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Em reunião em Brasília, nesta quarta-feira (17), prefeitos de todas as regiões apresentaram as principais demandas dos municípios aos presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Eles defenderam a urgente repactuação das obrigações orçamentárias dos entes federativos, a fim de equilibrar encargos e recursos e diminuir o peso orçamentário das prefeituras.

Na abertura do encontro, os parlamentares prometeram priorizar a revisão do pacto federativo. Cunha prometeu, inclusive, levar à votação ainda neste primeiro semestre a proposta de emenda à Constituição 172/2012, que proíbe a transferência de encargos aos estados e municípios sem repasse dos recursos correspondentes. “Essa é uma emenda urgente. Precisamos estabelecer os encargos mas também garantir os recursos para a execução”, frisou Cunha.

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Autor da proposta, o deputado Mendonça Filho (DEM-PE), no entanto, não acredita que a Câmara terá tempo hábil de votar o texto até 17 de julho. “Nesse primeiro semestre, não dá para ela chegar ao plenário, por que a comissão está sendo instalada nesta semana e o número de sessões mínimas para levar ao plenário são dez. Como a gente vai entrar em recesso, eu acho pouco provável que a gente possa votá-la agora”, considerou. “Mas acho que no segundo semestre, é bem provável”, complementou.

O líder do DEM se diz confiante na aprovação. “É uma proposta que não tem como você se opor a ela. Ela é absolutamente lógica. Não dá para continuar repassando encargos para os estados e municípios e não repassar meios”, defendeu. “Essa é a cultura da União, não é só do governo atual do PT. É ao longo de décadas. A gente tem que acabar com essa farra, em que a conta sempre é paga pelos municípios e pelos estados da federação”. Mendonça também defende a descentralização dos recursos nos cofres da União.

Para o prefeito de Afogados da Ingazeira, José Patriota, que também é presidente da Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe), a aprovação da PEC 172 é só um primeiro passo. “O outro é a redistribuição da carga tributária da arrecadação, inclusive das contribuições, porque hoje só é repartido os impostos. E sobre os impostos, o governo ainda faz desoneração”, lembrou. “Não tem mais como adiar a decisão”, salientou.

Em 2013, numa reunião semelhante com a que foi realizada nesta quarta, os prefeitos também reclamaram da relação encargos x recursos. Para o prefeito do Recife, Geraldo Julio, há vontade política para fazer mudanças, mas as medidas precisam ser levadas para deliberação. “É importante que os projetos que estão tramitando na Câmara e no Senado possam ser votados. Os prefeitos estão, neste momento, muito carregados de obrigações e o quadro econômico do país está abatendo muito as contas dos municípios”, avaliou.

Em discurso no encontro dos prefeitos, o socialista também defendeu a recomposição do pacto federativo ao que era previsto inicialmente. “O pacto federativo precisa voltar as condições que tinha em 1988, quando R$ 3 de cada R$ 4 arrecadado pela União era compartilhado entre estados e municípios. Agora só R$ 1,50 faz parte do compartilhamento”, explicou. “Foi uma redução grande, que desvirtuou aquilo que a Constituição Federal estabelecia e a gente tem que voltar a isso. Se não imediatamente, que seja em 12 anos, em 16 anos, mas tem que voltar”, defendeu.

O prefeito de Olinda, Renildo Calheiros, chamou a atenção para a queda na qualidade dos serviços devido à escassez de recursos. Ele cobrou a melhor distribuição dos recursos para melhorar, por exemplo, a qualidade dos serviços de saúde nas cidades. “Mas sabemos que a solução não é simples. Há alguns anos, o Congresso acabou com a CPMF, que retirou bilhões do financiamento da saúde. E o governo federal não cresceu o investimento pra dar conta da demanda. Só se faz saúde boa com dinheiro, com recurso e é esse pacto que estamos buscando”, frisou.

Para ele, apesar de as demandas serem muitas, é precisa destacar as mais urgentes. “Não adianta apresentar propostas demais, porque vai gerar um emaranhado que não vai chegar a lugar nenhum. O debate é importante, mas você precisa afunilar para duas a três propostas concretas que melhorem a situação dos municípios e permitam que eles ofereçam os serviços melhor para a população”, resumiu.

Reivindicações - A Frente Nacional dos Prefeitos (FNP) reiterou as reinvindicações feitas durante a Marcha dos Prefeitos, em maio. Entre os pontos destacados, está o aprimoramento do diálogo entre os entes federados, alternativa para o pagamento de precatórios, a redistribuição dos recursos entre União, Estados e municípios, incentivos para o transporte coletivo urbano e a alteração em alguns impostos.

“De 2000 a 2013 as despesas do conjunto dos municípios brasileiros cresceram meio ponto percentual, enquanto suas receitas aumentaram 5,8 pontos percentuais. Isso acentuou o desequilíbrio entre os entes federativos”, disse o presidente da FNP e prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda.

Em reunião com prefeitos, nesta quarta-feira (17), os presidentes da Câmara e Senado, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Renan Calheiros (PMDB-AL), respectivamente, defenderam a revisão do pacto federativo e um “ajuste fiscal equilibrado”. O encontro foi nos mesmo moldes que o realizado com os governadores em maio.

Ambos prometeram tratamento privilegiado às demandas dos prefeitos, assim como as reivindicações dos Estados. “Estamos aqui dando continuidade às discussões porque queremos buscar um novo desenho da federação, para definir inclusive o papel mais adequado que deve caber aos municípios em todos os aspectos”, disse Renan no início da reunião. “É evidente que nós defendemos o ajuste fiscal, mas que não signifique desajuste social. Essa reunião não é contra ninguém, mas é em favor do Brasil e dos brasileiros”, frisou.

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Um dos pontos mais destacados foi a descentralização dos recursos da União e uma reformulação das obrigações financeiras de acordo com a distribuição dessas verbas. Uma das matérias mais cobradas é a proposta de emenda à Constituição 172/2012, do deputado Mendonça Filho (DEM-PE), que proíbe a transferência de encargos aos estados e municípios sem repasse dos recursos correspondentes.

