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Depois de ser solto em Abu Dabi, Thiago Brennand, de 42 anos, permanece em refúgio de luxo nos Emirados Árabes, conforme reportagem exibida pelo Fantástico, da TV Globo, neste domingo (16). Ele era considerado foragido da Justiça brasileira pela acusação de ter agredido a modelo e empresária Helena Gomes em uma academia localizada em São Paulo. Foi preso na última quinta-feira (13), mas libertado após o pagamento de fiança.

A Polícia Civil de São Paulo confirmou, no sábado, 15, ao Estadão, que foi informada pela Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol) que Brennand espera o resultado do processo de extradição em liberdade. O valor da fiança não foi informado, mas a Polícia Civil destacou que o empresário não pode sair dos Emirados Árabes Unidos e terá de comparecer em todas as audiências judiciais durante o processo. Ele teria se comprometido a manter o mesmo endereço já declarado às autoridades daquele país.

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Reportagem do Fantástico mostrou imagens exclusivas do empresário, um dia depois de ser libertado. Ele retornou para um hotel cinco estrelas nos Emirados Árabes, com diárias de até R$ 22 mil, que reúne sete restaurantes, piscina e spa. Nas imagens, ele aparece usando apenas uma bermuda azul, enquanto caminhava por uma área comum do refúgio de luxo.

Brennand deixou o Brasil em 4 de setembro com destino aos Emirados Árabes. O empresário viajou no mesmo dia em que o Ministério Público de São Paulo ofereceu denúncia à Justiça contra ele por ter agredido Helena.

Uma hora antes de embarcar, conforme o Fantástico, ele mandou uma mensagem de celular para a estudante de Medicina Stefanie Cohen, de 30 anos. "Ele quis me coagir a ser testemunha dele: 'Você deporia a meu favor? Só para dizer que nos relacionamos e que nunca fui um monstro para você?'", disse Stefanie à TV Globo. "Não tem como um ser humano não achar que ele é um monstro. Nós não tivemos relacionamento nenhum. Ele me estuprou, e eu consegui escapar", continuou.

Novo pedido de prisão

Em um novo processo, o juiz Jorge Panserini, da 1ª Vara de Porto Feliz (SP), decidiu na sexta-feira, 14, colocar o empresário no banco dos réus mais uma vez, agora por uma série de crimes praticados contra uma vítima forçada a fazer tatuagem com suas iniciais.

O magistrado ainda impôs uma nova prisão preventiva ao empresário, "como garantia da ordem pública e conveniência da instrução criminal". Segundo o juiz, restou demonstrada a "periculosidade e o risco à ordem social".

Apenas contra essa mulher vítima de Recife, o Ministério Público de São Paulo aponta que o empresário cometeu o crime de estupro cinco vezes, além de cárcere privado, tortura e lesão corporal gravíssima - esses relacionados ao uso de força para tatuar suas iniciais na mulher.

A Promotoria apontou ainda constrangimento ilegal praticado três vezes, ameaça (quatro vezes) e coação no curso do processo - para obrigar a vítima a retirar a queixa -, além de registro não autorizado de intimidade sexual e divulgação de cena de estupro ou sexo (oito vezes). Somadas, as penas previstas para esse conjunto de crimes podem chegar a 70 anos de prisão - cada estupro, por exemplo, tem pena prevista de 6 a 10 anos.

O empresário já era réu por lesão corporal e corrupção de menores, após ser acusado de perseguir, agredir e ameaçar a modelo Helena Gomes, no dia 3 de agosto, em uma academia de São Paulo. Como as agressões, registradas por câmeras de segurança, ocorreram na presença do filho do empresário e o menino, menor de idade, ofendeu a mulher, a promotoria considerou a prática de corrupção de menores.

O empresário e herdeiro Thiago Brennand Fernandes Vieira, de 42 anos, pagou fiança e foi solto em Abu Dhabi na sexta-feira, 14, horas após a prisão em uma operação coordenada pela Polícia Federal (PF). Ele era considerado foragido e chegou a ter o nome incluído na lista de difusão vermelha da Interpol. Brennand segue nos Emirados Árabes, onde deve aguardar o julgamento do processo da extradição.

Entenda:

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O pagamento da fiança impede a extradição?

 

Um delegado de Polícia Federal com expertise na área internacional disse reservadamente ao Estadão que o pagamento da fiança garante que o empresário aguarde o julgamento em liberdade, mas não afeta o processo de extradição. "Não significa que não haverá extradição. O país mantém um bom controle de fronteiras", explica.

Do que depende a extradição?

