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Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira, 21, aponta que 55% do eleitorado desaprova a indicação de Cristiano Zanin para o Supremo Tribunal Federal (STF). Os que aprovam a escolha do advogado pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a Corte são 22%. Zanin é sabatinado hoje pelo Senado. 23% não souberam responder.

Levando em consideração o voto na eleição passada, a indicação é desaprovada por 78% dos eleitores de Jair Bolsonaro. Entre os que votaram no petista em 2022, 43% aprovam e 32% são contra a indicação.

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Ainda segundo o levantamento, a maioria (59%) dos brasileiros acha que o presidente não deveria ter o poder de indicar quem ele quiser para o STF.

O levantamento mostrou ainda que a aprovação popular do presidente voltou para 56%, mesmo patamar de fevereiro, após cair para 51% na medição feita em abril. A recuperação é atribuída à melhora da percepção sobre a economia, já que para 32% dos eleitores a situação econômica melhorou nos últimos 12 meses.

A pesquisa entrevistou, presencialmente, 2.029 eleitores com idade superior a 16 anos entre os dias 15 e 18 de junho. A margem de erro é de 2,2 pontos porcentuais.

A sabatina da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado a Cristiano Zanin, indicado por Luiz Inácio Lula da Silva e advogado do hoje presidente nos processos da Lava Jato, reeditou os embates entre ele e o ex-juiz responsável pela operação, Sergio Moro.

Hoje senador, Moro (União Brasil-PR) participou da sabatina e fez perguntas ao indicado. Antes, Zanin já havia mencionado embates antigos, mas sem citar o ex-juiz.

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Zanin disse que vai atuar com imparcialidade na Corte máxima, algo que "sempre buscou" em sua carreira. Moro, ex-juiz da Lava Jato foi declarado suspeito para julgar os processos contra Lula, o que motivou a anulação dos processos contra o petista.

O senador abriu sua fala dizendo que faria perguntas a qualquer que fosse o indicado, qualquer que fosse o presidente. Disse que ambos foram profissionais na Lava Jato, quando Moro condenou Lula à prisão. "Não existe nenhuma questão pessoal envolvida", alegou Moro.

"Não vim ao Senado para discutir operação Lava Jato, mas para indagá-lo se vossa excelência se afastaria de casos envolvendo Lava Jato no Supremo", afirmou Moro.

O advogado indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), Cristiano Zanin, disse ter "absoluta convicção da condição de exercer o cargo" e garantiu que atuará com imparcialidade caso seu nome seja aprovado. A postura de Zanin foi exposta ao ser questionado pelo senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB) se havia algum tipo de constrangimento ou risco de parcialidade por ter sido advogado de Lula. 

Zanin reconheceu a relação de proximidade com o presidente que, segundo ele, passou a se intensificar a partir do seu trabalho jurídico durante a sua defesa técnica no âmbito dos processos da Lava Jato. Além do reconhecimento à sua carreira profissional, Zanin disse acreditar que foi indicado por se "guiar exclusivamente pela Constituição e pelas leis sem qualquer tipo de subordinação a quem quer que seja". 

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"Eu acredito que estou aqui hoje indicado pelo presidente Lula pelo fato de ele ter conhecido meu trabalho jurídico, minha carreira na advocacia e ter a certeza que eu, uma vez aprovado e nomeado por esta Casa, vou me guiar pela Constituição e as leis, sem qualquer tipo de subordinação a quem quer que seja", disse.

Decisões monocráticas

O advogado elogiou as medidas tomadas pela presidente da Corte, Rosa Weber, que limitaram as decisões monocráticas (tomadas por um só ministro) e estabeleceram um prazo para a devolução de pedidos de vista. "Decisões monocráticas sempre estarão sujeitas ao crivo dos demais ministros do STF", ressaltou Zanin em sua sabatina no Senado.

Zanin lembrou que, de acordo com o novo regimento do STF, o tribunal "em regra" julga de forma colegiada. Ele ainda destacou que o STF "não tem o papel de legislar, esse papel é do Congresso e isso está disposto na nossa Constituição". A fala responde a uma crítica constante ao Supremo sobre suposta intromissão nas competências do Legislativo. O tema é caro a senadores da oposição, que são contrários à apreciação na Corte de temas como a descriminalização das drogas e do aborto.

"Não tenho nenhuma dúvida de que é necessário que esses limites sejam observados, limites e espaços institucionais de cada Poder, para assegurar que haja um relacionamento harmonioso", afirmou Zanin.

De acordo com ele, essas medidas são importantes para dar à sociedade "uma resposta do tribunal em menor espaço de tempo".

*Das Agências Senado e Estadão

O indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para uma vaga no Supremo Tribunal Federal, Cristiano Zanin, disse no discurso inicial que leu em sua sabatina na Comissão de Constituição e Justiça do Senado que será um pacificador das relações entre os Poderes. Ele também disse que não tolerará "investidas contra a solidez da República". E afirmou que o Estado de Direito pressupõe liberdade de expressão e de imprensa.

A fala sobre pacificação está de acordo com a imagem que Zanin transmitiu a senadores nos últimos dias, quando procurou integrantes da Casa Alta para pedir apoio à sua nomeação. Diversos senadores disseram ao Broadcast Político, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. que tiveram a impressão de que Zanin é discreto, ponderado e acessível. Essas características agradam a maioria dos integrantes do Senado.

