucrânia e abrigava uma dúzia de nacionalidades diferentes.

Mas os sentimentos nacionalistas reduziram a unidade do Império, que desmoronou depois de 1918. Em 28 de outubro, nasceu a Tchecoslováquia. No dia seguinte, os eslavos do sul criaram a Iugoslávia e, em 1º de novembro, uma insurreição eclodiu na capital húngara, Budapeste.

Dois dias depois, o Império foi formalmente dissolvido durante a assinatura do armistício entre a Áustria-Hungria e os poderes vitoriosos: os Estados Unidos, a França e o Reino Unido.

- Uma nova Europa -

A consequência do colapso dos dois impérios foi a divisão da Europa Central em vários Estados. Além da Tchecoslováquia e da Iugoslávia, a Conferência de Paris em 1919 selou o nascimento da Polônia, anteriormente dividida entre a Áustria e a Rússia, e quatro novos Estados formados a partir de territórios russos: Finlândia, Estônia, Lituânia e Letônia.

A Hungria perdeu dois terços de seus territórios. A Itália recebeu parte do Tirol e "o resto", nas palavras do chefe do Governo francês Georges Clemenceau, tornou-se a Áustria.

- Dissolução do Império Otomano -

Quando o sultão Mehmet V proclamou a "guerra santa" contra a França, o Reino Unido e a Rússia, em 24 de novembro de 1914, o Império Otomano já havia perdido a maioria de suas possessões europeias.

Os contratempos sofridos desde 1915 na frente russa foram um pretexto para atacar a minoria armênia. Segundo estimativas, entre 1,2 e 1,5 milhão de armênios morreram durante a guerra. A Turquia nega a existência de um genocídio contra eles - embora cerca de 30 países e a maioria dos historiadores o reconheça -, mas admite que os massacres e a fome ceifaram as vidas de entre 300.000 e 500.000 armênios e tantos turcos.

A derrota das tropas otomanas em 1918 pôs fim ao Império. Os nacionalistas turcos, reunidos em torno do general Mustafa Kemal Atatürk, rejeitaram um primeiro tratado assinado em 1920, continuaram a luta contra os armênios, os gregos e os franceses e derrubaram o sultão.

A Turquia, convertida em República, impôs um novo tratado aos Aliados, que foi assinado em Lausanne, em 1923. O país manteve Anatólia e os estreitos, mas perdeu todos os seus territórios árabes.

- Frustração árabe -

Na Mesopotâmia e na Palestina, os ingleses conseguiram derrotar o Império Otomano graças à ascensão das tribos árabes, à qual prometeram independência. O trabalho de Lawrence da Arábia, um arqueólogo britânico que se tornou um elo com os árabes, foi decisivo.

Mas os britânicos e os franceses já dividiram o Oriente Médio em segredo em maio de 1916, com a assinatura dos acordos Sykes-Picot: Líbano e Síria para a França, Jordânia e Iraque para o Reino Unido. Essa divisão gerou muita frustração entre os árabes.

A famosa "Declaração de Balfour" (1917) complicou ainda mais a situação. Ao apoiar "o estabelecimento na Palestina de um lar nacional para o povo judeu", o ministro das Relações Exteriores britânico Arthur Balfour lançou as bases para a criação, 30 anos depois, do Estado de Israel, plantando as sementes de um conflito que a região ainda sofre nos dias de hoje.

Ao menos 20 pessoas morreram, incluindo dois jornalistas afegãos, e 70 ficaram feridas nesta quarta-feira (5) em um duplo atentado contra um clube esportivo em um bairro xiita de Cabul, indicaram as autoridades afegãs.

O primeiro ataque aconteceu às 18h00 locais (10h30 de Brasília), no bairro xiita de Dashti Barshy, no oeste da capital, segundo o porta-voz do Ministério do Interior, Najib Danish.

Por enquanto o duplo ataque não foi reivindicado, mas a minoria xiita do Afeganistão tem sido, em muitas ocasiões, alvo do grupo extremista Estado Islâmico (EI).