 

O Ministério da Justiça e Segurança Pública é o órgão responsável pela condução dos processos de extradição. Antes de agir, normalmente a pasta aguarda o pedido formal de repatriação feito pelo Poder Judiciário, para então encaminhar a solicitação ao governo do país estrangeiro.

O Estadão procurou o Ministério para saber o andamento do caso, mas não teve retorno até o fechamento do texto.

 

Brennand precisa obedecer alguma regra?

 

No lugar da prisão, o empresário deve cumprir medidas cautelares alternativas, como informar um endereço fixo, não deixar os Emirados Árabes sem comunicar a Justiça e comparecer a audiências sempre que for notificado.

Quais são as acusações que pesam contra o empresário?

 

Até momento, a Justiça de São Paulo recebeu duas denúncias contra o empresário. A primeira por agressões contra a modelo Helena Gomes, no dia 3 de agosto, em uma das academias mais caras da capital paulista. O caso foi registrado por câmeras de segurança e viralizou nas redes sociais. Brennand responde por lesão corporal e corrupção de menores - por supostamente ter incentivado o filho adolescente a também ofender a modelo.

A segunda denúncia foi recebida ontem. Brennand foi acusado de mandar tatuar a força as iniciais do seu nome em uma mulher com quem se relacionou. Os crimes imputados são estupro, cárcere privado, tortura, lesão corporal, coação no curso do processo, constrangimento ilegal, ameaça, registro não autorizado da intimidade sexual e divulgação de cena de estupro ou sexo.

O empresário teve a prisão preventiva decretada nos dois processos.

O que diz a defesa?

 

O advogado de Brennand disse que não comentaria a soltura do empresário.

Os advogados que representam mulheres que foram vítimas de agressões praticadas pelo empresário Thiago Brennand, preso nesta quinta-feira, 13, em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes, se articulam para acompanhar o processo de repatriação do acusado, para que ele responda no Brasil aos processos penais em que é acusado de ameaça, lesão corporal, estupro e cárcere privado.

A extradição - processo no qual o estrangeiro é enviado ao seu país de origem para o cumprimento de alguma penalidade - deverá ser concedida pelos Emirados Árabes nos próximos dias. Enquanto isso, Brennand deverá ficar sob custódia da Interpol.

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O empresário estava foragido desde o dia 23 de setembro, quando deveria ter entregue seu passaporte e se apresentado à Justiça brasileira, de acordo com o que determinou a juíza da 6ª Vara Criminal de São Paulo, Érika Mascarenhas. Desde o começo do mês passado, a única notícia que se tinha sobre o seu paradeiro era que ele havia viajado para Dubai. Entre a noite do último domingo, 9, e a segunda-feira, 10, ele abriu seu perfil do Instagram, permitindo que todos os usuários da rede vejam suas fotos, e publicou dois vídeos no Youtube, pronunciando-se pela primeira vez sobre os crimes dos quais é acusado.

Além de se apresentar como "branco, conservador, armamentista", Brennand também disse que ‘mexeram com a pessoa errada" e que "mexeram com a pessoa errada, pagarão pelo que perdi". Apesar do link para acesso aos vídeos ainda estar disponível no perfil do Instagram do empresário, a conta vinculada a eles foi removida pelo Youtube.

Na avaliação do advogado Marcio Janjacomo Junior, que atua na defesa da modelo Helena Gomes, primeira mulher a denunciar o empresário, os vídeos "são um ato de desespero". Janjacomo também identifica neles uma estratégia de intimidação, porque "não são meras ameaças, e sim uma forma de intimidação, algo que ele fazia com muitas vítimas e pessoas que estavam ao redor dele".

A advogada e ex-promotora de Justiça Gabriela Manssur, que defende outras vítimas e também foi citada nos vídeos divulgados por Brennand, afirma que também vai solicitar "providências necessárias ao Ministério da Justiça, ao Ministério de Relações Exteriores e ao Ministério Público a imediata repatriação de Thiago Brennand, para que aqui no Brasil seja aplicada a lei’. Para ela, a prisão do empresário nos Emirados Árabes é uma demonstração de que ‘ninguém está acima da lei".

Apesar da extradição de Brennand depender de trâmites burocráticos envolvendo a diplomacia do Brasil e dos Emirados Árabes, Janjacomo aponta que, independente dos pedidos da Justiça, é necessário observar o que estabelecem os acordos internacionais entre os dois países. O Tratado de Extradição entre o Brasil e os Emirados Árabes, ratificado por este último em outubro de 2021, tramita no Congresso Nacional. É necessária a ratificação do Brasil para que o pacto comece a ter validade. Enquanto isso, os setores diplomáticos dos países deverão deliberar caso a caso sobre os procedimentos, de acordo com as legislações dos dois países.