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Depois da sabatina, Cristiano Zanin precisará de ao menos 41 votos dos 81 senadores no plenário do Senado. Aliados de Lula dizem que ele deve ter entre 50 e 60 votos, mais que o suficiente para a aprovação. A sessão no plenário deverá ocorrer ainda nesta tarde.

Em sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, o indicado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Supremo Tribunal Federal (STF), Cristiano Zanin, disse que sabe a "distinção entre papel de advogado e ministro" do STF. Ele foi advogado de Lula na Lava Jato e sua indicação foi criticada por suposta imparcialidade.

"Não vou mudar de lado, pois meu lado sempre foi o mesmo: a Constituição", afirmou. "Para mim só existe um lado, o outro é barbárie, abuso de poder". Zanin também disse se sentir "seguro" e com "experiência necessária" para julgar temas relevantes e com impacto à sociedade.

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Em aceno à oposição, o advogado disse que a "diversidade de pensamento é o que nos une" e que, em reuniões com lideranças, bancadas e senadores, teve "certeza que posições democráticas estão acima de qualquer interesse".

Cristiano Zanin focou a primeira parte de sua sabatina na Comissão de Constituição e Justiça para promover sua atuação no direito empresarial. Ele também se colocou como um crítico da violação de direitos, e citou sua defesa de Lula nos processos da Lava Jato.

"Embora tenha uma carreira marcada basicamente no direito empresarial, fui coautor do habeas corpus que resultou na anulação das condenações do hoje presidente Luiz Inácio Lula da Silva e também de defesas técnicas que foram apreciados nos mais diversos tribunais do País", disse o advogado. Ele deu as declarações antes de os senadores começarem a fazer perguntas, enquanto lia um discurso.

O senador Sérgio Moro (União Brasil-PR) defendeu que a sabatina para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) deve ser "rigorosa" independentemente do presidente no poder ou do indicado. A declaração foi feita nesta quarta-feira (21), data da sabatina de Cristiano Zanin na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. O advogado, que foi indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a Suprema Corte, está sendo sabatinado.

Especificamente sobre Zanin, Moro afirmou estar "bastante preocupado" com a sua indicação, devido ao fato de o indicado ter sido advogado de Lula. "Eu, particularmente, fico bastante preocupado quando é a indicação de um advogado particular do presidente. Nós não vemos precedentes históricos a esse respeito. Esse é um aspecto bastante preocupante e certamente vai ser objeto da inquirição", disse Moro em entrevista para a GloboNews.

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Zanin atuou como advogado de Lula durante a Operação Lava Jato, da qual Moro era responsável. Quando o petista ainda estava preso, o advogado assumiu o papel de porta-voz do então ex-presidente, divulgando boletins sobre a situação jurídica do caso, atualizados na saída da Polícia Federal (PF) em Curitiba.

Foi da autoria dele o recurso ao STF que provocou uma reviravolta na Lava Jato com a declaração de parcialidade de Moro e a reabilitação política de Lula. Zanin também esteve ao lado do presidente após a operação. Atuou como coordenador jurídico da campanha do petista em 2022 e, no governo de transição, assumiu a área de cooperação jurídica internacional.

O senador afirmou que não vai adiantar voto, pois pretende utilizar a sabatina para defini-lo. "Mas claro que eu não vejo com bons olhos uma indicação de um advogado particular do presidente da República."

O advogado Cristiano Zanin testará hoje o resultado das reuniões que teve nas últimas semanas com senadores de todo o espectro político, em busca da nomeação para o Supremo Tribunal Federal (STF). A partir das 10 horas, ele será sabatinado pelos integrantes da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Depois disso, a indicação precisa ser submetida ao plenário. O líder do governo na Casa, Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), estima que Zanin deve ter "pelo menos" 60 votos dentre os 81 senadores.

Zanin visitou gabinetes de senadores e se encontrou com opositores ao governo petista. Conseguiu manifestação favorável até da senadora Damares Alves (Republicanos-DF), que faz ferrenha oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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Para sair da CCJ como aprovado, Zanin precisa de 14 votos favoráveis, dos 27 titulares do colegiado. A votação é sigilosa. Em entrevista ao Estadão, 15 senadores da comissão já declararam que vão chancelar a indicação do advogado.

A sabatina costuma se estender - a do ministro Edson Fachin, por exemplo, durou pouco mais de 12 horas. O então advogado foi indicado em 2015 por Dilma Rousseff (PT) durante a crise política da segunda gestão da petista. No ano seguinte, ela foi cassada.

O nome do advogado de Lula chegará à análise de todos os senadores independentemente de ser aprovado ou rejeitado na CCJ. Também é esperado hoje que o governo tenha mais de 41 votos, o mínimo necessário para aprovação por maioria simples no plenário.

COBRANÇAS

Apesar do clima favorável, os parlamentares receberam cobranças nas redes sociais contra a indicação do advogado. Isso porque a escolha é tratada, por críticos, como uma quebra do princípio da impessoalidade, pelo fato de Zanin só ter chegado à condição de candidato a ministro do STF por sua atuação como advogado de Lula em processos da Operação Lava Jato.

Opositores também contestam a suposta falta de "notável saber jurídico", exigido pela Constituição para ministros do STF. Como mostrou o Estadão, nos documentos enviados por Zanin aos senadores, ele citou que só publicou três artigos jurídicos como único autor, em 23 anos de atuação profissional. Também não escreveu nenhum livro sozinho nem cursou pós-graduação.