O texto já está em análise em comissão especial na Câmara dos Deputados. “Queremos um novo pacto federativo na ótica de que é preciso determinar as obrigações de cada ente federado e garantir os recursos para financiá-los. Não é possível continuar acontecendo o que ocorreu, por exemplo, com o aumento do piso do magistério. Nós sabemos que muitos prefeitos não têm como pegar”, explicou Cunha. Segundo ele, a expectativa PE de que a PEC 172 seja levada ao plenário ainda neste primeiro semestre.

Durante a Marcha dos Prefeitos, a Frente Nacional dos Prefeitos (FNP) apresentou uma lista com 15 reivindicações. Entre os pontos destacados, está o aprimoramento do diálogo entre os entes federados, alternativa para o pagamento de precatórios, a redistribuição dos recursos entre União, Estados e municípios, incentivos para o transporte coletivo urbano e a alteração em alguns impostos.

Segundo a FNP, que reúne os administradores das cidades mais populosas do país, de 2000 a 2013 as despesas do conjunto dos municípios brasileiros cresceram meio ponto percentual, enquanto suas receitas aumentaram 5,8 pontos percentuais, acentuando o desequilíbrio entre os entes federativos.

Entre os pernambucanos presentes estão os prefeitos do Recife, Geraldo Julio, de Olinda, Renildo Calheiros, de Jaboatão dos Guararapes, Elias Gomes, e de Afogados da Ingazeira, José Patriota.

A Comissão Especial da Câmara dos Deputados que analisa a proposta do novo pacto federativo vai realizar uma audiência pública, na próxima segunda-feira (8), para debater o assunto na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). O tema é um dos pleitos mais enfatizados pelos prefeitos de todo o país e deve entrar em votação no próximo semestre. O evento acontece a partir das 9h. 

A realização da reunião no estado foi solicitada pelos deputados federais pernambucanos Kaio Maniçoba (PHS) e Fernando Monteiro (PP), que compõem o colegiado, e terá a participação do presidente da Comissão, o deputado federal Danilo Forte (PMDB-CE), e do relator, André Moura (PSC-SE). 

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Nessa quarta-feira (3) ao anunciar o encontro e convidar os colegas para participarem da audiência, o deputado estadual Lucas Ramos (PSB) afirmou que a União concentra quase toda a arrecadação e, num momento de crise econômica como este, torna-se difícil para as prefeituras investirem, como determina a Lei federal, 15% das receitas provenientes de impostos em saúde e 25% em educação.

“O Brasil precisa firmar um novo pacto federativo. Temos que encontrar um equilíbrio que, inclusive, respeite diferenças regionais”, afirmou.  “Esse tema afeta o Governo de Pernambuco e os nossos 184 municípios de forma direta. Estejamos, portanto, atentos e prontos para contribuir para a melhoria desse sistema”, concluiu Ramos.

A Comissão Especial do Pacto Federativo do Senado Federal se reuniu pela segunda vez nessa terça-feira (2) para avaliar as sugestões de trabalhos propostas pelo relator do colegiado, senador Fernando Bezerra Coelho (PSB). Durante o encontro, a comissão aprovou o plano de trabalho e uma das principais sugestões foi à criação de três coordenações temáticas, cujos trabalhos serão apresentados já no próximo dia 17. 

Para o relator, um ponto primordial do colegiado é ficar atento aos prazos e as urgências necessárias para o andamento das análises. “O que não se pode perder é o sentido de urgência na atuação da comissão, sem atrapalhar nem atropelar os ritos de tramitação das proposições”, destacou Bezerra.

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A Comissão Especial identificou quase 70 proposições legislativas prioritárias para Estados e Municípios, cujas demandas foram apresentadas ao Senado e à Câmara dos Deputados durante o Encontro de Governadores e a Marcha dos Prefeitos, no último mês de maio, em Brasília. Cada coordenação temática será formada por cinco parlamentares. “Nosso esforço foi para que os estados estivessem bem representados em todas as coordenações: uma forma de também aperfeiçoarmos o pacto federativo”, explicou o relator.

Coordenações – A Coordenação de Finanças Estaduais será conduzida pela senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO). A de Finanças Municipais, pelas senadoras Ana Amélia (PP-RS) e Marta Suplicy (sem partido-SP) e a coordenação de Organização Administrativa e Serviços Públicos de Estados e Municípios, pelo senador Antônio Anastasia (PSDB-MG).

As coordenações terão três frentes de trabalho: identificar os projetos que já estejam em condições de serem encaminhados para apreciação em Plenário, até o dia 17 de julho, identificar as proposições que precisam ser consolidadas ou aglutinadas/agrupadas e propor projetos relacionados a conteúdos ou demandas que ainda não contam com proposições em tramitação no Senado ou na Câmara dos Deputados.

O relatório geral da Comissão Especial do Pacto Federativo deve ser apresentado no próximo dia 30 de junho. Já a versão final do documento será submetida à aprovação no dia 8 de setembro.

Entre os assuntos discutidos na reunião estão à questão a desoneração do PIS/PASEP incidente sobre as receitas dos Estados e Municípios e a criação do Fundo de Desenvolvimento Regional, que, segundo o relator, precede a construção de uma Política Nacional de Desenvolvimento Regional. Também há pretensões  que a comissão realize uma ação itinerante e uma das cidades que pode receber os parlamentares é o Recife. 

A comissão especial para debater e propor soluções para o aprimoramento do pacto federativo, foi instalada nesta quarta-feira (27) no Senado. Sob a presidência do senador Walter Pinheiro (PT -BA), a proposta é que em 90 dias, com o resultado final dos trabalhos, o relator Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) apresente um parecer com projetos de interesse de estados e municípios que possam ser votados a partir do segundo semestre deste ano.

Os 15 senadores da comissão se dividirão por subgrupos para analisar as propostas viáveis, por assunto, e em condição de votação. “Temos que propor um relatório que possa pautar a ordem do dia da Câmara e do Senado”, disse o relator.

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Como a Câmara tem uma comissão semelhante há mais tempo, os senadores defenderam que as duas Casas estejam afinadas em torno das propostas de consenso para votação.

“Vamos reunir as principais proposições que tramitam na Casa e criar uma nova relação com a União e os mecanismos de partilha da receita dos tributos arrecadados entre os entes da Federação”, destacou Walter Pinheiro. Acrescentou que o enfoque será o desenvolvimento regional, um dos principais “motores” da economia local e nacional.

A próxima reunião da comissão será no dia 2 de julho, quando um plano de trabalho deve ser votado pelos integrantes do colegiado.

