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Não é só de riso e diversão que vive o humorista Tiririca. Nesta quinta-feira (30), o cearense se vestiu de Francisco Everardo, seu nome de batismo, para homenagear a esposa. Ele, que também é deputado federal, revirou o baú de fotografias e se declarou para Naná Magalhães. O casal está completando 23 anos de união.

"Hoje estamos completando 23 anos de união. Minha companheira de vida, parceira, cúmplice, meu braço direito. Casamento não é fácil, ainda mais para quem vive e trabalha juntos. Mas que Deus abençoe e proteja sempre nossa família", escreveu. Além de receber mensagens dos fãs, Tiririca ganhou o carinho do filho Tirullipa.

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Nesta sexta (12), o presidente Jair Bolsonaro sancionou a Lei 14.011/20, que facilita a venda e cede grandes descontos na compra de imóveis da união. Ao alterar diversos procedimentos sobre a avaliação do preço mínimo, o texto permite que o governo abata 25% do valor inicial do bem público à venda em segunda tentativa de leilão. Antes, só poderia ser oferecido um desconto de 10%, na terceira tentativa de repasse de um imóveis de até R$ 5 milhões.

Dentre os cinco vetos presidenciais, não passaram o artigo que tratava do registro de imóveis nos cartórios em dias não úteis e os trechos sobre a regulamentação de obrigações do governo, de multas e de outros tópicos específicos relacionados a programas mantidos pelo Executivo federal.

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O Ministério da Economia justificou a MP citando o Edifício Wilton Paes de Almeida, que foi sede da Polícia Federal e o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) na cidade de São Paulo, mas acabou abandonado e ocupado por famílias sem teto. Em maio de 2018, o imóvel desabou e deixou sete mortos e dois desaparecidos. “Há um conjunto de imóveis em iminente colapso, colocando em risco a vida de pessoas, a destruição do meio ambiente e a perda do patrimônio público”, alega o Ministério da Economia.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, e os ex-ministros Marina Silva e Ciro Gomes, concordaram em unir forças para defender a democracia, deixando as diferenças políticas e partidárias no passado.

Durante um debate promovido pela jornalista Miriam Leitão, na Globonews, FHC disse que a luta não é só política, é social e econômica. "Não podemos nos calar", disse o ex-presidente. "O passado ficou no passado, agora temos que unir forças", afirmou.

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A ex-ministra Marina Silva afirmou: "acima de nós há 36 mil mortos por covid-19 e a defesa do Estado de Direito". Ciro Gomes foi ainda mais incisivo sobre a posição de figuras e partidos políticos contra uma "escalada do autoritarismo" e mandou uma mensagem para quem ainda não se posicionou. "Vamos defender a democracia e quem não vier é traidor".

Ciro Gomes também destacou a crise na saúde, com 23 militares ocupando espaços na pasta que ainda tem "liderança provisória" em meio à pandemia sem controle no País.

"Não creio em um golpe [de Estado] de Mourão, mas há 23 militares na Saúde", ironizou. "Quero saber se os militares vão querer ser responsabilizados por essa tragédia", afirmou Ciro diante do aumento de mortos e infectados pela covid-19 que está levando o País para a liderança de casos da doença no mundo.

Marina Silva afirmou que a tentativa do governo de esconder dados sobre mortes da covid-19 no Brasil é crime de responsabilidade. Ela sugeriu que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, crie uma comissão técnica para coordenar o acompanhamento da pandemia. "Rodrigo Maia tem condições para isso", afirmou Marina.

FHC também atacou a tentativa de ocultação de dados sobre o avanço do coronavírus no Brasil, dizendo que não dá mais pra esconder nada de ninguém, já que há imprensa livre e combatente, além das redes sociais. "A direita no poder não consegue ver a realidade e se agarra a fantasmas. Governar não é criar dissenso, mas criar consenso."

O presidente Jair Bolsonaro sancionou a lei complementar que oficializa o socorro financeiro a Estados e municípios para o combate à pandemia do novo coronavírus, chamado oficialmente de Programa Federativo de Enfrentamento ao Coronavírus SARS-CoV-2 (Covid-19).

O presidente vetou, entre outros artigos, o que blindava categorias do funcionalismo público do congelamento de reajustes salariais até o fim de 2021. A informação da sanção do presidente havia sido antecipada ontem pelo Estadão/Broadcast.

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A lei garante um repasse direto de R$ 60 bilhões da União para os entes federados, divididos em quatro parcelas mensais. Além disso, suspende o pagamento da dívida de Estados e municípios com a União até o fim de 2020.

O Senado aprovou nesta segunda-feira, 25, a medida provisória 918/2020 que reestrutura cargos e funções da Polícia Federal e prevê reajustes ao topo da carreira do órgão. A proposta foi aprovada por 71 votos a favor e apenas um voto contrário, do senador Cid Gomes (PDT-CE), e segue agora para promulgação do Congresso Nacional.

Conforme informaram o jornal O Estado de S. Paulo e o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), a votação dessa MP acabou entrando no caminho da sanção, pelo presidente Jair Bolsonaro, da lei que cria auxílio emergencial dos Estados e municípios e congela salários dos servidores públicos até dezembro de 2021.