Zanin também omitiu dos senadores que é sócio da empresa Attma Participações Ltda., criada em setembro de 2014 para administrar imóveis próprios.

Resolução do Senado exige que candidatos ao STF apresentem não só currículo, mas façam uma declaração "quanto à sua participação, em qualquer tempo, como sócio, proprietário ou gerente, de empresas ou entidades não governamentais, com a discriminação dos referidos períodos".

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse nesta terça-feira que a expectativa é de aprovação do nome do advogado Cristiano Zanin para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). Também segundo Pacheco, a indicação deve ser analisada pelo plenário do Senado na tarde de quarta-feira, 21.

Antes, na quarta pela manhã, Zanin será sabatinado na Comissão de Constituição e Justiça da Casa. O advogado defendeu o hoje presidente Luiz Inácio Lula da Silva nos processos da Lava Jato. Na época, ganhou a confiança do político, que o indicou para o Supremo.

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Antes de embarcar para uma viagem para o Vaticano, onde se encontrará com o Papa Francisco, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer certificar-se de que não haverá surpresas na indicação do advogado Cristiano Zanin para o Supremo Tribunal Federal (STF). É por isso que ele vai se reunir, nesta segunda-feira (19), com os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), e da Comissão e Constituição e Justiça, Davi Alcolumbre (União Brasil), no Palácio da Alvorada.

O presidente viaja nesta segunda à noite. A sabatina de Zanin na CCJ está prevista para a quarta-feira e a indicação pode ir a plenário no mesmo dia.

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Na contabilidade do Planalto, Zanin tem bem mais do que os 41 votos necessários para ser aprovado.

A conversa foi marcada após Lula se encontrar com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), na sexta-feira. O presidente tenta construir um novo modelo de relacionamento com o Congresso, após o Centrão da Câmara pressioná-lo a liberar cargos e emendas.

Como mostrou o jornal O Estado de S. Paulo, Alcolumbre prometeu a Lula ajudar Zanin a angariar votos. Cumpriu o combinado e até mesmo as resistências pelo fato de Zanin ter sido o advogado que defendeu o petista na Lava Jato foram amenizadas.

"Ele nos pareceu uma pessoa preparada, que defende os valores da família", disse o deputado Sóstenes Cavalcante (PL).

A votação passará apenas pelo Senado. Pelos cálculos do governo, Zanin deve ter de 50 a 55 votos dos 81 senadores.

Após essa etapa, Alcolumbre vai trabalhar para que Lula indique Pacheco à segunda vaga do Supremo, em outubro, quando se aposenta a presidente da Corte, Rosa Weber. Com isso, Alcolumbre poderá concorrer a um mandato-tampão ao comando do Senado e ainda tentar se reeleger duas vezes.

Lula estará em Roma no dia da sabatina de Zanin no Senado e pretende se encontrar com o Papa Francisco. Depois, seguirá para Paris, onde participará de um fórum sobre economia verde com o presidente da França, Emmanuel Mácron.

Pressão

O assunto da conversa de Lula com Pacheco e Alcolumbre, no entanto, não se resumirá a Zanin. Na pauta estarão a votação do arcabouço fiscal no Senado e o Banco Central.

O Estadão apurou que Lula cobrará de Pacheco uma posição do Senado para pressionar o presidente do BC, Roberto Campos Neto, a derrubar a taxa de juros.

"O Senado precisa ter uma reação. Todos os dados da economia são positivos e só tem um danado que não está percebendo", disse o líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (sem partido-AP).

Aliados de Lula aumentaram o coro contra Campos Neto. A instituição tem autonomia e o mandato dele vai até o fim de 2024. Uma eventual substituição teria de ser aprovada pelo Senado.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em dois dias, Cristiano Zanin se reuniu com mais da metade dos senadores na tentativa de angariar votos para assumir uma vaga Supremo Tribunal Federal (STF). O advogado pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) iniciou uma peregrinação nos corredores do Senado, mirando as maiores bancadas da Casa. Zanin se encontrou com 42 dos 81 senadores até a noite desta quarta-feira, 14.

Para ser empossado como ministro do STF, ocupando a vaga deixada por Ricardo Lewandowski em abril, Cristiano Zanin precisa ser aprovado em sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, marcada para a próxima quarta-feira, 21, e conseguir 41 votos favoráveis à nomeação dele no plenário da Casa. As reuniões sinalizam a tendência de apoio dos senadores.

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Na terça-feira, 13, Zanin reuniu-se com 12 dos 15 senadores do PSD, partido que tem o maior número de parlamentares na Casa. O líder do partido, Otto Alencar (PSD-BA), disse que o advogado tem apoio fechado da bancada, e destacou a atuação do indicado durante o julgamento de Lula na Operação Lava Jato, onde atuou na defesa do petista.

"Ele tem uma formação muito correta, professor de Direito e teve um comportamento muito seguro, muito sereno, muito firme na defesa, talvez, do maior processo jurídico já visto no Brasil, que foi a questão da defesa do presidente", disse o senador.

Ainda na terça, o advogado se reuniu com nove das 15 senadoras da bancada feminina. Somente senadoras da base aliada compareceram. Damares Alves (Republicanos-DF) e Tereza Cristina (PP-MS), ex-ministras do governo Bolsonaro, não estiveram presentes. As duas se encontraram depois com o advogado, na quarta-feira, 14.

