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O Papa Francisco afirmou nesta quarta-feira, durante a audiência geral na Praça de São Pedro, que "o Papa é como os outros". Durante a sua última audiência pública antes da pausa para o verão (hemisfério norte), diante de uma multidão reunida na esplanada, Francisco voltou a falar com humildade sobre seu cargo de líder religioso de mais de 1,2 bilhão de católicos.

"O Papa é como os outros, não é o mais importante", afirmou Francisco. "Se alguém disser: 'Mas, olhe, Papa, você não é igual a nós'; não, isso não está certo, todos nós somos iguais, todos nós somos irmãos. Todos nós estamos na Igreja, contribuímos para construí-la e isso nos deve fazer refletir, porque se falta um tijolo, há algo que falta nesta casa", afirmou ele com seu tradicional estilo coloquial de se dirigir aos peregrinos que assistem à audiência.

O pontífice argentino suspendeu durante o verão "as audiências privadas e especiais", de acordo com sua agenda para os próximos meses. Também não celebrará as tradicionais audiências gerais das quartas-feiras durante o mês de julho, que atraem milhares de peregrinos e turistas de todo o mundo.

Entre 23 e 28 de julho o Papa virá ao Brasil para a Jornada Mundial da Juventude, em um evento que promete reunir milhões de pessoas no Rio de Janeiro e na cidade de Aparecida do Norte, em São Paulo.

A partir de 7 de agosto retomará as audiências gerais das quartas no Vaticano e não na residência de Castel Gandolfo, nas imediações de Roma, onde desde o século XVII os papas descansam durante os meses de verão, um costume seguido também por João Paulo II e por Bento XVI.

O Papa Francisco realizou neste domingo, como previsto, a oração do Angelus na Praça de São Pedro, no Vaticano, após sua ausência no sábado em um concerto.

Para milhares de fiéis reunidos na praça, o Papa elogiou a capacidade de certas pessoas de ir "contra a corrente" com seu compromisso religioso para defender "a voz da consciência e a voz da liberdade".

Como de costume, Francisco desviou-se do discurso oficial e improvisou, convidando especialmente aos jovens a não hesitar em ir "contra a corrente, orgulhosos e sem medo" para defender os ideais da fé.

O Papa não compareceu sábado à noite a um concerto no Vaticano, ao qual era convidado de honra, o que causou uma grande surpresa.

Segundo a imprensa, Francisco preferiu se reunir com o núncio apostólico, os embaixadores do pontífice, que estão atualmente em Roma.

O papa Francisco pediu nesta segunda-feira à noite, em uma das homilias mais radicais já pronunciadas por ele, que os cristãos "revolucionários" propaguem o Evangelho por seu "testemunho". "Hoje, um cristão, se não for revolucionário, não é cristão!", foi uma das frases lançadas pelo papa argentino aos milhares de participantes do Congresso Eclesiástico da diocese de Roma.

Durante um pronunciamento cheio de expressões de impacto, o Papa criticou as comunidades cristãs "fechadas". Na Sala Paulo VI, no Vaticano, o papa Francisco falou durante meia hora, em pé, às vezes em um tom grave, em outras, mais descontraído.

"Não entendo as comunidades cristãs que são fechadas", disse o papa antes de dizer: "No Evangelho, há uma bela passagem que nos conta que o pastor retorna e percebe que falta uma de suas 99 ovelhas e começa a procurar... Irmãos e irmãs, mas temos uma só, e faltam 99 !". "Devemos pedir ao Senhor generosidade, coragem e paciência para sair e anunciar o Evangelho", acrescentou o Papa, reconhecendo que é "difícil".

"É mais fácil ficar em casa com nossa única ovelha, para tosquiá-la, mas nós, padres, e todos os cristãos, o Senhor quer que sejamos pastores, e não tosquiadores de ovelhas." "Houve muitos revolucionários na história, mas nenhum teve a força da revolução transmitida por Jesus, uma revolução (...) que muda profundamente o coração do homem", afirmou o Papa em uma sala de audiências lotada. "Na história, as revoluções mudaram os sistemas políticos, econômicos, mas nenhuma modificou verdadeiramente o coração do homem", revelou o Papa antes de afirmar que "a verdadeira revolução, a que transforma completamente a vida", foi feita por Jesus. Citando seu antecessor Bento XVI, o papa Francisco disse que essa revolução foi "a maior mudança da história da Humanidade".