"Segundo as nossas informações, a explosão foi executada por um suicida", indicou à AFP o porta-voz da polícia, Hashmat Stanikzai.

O agressor explodiu a sua carga dentro de um clube esportivo onde atletas de luta estavam treinando.

O porta-voz do Ministério do Interior deu um balanço de 20 mortos e 70 feridos. Uma fonte da segurança afegã confirmou o número de vítimas.

Também havia civis e membros das forças de segurança entre os mortos e feridos.

Uma hora depois do primeiro ataque, um carro carregado com explosivos detonou perto da cena onde se encontravam os jornalistas e as forças de segurança, declarou Hashmat Stanikzai.

Ao menos quatro jornalistas ficaram feridos nessa segunda explosão, disse à AFP o NAI, grupo de apoio aos meios de comunicação no Afeganistão.

Tolo News, o maior canal privado do Afeganistão, confirmou que dois de seus jornalistas morreram.

"Havia forças de segurança, uma multidão e jornalistas", indicou Stanikzai.

"A segunda explosão aconteceu na entrada do Maiwand Club", um centro onde lutadores treinam. "Não sei qual é a natureza do explosivo", assinalou Stanikzai.

"Um ataque contra civis e funcionários de meios de comunicação do país é um ataque contra a liberdade de expressão e um crime contra a humanidade", assinalou o presidente afegão, Ashraf Ghani, em um comunicado no qual condena os últimos atos de violência.

O responsável do Maiwand Club, Pahlawan Shir, indicou à AFP que o agressor "matou os guardas na entrada do clube esportivo antes de detonar a carga".

"Estou procurando meus alunos, meus treinadores", declarou Pahlawan Shir.

"Se explodiu dentro (do local) quando havia muitos atletas reunidos. Há muitos mortos e feridos", indicou um usuário do Facebook, Mohammad Hanif.

O último atentado contra a comunidade xiita em Cabul aconteceu em 15 de agosto em um centro de preparação para os exames de acesso à universidade, no qual 37 pessoas morreram. O grupo EI reivindicou o ataque.

O atentado desta quarta ocorre no dia seguinte de os talibãs anunciarem a morte de Jalaluddin Haqqani, fundador da rede insurgente de mesmo nome, aliado dos talibãs e acusado nos últimos anos de muitos ataques suicidas que deixaram centenas de vítimas civis no Afeganistão.

Nesta quarta-feira, a polícia havia detido 11 membros da rede Haqqani que tinham explosivos e planejavam cometer um atentado, segundo os serviços de Inteligência afegãos.

O duplo atentado desta quarta acontece quando os Estados Unidos anunciam a nomeação do diplomata de origem afegã, Zalmay Jalilzad, que lidera os esforços americanos para restabelecer a paz no Afeganistão.

Uma peixaria no Kuwait, no Oriente Médio, acabou sendo fechada pelo Ministério da Saúde do local após ser constatado que o estabelecimento enganava os seus clientes colocando olhos de plástico nos peixes para que eles parecessem frescos, quando na verdade o animal já estava passado.

A notícia rapidamente ganhou repercussão nas redes sociais, em especial o Twitter, por ser algo inusitado. As informações são do jornal Al Bayan, que ainda repercutiu o fato de outra peixaria, também do Kuwait, realizar o que chamou de "Fashion Boutique Fish", onde, em tom de brincadeira, foi divulgado que os peixes eram "sem cirurgia cosmética".

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Um tuíte feito pelo jornalista Mohamed El Dahshan sobre o caso alcançou 132 mil curtidas. Várias pessoas comentaram estarem chocadas com a capacidade do comerciante que tentou ludibriar os clientes.

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A situação do Oriente Médio e de Israel em seus 70 anos é tema da conferência que ocorrerá nesta segunda-feira (3) na universidade UNIVERITAS/UNG, em Guarulhos, na Grande São Paulo. O evento contará com a presença do Cônsul de Israel, Dori Goren, e será mediado pela antropóloga e professora Ana Claudia Fernandes Gomes.