Também nesta quarta, foi a vez de Zanin fazer o "beija-mão" com os parlamentares do MDB, que possui 10 senadores e é a terceira maior bancada do Senado. Após o encontro, o vice-líder da sigla na Casa, Marcelo Castro (MDB-PI), disse que o partido será unânime pela aprovação de Zanin ao cargo de ministro da Suprema Corte.

Além da base

O advogado também se encontrou com senadores da oposição, como Alessandro Vieira (PSDB-SE), Dr.Hiran (PP-AL) e Oriovisto Guimarães (Podemos-PR). Durante a busca por votos, Zanin passou por diversas vezes na frente do gabinete de Sergio Moro (União-PR), mas não procurou o ex-juiz. O antigo adversário nos julgamentos de Lula na Lava Jato só soube sobre a visita do advogado no Senado ao observar a movimentação nos corredores.

Dos 12 senadores do PL, Zanin se encontrou com Romário (RJ) e Wellington Fagundes (MT). O partido do ex-presidente Jair Bolsonaro é o segundo com maior número de cadeiras. A estratégia do advogado, no entanto, devido à resistência ao nome dele entre os opositores do governo, é intensificar a busca por senadores de partidos mais alinhados ao Planalto.

Nesta quarta-feira, a senadora Damares Alves (Republicanos-DF), ex-ministra de Jair Bolsonaro e pastora evangélica, disse que "gostou muito de Zanin" e que vai repensar a intenção dela de voto no plenário. No último sábado, 10, ela fechou as portas para o advogado de Lula e afirmou que somente falaria com ele se fosse necessário.

Apoio dos evangélicos

Em outra tática, com o objetivo conquistar apoio dos parlamentares conversadores, o indicado por Lula tenta se desvencilhar das pautas progressistas. Em uma reunião com deputados da bancada evangélica na semana passada, Zanin disse que, caso empossado no STF, vai trabalhar para impedir que a Corte "legisle" sobre temas como a legalização do aborto e das drogas que, segundo ele, devem ser decididos pelos parlamentares.

Veja os senadores que se encontraram com Zanin nos últimos dois dias

Alan Rick (União-AC)

Alessandro Vieira (PSDB-SE)

Ângelo Coronel (PSD-BA)

Augusta Brito (PT-CE)

Beto Faro (PT-BA)

Chico Rodrigues (PSB-RR)

Confúcio Moura (MDB-RO)

Damares Alves (Republicanos-DF)

Daniella Ribeiro (PSD-PB)

Dr. Hiran (PP-RR)

Eduardo Braga (MDB-AM)

Eliziane Gama (PSD-MA)

Fabiano Contarato (PT-ES)

Fernando Dueire (MDB-PE)

Fernando Farias (MDB-AL)

Giordano (MDB-SP)

Ivete Da Silveira (MDB-SC)

Jaques Wagner (PT-BA)

Jader Barbalho (MDB-PA)

Jayme Campos (União-MT)

Jussara Lima (PSB-PI)

Leila Barros (PDT-DF)

Lucas Barreto (PSD-AP)

Marcelo Castro (MDB-PI)

Margareth Buzetti (PSD-MT)

Nelsinho Trad (PSD-MS)

Omar Aziz (PSD-AM)

Oriovisto Guimarães (Podemos-PR)

Otto Alencar (PSD-BA)

Paulo Paim (PT-RS)

Plínio Valério (PSDB-AM)

Professora Dorinha Seabra (União-TO)

Renan Calheiros (União-TO)

Rogério Carvalho (PT-SE)

Romário (PL-RJ)

Sérgio Peteção (PSD-AC)

Teresa Leitão (PT-PI)

Tereza Cristina (PP-MS)

Vanderlan Cardoso (PSD-GO)

Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB)

Wellington Fagundes (PL-MT)

Zenaide Maia (PSD-RN)

O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (Sem partido-AP), falou, em entrevista à GloboNews, sobre a expectativa de aprovação do nome do advogado Cristiano Zanin, no Senado Federal, para uma cadeira no Supremo Tribunal Federal (STF).

"Cristiano Zanin será aprovado na sabatina do Senado, e deverá ter até 62 votos", disse Randolfe.

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Tramitação

O relatório do senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB) sobre a indicação de Cristiano Zanin para o cargo de ministro será apresentado nesta quinta-feira (15) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Nesta semana, o advogado esteve com senadores em busca de apoio para a sabatina que ocorrerá em 21 de junho. Logo em seguida, caso seja aprovado, o nome dele será levado ao plenário da Casa Alta.

*Com a Agência Senado

O indicado pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, para vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), Cristiano Zanin, ouviu nesta quarta-feira uma queixa comum entre políticos: de que a Corte deveria ter menos decisões monocráticas. Quem tocou no assunto foi o senador Marcelo Castro (MDB-PI).

Zanin encontrou-se com a bancada do MDB, mais uma parada de seu périplo para garantir votos no Senado. Castro participou da conversa.

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"Aproveitei a oportunidade para falar com o ministro Zanin dessa questão das decisões monocráticas do Supremo Tribunal Federal", declarou o senador a jornalistas. "O que a gente quer dizer? Quando for tomar uma decisão contra um Poder, que essa decisão seja colegiada e não seja decisão de um só ministro. Porque, entendemos nós, que é muito poder concentrado numa só pessoa", disse ele.