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A MP 918 tem validade até o dia 1º de junho e foi aprovada semana passada na Câmara dos Deputados. A intenção de se votar o texto logo é para evitar questionamentos jurídicos caso o Congresso deixasse para aprovar a MP depois de um provável veto do presidente a reajustes do funcionalismo.

Bolsonaro tem até esta quarta-feira, dia 27, para sancionar o socorro aos Estados. Se a sanção vier com veto ao congelamento salarial, qualquer reajuste ao funcionalismo ficará proibido até o fim de 2021.

Os senadores lembraram no plenário que a aprovação da MP era importante para a sanção do socorro aos Estados e municípios.

"Se não votar isso hoje, não dá para sancionar o socorro aos Estados", disse o senador Major Olímpio (PSL-SP). "Ela agiliza a sanção do auxílio emergencial para Estados e municípios brasileiros", disse o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE).

Único a votar contra, Cid Gomes aproveitou para criticar o governo. "Eu acho que está na hora de a gente dizer ao Executivo que não pode ficar fazendo das medidas provisórias um instrumento para alterações no dia a dia, no cotidiano, que não têm urgência e muitas vezes nem têm relevância", afirmou.

Com o agravamento das crises política, econômica e da pandemia do coronavírus, partidos da oposição e de centro intensificaram a ofensiva contra o presidente da República, Jair Bolsonaro, no Congresso, ao mesmo tempo em que o governo tenta se blindar, acenando para o Centrão. Ao todo, sete pedidos de criação de comissões parlamentares de inquérito (CPIs) estão na fila e os requerimentos de impeachment se acumulam na mesa do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Na quinta-feira, 21, mais um foi apresentado, totalizando 35 - número recorde em 17 meses de governo, como mostrou o jornal O Estado de S. Paulo.

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Um dos pedidos de CPI mais avançados é encabeçado pelo Cidadania, que tem como foco investigar as acusações feitas pelo ex-ministro da Justiça Sérgio Moro de que Bolsonaro tentou interferir na Polícia Federal para proteger aliados.

"Aqui no Senado já temos quase todas as assinaturas necessárias", disse a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), sem, no entanto, revelar quantas faltam. Ela precisa do apoio de 27 dos seus colegas e de mais 171 deputados.

Nos bastidores, a expectativa é de que a abertura de uma CPI para apurar as acusações de Moro tenha potencial para ser tão ou mais explosiva do que a dos Correios. Criada em 2005, a CPI dos Correios tinha o objetivo de se debruçar sobre irregularidades em estatais no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, mas acabou virando seu foco para o escândalo do mensalão.

É por esse motivo que o Planalto tem atuado para conter o avanço das assinaturas e evitar que uma investigação, nesse momento, se torne uma "CPI do fim do mundo", fragilizando ainda mais o presidente.

A estratégia do governo tem sido a de distribuir cargos aos partidos do Centrão em troca de apoio no Congresso. Até agora, Progressistas, Republicanos e PL já foram contemplados. Até mesmo a liderança do governo na Câmara deve ser transferida para um indicado do bloco.

Unidade

A oposição na Câmara soma 130 deputados, número insuficiente para impor derrotas a Bolsonaro. Com esse diagnóstico, líderes dessas siglas tentam unir esforços aos "independentes", grupo que reúne PSDB, MDB, PV e até mesmo ex-aliados de Bolsonaro no PSL. "A base do governo na Câmara tem diminuído bastante. Hoje, temos o apoio de partidos de centro e até de direita que querem o afastamento do presidente", disse o líder do PT, Enio Verri (RS).

Embora haja uma união dos partidos na ofensiva contra Bolsonaro, há diferenças em relação à tática de cada um. Enquanto o Cidadania aposta em uma CPI, partidos de esquerda tentam encurtar o caminho e pressionam para que Maia aceite a abertura de processo de impeachment.

O documento protocolado na quinta foi subscrito por sete legendas: PT, PCdoB, PSOL, PSTU, PCB, PCO e Unidade Popular (sigla ainda em formação). A diferença, agora, é que partidos, movimentos sociais e associações se uniram para fazer pressão pela saída do presidente em um pedido único. Outros requerimentos haviam sido apresentados individualmente por parlamentares.

Na lista das justificativas apresentadas para afastar o presidente estão as acusações de interferência na PF feitas por Moro, alvo de críticas de petistas. O ex-juiz da Lava Jato ganhou visibilidade ao mandar para a cadeia figuras importantes do PT, como o ex-presidente Lula e o ex-ministro José Dirceu.

O documento cita trechos do pronunciamento que o ex-ministro da Justiça deu ao anunciar sua demissão do governo Bolsonaro. Na ocasião, parlamentares petistas evitaram dar vazão às acusações para não respaldar alguém visto como algoz do partido.

Em um apelo a Maia para que aceite o pedido de impeachment, deputados e senadores do PT, PSOL e PCdoB fizeram um evento na quinta, no Salão Nobre da Câmara, para apresentar a denúncia contra Bolsonaro. Estavam presentes a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), o líder do partido no Senado, Rogério Carvalho (PT-PR), o deputado Paulo Pimenta (PT-RS), a líder do PSOL na Câmara, Fernanda Melchionna (RS), e o ex-presidenciável da legenda, Guilherme Boulos.