O Congresso irá priorizar as demandas dos municípios. É o que prometeram os presidentes da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), em discursos feitos durante a 18ª Marcha dos Prefeitos, que está sendo realizada em Brasília até quinta-feira (28).

Ambos se comprometeram a dar atenção especial à revisão do pacto federativo e inclusive levar à votação a proposta de emenda à Constituição 172/2012, do deputado Mendonça Filho (DEM-PE), que proíbe a transferência de encargos aos estados e municípios sem repasse dos recursos correspondentes. Os dois já haviam dito que iriam pautar a matéria durante reunião com os governadores dos 26 estados e do Distrito Federal, na semana passada.

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“Vemos os municípios serem degradados de tal maneira que daqui a pouco ninguém vai querer ser prefeito nesse país", considerou Cunha. “Sabemos, inclusive, que muitos prefeitos estão com dificuldade de cumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal. Não podemos deixar que passem a vida inteira contratando advogado para lhes defender de ações por improbidade após deixarem o mandato”, complementou.

O presidente da Câmara também afirmou que outras reivindicações serão levadas ao plenário, como o direito de participação no Confaz; a extinção da cobrança do Pasep em contratos entre União e municípios; a correção pelo INPC dos repasses feitos pela União para programas desenvolvidos em parceria com os municípios; e as emendas impositivas de bancada. A ideia dele é concentrar as demandas numa semana, assim como tem sido feito com as propostas da reforma política. "“Não sei se toda a pauta vai ser implementada, mas tudo vai ser votado", disse.

Em discurso, Renan voltou a criticar a concentração de recursos na União e o ajuste fiscal proposto pelo governo. "Esse ajuste fiscal é na verdade um embuste fiscal porque penaliza o pobre, tributa a renda, tributa o salário. Os municípios brasileiros serão penalizados pelos cortes que a medida provisória faz", ressaltou ao criticar a aprovação da medida provisória 665 no Senado.

A capital federal será palco, a partir desta segunda-feira (25), da XVIII Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, organizada pela Confederação Nacional de Municípios (CNM). O evento, que inicia às 14h, segue até a próxima quinta-feira (28). Tema central do encontro, o pacto federativo será discutido na quarta-feira (27), às 9h, com a participação dos presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Na programação, os prefeitos também vão debater a reforma política, o relacionamento dos vereadores com as gestões municipais, captação de recursos e estratégias para o gerenciamento da crise econômica. Além de Renan e Cunha, são esperadas as participações de ministros e governadores. Segunda a programação preliminar, a presidente Dilma Rousseff (PT) participaria da abertura do evento nesta terça (26), no entanto, de acordo com o Planalto, a petista estará cumprindo agenda no México. 

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Apesar de toda discussão em torno de pleitos que pretendem contribuir para a reorganização dos municípios brasileiros, o presidente da Associação Municipalista (Amupe) e prefeito de Afogados da Ingazeira, José Patriota (PSB), afirmou que a expectativa não é de respostas imediatas do governo. “É muito difícil com a crise que nossas reivindicações sejam atendidas. Sabemos que o momento é de dificuldade, mas vamos ter uma atuação forte junto ao Congresso e Governo Federal”, adiantou, antes de seguir para Brasília na manhã desta segunda.

Prefeitos de Pernambuco também vão participar do encontro. Nesta terça (26), além da programação geral do evento, o grupo de chefes do executivo municipal do Estado que participa da Marcha deve jantar com a bancada federal pernambucana. 

As negociações em torno do ajuste fiscal e anúncio do corte orçamentário marcaram a semana política, que também teve a deflagração de mais uma fase da Operação Lava Jato e continuidade nos trabalhos da CPI da Petrobras. O pacto federativo também voltou a ser discutido em reunião promovida pelo Senado.

Na terça-feira (19), o Senado aprovou a indicação do jurista Luiz Edson Fachin para o Supremo Tribunal Federal. O resultado foi comemorado pelo líder do governo e senador pernambucano, Humberto Costa (PT), e pelo Palácio do Planalto, que considera que a indicação do jurista havia se transformado em uma "disputa política". O STF marcou a cerimônia de posse para o dia 16. A expectativa é que Fachin julgue o inquérito no qual o investigado é o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

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Na quarta-feira (20), os governadores dos 26 estados e do Distrito Federal estiveram em Brasília, para uma reunião com s presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), sobre o pacto federativo. Na ocasião, os chefes dos executivos estaduais cobraram mais atenção do Legislativo. Em resposta, os parlamentares, que criticaram a concentração de recursos na União, anunciaram um pacote de medidas.

Em Brasília para a reunião, o governadores de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), reuniu-se com o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) e tratou de uma nova etapa de contratos com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) em prol de projetos sociais. Juntos com os demais governadores do Nordeste, Câmara participou de audiência com o ministro da Ciência e Tecnologia, Aldo Rebelo, e defendeu a instalação de uma "agenda do conhecimento".

Na Câmara dos Deputados, a votação do relatório da comissão especial da reforma política ficou para a próxima semana. Mesmo sem ter o parecer aprovado, Cunha e os líderes partidários acertaram os procedimentos e a ordem de votação dos temas da reforma política, que deverá começar na terça-feira (26), no plenário da Câmara.

No cenário político nacional, o centro das atenções foi a tramitação das medidas provisórias referentes ao ajuste fiscal, além do anúncio dos cortes orçamentários. A Câmara aprovou a MP 668, que propõe novas alíquotas de Cofins e PIS/Pasep para importações. A grande discussão, nesse caso, ficou por parte de uma emenda que permite que o Congresso faça parcerias público-privadas, que abre caminho para a construção do Anexo V, uma das promessas de campanha de Cunha. A polêmica maior é porque o complexo contará até com um shopping center.

O Senado deixou para a próxima semana a votação das MPs 664 e 665, que dificultam o acesso ao seguro-desemprego e ao abono salarial. O governo quer garantir a aprovação e voltou a ceder.

Nesta semana, a Polícia Federal deflagrou a 13ª fase da Operação Lava Jato. Uma das linhas de investigação é de que o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque pode ter recebido obras de arte como pagamento de propina. De acordo com a Polícia Federal, esse é um mecanismo habitualmente usado para lavar dinheiro. O juiz federal Sérgio Moro, que comanda os inquéritos do caso, disse que a Lava Jato "tem cotidianamente se deparado com um quadro de corrupção e lavagem de dinheiro sistêmicas". Várias denúncias foram sendo apuradas durante a semana.