"Citei um exemplo. Aqui no Congresso fizemos uma luta muito grande pela divisão democrática dos royalties do petróleo. Aprovamos na Câmara, aprovamos no Senado, o presidente Lula vetou. Depois aprovamos no Senado, aprovamos na Câmara, a presidenta Dilma vetou. Nós derrubamos o veto, naquele tempo era difícil derrubar um veto presidencial, a lei entrou em vigor e a ministra Cármen Lúcia deu uma decisão liminar suspendendo a vigência da lei. Essa decisão liminar tem 10 anos", declarou Marcelo Castro.

A reunião de Zanin com os senadores do MDB foi na sala da liderança do partido, próxima ao gabinete do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Os 10 emedebistas devem votar a favor do indicado de Lula.

Há pouca resistência ao nome de Zanin no Senado. Agrada ao mundo político o perfil anti-Lava Jato do advogado e sua discrição. Nas conversas, ele também tem indicado que será acessível aos senadores depois de aprovado pela Casa.

As conversas individuais e com bancadas são um rito informal, mas politicamente indispensável. Ele precisa passar por sabatina da Comissão de Constituição e Justiça, marcada para a próxima quarta, dia 21, e ser aprovado pelo plenário da Casa com no mínimo 41 votos - há 81 senadores no total.

Nesta quarta, o advogado já esteve com a bancada do PT e com os senadores Romário (PL-RJ) e Tereza Cristina (PP-MS). Saindo da sala do MDB, foi para o gabinete de Alan Rick (União Brasil-AC).

Nas próximas horas ele deve se reunir com Jayme Campos (União Brasil-MT), Eduardo Girão (Novo-CE), Confúcio Moura (MDB-RO) e Ivete da Silveira (MDB-SC).

Há conversas marcadas com Carlos Viana (Podemos-MG) e Esperidião Amin (PP-SC) para quinta-feira. Na terça, Zanin também teve uma maratona de reuniões em gabinetes de senadores.

O senador Otto Alencar (PSD-BA), líder do bloco formado por PT, PSB, PSD e Rede, anunciou, nesta terça-feira (13), que a bancada do PSD no Senado vai apoiar a indicação do advogado pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Cristiano Zanin, ao Supremo Tribunal Federal (STF). O partido tem o maior número de cadeiras na Casa, com 15 dos 81 senadores, e o bloco Resistência Democrática tem ao todo 28 parlamentares. Zanin precisa, no mínimo, de 41 votos favoráveis.

"A bancada presente fechou questão em apoio a Zanin ao STF", disse Alencar. Segundo ele, os parlamentares do PSD fizeram questionamentos ao advogado durante encontro com 13 dos 15 integrantes da bancada. O senador destacou que a colega Mara Gabrilli (PSD-SP), que é crítica a Lula e participou da reunião remotamente, também se posicionou favorável ao nome escolhido pelo presidente.

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Nesta segunda-feira (12), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e o senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), que preside a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), informaram que a sabatina de Zanin no colegiado será no dia 21 de junho, quarta-feira da semana que vem. O relator da nomeação na CCJ será Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB). Após a sabatina e votação na CCJ, aprovado ou não, o nome do advogado será submetido ao plenário da Casa. Ele precisa de ao menos 41 votos dos 81 senadores.

Como mostrou a Coluna do Estadão, Zanin iniciou logo cedo, nesta terça-feira, 13, o "beija-mão" dos parlamentares em busca de apoio. Chegou ao prédio às 9h da manhã, foi ao gabinete do senador Alessandro Vieira (PSDB-SE), passou direto pela sala do senador Sérgio Moro (União Brasil-PR), ex-juiz da Operação Lava Jato e seu opositor mais ferrenho no Congresso, e seguiu para o gabinete de Lucas Barreto (PSD-AP).

Apoio evangélico

Na última semana, na corrida para desfazer eventuais resistências a seu nome, Zanin participou de diversas conversas com representantes da bancada evangélica. Ele tem dito a religiosos que decisões sobre pautas conservadoras, como aborto e drogas, caras ao segmento, cabem ao Congresso. E se comprometeu a atuar contra iniciativas da Corte que impliquem, na prática, "legislar" sobre esses temas. O advogado busca se desvencilhar da pauta progressista do Partido dos Trabalhadores.

Zanin já se encontrou com o deputado Cezinha de Madureira (PSD-SP), um dos principais atores religiosos do Congresso, e o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), segundo-vice-presidente da Câmara e ex-presidente da Frente Parlamentar Evangélica. Como mostrou o Estadão, de acordo com relatos, o advogado tem pedido que os líderes atuem como "pontes" com o segmento religioso.

Nessa peregrinação, Zanin também encontrou portas fechadas. A ex-ministra do governo Bolsonaro e senadora Damares Alves (Republicanos-DF), que é pastora evangélica, declarou que só falará com o candidato "se for mesmo necessário". E disse que vai orar para que Zanin a surpreenda.

Na prática, a aprovação de Zanin é dada como certa. Os presidentes do Senado e da CCJ, por exemplo, já elogiaram a escolha de Lula, que tem na Casa uma base de apoio mais consistente do que na Câmara. Nesta quarta-feira, 14, o advogado se reúne com a bancada do MDB.