"Ele tentou, de diversas maneiras, com habeas corpus, mandado de segurança, revogar a prisão. O Tribunal de Justiça de São Paulo agiu muito bem por denegar todos os pedidos dele", comenta Janjacomo. Nesta sexta-feira, 14, o Ministério Público de São Paulo ajuizou nova denúncia contra Thiago Brennand pela prática de cinco estupros, cárcere privado, tortura e lesão corporal gravíssima.

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) denunciou o empresário Thiago Brennand, preso nesta quinta-feira, 13, nos Emirados Árabes Unidos, pelos crimes de estupro, cometido cinco vezes, cárcere privado, tortura e lesão corporal gravíssima contra uma vítima que diz que foi forçada a fazer tatuagem com as iniciais do empresário.

Em documento apresentado à Justiça estadual nesta sexta-feira, 14, a Promotoria de Porto Feliz, a no interior paulista, ainda acusa o Thiago Brennand de coação no curso do processo, constrangimento ilegal, por três vezes, ameaça, por quatro vezes, registro não autorizado da intimidade sexual e divulgação de cena de estupro ou sexo, cometido oito vezes.

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Os promotores ainda requereram a decretação de uma nova ordem de prisão contra o empresário. Thiago Brennand estava foragido da Justiça até esta quinta-feira, 13, quando foi capturado em Abu Dabi. Ele agora aguarda os trâmites relativos ao processo de extradição.

A acusação oferecida pelo Ministério Público paulista à Justiça nesta sexta também atingiu o tatuador que foi responsável por gravar iniciais do empresários na vítima, à força. Ele é acusado pelos crimes de tortura e lesão corporal gravíssima.

A denúncia foi oferecida na esteira de inquérito reaberto em setembro, por ordem do juiz Jorge Panserini, da 1ª Vara de Porto Feliz. O desarquivamento se deu após reportagem do Fantástico detalhar as acusações feitas pela vítima, que ainda alegou ter sofrido agressões e ter vídeo íntimo filmado sem consentimento.

Brennand já é réu pelas agressões à modelo Helena Gomes, flagradas em vídeo que viralizou nas redes sociais. Ele responde por supostos crimes de lesão corporal e corrupção de menores. No bojo de tal processo foi que a preventiva do empresário foi decretada, após ele descumprir ordem judicial para que entregasse seu passaporte à Justiça.

No mesmo dia em que o empresário foi formalmente acusado pela primeira vez, vieram à tona outras denúncias contra ele. O Fantástico mostrou depoimentos de mulheres, familiares e funcionários de estabelecimentos frequentados por Thiago Brennand. A reportagem dá destaque ao caso de uma mulher que hoje mora no exterior e diz ter sido vítima de cárcere privado, agressões e estupro quando esteve na casa do empresário, no interior de São Paulo.

Segundo ela, o caso chegou à polícia em razão de uma denúncia feita por seu irmão. Ela conta que teria desmentido a história em depoimento, pois estaria sendo ameaçada. À época, a investigação policial foi arquivada por falta de provas. As apurações serão retomadas e resultaram da denúncia apresentada nesta sexta, 14, à Justiça.

O herdeiro e empresário Thiago Brennand, de 42 anos, foi preso pela Polícia Federal (PF) em Dubai, nos Emirados Árabes. Ele estava foragido após ser denunciado pelo Ministério Público de São Paulo e ter prisão decretada por lesão corporal e corrupção de menores.

O suspeito viajou para Dubai no dia 4 de setembro e chegou a publicar vídeos nas redes sociais sem a localização. Nascido Thiago Fernandes Vieira, seu nome foi incluído na lista de procurados da Interpol, que conseguiu localizá-lo.

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Investigado por 11 crimes sexuais, desde estupros a tatuagens com suas iniciais 'TFV' feitas à força, Thiago voltou a ser denunciado por agressão contra a modelo Alliny Gomes, de 37, em uma academia na Zona Oeste de São Paulo. Segundo a investigação, ele ainda teria incentivado o filho adolescente a ofender a mulher.

O herdeiro e sua defesa negam as acusações e ele diz que é alvo de uma conspiração. Em um vídeo, Thiago disse que não era fugitivo, mas indicou que não se submeteria ao que classificou como "tribunal de exceção". "Vocês morrem de inveja. Branco, heterossexual inegociável. Armamentista, óbvio. Conservador, sempre", afirmou.

Foragido da Justiça e com uma ordem de prisão contra si, o empresário Thiago Brennand, 42 - acusado de agredir uma modelo em academia em São Paulo e de crimes sexuais - publicou entre a noite de segunda-feira, 10, e a madrugada desta terça, 11, dois vídeos em um canal do YouTube, tentando se defender dos crimes que lhe são imputados.