Enquanto isso, a CPI da Petrobras deu continuidade ao trabalho com visita à Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, e oitiva com ex-executivo da SBM Offshore Jonathan David Taylor, na Inglaterra. O ex-diretor da Galvão Engenharia, Erton Fonseca, alegou forte dor de dente e não compareceu à comissão. Já o ex-diretor-presidente da Camargo Corrêa, Dalton Avancini, disse que a Petrobras poderia ter evitado 'conluio' entre o clube de empresas. Após anunciar que ficaria em silêncio, o ex-vice-presidente da Engevix Gerson Almada foi dispensado pela CPI. Há 11 depoimentos agendados para a próxima semana. A expectativa é de que os trabalhos da CPI sejam prorrogados.

Também durante a semana, o PSDB recebeu parecer do ex-ministro da Justiça, Miguel Reale Junior, sobre o pedido de impeachment de Dilma Rousseff. A oposição vai protocolar ação de crime comum contra a petista pelas chamadas pedaladas fiscais, por não ter elementos suficientes para o grupo entrar com um pedido de impedimento no Congresso. A decisão tem sido contestada internamente na legenda. O Movimento Brasil Livre acusou o presidente tucano, Aécio Neves, de estar sendo covarde.

Estelita - Na última segunda (18), um grupo de vereadores entrou com um mandato de segurançano Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) pedindo a anulação da votação do Plano Urbanístico para o Cais José Estelita, Cabanga e Cais de Santa Rita, aprovado no início do mês. Mas o desembargador André Guimarães indeferiu o requerimento por considerar "inviável restabelecer um processo legislativo já encerrado". O Movimento Ocupe Estelita completou um ano, em meio a acusações de agir por interesse político-partidário. O PT-Recife emitiu nota se posicionando contra o Projeto Novo Recife.

 

O líder do governo na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), deputado Waldemar Borges (PSB), defendeu, nesta quinta-feira (21), que haja mudanças efetivas no pacto federativo, que diz respeito às obrigações existentes entre União, estados e municípios, sobretudo quanto a repasses de recursos entre os entes da federação. O pronunciamento foi motivado pela visita de governadores ao Congresso Nacional nessa quarta (20).

“Quero manifestar apoio a todos os governadores e prefeitos que lidam com essa dura realidade que é a crise na economia nacional”, declarou o parlamentar. Para o socialista, as dificuldades demandam uma revisão na estrutura de arrecadação e distribuição de recursos públicos. “A Alepe deve encampar essa luta de maneira maior”, ressaltou.

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Segundo Borges, em 1985, o montante de verbas destinadas a estados e municípios representavam 80% do total arrecadado em impostos. Atualmente, a soma é de 36%, embora as atribuições dos entes tenham crescido. “Em um cenário de queda na produção industrial, prejuízos no comércio, déficit na balança comercial e aumento do desemprego, o Governo Federal reduziu em 11% os repasses do Fundo de Participação dos Municípios. Isso justifica a preocupação de todos os prefeitos do país”, avaliou.

*Com informações do site da Alepe.

Repactuação das obrigações orçamentárias dos entes federados. Esse foi o principal ponto tratado na reunião dos governadores com os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), realizada nesta quarta-feira (20), em Brasília. Na ocasião, parlamentares e chefes dos Executivos estaduais criticaram a concentração de recursos na União e cobraram mais agilidade no repasse dos recursos.

"Essa é uma reunião muito importante para que a gente possa ter união de esforços a fim de equilibrar a federação. O Congresso Nacional abre as portas para ouvir as demandas dos governadores", declarou Calheiros, na abertura da reunião. Ele não poupou críticas à gestão de Dilma Rousseff. "Estamos conscientes de que um dos principais empecilhos [para os Estados e municípios] é a demora que o governo federal tem tido com repasses para os Estados brasileiros", frisou.

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O senador também disse que os governadores devem cobrar da presidente os compromissos assumidos com a segurança pública durante a campanha para reeleição. "Essa é uma oportunidade de cobrar que as responsabilidades, que hoje cabem aos estados, sejam rapidamente divididas", disse. "Esse foi um compromisso de campanha", ressaltou em vários momentos do discurso.

Eduardo Cunha lembrou que não se pode mais criar obrigações para os estados sem garantir as fontes dos recursos para a sustentação. "Precisamos estabelecer as obrigações mas também prever as garantias de como isso será implementado. Não podemos, por exemplo, definir um novo piso salarial para os professores sem definir a fonte dos recursos", exemplificou.

O deputado também defendeu a aprovação da proposta de emenda à Constituição 172/2012, do deputado Mendonça Filho (DEM-PE), que proíbe a transferência de encargos aos estados e municípios sem repasse dos recursos correspondentes. "Vamos levar [essa matéria] ao plenário até o final deste primeiro semestre. Até hoje, colocamos obrigações sem que [os estados e municípios] tenham condições de cumprir. Isso os têm levado à insolvência", salientou. Ele também disse que o Legislativo manterá o canal de debate aberto para os governadores a fim de chegar a uma solução definitiva.

O presidente da Câmara também informou que, logo que concluir a votação do ajuste fiscal, a Câmara irá votar o projeto que trata da entrada em vigor do novo indexador das dívidas de Estados e municípios com a União. A lei que muda o indexador - Lei Complementar 148/2014 - foi aprovada em novembro do ano passado. Não regulamentada pelo Executivo, o Senado aprovou em abril deste ano projeto obrigando a União a colocar em prática o novo índice. A matéria retornou à Câmara para deliberação final."Assim que [a Câmara] concluir esse processo, [o projeto do indexador] é o primeiro item da pauta para ser apreciado. A tendência da Câmara é manter o texto que o Senado fez, salvo algumas correções", adiantou.

O índice de reajuste das dívidas dos estados estava na pauta de reinvidicações do último encontro realizado pelas presidências do Senado e da Câmara com os governadores em 2013.