Maia também vem sendo pressionado nas redes sociais. Segundo dados da empresa AP/Exata, que monitora o comportamento de internautas nas redes, o número de interações relacionados ao tema impeachment tem crescido.

O jornal O Estado de S. Paulo apurou que o movimento também foi captado por assessores que cuidam dos perfis de Maia. O deputado, no entanto, tem adotado cautela ao tratar do assunto, sob o argumento de que não é hora de conturbar ainda mais o cenário político. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), voltou a defender na terça-feira (19) que o presidente Jair Bolsonaro sancione ainda nesta semana o projeto que estabelece socorro financeiro a Estados e municípios. Segundo ele, há risco de, em caso de demora, gerar a necessidade de uma segunda onda de ajuda a governadores e prefeitos.

O projeto aprovado pelo Congresso prevê o repasse de R$ 60 bilhões a Estados e municípios. Maia lamentou a demora em sancionar a proposta e disse que achava que, do jeito como foi aprovado, o texto tinha consenso entre Câmara, Senado e governo.

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Deputados e senadores pouparam várias carreiras do congelamento de salários no projeto de socorro, principalmente as de segurança, com o aval do Planalto. Depois, o presidente mudou o discurso e disse que vetaria as exceções, da forma como pediu o ministro da Economia, Paulo Guedes. Agora, porém, Bolsonaro fala em buscar acordo entre Maia e governadores sobre a possibilidade de reajustes a servidores até o fim de 2021.

Maia disse que, na conversa que teve com Bolsonaro na quinta-feira passada, sugeriu ao presidente sancionar a medida durante uma reunião virtual com os governadores. Como o Estadão/Broadcast mostrou na terça-feira, Bolsonaro passou a disparar convites aos Estados para uma reunião nesta quinta, 21, por videoconferência.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O plenário do Senado concluiu há pouco a votação da medida provisória (MP) que facilita a venda de imóveis da União. Os senadores rejeitaram todas as sugestões de alterações ao texto. A matéria segue agora para sanção presidencial.

A medida, que teve o texto-base aprovado no Senado por 64 a 12 votos, permite a venda de imóveis em bloco se houver parecer técnico indicando que haverá maior valorização dos bens ou que a negociação isolada seria difícil.

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O texto também traz estratégia para evitar a deterioração dos imóveis, com a permissão de celebração de contratos de gestão com empresas que ficarão responsáveis por todos os serviços da mesma instalação, da vigilância a limpeza.

O presidente Jair Bolsonaro disse na quinta-feira (14) que quer discutir com governadores e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), o veto a trecho do projeto de socorro a Estados e municípios que congela reajuste de servidores até 2021. "Ele (Maia) pretende, juntamente comigo, fazer videoconferência com governadores de todo o Brasil e ali sair compromisso no tocante a possível veto ou não de artigos desse projeto", afirmou Bolsonaro em frente ao Alvorada.

Bolsonaro disse que o ministro da Economia, Paulo Guedes, teme que parte dos R$ 60 bilhões aos Estados e municípios previstos no projeto seja usado para reajustar salários de funcionários públicos.

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O presidente disse ainda que fala "a mesma língua" de Maia nesse tema: "Está todo mundo preocupado com a questão de gastos. Quase todos prefeitos e governadores estão no limite sobre a questão de gastos."

O presidente prometeu a Guedes que vetaria o trecho do projeto que blinda uma série de carreiras do congelamento, incluindo as de segurança pública. Como mostrou o Estadão/Broadcast, foi o próprio Bolsonaro que deu aval para que o Congresso aumentasse a lista de categorias que podem ter reajuste até o fim de 2021, contrariando as orientações da equipe econômica. Depois, no entanto, Bolsonaro passou a se comprometer, em público, a vetar a possibilidade de reajustes.

Bolsonaro recebeu Maia no Palácio do Planalto mais cedo, após meses de afastamento e trocas de farpas em público. "Não existe ataque entre nós. Estamos vivendo em paz, harmonia, sem problema", disse Bolsonaro.

Ele tem até o dia 27 de maio para sancionar o socorro aos Estados e municípios, com o veto à possibilidade de aumento salarial para o funcionalismo.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), decidiu retirar da pauta a medida provisória 910, sobre a regularização fundiária, também chamada de "MP da grilagem". Depois de horas de discussão no plenário, Maia interveio e afirmou que iria adiar a votação por falta de entendimento entre os parlamentares. Segundo ele, o assunto voltará à pauta na próxima semana.

A retirada de pauta foi uma derrota política para o governo e para o Centrão, bloco de partidos que se tornou aliado do presidente Jair Bolsonaro na Câmara. Isso porque a proposta corre o risco de perder sua validade sem ser votada pelos deputados e senadores até a próxima terça-feira, 19. Na semana passada, Bolsonaro usou as redes sociais para pedir apoio à aprovação da matéria.

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Ao encerrar a sessão, Maia afirmou que, mesmo se a proposta fosse aprovada hoje, tinha dúvidas se haveria tempo hábil para que a MP fosse analisada no Senado. Ainda, que é necessário que seja construído um acordo para que o tema retorne à pauta. O presidente convocou reunião do colegiado de líderes para esta quarta-feira, 13. "Tem demanda da bancada mineira e de outras bancadas. Isso precisa ser construído numa reunião de líderes".