A palestra terá como foco o conflito entre israelenses e palestinos e, por isso, é voltada para os alunos do último ano dos cursos de direito, gastronomia, jornalismo e publicidade e propaganda, que no dia 25 de novembro devem participar do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade). O Enade avalia o rendimento dos concluintes dos cursos de graduação de todas as universidades do Brasil, com base em conteúdos programáticos  previstos nas diretrizes curriculares, no desenvolvimento de competências e habilidades necessárias ao aprofundamento da formação geral e profissional, e o nível de atualização dos universitários com relação à realidade brasileira e mundial.

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Os participantes poderão fazer perguntas ao Cônsul do país israelense, que também já atuou na embaixada de Israel em outros países da América Latina e da Europa.

Serviço:

Conferência sobre Israel e Oriente Médio

Data: segunda-feira, 3 de setembro de 2018

Horário: a partir das 19h30

Onde: anfiteatro F - UNIVERITAS/UNG

Endereço: Praça Teresa Cristina, 88,  Centro, Guarulhos, SP

Entrada gratuita.

O Egito voltou a ficar em alta no futebol internacional neste ano não só pela grande fase de Mohamed Salah, do Liverpool, ou pela participação da seleção na Copa do Mundo da Rússia. Um excêntrico milionário saudita tratou de colocar o futebol do país em evidência no mercado de transferências ao investir mais de R$ 135 milhões em 22 contratações, cinco delas de jogadores brasileiros e mais o técnico Alberto Valentim, que estava no comando do Botafogo.

Pyramids é o novo rico do futebol das areias. O clube foi comprado há poucos meses pelo xeque Turki Al-Sheikh, presidente do Comitê Olímpico da Arábia Saudita e primo do príncipe do país. O milionário chegou recentemente ao futebol egípcio, quando ainda era presidente de honra do time local mais vitorioso, o Al Ahly, para depois investir em outra equipe.

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Turki se irritou com a diretoria por considerar que merecia ser tratado com mais honrarias, com a chance de posar para fotos e receber mensagens de agradecimento de jogadores contratados. O clube octocampeão continental não quis ceder aos seus caprichos e causou a ira no saudita. A decisão dele foi romper relação e comprar um coadjuvante time local, o Al Assiouty, para transformá-lo em uma potência do nível do agora desafeto Al Ahly. Quem ganhou com isso foi o futebol egípcio, mais atrativo agora.

O xeque trocou o nome da nova equipe e não tem economizado nas contratações. São propostas irrecusáveis, que beiram os milhões de reais. Trouxe para ser treinador Alberto Valentim, também com passagem pelo Palmeiras, e investiu em brasileiros como Keno (Palmeiras), Rodriguinho (Corinthians), Ribamar (Atlético-PR), Carlos Eduardo (Goiás) e Arhur Caike (Chapecoense). O exagero foi tanto que o clube excedeu a cota de estrangeiros e já repassou Arthur.

O Pyramids oferece atrativos enormes. Carro e casa de luxo, tradutor e salários gordos. O dono saudita disse aos brasileiros e aos quatro jogadores da seleção egípcia trazidos nesta janela que quer mostrar aos rivais do Al Ahly que tem potencial para liderar um time vencedor.

A imprensa calcula que o elenco passou a valer cerca de R$ 260 milhões. Grande parte das contratações veio do Zamalek. O time recebeu aproximadamente R$ 70 milhões com as negociações e chegou a vender atletas por valores cinco vezes acima do esperado. Para os brasileiros, o montante investido passou de R$ 100 milhões.

O grande terror dos clubes brasileiros durante as últimas semanas da janela de transferência não foi o dinheiro chinês, o poderio dos tradicionais times europeus ou a procura dos japoneses. O antigo fantasma do Oriente Médio voltou a bater à porta das diretorias em busca de reforços. Levou vários atletas e ainda pode levar mais. O futebol do Oriente Médio parece ser o destino de alguns bons jogadores do País.