Outra reivindicação de governadores e de prefeitos aprovada pelo Congresso foram as novas regras de rateio do Fundo de Participação dos Estados (FPE) e do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), transformada em Lei Complementar 143/2013. Além dela, a Emenda Constitucional 84/2014, promulgada pelo Congresso, aumentou em 1% o repasse de recursos pela União para o Fundo de Participação dos Municípios.

Outros pedidos ainda estão pendentes, como a criação do Regime Especial de Incentivos para o Transporte Coletivo Urbano e Metropolitano de Passageiros (Reitup). Aprovado no Senado em 2013, a proposta está sendo analisada por uma comissão de deputados.

O governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), participa, nesta quarta-feira (20), de uma reunião com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). O encontro, agendado para às 11h no Salão Negro do Congresso Nacional, será para discutir o pacto federativo, uma agenda para reverter a crise econômica e o ajuste fiscal. 

O peemedebista tem defendido que é indispensável viabilizar mais recursos para os estados, que, segundo ele, correm o risco de “quebrar”. De acordo com a Agência Senado, Renan convidou para participar da reunião, além dos 27 governadores, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), líderes partidários e secretários estaduais. Os secretários da Fazenda, Márcio Stefanni, e da Assessoria Especial, José Neto, acompanham Paulo Câmara na agenda. 

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Além do encontro com Renan, em Brasília, o socialista tem uma audiência com a representante do BID no Brasil, Daniela Carrera Marquis, às 16h, e em seguida, às 17h, um encontro com o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aldo Rebelo. 

O Partido dos Trabalhadores de Pernambuco (PT-PE) reuniu na tarde desta sexta-feira (15) prefeitos e vice-prefeitos, vereadores, deputados e lideranças nacionais em encontro no Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Informática, Processamento de Dados e Tecnologia da Informação de Pernambuco (Sindipd-PE), no Recife. No encontro que segue até às 21h de hoje, os petistas tratam de assuntos como à reforma política e o pacto federativo.

De acordo com o secretário de Assuntos Institucionais do PT-PE e organizar do evento, Verones Carvalho, o principal objetivo da reunião é interagir entre parlamentares, gestores e militantes. “Eu acho que o PT está precisando de retomar este diálogo permanente não só com a base política, que dá sustentação partidária, mas a base política que dá sustentação nos governos nossos, nas prefeituras, nas Câmaras de Vereadores e nos setoriais”, pontuou. 

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Para o ex-prefeito do Recife, João da Costa (PT), o momento é de reorganizar a legenda. “É um momento importante de reorganização partidária. Nós temos uma conjuntura muito dinâmica e nós precisamos está reunindo as representações institucionais do PT, os prefeitos, os vereadores”, ressaltou.  O ex-gestor também reconheceu o momento de dificuldade vivenciada pelo país. “Um momento de muita instabilidade no país. É preciso que o partido esteja discutindo e orientado”, completou. 

Presidente do PT em Pernambuco, a deputada estadual Teresa Leitão enfatizou que existe um esforço dentro do partido desde as eleições internas “para recuperar a sua trajetória dentro do clima de unidade interna entre as forças e funcionamento orgânico dentro do partido”. A petista também detalhou as principais pautas do evento. “A pauta do encontro considera duas tarefas do PT: a institucional na hora que você chama prefeitos, vice-prefeitos e vereadores para conversar, mas considera também a tarefa orgânica do partido de como você quer vincular a institucionalidade com as teses, atribuições e proposições que o partido tem”, observou. 

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Integrante da Executiva Nacional do PT, a secretária Nacional de Coordenação Regional do partido, Vívian Farias, disse que encontros como este têm pautado uma releitura do modo petista de governar e legislar e exemplificou alguns resultados exitosos. A representante nacional também relacionou o Congresso Nacional do PT que será realizado em Junho, na cidade de Salvador. “Vamos mexer a militância, porque inclusive, a gente tem uma pauta super importante que é o Congresso Nacional do PT”, lembrou. 

Segundo o prefeito de Serra Talhada, Luciano Duque (PT) o momento aproxima o gestor das lideranças do partido. “Abre a oportunidade de nós que estamos lá nos municípios e conhecemos os problemas da gestão, do povo, ou seja, a gente consegue enxergar melhor a nossa militância e é neste espaço que a gente vai poder colocar proposições e ideais, e acima de tudo contribuir na formulação de novas políticas”, descreveu. 

Programação – Com um cronograma de atividade extenso, o encontro do PT não terá a participações de líderes esperado no evento como o senador Humberto Costa (PT) e o deputado Reginaldo Lopes (MG), mas terá discussões até às 21h desta sexta.

Os temas integrantes da programação do evento são: Perspectivas e Desafios para 2016 – Reforma Política; Reconstruindo a Narrativa do Modo Petista de Governar e Legislar: tempos de mais mudanças e mais futuro e Construindo um novo Pacto Federativo: por mais mudanças para o nosso Brasil.

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 172, conhecida como PEC do Pacto Federativo, avançou nessa quarta-feira (13) na Câmara dos Deputados e será analisada agora por uma comissão especial, que deve ser criada nos próximos dias. O texto, que teve admissibilidade aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), define que estados e municípios só assumirão encargo ou prestação de serviços delegados pela União se houver previsão de repasses financeiros.

Autor da proposta, o deputado Mendonça Filho (DEM-PE) disse que é inaceitável a delegação de obrigações sem a garantia de recursos necessários para a execução. Durante a votação da matéria, o parlamentar alertou que, enquanto a União atribui tarefas aos entes federados, 80% dos recursos continuam concentrados no Governo Central.

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Mendonça Filho admitiu que a descentralização de ações governamentais é o que garante a eficiência de muitos serviços e aproxima governantes e cidadãos. Mas, segundo ele, os recursos federais direcionados a essas ações precisam estar garantidos para que o mecanismo tenha efeito real e para que as ações possam ter continuidade.

A mudança mexe no Artigo 160 da Constituição, que veda a retenção ou qualquer restrição aos recursos destinados aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios. Pela PEC, a lei passa a prever, em um parágrafo, a proibição de a União impor ou transferir encargo ou a prestação de serviços sem a previsão de repasses de custeio.

José Carlos Aleluia (DEM-BA), relator da proposta na CCJ, considerou que a PEC 172 não atropela as cláusulas pétreas da Constituição e afirmou que alteração pode aliviar as contas dos gestores locais que hoje, são responsáveis, por exemplo, pela manutenção de creches. Se aprovada na comissão especial, a matéria vai para o plenário da Câmara.