"Quem é hoje Thiago Brennand? Talvez um inimigo público, talvez um sociopata, talvez um estuprador. Será mesmo?", diz.

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Ele faz elogios à sua própria ascendência e linhagem familiar. Afirma que nunca teve qualquer antecedente criminal e que tampouco respondeu a qualquer processo, que não perdeu qualquer amizade e que usará de suas relações familiares para provar sua inocência.

"Se eu não tivesse as amizades que fiz nessa vida, no Exército bem, estaria no cárcere, não teria albergue político."

No vídeo, Brennand revelou sua preferência política e declarou apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL), a quem faz elogios. Ele diz que se afastou da política por opção e que "se Deus quiser, vamos vencer no 2º turno".

"Sou branco, conservador, armamentista. Pela família, pela propriedade privada, pela disciplina, pelo respeito ao próximo, pela humildade, por colocar o homem no seu lugar e a mulher também", afirma.

Thiago Brennand assegura ter "várias provas" para rebater as acusações que pesam contra ele. "Vocês [em referência a todos os que foram mencionados no vídeo] vão pagar por tudo o que perdi aí. Estou absolutamente tranquilo. Não estou fugindo. Vocês mexeram com a pessoa errada."

É a primeira vez que o empresário vem a público se manifestar. Ele abriu o seu perfil no Instagram, permitindo que suas publicações sejam vistas por todos os usuários da rede, e disponibilizou o link dos vídeos. Embora o canal vinculado a eles tenha sido deletado, os materiais foram replicados na plataforma por outros usuários.

Brennand ganhou as páginas dos noticiários depois de ser flagrado pro câmeras de segurança agredindo a modelo Helena Gomes dentro de uma academia em um shopping center de São Paulo. Desde que ela formalizou denúncia contra o empresário, ao menos mais dez mulheres já procuraram o Ministério Público acusando Brennand de crimes como estupro, cárcere privado, lesão corporal e ameaça. O caso foi revelado pelo programa Fantástico, da TV Globo.

Logo que foi denunciado no caso de Helena, o empresário saiu do País com destino a Dubai e seu paradeiro, até agora, é desconhecido. Ele descumpriu a determinação da juíza Érika Soares de Azevedo Mascarenhas, da 6ª Vara Criminal de São Paulo, para entregar à Justiça seu passaporte até o dia 23 de setembro e, por isso, possui uma ordem de prisão em aberto contra si.

No primeiro vídeo, o empresário aparece com os cabelos cortados, usando óculos e de camisa social. Durante cerca de 32 minutos, ele afirma que "é perseguido" por jornalistas e por um conluio formado entre a ex-promotora de Justiça Gabriela Manssur - a quem chega a se referir como "uma maloqueira que usa Loubotin" -, a Rede Globo e o procurador-geral de Justiça de São Paulo Mário Sarrubbo.

"É um dos maiores vagabundos que já conheci na vida", afirma Thiago Brennand sobre o chefe do Ministério Público paulista.

Brennand diz que foi vítima de "grupo de prostitutas" que, segundo ele, se organizou "para extorqui-lo, agremiando-se em torno de uma campanha em cima dessa pauta comunista", referindo-se ao combate à violência contra as mulheres.

Sobre a modelo Helena Gomes, no começo do vídeo ele afirma que foi um "episódio isolado" e, perto dos 28 minutos da gravação, retorna ao caso. "Quando que eu ia ter interesse numa mulher daquela? Eu não bebo, e sóbrio não tem como."

Já no segundo vídeo postado em seu canal no Youtube, o empresário aparece vestindo uma camiseta cinza, sem os óculos, criticando a advogada Dora Cavalcanti, cujo escritório, Cavalcanti Sion, esteve por um breve período à frente de sua defesa.

"Estamos preparando uma representação na OAB contra ela. Ela me cobrou R$ 4 milhões para ficar com o meu caso. Petista. Para vocês verem do que são capazes esses petistas."

Brennand critica um episódio no qual a advogada teria convidado um psiquiatra para avaliá-lo no escritório. "Eu sou o epíteto de tudo o que ela odeia. Não é você, nem a sua seita, que vão ditar como um homem deve ser, como uma mulher deve ser e como deve ser uma sociedade civilizada", segue o empresário.

COM A PALAVRA, A ADVOGADA DORA CAVALCANTI, DO CAVALCANTI SION ADVOGADOS

Em nota, a advogada mencionada no segundo vídeo afirma que "por uma questão de ética profissional, não comento detalhes de um caso em que atuei. Repudio, sim, as declarações ofensivas e mentirosas dirigidas pelo ex-cliente a mim e à minha equipe".