Durante esse longo improviso, o Papa também criticou os "cristãos desencorajados" que "fazem com que nos perguntemos se eles acreditam em Jesus Cristo ou na deusa das queixas". Considerando que "o mundo não está pior do que há cinco séculos", o pontífice brincou com "aqueles que se queixam da juventude de hoje dizendo: Ah os jovens!"

O papa Francisco pediu neste sábado (15) aos parlamentares franceses que não hesitem em "derrogar" leis, para que tenham "a qualidade indispensável que eleva e enobrece o ser humano". As palavras do Pontífice, que recebeu no Vaticano uma delegação de senadores e deputados provenientes da França, referiam-se claramente a todas as leis contrárias aos princípios da Igreja Católica, como as relativas ao aborto, à eutanásia, ao casamento homossexual e à bioética.

"Seu trabalho é, sem sombra de dúvida, técnico e jurídico, e consiste em propor leis, modificá-las ou derrogá-las", disse o Papa aos parlamentares presentes.

O Papa também considerou "necessário" dar a estas leis "um suplemento, um espírito, uma alma que reflita não só as modas e ideias do momento, mas que concedam também a qualidade indispensável que eleva e enobrece o ser humano".

O princípio da laicidade que rege as relações entre o Estado francês e as diferentes religiões não deve traduzir-se em si em uma hostilidade frente à realidade religiosa, ou na exclusão da religião da esfera social e dos debates", acrescentou o Papa em seu discurso à delegação francesa.

Francisco lembrou que a França, onde foi adotada recentemente uma lei que autoriza o matrimônio entre pessoas do mesmo sexo, é uma "nação que outros países acompanham".

O primeiro casamento entre homossexuais na França foi celebrado no final de maio, onze dias depois da proclamação da lei de "matrimônio para todos", que foi uma das principais promessas de campanha do presidente socialista François Hollande.

O Papa Francisco falou, pela primeira vez, em "uma corrente de corrupção" na Cúria Romana, governo central da Igreja, bem como na existência de um influente "lobby gay", segundo o site católico progressista latino-americano Reflexión y Liberación, o que leva a crer que o pontífice prepara mudanças profundas na máquina do Vaticano.

"Na Cúria há gente santa, de verdade, há gente santa. Mas também há uma corrente de corrupção, também há, é verdade", admitiu o Papa em uma audiência concedida no dia 6 de junho aos líderes da Confederação Latino-Americana e Caribenha de Religiosas e Religiosos (CLAR). "Hoje se fala de 'lobby gay' e é verdade, ele existe... é preciso ver o que podemos fazer", acrescentou o pontífice ao se referir ao sistema de chantagens internas baseadas em fraquezas sexuais, denunciado pela imprensa italiana em fevereiro.

Segundo uma síntese do encontro de uma hora, publicada pelo site, Francisco reconheceu que é uma pessoa "muito desorganizada" para realizar a reforma da Cúria Romana, exigida por "quase todos os cardeais". "Sou uma pessoa desorganizada, nunca fui bom nisso. Mas os cardeais da comissão vão levá-la adiante", afirmou.

Um mês depois de sua eleição em março como primeiro Papa latino-americano e jesuíta da história, Francisco designou um grupo de oito cardeais para assessorá-lo na reforma do governo central da Igreja, sacudida por uma série de escândalos por corrupção e intrigas.

Entre os oito cardeais aparecem o hondurenho Oscar Andrés Rodríguez Maradiaga, arcebispo de Tegucigalpa, presidente da Caritas Internationalis, conhecido por suas posições a favor de uma renovação do governo central da Igreja, e o chileno Francisco Javier Errázuriz Ossa, arcebispo emérito de Santiago do Chile, profundo conhecedor da engrenagem vaticana.

Os cardeais se reunirão pela primeira vez em outubro. "A reforma da Cúria Romana é algo que quase todos os cardeais pediram nas congregações anteriores ao conclave. Eu também a pedi. A reforma não pode ser feita por mim...", explicou Francisco.

Perguntado sobre as declarações do Papa, o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, afirmou que se tratou de uma reunião privada, sem dar maiores detalhes. Se tais declarações forem confirmadas oficialmente, esta terá sido a primeira vez que o Papa argentino falou de forma tão franca e clara das revelações e escândalos sobre a suposta trama de corrupção, sexo e tráfico de influências no Vaticano denunciada pela imprensa.