A MP, editada em dezembro do ano passado, chegou ao plenário da Câmara após pressão de Bolsonaro, da bancada ruralista, do Centrão e de governadores. A medida estabelece novos critérios para a regularização fundiária de imóveis da União e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, também atuou pela aprovação da medida.

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira, 11, que irá atender em "100%" a demanda do ministro da Economia, Paulo Guedes, e manterá a proposta de congelamento salarial para servidores públicos até dezembro de 2021.

A proposta é a contrapartida de Estados e municípios para a que fosse aprovado o projeto de socorro financeiro, de R$ 60 bilhões em injeção de recursos do Tesouro para minimizar os impactos do novo coronavírus na economia local. A proposta incluiu a renegociação e postergação de dívidas. No entanto, várias categorias foram excluídas na tramitação do projeto no Congresso, o que levou Guedes a pedir o veto de Bolsonaro às mudanças.

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"Conversei de manhã com Paulo Guedes. Economia trabalha na questão dos vetos e vamos atender 100% o Paulo Guedes", disse Bolsonaro ao chegar ao Palácio da Alvorada. Segundo ele, os vetos devem ser publicados até quarta-feira, 13. "Talvez quarta-feira vamos decidir. Servidor público vai estar congelado, a tendência neste ano é ter deflação, porque todo mundo perdeu poder aquisitivo, exceto servidor público", disse.

Para o presidente, a grande maioria dos servidores públicos é consciente que se a economia não se recuperar não haverá dinheiro para pagar os salários. "Até 31 de dezembro do ano que vem, se for vetado e não derrubarem o veto, não tem mais nada que fazer na economia a não ser desburocratizar", disse Bolsonaro, citando um novo decreto assinado por ele que teria revogado mais de 300 outros decretos.

O presidente do Congresso, senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), afirmou nesta quinta-feira, 7, que é "um direito" do presidente Jair Bolsonaro vetar a possibilidade de algumas categorias de servidores públicos receberem reajustes salariais nos próximos 18 meses.

Perguntado sobre a fala de Bolsonaro, Alcolumbre não se alongou sobre o assunto. Apesar de ter dado aval para ampliar os grupos que podem ter reajustes, o presidente voltou atrás e afirmou nesta quinta-feira que segue "a cartilha de (ministro) Paulo Guedes na economia". "Se ele acha que deve vetar, assim será feito", disse, ao lado do ministro da Economia.

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A alteração do texto tinha sido interpretada como derrota para equipe econômica, que defende o congelamento dos salários.

O Parlamento israelense aprovou nesta quinta-feira (7) um governo de união entre o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e seu ex-rival, Benny Gantz, que prestarão juramento em 13 de maio, encerrando a mais longa crise política da história moderna de Israel.

Após intensos debates, que duraram até o final da quarta-feira (6), sobre emendas ao projeto, o acordo foi aprovado nesta quinta de manhã. Havia pouca dúvida sobre o resultado, uma vez que o Likud (direita) de Netanyahu e a legenda centrista Azul-Branco do ex-chefe do Exército Benny Gantz e seus respectivos aliados têm maioria no Parlamento.

"A sessão plenária do Knesset [Parlamento israelense] aprovou as emendas [ao projeto de governo de união] em segunda e terceira leituras. 71 deputados votaram a favor, e 37, contra", informou o Legislativo em um comunicado.

A Presidência israelense espera receber durante o dia as assinaturas da maioria dos deputados favoráveis, para que Benjamin Netanyahu tenha oficialmente o mandato de formar o próximo governo. Ontem à noite, o Supremo Tribunal, ao qual recorreram várias organizações que questionavam a legalidade do acordo, aprovou a formação do governo.

Netanyahu permanece, porém, acusado de corrupção em vários casos e seu julgamento, adiado pela pandemia de coronavírus, deve começar ainda este mês.

"Não encontramos nenhuma razão legal para impedir que o primeiro-ministro Netanyahu forme um governo (...) mas essa conclusão a que chegamos não diminui as acusações contra o primeiro-ministro", disseram os juízes.

- Projetos de anexação -

Netanyahu e Gantz já anunciaram que apresentarão o novo governo em 13 de maio, no qual os ministérios serão igualmente divididos entre os dois campos.

Além de compartilhar o poder e manter Netanyahu no cargo de primeiro-ministro pelos próximos 18 meses, o governo terá de administrar a saída do confinamento e a reativação da economia israelense.

Também terá de dar detalhes sobre o projeto para anexar partes da Cisjordânia, ocupada por Israel.

Após meses de crise, Benny Gantz concordou em formar uma coalizão com Benjamin Netanyahu, apesar de seu indiciamento, para permitir o fim do bloqueio político em plena pandemia.

O novo coronavírus contaminou cerca de 16.000 pessoas no país, com 239 mortes, e disparou o desemprego, que pulou de 3,4% para 27%.

Netanyahu já anunciou a reabertura das escolas primárias, bem como a maioria dos comércios e empresas, que podem agora reunir até 50% de seus funcionários no mesmo local. Além disso, milhares de palestinos retomaram seus trabalhos em Israel.

O acordo entre Netanyahu e Gantz também prevê anunciar, a partir de 1º de julho, um plano para lançar o projeto do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre o Oriente Médio.