COM A PALAVRA, GABRIELA MANSSUR, EX-PROMOTORA DE JUSTIÇA E ADVOGADA

Gabriela Manssur, citada em vários momentos do vídeo, afirma por meio de nota: "O que esperar de um assediador em série? O ataque às pessoas que colocaram um ponto final nas suas investidas criminosas é comportamento típico de homens covardes como ele, que tentam intimidar autoridades, profissionais e as vítimas que clamam por Justiça. Os crimes por ele cometidos contra mim serão apurados e denunciados às autoridades competentes. As providências já estão sendo tomadas".

A reportagem também entrou em contato com o Ministério Público de São Paulo, órgão ao qual o procurador de Justiça Mário Sarrubo pertence, e aguarda retorno. A palavra está aberta.

A juíza da 6ª Vara Criminal de São Paulo, Erika Soares de Azevedo Mascarenhas, decretou a prisão preventiva do empresário Thiago Antonio Brennand Tavares da Sila Fernandes Vieira. Até a última sexta-feira (23) ele deveria ter entregue o passaporte em Juízo e confirmado seu retorno ao Brasil. Ele viajou a Dubai no último dia 4 e seu paradeiro, até então, é desconhecido.

De acordo com a decisão de Mascarenhas do último dia 9, caso o empresário descumprisse qualquer uma das determinações cautelas previstas - que envolvem, além do retorno ao Brasil, a aproximação com as vítimas e o ato de frequentar quaisquer academias em todo o território nacional - ele poderia ter a sua prisão preventiva decretada.

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Brennand foi flagrado por câmeras de segurança agredindo a modelo Helena Gomes dentro de uma academia em um shopping de São Paulo. O caso foi revelado pelo Fantástico, da TV Globo e, desde então, várias outras vítimas sentiram-se encorajadas a denunciar o empresário.

Até o momento, dez mulheres já teriam o denunciado pelos crimes de estupro, ameaça, lesão corporal e cárcere privado. Elas começaram a ser ouvidas pelo Ministério Público de São Paulo nesta segunda (26). Além dos casos de violência de gênero, Brennand é acusado de agredir um garçom de um restaurante dentro do condomínio de Porto Feliz (cerca de 35km de Sorocaba, interior de São Paulo).

COM A PALAVRA, THIAGO BRENNAND

A reportagem entrou em contato com o advogado Ricardo Sayeg que, por ora, está representando a defesa do empresário Thiago Brennand. Contudo, ele afirmou que por ora não comentará o caso.

Termina nesta sexta-feira (23) o prazo para que o empresário Thiago Brennand volte ao Brasil e entregue seu passaporte à Justiça. Ele é acusado por ao menos dez mulheres dos crimes de estupro, ameaça, cárcere privado e lesão corporal. Ele viajou para Dubai no último dia 4 e, até o momento, não se sabe o seu paradeiro.

O processo no qual foi determinado seu retorno ao Brasil tramita em segredo. Contudo, a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de São Paulo confirmou o término do prazo nesta sexta.

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O empresário passou a estar nos noticiários depois de ser flagrado por câmeras de segurança agredindo a modelo Helena Gomes dentro de uma academia em um shopping de São Paulo, caso revelado pelo programa Fantástico, da TV Globo. Em entrevista ao Estadão, a modelo afirmou que as agressões físicas e verbais que sofreu teriam sido por causa da sua recusa em sair com o empresário. Ele se utilizaria da ajuda de uma outra mulher para abordar suas potenciais vítimas, convidando-as para passeios. De acordo com Helena, muitas sequer sabiam que Brennand estaria presente.

Devido à repercussão das imagens da academia, outras mulheres sentiram-se encorajadas a denunciar Brennand. Muitas vítimas foram acolhidas pelo escritório Janjacomo Advogados, em São Paulo, e, até esta sexta, dez já haviam procurado a polícia para formalizar queixa contra ele.

A decisão que determina a volta do acusado para o Brasil é da juíza Érika Soares de Azevedo Mascarenhas, da 6ª Vara Criminal de São Paulo. Além do retorno ao Brasil, Brennand também está proibido de frequentar academias e deve manter uma distância mínima de 300m da modelo Helena Gomes, além de não poder fazer qualquer tipo de contato.

Brennand é acusado de outros crimes, não apenas contra mulheres. Vitor Igor Rodrigues Machado, garçom de um restaurante no interior do condomínio Fazenda Boa Vista (35 km de Sorocaba, interior de São Paulo), relata que foi agredido com socos pelo empresário e que, desde então, não conseguiu retornar às suas funções. Ele foi remanejado para outro setor da empresa.