A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) fechou as portas de seu gabinete para o advogado Cristiano Zanin Martins, que busca apoio de evangélicos para sua indicação a uma cadeira no Supremo Tribunal Federal (STF). A parlamentar, que é pastora evangélica, declarou que só falará com o candidato, que defendeu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Operação Lava Jato, "se for mesmo necessário". A senadora, no entanto, disse que vai orar para que Zanin a surpreenda.

"Pressupondo que o presidente da República tenha a maioria dos votos no Senado, o que possivelmente dará ao indicado a vitória, o que me resta, doravante, é orar para que dr. Zanin nos surpreenda e se torne um juiz justo e imparcial", afirmou Damares, em nota divulgada neste sábado, 10.

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Zanin será sabatinado na Comissão de Constituição de Justiça (CCJ) do Senado. Após essa etapa, o nome do advogado passará por votação no plenário da Casa. Como mostrou a Coluna do Estadão, Zanin tem conquistado líderes evangélicos e agora vai buscar a maior bancada do Senado, a do PSD.

A senadora, no entanto, não quer diálogo com o indicado de Lula. "Venho informar aos amigos, aos irmãos, aos correligionários e também aos adversários que nem tentem falar comigo sobre a indicação do dr. Zanin para o STF. Que fique claro desde já que meu voto será ‘não’ e nada, nem ninguém, me fará mudar! Por favor, não insistam!", afirmou a senadora.

Damares não integra a CCJ do Senado. A parlamentar terá direito a voto no plenário. No Senado, até mesmo integrantes da oposição admitem que a indicação do advogado será aprovada tanto no colegiado quanto no plenário.

A senadora afirmou que "só" falará com o advogado "antes da votação se for mesmo necessário e por meio de solicitação" do seu partido, o Republicanos. Damares declarou ainda que, caso tenha de participar de um encontro, a reunião deverá ter um formato específico, "com a presença dos demais parlamentares e tudo de forma protocolar".

"Acredito que a indicação do dr. Zanin fere o princípio constitucional da impessoalidade e, portanto, não posso aceitá-la", afirmou Damares.

A senadora foi ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos do governo Jair Bolsonaro e um dos principais expoentes ideológicos da gestão. A conduta de Damares vai de encontro à postura de líderes evangélicos, que têm se reunido com Zanin.

O advogado já esteve em almoço e café da manhã com representantes dos evangélicos no Congresso. A religiosos, ele tem dito que pautas conservadoras, como aborto e drogas, caras ao segmento religioso, cabem ao Congresso e rejeitará que a Corte "legisle" sobre os temas.

O Superior Tribunal Federal (STF) é uma instituição do Poder Judiciário responsável por fiscalizar as atividades do Executivo e do Legislativo, para que a Constituição Federal seja cumprida e resguardada. O órgão é composto por 11 ministros, incluindo um presidente e um vice-presidente. A indicação de um nome para ocupar uma das cadeiras é feita pelo presidente da República, caso que teve grande repercussão nas últimas semanas após o presidente Lula (PT) ter indicado o advogado Cristiano Zanin, que foi responsável pela sua defesa durante as investigações da operação Lava Jato.

De acordo com a cientista política, Stéphanie Moura, a indicação não foi considerada de bom tom, por uma série de motivos. “Atualmente, o STF conta com apenas duas mulheres e nenhum negro em sua composição. Uma vez que o Presidente Lula fez questão de subir a rampa do Palácio do Planalto com representantes do povo brasileiro, de diversas raças e origens, esperava-se uma indicação de maior representatividade”, comentou Moura ao LeiaJá.

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“Além disso, a proximidade pessoal do Zanin, sendo casado com a afilhada de Lula e atuando como advogado pessoal há cerca de 10 anos, compromete o princípio da impessoalidade do Presidente da República. É importante refletir se a reação do público seria a mesma se Jair Bolsonaro fizesse uma indicação nos mesmos termos”, observou a internacionalista.

Indicações anteriores

O cargo no STF é vitalício, com aposentadoria compulsória aos 75 anos. A próxima aposentadoria será da atual presidente do órgão, Rosa Weber, em outubro deste ano. Weber foi indicada pela então presidente Dilma Rousseff, que também indicou Luiz Fux, Luís Roberto Barroso e Luiz Edson Fachin.

“No Brasil temos a separação dos três poderes, porém, são coexistentes e complementares em suas decisões. Então, é natural que as indicações sejam não apenas pelo saber jurídico dos indicados, como também pela afinidade do presidente com o indicado, que muitas vezes compartilha dos mesmos ideais e visões”, explica Moura.

Após a saída da petista, as indicações seguintes foram feitas por Michel Temer (PSDB), que levou Alexandre de Moraes, e Jair Bolsonaro (PL), que apontou Nunes Marques e André Mendonça para as cadeiras disponíveis. Moura analisa que as indicações de Bolsonaro foram consideradas polêmicas na época, como o comentário que ele fez sobre André Mendonça ser “terrivelmente evangélico”. Para a cientista política, um ponto importante foi no período das eleições de 2022, que “era notável a ansiedade de Jair Bolsonaro por sua próxima indicação, até pela quantidade de ministros indicados por Lula e Dilma, de esquerda, em uma clara busca por “empatar o jogo”.