As dificuldades de gestão de prefeitos e as conjunturas políticas dos parlamentares serão alguns assuntos a serem abordados na próxima sexta-feira (15) pelo Partido dos Trabalhadores em Pernambuco (PT-PE). A legenda reunirá lideranças da sigla na sede do Sindicato de Trabalhadores em Empresas de Informática, Processamento de Dados e Tecnologia da Informação de Pernambuco (Sindpd-PE), no bairro da Boa Vista, no Recife, das 14h às 21h.

Segundo a presidente estadual do PT, deputada Teresa Leitão, o evento organizado Secretaria de Assuntos Institucionais tratará de vários assuntos. “Vamos retomar as narrativas do modo petista de governar e legislar, vamos ter uma mesa para discutir o pacto federativo, vamos ouvir o que as nossas prefeituras estão fazendo, como elas estão enfrentando essas conjunturas e vamos criar o fórum de prefeitos e vice-prefeitos do PT”, antecipou.

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De acordo com a parlamentar o público do evento varia desde vereadores e prefeitos, quanto a vice-prefeitos e a bancada da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), formada no momento por Teresa e Odacy Amorim, mas também terá liderança nacional. “O secretário nacional que é o deputado Reginaldo Lopes (MG) estará presente também”, contou. 

Eleições 2016 – Questionada se as eleições de 2016 também seria pauta do encontro, a líder do PT deixou claro que o assunto só será abordado a partir de julho. “No planejamento da executiva a gente tirou uma posição das diretrizes gerais para as táticas eleitorais de 2016, mas só vamos discutir no segundo semestre deste ano”, explicou.

Antes de o assunto entrar em discussão o partido também realizará debates e encontros internos. “Nós vamos fazer uma nova rodada de plenárias regionais para levantar as possibilidade do PT disputar. Temos como prévia aguardar um pouco a questão da reforma política para que a gente possa se adequar e também, a reeleição dos atuais mandatários do PT. Com exceção dos prefeitos de Água Belas, todos os outros prefeitos podem ser candidatos à reeleição”, avaliou Leitão. 

Responsável por assessorar a Presidência da República na condução do lema deste segundo governo de Dilma Rousseff, "Brasil: Pátria Educadora", o ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger, defendeu na manhã desta quarta-feira (29) a mudança no modo de ensino praticado no País e o estabelecimento de uma espécie de pacto federativo da educação. Ele participa de audiência pública na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados.

"Avançamos muito na ampliação ao acesso ao ensino básico. Agora, porém, a onda de ampliação do acesso precisa ser seguida por uma onda de qualificação. A qualidade é o nosso foco imediato", disse Unger. "É preciso mudar a maneira de aprender e ensinar no Brasil. A tradição é de enciclopedismo raso e informativo. Nosso ensino tem sido baseado na decoreba e fixado na enciclopédia. O melhor aluno é como se fosse aquele que conseguisse decorar a enciclopédia", afirmou o ministro.

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Para Unger, a natureza do Brasil é diferente e, por isso, é preciso "tirar a camisa de força" que limita a educação nacional. "O Brasil é uma grande anarquia criadora. O atributo mais importante do nosso País é a sua vitalidade", disse o ministro. "Precisamos reorientar as diretrizes da educação do Brasil, triando a camisa de força e instituindo uma maneira de aprender e ensinar que privilegie as capacitações mais que os dogmas e até mais que os conteúdos".

O ministro afirmou ser necessário fazer uma revisão curricular enxugando o número de disciplinas e mudando o foco do ensino e do aprendizado. Para Unger, o foco devem ser as competências analíticas, em especial, interpretação de texto e raciocínio lógico.

"Quero libertar a genialidade brasileira", afirmou. "O conteúdo é muito menos importante. O que vale é que ele seja abordado com profundidade", disse o ministro. "Aprende-se fazendo, criticando e criando. E, para isso, é preciso haver profundidade. Profundidade conta mais que abrangência. Um ensino mais organizado em torno de projetos que de conteúdos consagrados".

Cooperação federativa

O ministro defendeu também a criação de uma espécie de pacto federativo para a educação semelhante ao que acontece na saúde com o SUS, que define atribuições complementares a municípios, Estados e União. "Não temos na educação um desenho institucional análogo ao sistema unificado da saúde. Mas temos no regime legal e constitucional brechas, aberturas, oportunidades para a organização da cooperação federativa", afirmou.

A função da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República é pensar e propor mudanças no sistema de educação nacional. A execução, no entanto, fica a cargo do Ministério da Educação.

Os nove governadores do Nordeste se reuniram, nesta quarta-feira (15), com as bancadas no Senado e na Câmara para discutir as propostas prioritárias para a região. Ajuste fiscal, pacto federativo e garantia de investimentos foram os pontos mais destacados pelos parlamentares e chefes dos Executivos estaduais. O que eles querem é que os parlamentares rejeitem projetos que aumentem as despesas dos estados.

Nesse sentidos, os chefes dos executivos estaduais foram contra o PLS 201/2013, que determina que os produtos e mercadorias sujeitos à substituição tributária, adquiridos por empresa enquadrada no Simples Nacional, terão incidência do ICMS à alíquota de 3,95%. De acordo com o deputado Julio César, do PSD/PI, todos os estados perderão arrecadação caso o projeto seja aprovado. Outras propostas que causariam diminuição das receitas dos estados também foram mal avaliadas.

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Por outro lado, eles apoiaram os projetos 130/2014, que dispõe sobre a convalidação de benefícios ficais pelas unidades federadas; 1/2013, que estabelece a reduçào das alíquotas do ICMS nas operações e prestações interestaduais; 106/2013, que trata do Fundo de Compensação de Perdas e do Fundo de Desenvolvimento Regional; e 1655/11, que dispõe sobre a distribuição nacional dos recursos do salário-educação do Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação.

“Foi uma reunião muito positiva. Já há uma integração entre os governadores do Nordeste e nós precisamos levar isso para o Parlamento, para que haja sintonia de ações”, frisou o governador Paulo Câmara (PSB-PE). Para ele, é preciso afinar o discurso para que a região consiga enfrentar os efeitos da crise econômica. “Uma das agendas que nos preocupam é aquela que pode gerar diminuição de receita ou incremento de despesas para os estados e municípios. Por isso, essa discussão é importante. Precisamos de votações mais céleres para dar condições de a região retomar o crescimento”, ressaltou.