As escandalosas denúncias, publicadas por dois importantes veículos de comunicação da Itália - o jornal La Repubblica e a revista Panorama - indicavam que o papa Emérito Bento XVI decidiu renunciar ao cargo depois de receber um relatório ultrassecreto de 300 páginas sobre o tema. No relatório, entregue a Francisco por Bento XVI poucos dias após sua eleição, em 13 de março, são descritas as disputas internas por poder e dinheiro, assim como o tráfico de influências internas com a homossexualidade.

Francisco, que, segundo o site, tratou os religiosos da CLAR como iguais, sentando em círculo com eles, falou também da influência de algumas congregações e do dinheiro que administram.

A gestão do dinheiro da Igreja é um tema que também foi abordado pelo Papa nesta terça-feira na homilia da manhã na capela de sua residência no Vaticano. "São Pedro não tinha conta no banco", disse ao defender novamente a ideia de uma "igreja pobre" que rejeite a mentalidade empresarial.

Tudo parece indicar que o Papa tomou um tempo de reflexão antes de iniciar profundas reformas na Cúria Romana, cujos mecanismos não conhece, já que atuava como arcebispo de Buenos Aires. O momento crucial destas mudanças será quando designar o novo secretário de Estado, em substituição ao cardeal Tarcísio Bertone. O secretário é o braço direito do pontífice, que por tradição administra os temas mais complexos do papado.

Segundo um importante prelado, vários organismos da Cúria serão fundidos e o Papa seguirá os conselhos de Bento XVI, que não conseguiu realizar a reforma que havia elaborado baseado em sua experiência de 25 anos dentro da maquinaria vaticana.

O Papa Francisco receberá no próximo dia 17 de junho, em audiência privada no Vaticano, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, informou nesta segunda-feira à AFP o porta-voz da Santa Sé, padre Federico Lombardi. "Será uma audiência como todas as que o Papa concedeu nos últimos meses a mandatários latino-americanos", explicou o religioso.

Maduro fará sua primeira visita ao Vaticano, e será recebido pelo primeiro pontífice latino-americano da história. O argentino Francisco receberá o presidente venezuelano em sua biblioteca privada, no terceiro andar do Palácio Apostólico, tal como prevê o protocolo.

Seu predecessor, o finado Hugo Chávez, foi recebido em duas ocasiões por João Paulo II e uma vez por Bento XVI. A Igreja católica venezuelana, que no passado manteve tensas relações com o governo socialista de Chávez, se ofereceu como mediadora entre governo e oposição para superar a crise desatada após as eleições de abril.

Quando era presidente interino da Venezuela, Maduro brincou que Chávez, falecido no dia 5 de março após 20 meses de luta contra um câncer, influenciou do céu a favor da eleição de um Papa latino-americano.

"Sabemos que nosso comandante subiu ao céu, está diante de Cristo. Em alguma coisa influenciou para a eleição de um Papa sul-americano (...) e Cristo lhe disse: 'chegou a hora da América do Sul'".

O Papa Francisco postou um tweet neste domingo, condenando a "cultura do lixo", que seleciona os seres humanos em função de sua utilidade para a sociedade de consumo.

"Com a 'cultura do lixo', a vida humana não é mais vista como um valor fundamental a respeitar e proteger", denunciou o Papa, em sua conta @pontifex, que tem mais de seis milhões de "seguidores" em nove idiomas.

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Em uma catequese na última quarta-feira, depois da audiência geral na praça São Pedro, o Papa havia sido explícito, ressaltando que a pessoa humana não é mais um "valor fundamental a proteger", "especialmente se for pobre e deficiente, se ainda não tem utilidade - como a criança que vai nascer - ou se não serve mais - como a pessoa idosa".

Aos olhos do Papa, a ecologia ambiental e a ecologia humana "vão juntas". Segundo ele, uma certa "cultura da rejeição" se aplica não apenas à natureza, mas também à pessoa e, mais especialmente, aos fracos.

"A pessoa humana é, hoje, sacrificada pelos ídolos do lucro e do consumo", criticou, acrescentando que "a pessoa humana é, muito frequentemente, rejeitada como se fosse um lixo".

Deus ama e compreende o sofrimento dos homens como uma mãe compreende seus filhos, afirmou neste domingo (9) o Papa Francisco na oração do Ângelus no Vaticano, retomando o tema da "maternidade" de Deus.