Este plano prevê a anexação do vale do Jordão, um território estratégico, e de colônias judaicas na Cisjordânia, ocupada desde 1967 por Israel. A população das colônias da Cisjordânia subiu 50% na última década sob o impulso de Netanyahu, no poder sem interrupção desde 2009.

Hoje, mais de 450.000 pessoas vivem nelas, espalhadas por 100 colônias, onde milhares de palestinos trabalham.

Os movimentos palestinos, tanto o Fatah do presidente Mahmud Abbas quanto o Hamas, no poder em Gaza, opõem-se ao plano de Trump, que quer fazer de Jerusalém a capital indivisível do "Estado judeu" de Israel. Ambos já qualificaram o novo governo de união como "governo de anexação".

Por unanimidade, o Senado Federal aprovou nesta quarta-feira, 6, o projeto de auxílio emergencial aos Estados e municípios, que prevê como contrapartida o congelamento salarial de servidores públicos. O texto vai à sanção presidencial.

Os parlamentares concordaram com o parecer do presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP), que acatou a possibilidade de reajuste salarial para professores e outros servidores de áreas como segurança pública e assistência social. As mudanças, que partiram da Câmara, implicam perda de R$ 87 milhões dos recursos previstos pela equipe econômica.

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A proposta inicial negociada com Alcolumbre era de uma economia de R$ 130 bilhões em 18 meses - R$ 98 bilhões para Estados e municípios e R$ 32 bilhões para o governo federal. Na votação do Senado, a economia caiu para R$ 93 bilhões e, ontem, na votação da Câmara, ficou em R$ 43 bilhões. Hoje, os senadores acataram as mudanças feitas pelos deputados, com exceção da categoria dos policiais legislativos, que continua com a suspensão de aumento até 2021.

Em oposição ao que foi feito na Câmara, no entanto, Alcolumbre retomou a divisão dos recursos aprovada pelo Senado. Desta forma, seu Estado, o Amapá, será o segundo mais beneficiado pelo projeto.

Enquanto São Paulo receberá R$ 279 por habitante, Roraima ficará com R$ 798 per capita do socorro federal. Já o Amapá, Estado do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM), que negociou o acordo com a equipe econômica, receberá R$ 733 per capita. O valor é muito acima da média de todos os Estados, de R$ 286.

Apesar do recuo em relação aos servidores da educação, que atende parcialmente mudanças feitas na Câmara, Alcolumbre reclamou que os deputados fizeram um gesto "no sentido contrário" ao salvar algumas categorias, como os trabalhadores da educação, do congelamento salarial. "Infelizmente a votação da Câmara só trouxe mais conflitos", disse antes de apresentar formalmente o parecer. Ele ponderou, no entanto, que o Senado é a Casa do equilíbrio e que buscaria a conciliação.

Em sua fala, Alcolumbre também chamou atenção para a necessidade de equilíbrio fiscal para o período pós-pandemia. "Como vamos enfrentar os desafios depois da pandemia?", questionou. Alcolumbre disse ainda que milhões de pessoas no Brasil perderam direta ou indiretamente o sustento durante a pandemia, além de outros milhões não terem saneamento básico, nem condição de se alimentar.

Alcolumbre também rebateu críticas de servidores de que, ao propor congelamento do reajuste de determinadas categorias, estaria "sacrificando o servidor". "Isso é uma injustiça. Os servidores vão contribuir apenas com a suspensão do reajuste por 18 meses", reagiu. "O que estamos pedindo (aos servidores) é uma colaboração, uma contribuição", afirmou.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que trabalha para votar rapidamente o projeto de socorro aos Estados, sem alterações, para que a proposta possa ir rapidamente à sanção e o recurso chegar aos governos municipais e estaduais ainda na primeira quinzena de maio.

"Sem alteração para que a gente possa ter o projeto logo rapidamente enviado ao governo e que a gente possa ter a sanção. Acho que o projeto avançou. o Senado conseguiu garantir recursos no montante do projeto da Câmara dos deputados para quatro meses, fez regra de distribuição diferente da nossa, há divergências sobre a regra de distribuição, mas o objetivo final das duas casas é o mesmo, que a gente possa garantir recursos nesse momento de perda de arrecadação de Estados e municípios", disse Maia.

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O Senado alterou o texto em relação ao que foi aprovado pela Câmara. O texto aprovado no sábado, pelo Senado prevê que , dos R$ 50 bilhões que serão transferidos diretamente aos cofres de governos e prefeituras, a parcela das unidades da federação será de R$ 30 bilhões (60%), e a das cidades R$ 20 bilhões (40%). Mais R$ 10 bilhões serão destinados para a saúde. Serão R$ 7 bilhões para Estados, divididos 60% de acordo com a população e 40% de acordo com a taxa de incidência do coronavírus de cada localidade. Outros R$ 3 bilhões irão para os municípios, considerando apenas o número de habitantes.

"Eu tenho trabalhado com os líderes para que a gente possa avançar no texto do Senado federal, mostrando, diferente do que muito imaginavam, que haveria um conflito, uma divergência entre as Casas. Isso não vai ocorrer neste projeto e em nenhum outro", afirmou Maia.

Maia considerou o projeto uma vitória do parlamento, apesar das mudanças do Senado.