Esta semana o Estadão divulgou também um vídeo no qual Brennand vandaliza uma oferenda de religiões de matriz afro. Contudo, não há investigações contra ele por crimes de intolerância religiosa ou racismo.

COM A PALAVRA, THIAGO BRENNAND

A reportagem entrou em contato com os dois escritórios que hoje representam Thiago Brenannd - Carlos Barros & Gustavo Rocha Advocacia Criminal, em Recife, e Alves de Oliveira & Salles Vanni Sociedade de Advogados, em São Paulo. Contudo, até a publicação desta reportagem, não obteve resposta. A palavra está aberta.

Denunciado após ser flagrado agredindo uma modelo em uma academia da capital, o empresário Thiago Brennand Fernandes Vieira, de 42 anos, será investigado agora pela prática de crimes sexuais contra ao menos dez mulheres. A partir de segunda-feira, 19, as promotoras públicas do Núcleo de Atendimento às Vítimas de Violência (NAVV) do Ministério Público de São Paulo começam a ouvir as vítimas, segundo informou o MPSP. Relatos prévios obtidos pelas promotoras dão conta de crimes de assédio sexual, estupros, cárcere privado, agressões e ameaças. Três teriam sido marcadas com as iniciais dele tatuadas no corpo.

O empresário, que já se tornou réu no caso da agressão à modelo paulistana, viajou para Dubai, nos Emirados Árabes, no último dia 4 e continua no exterior. A Justiça deu prazo de dez dias para que ele retorne ao Brasil. O prazo vence no próximo dia 23.

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Conforme o MPSP, o núcleo de atendimento foi criado no início deste ano para prestar apoio às vítimas de crimes violentos, sobretudo os sexuais, oferecendo assistência psicológica, social e de saúde, em parceria com outras instituições. As vítimas do empresário procuraram os canais da Justiça depois que outros casos envolvendo Thiago Brennand se tornaram públicos. Para isso, elas tiveram o apoio do Projeto Justiceiras, de prevenção à violência de gênero.

As promotoras vão ouvi-las de maneira informal, para que elas se sintam à vontade para falar, mesmo sobre os momentos mais dolorosos. Se os relatos confirmarem a existência de crimes, elas serão ouvidas formalmente para a abertura de inquéritos. O próprio MP pode iniciar o procedimento investigatório criminal. Além da equipe de promotores do NAVV, coordenado pela promotora Silvia Chakian, o promotor de Porto Feliz, Josmar Tassignon Junior, participa da investigação, que vai correr em sigilo.

Conforme o MPSP, os relatos dão conta de crimes graves, principalmente estupros. As mulheres teriam sido atraídas pessoalmente ou através de redes sociais e foram levadas para a mansão do empresário em um condomínio de luxo em Porto Feliz, interior de São Paulo, onde os crimes teriam acontecido.

Tatuagem à força

O advogado Márcio Cezar Janjacomo, que assiste as vítimas e encaminhou os casos ao MP, disse que o modus operandi usado pelo empresário é o mesmo relatado pela mulher que já o havia denunciado à Polícia Civil de Porto Feliz. A vítima, uma jovem pernambucana, foi mantida em cárcere privado, estuprada e obrigada a se submeter a uma tatuagem com as letras TFV, as iniciais do nome do empresário.

"Ele deixava claro que marcava as vítimas como forma de registrar que eram sua propriedade. Além dessa vítima, houve mais dois casos (de tatuagem), que ainda dependem da investigação. O fato é que são crimes bárbaros e elas vão mostrar conversas no celular sobre vídeos que ele teria feito e ameaçava divulgar para destruir a reputação delas, além de ameaças, humilhações. É um material farto e incriminador", disse.

Ainda segundo o advogado, as vítimas são jovens mulheres que conheceram Thiago Brennand em eventos sociais ou através de redes sociais. "Nem todas são do nível econômico e do meio social dele. Algumas moças ele conheceu em bares e baladas. Como no início ele era gentil e cordial, muitas ficaram iludidas, achando que tinham encontrado o príncipe encantado", afirmou.

Os casos aconteceram entre o final de 2017 e o início deste ano. Um dos recentes é o da mulher que teve um relacionamento com o empresário em 2021 e, depois de denunciar o caso à polícia de Porto Feliz, teve de voltar atrás em razão das ameaças dele. As testemunhas, entre elas o tatuador, disseram à polícia que nada houve. Além de arquivar o caso por falta de provas, a polícia encaminhou o inquérito para a Polícia Civil de Pernambuco para que a vítima fosse investigada por denunciação caluniosa. O MP de Porto Feliz mandou reabrir a investigação.