Diante de milhares de fiéis na praça de São Pedro, o pontífice afirmou que o sentimento de compaixão expressado por Cristo no Evangelho se refere "às entranhas maternas". "Uma mãe, de fato, tem uma reação particular diante do sofrimento de seus filhos", afirmou, para em seguida completar que "é assim que Deus nos ama".

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Vários Papas, como João Paulo I (1978), citaram a "maternidade" de Deus. Declarações que surpreenderam e desagradaram alguns, em uma instituição dominada pelo gênero masculino e na qual, para muitos, Deus é representado como um ancião barbudo.

O argentino Jorge Bergoglio teve a infância marcada pelos depoimentos de fé de sua mãe e de sua avó. As mulheres tiveram e ainda têm um papel particular" para "abrir as portas ao Senhor", afirmou em uma ocasião.

O papa Francisco brincou nesta sexta-feira (7) com as dificuldades para ser pontífice e diante de 9 mil estudantes de colégios jesuítas de Itália e Albânia reunidos no Vaticano admitiu com franqueza que não queria ser Papa. "Uma pessoa que quer ser Papa não gosta realmente de si mesma. Eu não queria ser Papa", afirmou o pontífice rindo em resposta à pergunta de um aluno sobre se havia aspirado ao trono de Pedro.

Durante o caloroso e informal encontro, realizado na sala Paulo VI do Vaticano, o primeiro Papa jesuíta da história respondeu com simplicidade e tom familiar às perguntas de estudantes de todas as idades, convocando-os a ser livres, disse. "Não temam ir contra a corrente", afirmou Francisco após mencionar os valores fundamentais para um jesuíta: "liberdade e serviço".

"Liberdade quer dizer saber refletir sobre o que fazemos, saber avaliar o que é ruim e o que é bom e saber que as condutas que nos fazem crescer são sempre as boas. Nós somos livres para o bem", explicou. Interrogado sobre as razões pelas quais rejeita viver no luxuoso apartamento papal do Palácio Apostólico dentro do Vaticano, o Papa argentino respondeu primeiro brincando: "por razões psiquiátricas", comentou.

"É um problema de personalidade, preciso viver rodeado de gente, não posso viver só", confessou com um sorriso simpático. Diante dos estudantes e de personalidades graduadas nas prestigiadas instituições educacionais dos jesuítas, Francisco denunciou as estruturas econômicas injustas que convertem os homens em escravos e convidou os católicos a se comprometerem com a política, "uma das formas mais elevadas de caridade, porque busca o bem comum", explicou.

"O mundo inteiro está em crise", afirmou ao ressaltar que se trata, "principalmente, de uma crise de valores", disse. "Hoje em dia a pessoa em si não conta, o que conta é o dinheiro", insistiu, ao criticar "a riqueza, a vaidade, o orgulho".

"É preciso se libertar das estruturas econômicas e sociais que nos transformam em escravos", repetiu. Francisco também esclareceu que, para os cristãos, participar da vida política "é uma obrigação, porque não podemos fazer como Pilatos e lavar as mãos". "Não é fácil porque o mundo da política é muito sujo", comentou.

O papa Francisco convocou toda a Igreja Católica para adoração ao Santíssimo Sacramento, neste domingo (2). Durante uma hora, o Pontífice rezará na Basílica de São Pedro, na Itália, às 17h do país europeu e às 12h no horário de Brasília.

O ato religioso deverá ser feito em todas as catedrais e igrejas do mundo. A data de hoje foi escolhida para a celebração da Solenidade de Corpus Christi. Tradicionalmente, o Corpus Christi é celebrado no dia 30 de maio, porém, a pedido do Santo Padre, o ato deve ocorrer também neste domingo.

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Para reforçar o pedido em Pernambuco, o arcebispo de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido, enviou uma carta aos padres recomendando que o momento de oração seja feito também nas paróquias. O arcebispo conduzirá a adoração na Capela Nossa Senhora da Conceição, localizada no bairro de Santa Tereza, em Olinda.

O papa Francisco se encontrou neste sábado com o presidente uruguaio, José Mujica, e disse estar muito feliz por ter se reunido com um "homem sábio", segundo o porta-voz do Vaticano. A reunião, que durou quase 45 minutos, foi a mais longa já concedida pelo Papa a um presidente, segundo o porta-voz do Vaticano, o padre Federico Lombardi.