"Você não pode esquecer que o Poder Executivo não queria dar nenhum real para Estados e municípios. A proposta que foi feita à Câmara foi de R$ 14 bilhões. Então, o mérito do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), dos senadores, que conseguiram chegar a um valor, parece que pactuado com o governo, de R$ 60 bilhões, foi na linha do projeto da Câmara. Avançou em relação ao que o governo entendia urgente e necessário de apoio a estados e municípios."

Orçamento de Guerra

No entanto, antes de chegar na votação do socorro aos Estados, os deputados terão de votar ainda a proposta de emenda à Constituição do Orçamento de Guerra, em dois turnos. Há pontos em discussão ainda neste texto. Alguns partidos querem, por exemplo, retirar a exigência para empresas apresentarem avaliações de agências de risco. Isso poderia impedir que micro e pequenas empresas consigam recursos do Banco Central.

"Tem algum conflito. Garantida a avaliação às agências de risco, você tira a possibilidade do BV comprar título de micro e pequenas empresas, há um debate em alguns partidos que se for mantido esse texto algumas empresas estão excluídas", disse Maia.

No entanto, parlamentares avaliam quais mudanças serão possíveis fazer sem que o texto tenha de novamente ser votado pelos Senadores. Segundo Maia, as Casas estão dialogando sobre isso para que a aprovação final seja mais rápida.

Governo

Maia disse ainda que tem conversado muito com a equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, apesar dos dois terem tido conflitos recentes. Ele afirmou que será muito importante manter esse diálogo, principalmente, para se buscar soluções no pós-pandemia.

"É uma nova realidade que vai ter de ser construída com diálogo", disse.

Contato: camila.turtelli@estadao.com

O Ministério da Saúde só entregou 340 kits de instalação de leitos de UTI aos Estados de um total de 3 mil prometidos, destaca o jornal O Estado de S. Paulo. A pasta ainda corre atrás de empresa para fornecer 2 mil destes kits. O número enviado até agora é inferior ou próximo ao de leitos extras instalados por alguns Estados. O Paraná, por exemplo, tem cerca de 530 contratados. Já o Maranhão instalou 230 específicos para Covid-19.

Em 15 de março, o governo federal prometeu entregar a primeira leva de leitos. Eram 540 para reserva técnica. Desses, ainda não chegaram 200 aos Estados. As unidades que seriam usadas para reserva tornaram-se essenciais em algumas regiões. Mesmo sem conseguir vencer a primeira entrega, o governo federal aumentou a meta para 3 mil, no fim de março.

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O ministério não dá prazo para entrega de todos os leitos. O ex-secretário executivo da pasta, João Gabbardo, já afirmou que os produtos podem ser entregues em até uma semana aos Estados após a empresa contratada entregá-los ao governo federal. Os pacotes para montagem dos leitos têm cama, monitor de sinais vitais, respirador, entre outros insumos. Estes equipamentos serão enviados aos Estados, que montam leitos em locais já definidos.

Integrantes do ministério dizem que tiveram dificuldades para encontrar empresas interessadas em fornecer leitos e produtos para montagem dos kits. A Argentina chegou a bloquear uma compra de mil respiradores. A parcela inicial de mil conjuntos para montagem de leitos foi dividida em três processos de compras. Os primeiros 200 kits tinham sete respiradores para cada leito. Com a escalada da crise, o ministério contratou 340 leitos com um respirador cada. Segundo integrantes da pasta, porém, cem estão bloqueados em aeroportos aguardando a liberação da Anvisa. Um terceiro edital de 460 leitos não teve interessados. A primeira parcela de leitos (540 unidades) foi entregue conforme a população de cada Estado, mas com um piso de dez leitos.

Custeio

O governo também custeia o funcionamento de leitos e de locais de tratamento intensivo montados pelos Estados. São 2.232 leitos de UTI adulta e 26 de UTI pediátrica bancados pelo ministério, com R$ 1,6 mil diários. Governadores reclamam que o valor para manutenção dos espaços é mais alto, de ao menos R$ 2,5 mil por dia.

O Ministério da Saúde admitiu nesta quarta-feira (29) que não vai mais receber uma remessa de 15 mil respiradores mecânicos que havia comprado da China. O calote foi reconhecido pelo governo, que promete 14.100 unidades de equipamentos produzidos pela indústria nacional.

Nesta quarta-feira, no Senado, o ministro da Saúde, Nelson Teich, negou motivação ideológica para romper contrato com a empresa de Macau. Ele afirmou que houve desconfiança sobre a compra, após exigência de que parte de cerca de R$ 1 bilhão do contrato fosse paga antecipadamente em conta na Suíça.

Sobre a distribuição de insumos, o ministério informou que foram entregues 79 milhões de equipamentos de proteção individual. Nas contas do governo, os repasses realizados até agora chegam a R$ 4,5 bilhões em equipamentos de segurança individual, testes e leitos aos Estados. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), propôs adotar um critério misto de rateio do socorro financeiro a Estados e municípios na crise do coronavírus. Por outro lado, o parlamentar quer exigir uma contrapartida de governadores e prefeitos: congelar salários por dois anos em troca da ajuda federal.

"O setor privado está dando sua parcela de contribuição para enfrentar essa pandemia, mas o setor público tem que dar a sua parcela", disse Alcolumbre, ao se referir ao congelamento das remunerações.