Equipes da Arábia Saudita e um novo clube do Egito foram os principais responsáveis pela debandada de brasileiros. Os times chegaram sem economizar nas contratações. Após temporadas com investimentos tímidos, sauditas e egípcios voltaram a colocar a mão no bolso. Querem formar equipes fortes e bandeiras competitivas.

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Na Arábia Saudita, o investimento é distribuído. O governo ajuda os clubes a quitar suas dívidas e, assim, ter reforços. Tanto que o Al-Wehda, que levou o técnico Fábio Carille, do Corinthians, é um clube mediano, da segunda divisão em 2017.

Para recuperar a credibilidade do país no esporte, mudanças estruturais ocorreram, acarretando a prisão de alguns políticos corruptos e a mudança de postura dos dirigentes.

Já no Egito o investimento pesado veio de apenas um clube, o Pyramids. O curioso é que o dono do time egípcio é Turki bin Abdulmohsen Al-Sheikh, que também dita as regras no futebol da confederação saudita.

O investimento coincide com um momento de revitalização do futebol egípcio. Em fevereiro de 2012, 74 pessoas morreram e mais de mil ficaram feridas durante conflito de torcidas em jogo do Al Ahly e Al Masry. Na sequência, em 2015, um conflito entre policiais e torcedores do Zamalek terminou com 20 mortos. Os episódios fizeram as autoridades a restringir a presença de público nos estádios, regra agora afrouxada.

NOVA CHINA - "A Arábia Saudita é a nova China". A declaração dada pelo presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, após perder Carille e parte da comissão técnica para o Al Wehda, acaba sendo, em parte, uma grande verdade.

Os sauditas voltaram a investir pesado no futebol e desta vez querem se tornar referência. Para isso, alimentam planos ambiciosos. A ordem é investir em atletas estrangeiros bons de bola e fazer com que o Campeonato Saudita se torne um dos mais importantes da região.

A Arábia voltou a ver futebol com mais interesse desde o ano passado, quando o príncipe herdeiro, Mohammad bin Salman, passou a atuar de forma mais direta na transformação econômica e social do país. O ministro Turki bin Abdulmohsen Al-Sheikh assumiu o comando do futebol saudita e todas as contratações de estrangeiros passam por sua aprovação. Foi assim com Carille, Petros, Valdivia, Anselmo e alguns outros.

O poder de Al-Sheikh, que tem o cargo de Presidente da Autoridade Esportiva Geral e do Comitê Olímpico da Arábia Saudita, é tão grande que ele gosta de assistir pessoalmente aos jogos da seleção saudita. E quando vê um atleta do rival que o interessa, age nos bastidores para tentar sua contratação para o futebol do país. Ele também deu aval para que agentes rodassem o mundo atrás de opções de qualidade que possam ser contratadas.

A meta é quitar todas as dívidas dos clubes e, assim, fazer com que o futebol saudita volte a ser uma referência no Oriente Médio. Alguns times chegaram a ser suspensos de torneios internacionais por atraso de salários.

A culpa pela inadimplência é do petróleo. A Arábia sempre foi dependente do produto de origem mineral, que possui grande variação de preço. Assim, era comum ver times contratando por valores exorbitantes e pouco depois não honrando o combinado, justamente por causa da desvalorização do petróleo. Hoje, as transações são bastante altas, mas dentro do orçamento dos clubes.

Outro motivo que incentiva o investimento no futebol local é a ideia de fortalecer o torneio mostrando-se ao mundo e, quem sabe lá na frente, também receber uma Copa do Mundo, como fará o vizinho Catar em 2022.

Três israelenses foram feridos nesta quinta-feira em um ataque com arma branca contra uma casa em uma colônia próxima a Ramallah, na Cisjordânia ocupada, informou o Exército hebreu.

"Um terrorista se infiltrou" na colônia Adam e "apunhalou três civis". "O terrorista foi baleado e morreu" declarou o Exército.