Ambos têm em comum sua preocupação pelos mais desfavorecidos e suas advertências contra os males do capitalismo. O presidente uruguaio, de 78 anos, foi acompanhado por uma pequena delegação.

"Encantado", disse o Papa a Mujica antes de se abraçarem, segundo os jornalistas autorizados a presenciar o início do encontro. "Temos em comum um amigo que já não está aqui", lembrou o presidente uruguaio em referência a Alberto Methol Ferré, intelectual e teólogo uruguaio que faleceu em 2009. "Nos abriu a mente", contou Mujica. "Nos ajudou a pensar", respondeu o Papa.

Após o encontro, o presidente uruguaio presenteou o Papa com três estatuetas em estilo gaúcho e com um livro do próprio Alberto Methol Ferré e de Alver Metalli, "A América Latina no século XXI". O papa Bergoglio, por sua vez, deu a Mujica uma cópia das conclusões da assembleia dos bispos latino-americanos reunida em Aparecida, no Brasil. "Pode procurar no índice e ler os temas que te interessarem", explicou.

Segundo um comunicado oficial do Vaticano, os dois falaram de "temas de interesse comum, como o desenvolvimento integral da pessoa, o respeito aos Direitos Humanos, a justiça e a paz social".

"No encontro não faltou a constatação da contribuição feita pela Igreja Católica no debate público sobre estas questões, assim como na paz internacional e no seu serviço a toda a sociedade, especialmente no âmbito assistencial e educativo", completou.

O papa Francisco exaltou nesta quinta-feira (30) em Roma a palavra "solidariedade", "palavra-chave do Evangelho", mas que "é mal vista" e, às vezes, causa temor na Igreja. "Na Igreja, mas também no restante da sociedade, uma palavra-chave que não devemos temer é 'solidariedade': ou seja, saber colocar à disposição de Deus o que temos, nossas humildes capacidades, porque só compartilhando, doando, nossa vida será fecunda, dará frutos", disse Francisco.

O Papa celebrou uma missa em ocasião da solenidade de Corpo e Sangue de Cristo ("Corpus Domini"), antes de percorrer, pela primeira vez em meio à multidão romana, o trajeto entre as maiores basílicas de Roma, a de São João de Latrão e a de Santa Maria Maior.

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"Solidariedade: uma palavra mal vista pelo espírito da mundanidade", disse o papa Francisco.

O Papa Francisco pediu aos católicos nesta quarta-feira que defendam e obedeçam a Igreja, por considerar que não podemos dizer "sim a Jesus e não à Igreja".

O pontífice falou para 100.000 pessoas reunidas, apesar da chuva, na praça de São Pedro, depois de saudar e abraçar muitos peregrinos a bordo do papamóvel.

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"Amamos a Igreja como amamos nossas famílias? Alguns dizem sim a Jesus, mas não à Igreja. É certo, (a Igreja) tem alguns aspectos humanos. Seus pastores têm defeitos, imperfeições, pecados. Eu também tenho muitos! Mas quando percebemos que somos pecadores, encontramos a misericórdia de Deus", disse.

Alguns teólogos destacam que a "humilhação" do pecado "permite ver algo mais belo", disse.

"A Igreja não é uma organização que nasce do acordo de algumas pessoas, mas é a obra de Deus, como destacou muitas vezes Bento XVI", disse o Papa Francisco.

O pontífice demonstrou assim o extremo apego à Igreja, "que ela apenas nos conduz a Jesus", uma linha de pensamento de acordo com o Papa emérito alemão, um conservador e muito ligado à obediência.

O Papa Francisco criticou nesta segunda-feira (27) a cultura do "conforto" e do "provisório", alfinetando os casais católicos que desejam ter apenas um filho para poder continuar a "viajar de férias" ou "comprar uma casa". "Quantos casais se casam e pensam em seu coração, sem ousar dizer: 'enquanto houver amor e, então, veremos depois", observou Francisco durante a missa matinal.

O Papa se colocou no lugar de um pai católico de hoje: "Não, eu não quero mais um filho, porque não poderemos viajar de férias, não poderemos ir a tal lugar, não poderemos comprar uma casa! (...) Nós queremos seguir o Senhor, mas até certo ponto". "O bem-estar nos anestesia, nos faz mergulhar, nos tira a coragem de ir até Jesus. É a principal riqueza da cultura de hoje, a cultura do bem-estar", lamentou.