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Ele resolveu ficar com a relatoria da proposta após a Câmara aprovar um texto sem consenso com o governo. O parecer do Senado ainda não ficou pronto e só deve ter as linhas gerais conhecidas na semana que vem, quando vai à votação.

O projeto se transformou em um cabo de guerra no Senado diante da divergência de como será a distribuição: se vai privilegiar Estados e municípios maiores, que acumulam a maioria dos casos da Covid-19, ou as regiões menores, com menos recursos para combater os casos concentrados da doença.

O texto da Câmara estabeleceu a ajuda compensando a perda de arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para os Estados e do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) para os municípios por seis meses, beneficiando territórios maiores como São Paulo. O Senado discute agora incluir o Fundo de Participação dos Estados (FPE) e o Fundo de Participação dos Municípios (FPM), além da população, no cálculo, o que aumentaria a fatia de Norte e Nordeste no programa.

Alcolumbre tem dito a senadores que não vai carimbar o texto da Câmara. Por outro lado, deixou claro que o valor proposto pelo governo, R$ 40 bilhões, não é suficiente. O parlamentar quer um texto possível de ser sancionado e, ao mesmo tempo, tenha aval dos deputados. "Demos carta branca para ele (Alcolumbre) fazer o relatório. O Davi foi o algodão entre os cristais para não deixar quebrar", afirmou o líder do PSD, Otto Alencar (BA), ao comentar a interlocução do presidente do Senado com a Câmara e o Planalto.

O impacto do texto da Câmara, de acordo com a equipe econômica, é de R$ 93 bilhões, sendo R$ 85 bilhões com a compensação de receita se a perda de arrecadação for de 30%.

Governadores marcaram posição e pediram aos senadores para aprovarem o projeto da Câmara que garante socorro emergencial aos Estados e municípios para o enfrentamento da covid-19.

Em carta assinada por 25 Estados, eles apelam "para o espírito patriótico" do Senado para a aprovação do projeto pelo reconhecimento do empenho na adoção de medidas sociais, sanitárias e federativas "neste momento de terrível crise". Só os governadores de Rondônia, Marcos Rocha, e de Roraima, Antonio Denarium, ficaram de fora do abaixo-assinado. Ambos são do PSL e alinhados ao presidente Jair Bolsonaro.

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A pressão dos governadores ganha força num momento em que o governo federal apresentou uma proposta alternativa à da Câmara e busca apoio do Senado para alterar o texto dos deputados. A Frente Nacional de Prefeitos também deu apoio ao projeto.

O governo não aceita dispositivo do projeto que garante a compensação por seis meses da perda de arrecadação, durante o período, do ICMS e ISS - tributos cobrados pelos governos regionais. Com uma perda de 30%, o custo ficaria em R$ 93 bilhões, segundo estimativa da equipe econômica.

A proposta do governo é fazer a transferência direta aos Estados e municípios com um valor fixo de R$ 40 bilhões por três meses e distribuição per capita.

A união dos governadores - com apenas dois deles sem assinar a carta - mostra que a tentativa do governo de mostrar em nota técnica de que o projeto concentra ajuda maior para poucos Estados - os mais ricos - não funcionou. "Enfatizamos apoio à aprovação integral do projeto", diz o texto. Eles ressaltam que o projeto possibilita a recomposição temporária de receitas dos Estados e municípios.

Os governadores enfatizam que estão dedicados à salvaguarda da população contra o novo coronavírus e contra as implicações econômicas decorrentes da atual emergência sanitária. "Temos compromisso com a proteção da vida e, igualmente, com a defesa de empresas e empregos, o que somente será possível com a manutenção do adequado funcionamento do Estado", diz o texto da carta.

Na avaliação dos governadores, não haverá reconstrução nacional e retomada econômica se ocorrer um colapso social provocado pela interrupção de serviços públicos essenciais, como saúde, segurança, educação, sistema penitenciário, iluminação e limpeza pública.

Os vinte e cinco governadores argumentam ainda que a aprovação do projeto é uma forma eficiente de evitar uma perturbação generalizada e salvar numerosas vidas. "Afinal, a demora na apresentação de soluções concretas é o nosso maior inimigo depois do vírus", diz o documento.

Apesar do esforço da equipe econômica em argumentar que seria mais eficaz uma divisão per capita da ajuda da União a Estados e municípios, a Frente Nacional de Prefeitos (FPN) atacou a proposta do governo federal e manteve a defesa da garantia de arrecadação nos moldes do projeto aprovado pela Câmara dos Deputados.

"Prefeitas e prefeitos estão perplexos e apreensivos com a postura do governo federal de provocar o conflito regional como forma de deixar de cumprir suas obrigações com a saúde da população e harmonia federativa", acusa a entidade.

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Na última segunda-feira (13), a Câmara aprovou texto que prevê a cobertura integral pela União das perdas com ICMS (estadual) e ISS (municipal) de maio e outubro deste ano, a um custo estimado de R$ 89,6 bilhões, caso o prejuízo dos governos regionais seja de 30% em relação ao arrecadado no mesmo período 2019. O texto segue agora para o Senado.