Segundo os serviços de emergência, duas vítimas estão gravemente feridas e foram levadas a um hospital de Jerusalém.

Os ataques de palestinos contra cidadãos israelenses, utilizando facas, armas de fogo e veículos, têm sido frequentes nos últimos anos.

O papa Francisco expressou neste sábado (7) seus temores quanto a uma "extinção" da presença de cristãos no Oriente Médio, pouco antes de uma oração com quase todos os patriarcas das igrejas presentes nessa parte do mundo.

"Sobre esta esplêndida região tem se concentrando, especialmente nos últimos anos, uma densa nuvem de trevas: guerras, violência e destruição, ocupações e várias formas de fundamentalismo, migrações forçadas e abandono, e tudo isso em meio ao silêncio de tantos e à cumplicidade de muitos. O Oriente Médio se tornou uma terra de pessoas que deixam suas próprias terras", lamentou Francisco, em frente ao mar de Bari (sudeste da Itália).

"E existe o risco de que se extinga a presença de nossos irmãos e irmãs na fé, desfigurando o rosto da região, porque um Oriente Médio sem cristão não seria Oriente Médio", acrescentou.

"A indiferença mata, e nós queremos ser uma voz que combate o homicídio da indiferença", lançou antes da oração ecumênica.

"Queremos dar voz a quem não tem voz, a quem se afoga em lágrimas, porque o Oriente Médio hoje chora, sofre e cala, enquanto outros o pisoteiam em busca de poder e riquezas", disse o papa.

Francisco destacou ainda a importância de uma região onde "se conservam ritos antigos únicos e inestimáveis riquezas de arte sacra e da teologia. Esta tradição é um tesouro que devemos cuidar com todas as nossas forças, porque no Oriente Médio estão as raízes de nossas almas", clamou.

O papa, líder de 1,3 bilhão de católicos no mundo, conseguiu reunir em Bari quase todos os líderes de diferentes confissões cristãs no Oriente Médio.

- Pela paz -

O pontífice junto com dez líderes católicos, ortodoxos e luteranos vão orar, segundo seus próprios ritos, pela paz nessa região.

O papa recebeu os convidados na basílica de São Nicolau, morto no século IV e que também é venerado pelos ortodoxos, e se dirigiram para a cripta para rezar diante das relíquias do santo que pregou na Ásia Menor.

Está prevista uma oração com os fiéis no passeio público de Bari, onde se cantará em árabe e aramaico.

Entre os presentes estão o patriarca ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I; o papa copta do Egito, Teodoro II; o patriarca vicário de Constantinopla, Nektarios, representando Teófilo III; o patriarca ortodoxo de Jerusalém, o ministro de Assuntos Exteriores do patriarcado ortodoxo de Moscou, o arcebispo Hilarion, representando Kiril I e o Metropolitano Basílio de Constancia e Ammochostos.

Os dignatários vão discutir a portas fechadas a dramática situação no Oriente Médio, antes de libertar um simbólico grupo de pombas brancas.

Em várias ocasiões, Francisco expressou seu temor quanto ao possível desaparecimento dos cristãos do "Oriente Médio, o berço do cristianismo".

A situação de violência nessa região e a radicalização do islamismo são as principais causas do desaparecimento dos cristãos, segundo estudo do Fórum Internacional Cristão divulgado no final de 2017.

Nos últimos 10 anos, o número de cristãos no Oriente Médio caiu 80%.

Em 1910, o número destes representava 13,6% da população daquela região e calcula-se que em 2025 será de apenas 3%.

A cúpula da "solidariedade cristã" representa o chamado "ecumenismo do sangue", como o papa Francisco o chama, e procura deter a violência e as agressões contra os milhares de cristãos que habitaram a região onde nasceu e se expandiu por dois mil anos o Cristianismo.

A administração do presidente americano, Donald Trump, está com o objetivo de lançar o seu plano de paz no Oriente Médio no próximo mês.