Neste sentido, gestores e parlamentares defenderam a votação do ajuste fiscal. Para eles, a medida irá facilitar o repasse de recursos da União em direção aos estados. “O ajuste fiscal tem prontos importantes, como os relacionados com a Previdência. São pontos que precisa ser melhor conversados, como a questão do seguro desemprego, do auxílio saúde, para que não haja prejuízo para os trabalhadores e não gere um custo a mais no processo geração de empregos”, pontuou Câmara.

"Todos nós sabemos que votar o ajuste fiscal é uma questão de responsabilidade. Então, precisamos colocar essa matéria na pauta imediatamente”, disse o líder do DEM na Câmara, o deputado federal Mendonça Filho (PE). “Temos que observar que não é possível aumentar a carga de impostos em detrimento da capacidade de investimento, repassando encargos”, salientou.

Durante o encontro, o deputado Sílvio Costa (PSC-PE) defendeu que o Legislativo foque as demandas da sociedade e pare de discutir o cenário político. “Não podemos perder tempo com a pauta da polícia. O trabalho da polícia é importante, deve ser acompanhado, mas não pode ser o centro da discussão”, disse ele, em referência especial à investigação do esquema de corrupção na Petrobras e a Operação Lava Jato, da Polícia Federal. “Eu espero também que o Parlamento não coloque em votação a pauta bomba, que é aquela que gera mais despesa pública, com propostas demagogas e irresponsáveis”.

Para o líder da minoria, o deputado Bruno Araújo (PSDB-PE), o pacto federativo estará sempre em discussão, mas precisa ser revisto urgentemente para evitar que “prefeitos e governadores fiquem sempre com pires na mão, pedindo recursos ao governo federal”. A garantia de investimentos é uma das necessidades da região, na opinião dele. “Precisamos equilibrar os recursos entre União, estados e municípios, proporcionalmente às suas responsabilidades, para evitar uma concentração tão intensa na União”.

O governador do Maranhão, Flavio Dino (PCdoB), sustentou que preciso discutir as fontes de recursos e financiamento, especialmente da saúde pública. “Acabaram com a CPMF [Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira] e isso fez falta. É mais difícil mantê-los do que construir novos hospitais”, salientou. “O momento que o Brasil vive cobra muito diálogo com a sociedade, mas também faz necessária a aproximação para discutirmos um conjunto de projetos que precisam ser priorizados no meio político”, declarou o governador do Ceará, Camilo Santana.

Em março, os governadores do Nordeste se reuniram com a presidente Dilma Rousseff e apresentaram as demandas dos estados. Na ocasião, foram apresentados cinco pontos principais: continuidade dos investimentos (especialmente do PAC e do Minha Casa, Minha Vida), operações de crédito, obras da seca, criação da tributação de grandes fortunas para o financiamento da saúde e um sistema único de segurança para o Nordeste. “Percebemos uma compreensão total a esses pleitos e de que o ajuste fiscal é necessário, mas não pode implicar numa paralisação da atividade econômica que comprometa o nível de emprego e as políticas sociais”, disse na época, Flávio Dino.

Em maio, o encontro dos chefes dos Executivos será no segundo Fórum de Governadores Nordestinos que vai acontecer no Rio Grande do Norte. A reunião vai dar continuidade ao primeiro Fórum que aconteceu em dezembro na Paraíba.

O pacto federativo volta ao centro do debate no Senado nesta semana. O plenário vai analisar os projetos que tratam da regulamentação do indexador das dívidas dos estados e municípios e da convalidação de incentivos fiscais concedidos por estados a empresas. Antes da deliberação, porém, os parlamentares terão audiência com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), nesta terça-feira (31).

A ida do ministro à Casa é estratégica. O governo se preocupa com o aumento de gastos em decorrência do novo indexador das dívidas. Segundo o Ministério da Fazenda, a mudança representa uma perda de R$ 3 bilhões ao governo federal só neste ano.

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O indexador virou lei no ano passado, através da Lei complementar 148, mas ainda precisa ser regulamentado, algo que tem sido adiado pelo governo a fim de debater essa renegociação das dívidas. O texto em questão é o PLC 15/2015, que deixa claro que a renegociação das dívidas com a União independe de regulamentação e dá prazo de 30 dias para que o governo federal assine com os estados e municípios os aditivos contratuais. Esse, na verdade, é um pleito antigo, de governadores e prefeitos.

Se a matéria for aprovada, haverá a substituição do atual indexador, Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI), pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Além disso, os juros serão reduzidos dos atuais 6% a 9% ao ano para 4% ao ano. Quando a fórmula IPCA mais 4% ao ano for maior que a variação acumulada da taxa Selic (taxa básica de juros), a própria taxa básica de juros será o indexador. Isso evita que a soma dos encargos fique muito acima dos juros vigentes no mercado.

O projeto de Lei do Senado 130/2014 é a outra proposta em pauta e trata convalidação de incentivos fiscais concedidos por estados a empresas.

A convalidação significa tornar regulares benefícios fiscais que as unidades da federação concedem a empresas para que estas se estabeleçam em seus territórios. Atualmente, é necessário obter unanimidade entre todas as unidades da federação no Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), para conceder esses benefícios. Para os senadores essa regra é muito rígida e é a causa principal da chamada “guerra fiscal” entre os estados.

Os dois textos tramitam em regime de urgência.

Com informações da Agência Senado.

O governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), se colocou a disposição para firmar o “pacto” pelo desenvolvimento estadual proposto pelo senador Humberto Costa (PT), nesta segunda-feira (23), durante a abertura do 2° Congresso Pernambucano de Municípios, organizado pela Associação Municipalista (Amupe) e que reúne prefeitos de todo o estado. O socialista afirmou que vê “de forma positiva” a união de forças e reforçou o discurso por um novo pacto federativo para o país. 

“As obras citadas pelo senador (Humberto Costa) são muito importantes para Pernambuco, umas já estão em andamento, precisam ser concluídas, e outras já são promessas da presidente Dilma (Rousseff) que a gente quer que saia do papel porque são fundamentais para o desenvolvimento do nosso estado, como o Arco Metropolitano”, observou o governador, em conversa com a imprensa. 