O advogado Cristiano Zanin Martins tem procurado líderes evangélicos para costurar apoio no Senado à sua indicação para o Supremo Tribunal Federal (STF). A religiosos, ele tem dito que, como ministro, não defenderá que a Corte "legisle" sobre pautas conservadoras, como aborto e drogas, caras ao segmento religioso.

O candidato, que defendeu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em processos da Operação Lava Jato, precisa ser sabatinado na Comissão de Constituição de Justiça (CCJ) da Casa. Seu nome passará por votação no colegiado e depois seguirá para o plenário.

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Como mostrou a Coluna do Estadão, Zanin tem conquistado líderes evangélicos e agora vai buscar a maior bancada do Senado, a do PSD. Nessa quarta-feira (7), o advogado se reuniu com senadores na casa do deputado Cezinha de Madureira (PSD-SP), um dos principais atores religiosos do Congresso, apurou o Estadão/Broadcast. O café da manhã contou com a presença de senadores como Hiran Gonçalves (PP-RR) e Vanderlan Cardoso (PSD-GO), presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.

Na terça-feira (6), o advogado teve um encontro com o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), segundo-vice-presidente da Câmara e ex-presidente da Frente Parlamentar Evangélica. "É um indicado ao STF que quer dialogar com todos os segmentos da sociedade", disse Sóstenes.

Apesar de causar polêmica o fato de Lula ter indicado seu próprio advogado ao STF, Zanin tem causado boa impressão nesses encontros. "Acho oportuno que ele possa ter a possibilidade de apresentar aos senadores conservadores o que ele pensa sobre nossos assuntos, aí cada senador poderá fazer seu juízo de valor", afirmou Sóstenes.

Nas conversas com os religiosos, Zanin tem se apresentado e contado a trajetória de sua família, com histórias sobre a mulher e os filhos. De acordo com relatos à reportagem, o advogado tem pedido que os líderes atuem como "pontes de diálogo" com os evangélicos onde houver qualquer sinal de resistência à sua indicação ao STF.

Fontes ouvidas pelo Estadão/Broadcast avaliam que, diante de uma composição mais conservadora do Senado, Zanin tem tentado abrir maior diálogo com a bancada evangélica. Segundo pessoas que conversaram com o advogado, ele tem reforçado que a discussão sobre temas polêmicos cabe ao Congresso. O julgamento sobre a descriminalização do porte de drogas para consumo próprio já está na pauta deste ano do STF. Há a expectativa de que a descriminalização do aborto seja também incluída.

O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), disse nesta terça-feira que a sabatina de Cristiano Zanin na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado poderá ser na próxima semana. Zanin foi indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a vaga de Ricardo Lewandowski no Supremo Tribunal Federal.

"Davi [Alcolumbre, presidente da CCJ] me disse que não demoraria. Eu entendi que pode entrar na pauta semana que vem", declarou o senador a jornalistas. De acordo com ele, é pouco provável que o advogado, defensor de Lula nos processos da Lava Jato, tenha problemas para ser aprovado pelos senadores.

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Zanin tem entrado em contato com alguns senadores, mas intensificará as conversas nos próximos dias. Trata-se de um ritual comum antes de sabatinas. Wagner deverá ser uma espécie de guia do indicado de Lula em suas conversas. Além da CCJ, ele também precisa da aprovação do plenário do Senado para ser nomeado ministro do Supremo.

O juiz Valcir Spanholo, da 21ª Vara Federal do Distrito Federal, negou suspender a indicação do advogado Cristiano Zanin Martins ao Supremo Tribunal Federal (STF).

As ações são movidas pelos deputados bolsonaristas Nikolas Ferreira (PL-MG), o mais votado em 2022, e Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) no governo Bolsonaro. Eles argumentam que a escolha contraria o princípio da impessoalidade. Zanin foi advogado de Lula na Operação Lava Jato.

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A decisão afirma que o presidente tem 'total discricionariedade' para fazer a escolha, independente da 'relação pessoal' que mantém com o indicado. A indicação precisa ser aprovada por maioria simples no plenário do Senado.

"Cabe ao Senado Federal (e somente a ele) reconhecer (ou não) que, de fato, o advogado Cristiano Zanin Martins atende às exigências constitucionais e deve mesmo ocupar a vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal", diz um trecho da decisão.

O juiz rejeitou o argumento de que a proximidade do ministro com o presidente gera, necessariamente, benefício indevido ao governo. Ele lembrou que é comum magistrados se darem por impedidos e não participarem de julgamentos envolvendo antigos clientes, por exemplo.

"Não prospera a impressão de que os ministros sempre emitem votos favoráveis aos interesses diretos do governo que os nomeou, como, aparentemente, vem sustentado nas peças inaugurais das ações populares ora examinadas", acrescentou.

O juiz abriu prazo para a União e os deputados enviarem manifestações. Ele adiantou, no entanto, que em uma análise preliminar não vê ‘fundamentos fáticos e jurídicos’ para derrubar a indicação.

O ex-presidente Jair Bolsonaro evitou criticar o sucessor Luiz Inácio Lula da Silva pela indicação de Cristiano Zanin Martins para o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). "Competência privativa do presidente", respondeu à imprensa. À convite do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), o ex-chefe do Executivo está na capital paulista nesta sexta-feira (2), para acompanhar a formatura de oficiais da Polícia Militar de São Paulo.