Cinco autoridades dos EUA e um assessor do Congresso disseram que o governo pretende liberar o plano de paz entre meados e o fim de junho, logo após o fim do mês sagrado do Ramadã para os muçulmanos, embora eles advertiram que o plano poderia ser adiado dependendo da evolução dos acontecimentos na região.

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Eles dizem que os principais autores do plano são o genro e conselheiro sênior do presidente americano, Donald Trump, Jared Kushner e o enviado especial de Trump para as negociações internacionais Jason Greenblatt.

A perspectiva de interesse palestino na proposta de paz parece sombria, no entanto, desde que o líder palestino Mahmoud Abbas recordou o chefe da missão no início desta semana para protestar contra a abertura da embaixada americana em Jerusalém, quando quase 60 palestinos morreram em meio a protestos.

Dos US$ 251 milhões em ajuda dos EUA planejada para os palestinos em 2018, apenas US$ 50,5 milhões foram gastos, segundo o rastreador online do governo. Os restantes, mais de US$ 200 milhões atualmente estão em espera, um valor que não inclui um adicional de US$ 65 milhões em assistência dos EUA à Agência de Assistência e Trabalhos da ONU, que presta serviços para os palestinos na Cisjordânia, Gaza, Jordânia e Líbano.

Durante vários meses, a Casa Branca esteve em conversas com o Departamento de Estado e recomendou gastar pelo menos parte do dinheiro, de acordo funcionários. Três funcionários disseram que não há indicação de que essas recomendações serão atendidas em breve, apesar de apelos de legisladores e até mesmo manifestações de preocupação de Israel, que vê valor na assistência, especialmente no setor de segurança.

Um funcionário disse que havia "um esmagadora falta de urgência "sobre tomar uma decisão sobre o financiamento". Fonte: Associated Press

Uma base aérea na região central da Síria foi atacada por mísseis que deixaram 14 mortos nesta segunda-feira, 9, segundo informaram militares sírios e o governo russo. Ambos culpam Israel pela ação. De acordo com o Ministério da Defesa Sírio, dois aviões israelenses dispararam oito mísseis contra a base T4, na província de Homs, mas os sírios conseguiram derrubar cinco deles. Os outros três atingiram a parte oeste do local. O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, que monitora a guerra através de ativistas em solo, afirmou que os alvos do ataque eram uma unidade de defesa aérea e edifícios internos da base, mas os mísseis atingiram também postos fora do local, utilizados por iranianos e combatentes apoiados pelo Irã.

Segundo o Observatório, há iranianos e três funcionários sírios entre os 14 mortos. A agência estatal síria de notícias, Sana, inicialmente noticiou que o ataque na base T4 provavelmente era "agressão americana", mas o porta-voz do Pentágono, Christopher Sherwood, negou que os Estados Unidos estivessem por trás do ataque. Então, a agência desistiu da acusação e passou a culpar Israel. A agência ainda citou um militar anônimo ao noticiar que os disparos vieram de aviões militares israelenses do modelo F-15. Dmitry Peskov, porta-voz do presidente Vladimir Putin, afirmou a repórteres nesta segunda-feira que Israel não havia se comunicado com o presidente antes do ataque aéreo, mesmo diante da possibilidade de que conselheiros militares russos estivessem na base, o que ele descreveu como "um motivo de preocupação".

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Ataque químico

O ataque desta segunda-feira ocorreu horas depois de o presidente Trump advertir que haveria "um grande preço a pagar" depois do suposto ataque químico de sábado, que aconteceu em Douma, última remanescência de rebeldes sírios no subúrbio oriental de Damasco. Ao menos 40 pessoas morreram, incluindo famílias que foram encontradas em suas casas e abrigos, conforme informaram socorristas locais e ativistas da oposição, que culparam forças do governo sírio. O Conselho de Segurança da ONU planejava realizar uma reunião de emergência nesta segunda-feira para discutir o ataque químico. Em resposta aos relatórios, Trump culpou forças do governo sírio no domingo, pelo o que chamou de "ataque químico irracional". Numa série de tweets, o presidente culpou Rússia, Irã e o presidente sírio Bashar al-Assad como os principais responsáveis.