O Papa, que co-celebrou a missa com o cardeal Philippe Barbarin, arcebispo de Lyon, na capela da Casa Santa Marta, onde reside, falou de um "fascínio pelo provisório".

Francisco retomou fielmente, mas em termos concretos que podem estar na mente das pessoas, temas que seu antecessor Bento XVI expunha em termos abstratos: casamento concebido como temporário, medo de compromisso, preguiça e recusa de abandonar seu conforto pessoal.

O Papa Francisco pediu nesta sábado para que a Igreja se mantenha "de portas abertas", citando o exemplo de padres que se recusam a batizar crianças nascidas fora do casamento. "Nós, muitas vezes, acabamos por ser controladores da fé ao invés de facilitadores", lamentou em sua missa diária na residência de Santa Marta, no Vaticano, onde vive desde a sua eleição.

O Papa citou o exemplo de um padre que se recusou a batizar o filho de uma mãe solteira, de acordo com uma passagem de sua homilia transmitida pela Rádio Vaticano. "Esta mulher teve a coragem de continuar a gravidez e de não devolver a criança a seu remetente. E o que ela encontrou? Uma porta fechada", declarou, em linguagem muito direta.

"Isto não é zelo, é colocar distâncias com Deus! Quando vamos por este caminho não ajudamos o povo de Deus", frisou, acrescentando: "Jesus instituiu sete sacramentos e com este tipo de atitude criamos um oitavo: o sacramento da alfândega pastoral!".

Em setembro de 2012, então arcebispo de Buenos Aires, Jorge Bergoglio já havia criticado os padres que se recusavam a batizar as crianças nascidas fora do casamento, chamando-os de "hipócritas". Desde sua eleição, o Papa Francisco atinge os espíritos com sua linguagem simples e direta e sua proximidade com os fiéis, mantendo-se na linha de seus antecessores em termos de moralidade. Ele não hesita em repreender o clero: na quinta-feira convidou os bispos italianos a não se deixarem "seduzir pela perspectiva de uma carreira, a tentação do dinheiro".

Sábado, durante uma conferência organizada por uma associação católica, o Papa também tratou a crise econômica e o desemprego, que ele descreveu como "uma mancha de óleo que se estende pelo ocidente... fazendo as fronteiras da pobreza diminuírem". Para ele, a palavra "solidariedade" não deve ser entendida como "uma mera assistência aos pobres, mas como um desafio para alimentar todo o sistema global".

O Papa Francisco publicou nesta sexta-feira uma mensagem no Twitter para os católicos chineses, em razão da festa da Virgem de She Shan, em Xangai. O Sumo Pontífice celebrou uma missa em sua residência no Vaticano na presença de sacerdotes e fiéis chineses.

"Graças à festa de Maria Auxiliadora, me uno e oro pelos católicos da China que acreditam na proteção de Nossa Senhora de She Shan", escreveu o papa argentino em seu 50º tuíte desde o início do seu pontificado.

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O monsenhor Savio Hon Tai-Fai, secretário da Congregação para a Evangelização dos Povos e único representante chinês na cúria romana, esteve presente na missa papal. "Pelo nobre povo chinês, que o Senhor o abençoe", rezou o Papa, se dirigindo aos cerca de 20 sacerdotes, seminaristas e fiéis chineses na capela da residência de Santa Maria, no Vaticano.

Na quarta-feira, o papa Francisco havia pedido aos católicos de todo o mundo que rezassem para que os fiéis chineses continuem a "anunciar" o Evangelho em seu país e "sejam fiéis à Igreja e ao sucessor de Pedro". Os católicos chineses - 5,7 milhões, segundo as estatísticas oficiais, ou 12 milhões, de acordo com fontes independentes - estão divididos entre a Igreja oficial, cujo clero responde às autoridades comunistas, e uma igreja "do silêncio" ou "subterrânea", que responde à Santa Sé.

Mesmo que a perseguição aos fiéis não ocorra abertamente, os católicos ligados à Roma são submetidos a muitas limitações, enquanto aqueles que se submetem à Igreja oficial estão sob controle de uma Associação Patriótica.