Durante o evento, Bolsonaro foi cercado de aliados. Mas desta vez, sem ocupar cargo público, viu seu ex-ministro ocupar o posto de autoridade do evento. O senador Marcos Pontes (Republicanos-SP), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o prefeito Ricardo Nunes (MDB) acompanham também a cerimônia que acontece na zona norte da cidade. Outros parlamentares, especialmente representantes da bancada da bala na Alesp, também estão presentes. Apesar da familiaridade com a pauta militar, Bolsonaro foi um dos poucos a não cantar o hino da Academia Barro Branco.

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O ex-presidente está em São Paulo desde quinta-feira, dia 1°, quando se submeteu a exames de rotina. Durante a noite, Bolsonaro assistiu de camarote a uma partida ebtre São Paulo Futebol Clube e Sport Recife, no estádio do Morumbi, onde foi recebido vaiado por parte da torcida.

Enquanto o perfil do ex-presidente divulgou imagens de torcedores no estádio entoando "uh, é Bolsonaro", enquanto ele acenava para o público, um dos perfis da torcida organizada do São Paulo, clube que administra o local, compartilhou um vídeo em que torcedores entoam "ei, Jair, vai tomar no c*".

A Transparência Internacional-Brasil publicou nesta quinta-feira, 1º, posicionamento contrário à indicação de Cristiano Zanin Martins pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o cargo de ministro no Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com a entidade, que atua no combate à corrupção, Lula repete o ex-presidente Jair Bolsonaro e tenta transformar a Corte em um "anexo do governo de ocasião". A ONG argumenta que o fato de o indicado ser advogado pessoal de Lula afronta o "princípio constitucional de impessoalidade" e a "independência do Judiciário", contrariando compromissos internacionais já assumidos pelo País no contexto da separação entre os Poderes.

"É fundamental que a sociedade brasileira promova amplo debate sobre a composição de seu tribunal constitucional, para que nossos representantes eleitos no Senado cumpram seu papel na defesa do interesse público e da democracia. Transformar o tribunal constitucional em anexo do governo de ocasião foi um projeto central do bolsonarismo, do qual Lula parece querer repetir a receita. O Brasil está diante das escolhas que reverterão ou avançarão essa trajetória de enfraquecimento e captura das instituições", disse a entidade.

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Durante o governo Bolsonaro, o ex-presidente declarou que indicaria ao STF nomes que pudessem defender seus interesses e pautas no Tribunal. Seus escolhidos foram os ministros Kassio Nunes Marques e André Mendonça; esse segundo sendo seu ministro da Justiça, amigo próximo e "terrivelmente evangélico", um dos desejos declarados pelo ex-chefe do Executivo para a Corte. O fato foi explorado por Lula durante a campanha eleitoral de 2022, que agora contradiz o próprio discurso.

De acordo com a Transparência Internacional-Brasil, o ato de Lula acumula vários problemas que impactam a própria democracia e o combate à corrupção. "A nomeação de advogado pessoal ao STF contraria compromissos assumidos internacionalmente pelo Brasil sobre independência do judiciário, afronta o princípio constitucional de impessoalidade e trai a promessa de resgate das instituições democráticas. A indicação de Zanin ainda contradiz o discurso de inclusão e aprofunda, ainda mais, a dívida brasileira com os segmentos sociais historicamente marginalizados e excluídos dos espaços de poder. Esta exclusão está também na raiz da corrupção sistêmica brasileira", disse.

Zanin, que atuou na defesa da Lula na Lava Jato, foi escolhido para a vaga aberta no STF com a aposentadoria do ministro Ricardo Lewandowski. "Zanin será excepcional ministro se for aprovado pelo Senado, e acredito que será. O Brasil vai se orgulhar de ter Zanin como ministro da Suprema Corte", declarou o petista nas redes sociais.

Sabatina

Para assumir o posto, Zanin deverá passar por uma sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal e, posteriormente, ser aprovado por pelo menos 41 dos senadores em votação no plenário. Caso atinja o feito, o advogado poderá ser ministro até 2050, quando completa 75 anos, idade da aposentadoria compulsória a todos os integrantes da Corte; totalizando quase 3 décadas na posição.

Aos 47 anos, Zanin ganhou projeção nacional por seu empenho na defesa de Lula nos processos da Operação Lava Jato, quando se tornou uma espécie de porta-voz do petista, com boletins sobre a situação jurídica do presidente atualizados na saída da Polícia Federal em Curitiba. Foi também de sua autoria o recurso ao Supremo que provocou uma reviravolta na investigação, com a declaração de parcialidade do ex-juiz Sérgio Moro e a reabilitação política de Lula.

Zanin também foi coordenador jurídico da campanha do presidente em 2022 e, no governo de transição, assumiu a área de cooperação jurídica internacional.

Lava Jato

A Transparência Internacional-Brasil teve atuação próxima da força-tarefa no auge da Lava Jato e foi contestada por integrantes do governo ao criticar a cassação do mandato de deputado federal e ex-procurador da operação Deltan Dallagnol. Na ocasião, o secretário-executivo do Ministério da Justiça condenou o "palpite" da ONG sobre a sentença do Tribunal Superior Eleitoral.

A assessoria de imprensa da Presidência da República foi procurada para comentar o posicionamento da ONG, mas não houve retorno até a publicação desta matéria. O espaço está aberto para manifestação.

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