Outro relato é de uma brasileira de 37 anos que mora nos Estados Unidos e conheceu Thiago pelas redes sociais, passando a trocar mensagens. Em agosto do ano passado, ela veio para São Paulo e foi levada à mansão dele em Porto Feliz. Depois de um período de romantismo, ele se tornou possessivo e violento, ao ponto de obrigá-la a entregar a senha do celular. Após ver suas conversas pessoais, ele passou a xingar e agredi-la com tapas no rosto e na cabeça, segundo o advogado.

Naquela noite, o homem a estuprou, obrigando-a a fazer sexo anal com ele. Antes, permitiu que um tatuador entrasse no quarto e, na presença de seguranças, gravasse suas iniciais no corpo dela. A vítima relata que foi mantida em cárcere privado e impedida de se comunicar com familiares. Ele tinha câmeras no quarto e gravou os momentos íntimos dos dois, ameaçando mandar os vídeos para a filha da mulher.

Enredo

Conforme o advogado Janjacomo, as outras mulheres relataram ter sofrido crimes semelhantes. "O enredo era sempre o mesmo. Ele iniciava uma relação e depois começava a humilhar e abusar das vítimas, obrigando-as ao silêncio sob a ameaça de divulgar os vídeos e acabar com elas."

Thiago já é réu na Justiça pelos crimes de lesão corporal e corrupção de menores por ter sido acusado pelo MP de agredir a modelo Helena Gomes numa academia na capital paulista e incentivar o filho dele menor de idade a ofendê-la. A Justiça ainda proibiu o empresário de frequentar academias e de se aproximar de testemunhas. Ele também foi obrigado a entregar o seu passaporte, o que deve fazer após seu retorno ao País. Em caso de descumprimento das medidas cautelares impostas, poderá ser decretada a prisão preventiva de Thiago.

Durante as investigações, a Polícia Civil apreendeu acessórios para armas de Thiago dentro de uma mala num armário dele em sua casa no condomínio Fazenda Boa Vista, em Porto Feliz. Uma perícia vai apontar se os equipamentos estão legalizados. Logo após a operação, o Exército suspendeu o certificado de registro de CAC (Colecionador, Atirador e Caçador desportivo), que permitia a Thiago ser colecionador de armas.

Além das mulheres, ao menos dois homens acusam o empresário de agressões: um enfermeiro de um hospital na capital e um garçom de um hotel em Porto Feliz. O caso do garçom Vitor Igor Rodrigues Machado, de 26 anos, está em processo de investigação pela Polícia Civil.

Acusado de passar "correndo" com a moto pela frente da mansão do empresário em Porto Feliz o jovem conta ter sido agredido a socos e ameaçado para não mais voltar a cruzar o caminho do agressor. Desde o episódio, o garçom está afastado do serviço no restaurante Fasano, mudou de função e está em home office como auxiliar administrativo.

A reportagem entrou em contato com a defesa de Thiago Brennand e ainda aguarda retorno.

A Justiça deu prazo de dez dias para que o empresário Thiago Brennand, que está no exterior, volte ao Brasil. Ele é acusado de agredir uma mulher em uma academia no Shopping Iguatemi, na zona sul de São Paulo. O Ministério Público (MP) apresentou denúncia por lesão corporal contra Brennand, que está fora do País desde domingo (4). A Polícia Civil também apreendeu 54 acessórios de armas de fogo na mansão do empresário.

A defesa de Brennand diz que ele está à disposição da Justiça. Também afirma que, por causa do sigilo decretado no caso, irá se manifestar somente no processo. A Promotoria também apresentou denúncia por corrupção de menor, uma vez que, conforme o MP, as agressões ocorreram na presença do filho do denunciado.

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As buscas foram realizadas pela polícia na tarde desta sexta-feira (9), no condomínio Fazenda Boa Vista, em Porto Feliz, interior paulista. A operação foi realizada no contexto do inquérito aberto pelo 15º Distrito Policial da capital para apurar as agressões contra a modelo Alliny Helena Gomes, flagradas pelas câmeras da academia. O mandado de busca e apreensão foi expedido pela Justiça de Porto Feliz. Os policiais encontraram uma mala fechada com cadeado em que os acessórios estavam acondicionados. Foram listadas peças como lunetas de longo alcance, mira a laser e dispositivos de correção de mira, mas não foram localizadas armas e munições.