O papa anterior, Bento XVI, deu grande importância à situação na China, mas não conseguiu avançar muito. Depois de três décadas de perseguições religiosas, a China é um dos principais alvos de evangelização de grupos católicos e protestantes.

Cerca de 20.000 argentinos devem viajar em julho para o Brasil para participar da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) e ver seu compatriota, o Papa Francisco, que fará a primeira viagem ao exterior desde a sua eleição, em 13 de março, informou à AFP uma fonte eclesiástica. "Estimamos que apenas da cidade de Buenos Aires teremos 5.000 participantes e acredito que seremos mais de 20.000 de todo o país", indicou Mario Miceli, responsável pela pastoral da juventude da arquidiocese de Buenos Aires.

Sob o lema "Somos a Diocese do Papa, a Igreja de Francisco", os jovens da capital argentina, cidade natal do ex-cardeal Jorge Bergoglio e agora pontífice, peregrinarão ao Rio de Janeiro para não perder o encontro que acontecerá entre os dias 23 e 28 de julho. Miceli lembrou que na JMJ passada, realizada em Madri, participaram cerca de 6.000 argentinos, mas que agora as condições mudaram muito e, neste caso, estão fazendo grandes esforços para levar os fiéis mais pobres, e não apenas aqueles em boas condiçõess financeiras.

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"Viajaremos de avião ou ônibus. Queremos que esta seja uma jornada diferente das anteriores, nas quais só puderam viajar pessoas de uma realidade socioeconômica melhor. Queremos uma representação social mais ampla e queremos que viajem pessoas das cidades mais pobres", afirmou.

A escolha de Francisco para o trono de Pedro despertou um grande fervor religioso em um país em que 75% da população se diz católica, segundo a Igreja, principalmente nos bairros pobres que o ex-arcebispo de Buenos Aires visitava com frequência. "Estamos trabalhando nos bairros, fazendo economias, recebendo contribuições, doações e fazendo várias atividades para arrecadar fundos para que aqueles que têm menos possam estar perto dele", explicou Miceli.

Os argentinos já têm em suas listas 11.871 jovens entre 14 e 35 anos, além de freiras e padres. Haverá cerca de 700 voluntários de várias dioceses do país e dezenas de bispos, de acordo com a Agência de Notícias Católica Argentina (AICA).

O Papa voltou a falar de sua "pátria amada" em uma carta enviada à presidente Cristina Kirchner, em ocasião da celebração da Independência argentina, em 25 de maio. Francisco enviou uma "cordial saudação em ocasião do Dia Nacional deste país amado" e os parabéns a "todos os argentinos". A JMJ, o grande encontro global de jovens com o Papa, reunirá no Rio de Janeiro cerca de 2,5 milhões de jovens, a maioria dos países da região.

Esta é a segunda vez que a conferência é realizada na América Latina, 26 anos depois da de Buenos Aires, presidida pelo então Papa João Paulo II. "Em julho, eu estarei no Rio de Janeiro para receber o mundo, juntamente com o Papa, o nosso pastor. E você?", indica um anúncio do site de uma empresa de viagens, que exibe com uma foto de seis freiras em hábitos brancos e, sobre eles, uma camisa com o logotipo da JMJ: um coração com o Cristo Redentor e a cruz peregrina, nas cores verde, amarelo e azul.

"Nós já estávamos organizando a viagem para a JMJ há meses, mas após a eleição de Francisco, a procura aumentou consideravelmente", contou Lucas Saladino, da Bramasole, uma empresa de turismo especializada em excursões religiosas.

A agência, que visa um público mais velho e de alto poder aquisitivo, esgotou seu pacote de 30 lugares a um custo de 1.490 dólares. Outro pacote ainda disponível oferece mais conforto, incluindo sete noites em um hotel e translado para Guaratiba, onde o Papa celebrará a vigília e a missa da JMJ, por 2.600 dólares.

A expectativa é de que os argentinos sejam os estrangeiros em maior número presentes no Brasil para o evento.

Uma oração realizada pelo Papa Francisco durante a missa de Pentecostes em um jovem foi interpretada como uma sessão de exorcismo, o que o Vaticano negou.

Domingo, na Praça São Pedro, o Papa se aproximou de um jovem em cadeira de rodas, colocou suas mãos em sua cabeça e fez um gesto como se o apertasse com força.

Para o canal de TV 2000, que transmitiu as imagens, tratou-se de um exorcismo.