Histórico

O ataque de sábado aconteceu exatamente um ano após a ação americana em resposta às mortes de Khan Sheikhoun, quando os Estados Unidos lançaram dezenas de mísseis de cruzeiro Tomahawk na base de Shayrat, em resposta ao ataque químico em Khan Sheikhoun, cidade ao norte do país, que matou dezenas de pessoas. Desde 2012, Israel atingiu áreas sírias mais de 100 vezes, alvejando, em maioria, comboios suspeitos de carregar armas destinadas ao Hezbollah.

Um bombardeio da aviação afegã contra uma escola corânica, acusada de acolher uma reunião dos talibãs perto de Kunduz, nordeste do Afeganistão, deixou várias vítimas, incluindo civis, informaram fontes do serviços de segurança.

No momento do ataque, acontecia na escola uma cerimônia de entrega de diplomas na presença de líderes talibãs e muitos estudantes.

De acordo com o médico Naim Mangal, responsável pelo hospital regional, "vários mortos e ao menos 15 civis feridos, incluindo crianças", foram levados ao seu centro médico, localizado a 50 km do distrito de Dashte Archi, onde aconteceu o ataque.

Fontes da segurança e testemunhas informaram a presença de muitos civis, reunidos para a cerimônia de conclusão dos estudos.

"Estávamos dentro da mesquita Akundzada, onde acontecia a cerimônia de 'entrega de turbantes'. Além dos alunos e civis, havia alguns talibãs, talvez oito ou nove, mas eram convidados", informou uma testemunha, Mohamad Isqhaq, à televisão afegã Tolo News.

"Quando escutaram os aviões, as crianças começaram a gritar que seriam bombardeadas, mas os mais velhos pediram calma. Pouco depois, as bombas atingiram a mesquita", acrescentou o homem que viu "muitos mortos e feridos". Um fotógrafo da AFP viu muitas crianças e adolescentes entre os feridos.

Segundo um porta-voz da Defesa, Mohammad Radmanish, ao menos 20 talibãs, entre eles comandantes da Unidade Vermelha, uma unidade de elite, morreram no ataque.

"Membros da Shura (conselho dos talibãs) de Quetta (no Paquistão) estavam presentes", disse o porta-voz, para quem esta escola servia "praticamente como um centro de treinamento" para os insurgentes.

"De acordo com nossas informações, os talibãs estavam preparando ataques contra alvos do governo no distrito de Dashte Archi", disse ele. Uma fonte da segurança disse à AFP que era uma nova tática do Talibã, que "se esconde em madrasas (escolas religiosas) para escapar dos ataques aéreos".

O Talibã afirmou em um comunicado que "pelo menos 150 religiosos e estudantes morreram ou ficaram feridos" neste ataque.

"O inimigo bombardeou uma cerimônia de entrega de diploma realizada em uma escola religiosa, e muitos estudantes e religiosos estavam presentes", afirmou, conclamando as "organizações de direitos humanos e a mídia a investigarem".

A região de Kunduz (nordeste) é de difícil acesso. A maioria dos serviços de comunicação é interrompida após as 16h00 e até a manhã seguinte. Segundo a população, o Talibã interrompe o serviço para impedir que os habitantes forneçam informações às forças do governo. O distrito de Dashte Arshi, localizado no nordeste da província de Kunduz, tem uma forte presença talibã.

De acordo com várias fontes da segurança, o ataque foi às 13h00 por bombardeiros do exército afegão, aviões A-29 de fabricação brasileira que o exército afegão, em reconstrução, começou a receber no final de 2016.

A missão da ONU (Manua), que contabiliza as vítimas civis do conflito, registrou mais de 630 civis afegãos mortos e feridos em bombardeios aéreos em 2017.

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