Na terça, 14, no entanto, a equipe econômica ofereceu uma contraproposta em apresentação no Palácio do Planalto, que prevê a suspensão de R$ 37,4 bilhões em parcelas de dívidas com a União e bancos públicos, além R$ 40 bilhões em transferências diretas para os governos regionais.

O Ministério da Economia defende a distribuição de 80% desse valor segundo o critério per capita, para evitar que Estados e municípios mais ricos - que naturalmente já arrecadam mais - levem a maior parte do dinheiro.

Em nota divulgada nesta quarta-feira, 15, os governantes locais representados pela FNP afirmam "discordar veementemente" da alternativa apresentada pela equipe econômica para dividir os recursos conforme o tamanho da população de cada local.

"Como o termo diz, recompor receitas parte do pressuposto de que haverá uma perda a ser coberta. Sendo assim, não é razoável que municípios que pouco ou nada arrecadam com determinado tributo sejam beneficiados com recursos extraordinários para suportar frustrações de receitas inexistentes", rebate a Frente Nacional de Prefeitos.

A FNP considera ainda que o governo federal teria "obrigação constitucional" de partilhar os recursos e defende que essa divisão atenda de fato às demandas de cada governo regional.

"Para enfrentar o novo coronavírus, que as transferências sejam feitas via fundos do Sistema Único de Saúde (SUS) e do Sistema Único da Assistência Social (SUAS). E, para superar a queda de receitas de municípios e Estados, que sejam por meio da recomposição aos entes subnacionais como pela Câmara dos Deputados", enfatiza a entidade.

A Frente Nacional de Prefeitos alega que os municípios têm realizado "esforços de austeridade fiscal", e cita reduções de subsídios de cargos eletivos, suspensão de gratificações e benefícios, além da revisão de contratos. As prefeituras cobram ainda que outras esferas de governo também adotem medidas nessa direção.

"Prefeitas e prefeitos clamam para que o governo federal pare de fomentar e propagar hostilidades entre os entes federados. O diálogo é a forma democrática de conduzir uma nação. A saída dessa crise, de enormes proporções, demandará ações coordenadas entre os governantes das três esferas de todas as regiões", completa a nota da FNP.

Os prefeitos aproveitaram para pedir mais uma vez orientações claras sobre as medidas relativas ao isolamento social. A entidade já enviou diversos ofícios ao Planalto solicitando a harmonização das orientações pelo governo federal, mas não obteve resposta.

A Câmara aprovou, nessa segunda-feira (13), projeto que estabelece auxílio financeiro a Estados e municípios durante seis meses pela perda das receitas com arrecadação de impostos por causa da pandemia do novo coronavírus. No total, o projeto de socorro aos Estados tem impacto de R$ 89,6 bilhões porque prevê também a suspensão de dívidas com BNDES e Caixa até o fim do ano.

O placar foi de 431 votos a favor e 70 votos contrários. A medida será agora analisada pelo Senado. O governo avisou que deve vetar o texto.

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Segundo estimativas do presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), só com a reposição das perdas na arrecadação, a União deve desembolsar R$ 80 bilhões para reforçar os cofres estaduais e municipais de maio a outubro.

Segundo o texto, nesse período, caberia à União complementar o que foi perdido pelos Estados em arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), e pelos municípios na receita do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS).

O auxílio financeiro corresponderá à diferença nominal, se negativa, entre a arrecadação verificada em 2020 e o patamar atingido com os mesmos impostos, nos mesmos meses, em 2019. De acordo com Maia, o cálculo de R$ 80 bilhões leva em conta uma queda de 30% no acumulado geral.

Apesar do apoio majoritário dos deputados, o Executivo se manteve contra a proposta. O líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO), chegou a antecipar a possibilidade de veto presidencial à medida. "O governo vai atuar no Senado para modificar, entendo que isso é do jogo democrático. Existe a possibilidade concreta de o presidente avaliar a possibilidade de um veto e essa discussão vai acontecer ainda para que a gente consiga desenvolver uma solução", afirmou Vitor Hugo durante sessão virtual.

Como o jornal O Estado de S. Paulo antecipou, o ministro da Economia, Paulo Guedes, insiste que o valor a ser repassado aos Estados e municípios para ações de combate à covid-19 seja definido por meio de um valor fixo. Guedes avisou que pode garantir até R$ 40 bilhões.

"Seis meses é um bom prazo", disse Maia antes da aprovação do projeto. Segundo ele, esse período é condizente com as previsões de especialistas para o ápice da crise da covid-19. A ideia, disse o presidente da Câmara, é criar um "seguro" que dê "condições mínimas" para Estados e municípios continuarem prestando serviços à população.

A equipe econômica é contra a proposta de atrelar o repasse à compensação pela queda do ICMS e do ISS em relação à base de arrecadação de 2019 porque teme que a vinculação se transforme, no futuro, em uma nova Lei Kandir, que desonerou o ICMS das exportações e que é alvo até hoje de disputa na Justiça pela compensação aos Estados exportadores pela perda de arrecadação.

"Fazer distribuição com base no ICMS vai reforçar que essas ações que não são ações equilibradas e a despeito de parecer ter um apelo sanitário pode depois dificultar demais a retomada do crescimento econômico, então, essa é a principal preocupação do governo com esse texto", disse Vitor Hugo durante a votação virtual do projeto.

O texto ficou sem contrapartida aos Estados e municípios. 

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