Uma interpretação negada pelo porta-voz da Santa Sé, Federico Lombardi.

O Papa "não quis realizar nenhum exorcismo", afirma o padre Lombardi em um breve comunicado em resposta às questões dos jornalistas.

"Como faz com frequência para as pessoas doentes, ele simplesmente quis rezar por uma pessoa que sofre", afirmou.

O exorcismo, uma prática muito antiga na Igreja, é reservada a poucos padres formados e que possuem este poder particular dentro da Igreja, com o objetivo de expulsar a presença do demônio em uma pessoa, como Jesus fazia, segundo a tradição do Evangelho.

A TV 2000 já havia afirmado que João Paulo II e Bento XVI exorcizaram fiéis na Praça São Pedro.

O exorcismo continua a ser praticado, mas de forma discreta, em muitos países, principalmente na Itália.

O Papa Francisco, desde que foi eleito em 13 de março, dedica parte de seu tempo aos doentes e deficientes físicos, conversando e rezando junto a eles.

O pontífice, que respeita as formas de devoção popular, regularmente faz referência à presença de satã no mundo e no homem.

Quase 200.000 fiéis se reuniram neste domingo na praça de São Pedro, segundo o Vaticano, para acompanhar a missa de Pentecostes celebrada pelo Papa Francisco, que alertou para o perigo de divisões dentro da Igreja.

"Quando queremos criar a diversidade e nos fechamos em nossas particularidades, criamos a divisão", afirmou o Papa para a multidão, que contava com a forte presença dos membros de movimentos religiosos reunidos desde sábado para um encontro organizado pelo novo "ministério" para a "Nova Evangelização".

"É a Igreja a que me aporta ao Cristo e que me leva ao Cristo, os caminhos paralelos são tão perigosos", advertiu na homilia.

"Quando alguém se aventura além da doutrina da comunidade da Igreja, que não permanece em seu interior, não está unido ao Deus de Jesus Cristo", completou.

Membros de vários movimentos, como o Comunhão e Libertação e os Legionários de Cristo, entre outros, chegaram ao Vaticano procedentes de todo o mundo para participar neste grande encontro de Pentecostes organizado como parte do "Ano da Fé" pelo ministério para a Nova Evangelização, criado em 2010 por Bento XVI.

Ao fim da missa, o Papa pronunciou ao meio-dia a tradicional Regina Caeli: "Queria agradecer a todos os movimentos, todas as associações, as comunidades e grupos eclesiásticos. Sois um dom e uma riqueza para a Igreja", disse.

Duzentos mil membros de vários movimentos religiosos se reuniram neste sábado (18) na praça de São Pedro na presença do Papa Francisco para um encontro de Pentecostes organizado ministério para a Nova Evangelização, anunciou o Vaticano. "Assistimos a uma crise do homem que destrói o homem", alertou o Papa, que chegou à praça a bordo de um jipe. "Na vida pública, política, se não há ética, tudo é possível (...) Lemos nos jornais quanto mal faz falta à toda a humanidade a falta de ética na vida pública", afirmou.

O Papa também criticou a primazia dos bancos sobre as famílias: "os investimentos que fazem os bancos cair são uma tragédia; se as famílias estão mal e não têm o que comer, não importa: esta é a nossa crise de hoje". "A Igreja pobre para os pobres é contra esta mentalidade", defendeu.

Membros dos movimentos dos Focolares, Comunhão e Libertação, Caminho Neocatecumenal, Legionários de Cristo e Emanuel, entre outros, chegaram ao Vaticano vindos de todo o mundo para participar deste grande encontro de Pentecostes, organizado no âmbito do "Ano da Fé" pelo ministério para a Nova Evangelização, criado em 2010 por Bento XVI.

O evento, organizado por ocasião da festa de Pentecostes, que celebra o Espírito Santo, estava previsto antes da demissão de Joseph Ratzinger e foi mantido por seu sucessor.

O bispo Salvatore Fisichella, que dirige o ministério para a Nova Evangelização, definiu estes movimentos religiosos como "um dos frutos mais evidentes" do Concílio Vaticano II (1962-65). Estes movimentos, muito dinâmicos, são vistos por alguns como concorrentes das paróquias tradicionais, que estão em crise.

Neste domingo, o Papa celebrará a missa de Pentecostes na presença dos participantes deste encontro, na esplanada da Basílica de São Pedro.

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