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A batalha da Fiat Automóveis e do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC) para a realização, no ano passado, de recall do modelo Stilo, que teria causado acidentes ao soltar uma das rodas, não acabou. No próximo mês, representantes das partes voltam a se encontrar numa audiência em Brasília, mas desta vez a ré é a União Federal, que responde pelo DPDC.

A Fiat entrou com ação na Justiça comum pedindo a anulação da multa de R$ 3,2 milhões aplicada pelo DPDC em março do ano passado pela demora em realizar o recall, indenização por danos materiais por suposta determinação ilegal e não fundamentada do recall e indenização por danos morais e de imagem sofridos em razão da suposta conduta arbitrária do órgão.

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A ação foi movida no Tribunal Regional Federal (TRF) da 1.ª Região e a primeira audiência foi marcada para 31 de janeiro. É a primeira vez desde a criação do Código de Defesa do Consumidor, há 21 anos, que o DPDC é acionado por determinar a uma empresa um recall para reparo de defeito de fabricação.

"É preocupante que alguém processe o Estado porque ele fez o seu trabalho, que é defender o consumidor", diz a diretora do DPDC, Juliana Pereira. É comum, diz ela, que as empresas recorram de multas - fato que ocorre em mais de 90% dos casos e leva de cinco a seis anos para julgamento -, mas é a primeira vez que o órgão responde a uma ação judicial por essa razão.

Procurada, a Fiat informou em nota que "entrou com ação corriqueira de anulação do processo administrativo movido pelo DPDC por um suposto defeito nos veículos Stilo". Segundo a montadora, "não há nada de anormal neste movimento, pois trata-se de um mecanismo previsto na legislação brasileira que, ao longo da história recente, foi adotado por diversas empresas de diferentes setores". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Apple anunciou um recall mundial do iPod Nano da 1ª geração, comercializados entre os anos de 2005 e 2006, por causa de um problema na bateria do aparelho, que pode superaquecer e explodir, provocando danos aos usuários.

A empresa afirma que os modelos seguintes, a partir da 2ª geração, não apresentam o mesmo problema, causado pela fadiga do longo tempo de utilização do aparelho. A recomendação é que usuários do aparelho parem de utilizá-lo e levem diretamente a uma assistência técnica autorizada, que fará a substituição gratuita.

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Segundo a empresa, a troca do aparelho pode levar até 6 semanas, mas não informou se os usuários receberão um novo aparelho da mesma geração — que não é mais fabricado — ou um modelo mais recente.

No começo de outubro, um iPod Nano explodiu no bolso da calça de uma jovem chamada Maria Emilia Garcia Cunha, de São Paulo, que estava no ônibus à caminho da faculdade, quando ouviu o barulho e percebeu que o aparelho deixou de funcionar. A universitária ainda feriu um dos dedos, ao tentar retiar o aparelho do bolso. O caso foi apenas mais um dos vários relatados, na mesma época, ao redor do mundo.

O recall (chamar de volta) é utilizado pelos fornecedores de produtos e serviços para recolher um determinado lote ou uma linha inteira de produtos ou mesmo um serviço já introduzido no mercado de consumo. Geralmente, o recall torna-se necessário quando descobre-se problemas relativos à segurança dos produtos/serviços postos em circulação. Trata-se de uma tentativa do fornecedor de minimizar os efeitos dos danos provocados por produtos/serviços impróprios ao uso. Todavia, mesmo fazendo uso do recall, o fornecedor não estará isendo do dever de indenizar os consumidores pelos danos decorrentes desse fato.

A Honda Automóveis do Brasil voltou a convocar clientes para um recall, desta vez para proprietários dos veículos Accord, ano 2005, versão LX AT 2.4L. De acordo com a companhia, é necessária uma reprogramação da unidade de controle eletrônica do veículo, chamada de ECU. Uma possível falha no mecanismo pode provocar a movimentação do veículo estacionado se o freio de mão não estiver acionado e, "em casos extremos", desligar o motor com o automóvel em movimento. A Honda já havia convocado um recall no último dia 28 para 101.693 proprietários do modelo New Civic.

A convocação anunciada hoje atinge 390 carros. O defeito na ECU pode ser provocado, segundo a fabricante, pela repetida mudança da alavanca seletora da transmissão entre as posições marcha à ré (R) e condução para frente (D) com a rotação do motor ainda elevada e as rodas em movimento. Essa situação pode levar à quebra de um dos rolamentos da transmissão.

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Devem comparecer a uma concessionária da empresa os proprietários dos carros Accord 2005 com chassi entre as numerações 3HGCM56305G500001 e 3HGCM56305G500390. O agendamento do serviço deve ser efetuado por meio do site www.honda.com.br/recall. Dúvidas também poderão ser tiradas por meio do telefone 0800-775-5346, de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h.

A Fundação Procon-SP lançou hoje em seu site na internet e nos postos do Poupatempo da capital paulista um guia para orientar o consumidor sobre recall. A iniciativa foi motivada pela conclusão de um estudo da fundação, realizado em março, apontando que somente 17% dos consumidores de fato sabem o que é o recall e em quais situações ele é obrigatório.

O Procon-SP planeja, a partir de agora, intensificar campanhas para orientar o consumidor a respeito do assunto. A fundação também tem em sua página na internet um banco de dados de recalls realizados desde 2002 no País.

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O objetivo do recall é corrigir o defeito de um produto detectado após ele ter sido comercializado e prevenir eventuais acidentes. Em caso de detecção de problema, a empresa deve avisar as autoridades a respeito da falha e os consumidores mediante anúncios publicitários em jornal impresso, no rádio e na televisão. A empresa terá de solucionar o defeito por meio de conserto ou troca do produto ou até a devolução do valor pago pelo consumidor.

Mas nem sempre o consumidor atende ao chamado da empresa. Alguns, por falta de informações a respeito da necessidade do recall - segundo a pesquisa, 72% dos consumidores acham que a convocação não é bem divulgada. Outros ignoram o chamado por causa do baixo risco à saúde ou por conta do baixo custo do produto. "A própria população não se ocupa em trocar o produto quando vê que ele não tem um custo significativo", diz o assessor-técnico do Procon-SP Carlos Alberto Nahas.

Ele afirma, porém, que o defeito, muitas vezes, pode afetar pessoas além do dono do produto. "Um veículo com defeito pode provocar acidentes envolvendo terceiros", comenta. O assessor lembra que, no caso de veículos, uma medida que entrou em vigor em março determina que o não atendimento ao chamado das montadoras para recall passará a constar no Registro Nacional de Veículos (Renavam). "Essa determinação não impede a venda do veículo, mas deixa no documento uma notação que pode prejudicar o vendedor em termos econômicos", afirma Nahas.

Demora

O Procon-SP notificou a Harley-Davidson do Brasil a prestar esclarecimentos sobre o motivo pelo qual demorou para iniciar sete campanhas de recall de diversos modelos de moto comercializados no País. Alguns modelos já haviam sido alvo de recall nos Estados Unidos em 2004.

Ontem, a empresa fez duas convocações, sendo que na segunda-feira já havia feito outras duas e amanhã fará mais três. As motocicletas envolvidas são das marcas Harley-Davidson e Buell Distribution Company, cuja responsabilidade também é da Harley-Davidson do Brasil Ltda. Os modelos afetados podem ser verificados no site da empresa (www.harley-davidson.com.br).

Após o cumprimento da convocação, o Procon-SP avaliará as explicações prestadas pela Harley-Davidson, que poderá responder processo administrativo, podendo ao final deste ser multada, com base no artigo 57 do Código de Defesa do Consumidor.

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