Conforme a Polícia Civil, os itens passarão por perícia para definir se o armazenamento desses equipamentos, alguns de uso restrito, é permitido ou proibido. Ainda segundo a polícia, Thiago é CAC - colecionador, atirador desportivo e caçador, e tem várias armas registradas em seu nome de forma legal. A polícia pediu também uma busca e apreensão em outra residência dele, na capital, mas o pedido ainda não foi apreciado pela justiça. O empresário é investigado também pela agressão a um garçom do Hotel Fasano, que funciona no interior do condomínio. Desde março, a denúncia apresentada pelo garçom está em investigação.

Brennand deve responder ainda pela denúncia de agressão, cárcere privado e estupro de uma mulher que atualmente mora no exterior. A vítima alega que foi obrigada a manter relações sexuais com ele e deixar que um tatuador gravasse as iniciais dele em seu corpo. O inquérito havia sido arquivado pela Polícia Civil de Porto Feliz, mas a pedido do Ministério Público de São Paulo, o juiz Jorge Panserini, da 1.a Vara da Comarca, determinou o desarquivamento.

Antes do embarque de Brennand para Dubai, o MP havia pedido a apreensão de seu passaporte e medidas de proteção à modelo e testemunhas, que foram deferidas pela justiça. O empresário está proibido de se aproximar da vítima e de manter qualquer tipo de contato com ela. Em caso de descumprimento, ele pode ser preso.

A defesa afirma que na busca realizada pela Polícia Civil não foram encontradas armas ou munições ilegais, conforme noticiado. "Ressalte-se que a juíza não decretou a prisão preventiva pedida pelo assistente do Ministério Público, optando por medidas menos gravosas. Ela determinou, ainda, que o processo transcorra em sigilo. Por isso, a defesa só pretende se manifestar nos autos, buscando preservar sempre a dignidade e a imagem de todos os envolvidos", disse, em nota. A Associação de Moradores do Boa Vista informou que colabora com a polícia e a justiça.

O Ministério Público de São Paulo (MPSP) denunciou, no domingo (4), o empresário Thiago Antonio Brennand, de 42 anos, por lesão corporal e corrupção de menores. O denunciado é um homem acusado de ameaçar e agredir uma modelo em uma academia de luxo na Zona Oeste paulistana, no final de agosto. Apesar de ter sido flagrado em vídeo, Brennand não foi indiciado pela Polícia Civil. 

A denúncia do MPSP, porém, considerou a integridade da vítima e dos demais ameaçados antes e após a agressão. De acordo com o promotor Bruno César Cruz de Assis, autor do pedido, Bruno deve ser proibido de se aproximar ou ter contato com a mulher agredida, além de ter acesso à academia, onde ocorreu o crime, vetado. 

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O promotor também sugeriu que o empresário pague R$ 100 mil à vítima por danos morais. A Justiça deve apreciar a denúncia nos próximos dias. 

"Após os atos de violência perpetrados por seu genitor, 'que seu pai estava lhe cuspindo porque você é uma puta e merecia', repetindo a frase algumas vezes, além de também ofender outra aluna do estabelecimento, que tentou apaziguar a situação, chamando-a de 'puta' e 'vagabunda'", escreveu. 

"Estimulado pela truculência do exemplo que lhe foi dado por seu pai momentos antes, ameaçou outro aluno da academia na recepção do local, pelo simples fato dele reprovar o comportamento do denunciado, afirmando para mencionado aluno que era para ele “calar a boca porque senão também iria levar um pau aqui dentro'", completou. 

Novos relatos de violência 

Um primo de Thiago Brennand, identificado como Jason, também fez denúncias graves contra o suspeito de agressão. Jason tem câncer e foi alvo de piadas em tom de ameaça, com a autoria de Thiago. Segundo um relato dele feito ao Fantástico e veiculado também no domingo (4), o empresário mandou entregar um caixão e uma coroa de flores em sua casa. “Jason, do câncer, Cancinho. Descanse em paz. Ele me chama de Cancinho”, contou o primo. 

“Já tá todo mundo sabendo da metástase, Cancinho. Que pena, né? Parece ferrugem no teu corpo”, comentou Thiago em detalhes do WhatsApp. Não foram dados detalhes sobre a origem da rivalidade entre os familiares e nem se o suposto problema seria unilateral. 

Jason afirmou que era alvo do primo por nunca ter cedido às ameaças dele. O rapaz garantiu, ainda, que Thiago não é empresário, mas sim "herdeiro profissional". Thiago Brennand tem um histórico de delitos e acumula ao menos 10 processos na Justiça, sendo parte deles por violência contra mulheres. 

“Eu queria encorajar todas as mulheres daqui de Pernambuco, que eu sei de mais de 20, 30, 40 casos, dos mais diversos tipos. Seja de agressão, de estupro, que criem coragem para ver se esse cara leva alguma punição”, concluiu Jason.

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