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Questionado se levaria estes pleitos para a reunião com a presidente Dilma Rousseff (PT) na próxima quarta-feira (25), Paulo Câmara afirmou que o encontro será mais regionalizado, sem o foco de demandas locais. “A reunião de quarta é dos governadores do Nordeste. Vamos apresentar um pleito conjunto, que envolve, sem dúvida nenhuma, obras que estão em andamento em todos os estados”, frisou. “A gente quer fazer uma pauta comum para a região e ao mesmo tempo vamos nos colocar a disposição do Governo Federal para contribuir dentro do debate de ações do governo que possibilitem o crescimento do Brasil”, acrescentou. 

Novo Pacto Federativo

Paulo Câmara proferiu um dos discursos de abertura do encontro com os prefeitos e aproveitou para endossar a necessidade do país rediscutir a distribuição dos recursos federais com o novo pacto federativo. “Sem o novo pacto federativo vai ficar cada vez mais difícil administrar estados e municípios. Mas somos confiantes que mesmo nesses momentos vamos continuar a falar e vocês vão nos ajudar a falar sobre isso também”, observou ao criticar a concentração de renda da União e o repasse de responsabilidades para os Estados e Municípios. 

“Este é o ano de fazer isso, de discutir estas questões. Não tenho dúvida que nossa voz é fundamental e importante. Pernambuco sempre teve voz no cenário nacional, não vai ser agora que nós não vamos manter a nossa altiva e coerente, propositiva para que o país possa sair do cenário que vive hoje”, reforçou o governador.

O socialista afirmou ainda que só com o “pacto” do Legislativo e do Executivo pernambucano; “humildade”, “cabeça erguida”, “coragem” e “boas ideias” é se conquistará “um estado melhor e de municípios mais fortes”. O governador também aproveitou o contato com os gestores para lançar a edição 2015 do Fundo de Desenvolvimento e Apoio aos Municípios (FEM) e o Escritório de Projetos para dar suporte técnico e de gestão aos municípios pernambucanos.

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2° Congresso Pernambucano de Municípios

O encontro que acontece no Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda, segue até a próxima quarta-feira (25). Até lá dezenas de oficinas e palestras estão programadas. Participam nomes como o da economista Tânia Barcelar, do deputado federal Tadeu Alencar (PSB) e do presidente da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski, prestam esclarecimentos aos prefeitos de todo o estado. 

O cenário econômico nacional, o financiamento da educação municipal e a transferência dos ativos de iluminação pública para os municípios estão entre os temas que serão abordados no encontro. Além das palestras, em paralelo também está sendo promovida uma feira com estandes dos municípios e de instituições e empresas que oferecem serviços às gestões públicas.

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), instalou nesta terça-feira, 17, uma comissão especial que vai rediscutir o pacto federativo e que pode descentralizar a arrecadação da União. A eleição dos postos de comando do colegiado ocorrerá hoje às 14h30, mas um acordo político prevê que ele será presidido pelo deputado e ex-governador de Pernambuco Jarbas Vasconcelos (PMDB); já a relatoria ficará a cargo do deputado André Moura (PSC-SE), um dos mais próximos aliados de Cunha. O presidente da Casa espera que no segundo semestre a comissão já tenha um projeto a ser apresentado.

O objetivo da comissão é elaborar uma proposta que altere a distribuição de recursos entre as esferas federal, estadual e municipal e as obrigações de cada uma delas. Deputados e senadores reclamam que a arrecadação de tributos hoje é centralizada na União e as demais unidades não têm condições de arcar com as suas responsabilidades.

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Hoje, Cunha alegou que o objetivo não é prejudicar as receitas da União. "Se algo for necessário, será feito com toda a cautela para que não cause qualquer prejuízo a nenhum dos entes federados, principalmente neste momento de dificuldade econômica", disse. Ele alegou que a comissão também abordará as responsabilidades dos Estados e municípios. "O que está acontecendo é que os Estados e municípios estão com obrigações sem condições de arcar com elas", disse, citando como exemplo os programas federais de construção de creches e de Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs), nas quais - disse - as obras são da União, mas o custeio fica com o município. "Não adianta fazer programas com custeio descentralizado".

Apesar do discurso de que não haverá prejuízos para a União, é forte a pressão na Casa para que a arrecadação seja descentralizada. "Desde a Constituinte os impostos da União duplicaram ou triplicaram e os Estados e municípios continuam arrecadando o mesmo 'tiquinho' de antes. A comissão precisa fazer um trabalho para tirar um pouquinho o dinheiro do Palácio do Planalto e dar mais autonomia para os outros entes federativos", argumentou o deputado Gonzaga Patriota (PSB-PE).

No dia 11 de março, o Plenário da Câmara dos Deputados será transformado em comissão geral para debater a revisão do pacto federativo. Parlamentares, governadores e outras autoridades vão discutir propostas sobre a partilha de recursos públicos e as obrigações de uso por União, estados, municípios e o Distrito Federal.

O debate será uma prévia das discussões que vão ocorrer na comissão especial que vai ser instalada para analisar o tema. O colegiado ainda aguarda a indicação dos integrantes. Um dos que já reivindicaram sua presença na comissão é o deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR).

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Ele explica que o pacto federativo precisa ser revisto com urgência, principalmente para mudar a partilha de recursos de impostos e acabar com a guerra fiscal. Hauly afirma que a saúde é uma das principais discrepâncias. Segundo o parlamentar, há municípios que chegam a aplicar 30% das receitas em saúde porque a obrigação de 15% não é suficiente.

"O governo federal precisa pôr mais dinheiro no SUS [Sistema Único de Saúde]. Há muitos anos, a União vem tirando verbas dos outros entes, o que é ruim para a democracia e pior para o cidadão. Para melhorar o País, é preciso fortalecer estados e municípios", argumenta Hauly.

Repasse
No final de 2014, foi promulgada emenda constitucional (EC 84/14) que aumentou o repasse de impostos federais para o Fundo de Participação dos Municípios. Com a medida, os mais de 5 mil e 500 municípios brasileiros devem ter uma receita adicional de R$ 3 bilhões por ano.

Em novembro, a presidente da República, Dilma Rousseff, sancionou projeto que alivia os encargos das dívidas dos estados e municípios com a União.

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