Tópicos | 3º trimestre 2014

O menor volume de impostos no terceiro trimestre puxou para baixo o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) no período, na comparação com o mesmo trimestre de 2013, segundo Rebeca Palis, gerente da Coordenação de Contas Nacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

"(Impostos) Puxou para baixo um pouquinho o PIB. Foi porque o volume dos impostos caiu mais nesse trimestre do que o valor adicionado", disse. O volume de impostos sobre produtos recuou 1,3%, enquanto o valor adicionado caiu 0,1%. No período, o PIB teve queda de 0,2%.

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"Algumas atividades que pagam muito imposto, como a indústria, em alguns setores específicos, tiveram desempenho ruim. Daí ICMS e IPI tiveram queda", justificou a gerente do IBGE, destacando que apenas impostos sobre produtos entram na conta.

A receita nominal bruta dos serviços cresceu 5,1% no terceiro trimestre em relação ao mesmo período anterior. Foi a menor taxa da série histórica da Pesquisa Mensal de Serviços, iniciada em janeiro de 2012, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No segundo trimestre, a alta tinha sido de 6,2%.

Segundo Roberto Saldanha, técnico da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE, a realização da Copa do Mundo no País justifica o desempenho ruim do setor. "Julho e agosto foram meses parados. A retomada (dos serviços) foi a partir da segunda quinzena de agosto", explicou Saldanha.

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Os resultados da receita em julho e agosto ficaram também no piso da série histórica, com crescimento nominal de 4,6% e 4,5%, respectivamente. O segmento esboçou reação em setembro, com alta de 6,4%, mas ainda insuficiente para recuperar o ritmo perdido nos meses anteriores.

"O crescimento em setembro não foi suficiente para recuperar o resultado do trimestre. Tivemos um terceiro trimestre bom no ano passado, e o crescimento menor este ano em julho e agosto resultou nesse resultado baixo no terceiro trimestre", lembrou o pesquisador do IBGE.

A Ser Educacional registrou lucro líquido de R$ 57,7 milhões no terceiro trimestre de 2014, o que representa alta de 122,1% sobre o mesmo período do ano passado. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado foi de R$ 64,9 milhões, crescimento de 75,3% na mesma comparação. A margem Ebitda ajustada ficou em 38%, ganho de 4,8 pontos porcentuais. Já a receita líquida da companhia chegou a R$ 171,1 milhões entre julho e setembro deste ano, avanço de 53,3% sobre igual intervalo de 2013.

O presidente da Boa Vista SCPC, Dourival Dourado, se disse surpreso com os dados positivos revelados pela Pesquisa Perfil do Inadimplente, divulgada nesta quinta-feira (16), pela empresa. Na avaliação dele, o levantamento mostra que o consumidor está mais atento e cauteloso em contrair dívidas. De acordo com o executivo, com perspectivas mais complicadas para o futuro, o consumidor pisou no freio na contratação de crédito e está procurando resolver as pendências que já tinha.

"Ficamos impressionados com o positivismo dos números em relação ao comportamento do consumidor inadimplente. Principalmente pelo fato de que, no passado, a consciência de manutenção do nome limpo não era muito clara", avaliou Dourado, durante teleconferência para divulgar a pesquisa. Ele afirma que, diante de uma perspectiva de inflação aumentando, nível de consumo do mercado reduzindo e o risco de perder o emprego, o consumidor tem "colocado as barbas de molho" e procurado quitar as dívidas antigas.

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O economista da SCPC Flávio Calif acrescentou que a empresa trabalha com um cenário para o próximo ano marcado por um mercado de trabalho "mais apertado" e juros altos. Diante disso, mesmo com um comportamento mais cauteloso do consumidor e do otimismo dele em relação à capacidade de pagar suas dívidas, Calif afirma que a empresa projeta um aumento da inadimplência no País para cerca de 7%, ante previsão de crescimento de 6,6% em 2014.

Para os próximos quatro anos, o presidente da SCPC prevê que a concessão de crédito deve crescer a taxas menores. "Se você olhar a expansão do crédito de pessoa física, em 2009/2010 era de 20% a 25%. Este ano a expectativa é de 5%", comentou Dourado. Ele avalia que o Brasil está encontrando seu equilíbrio, com consumidores mais cautelosos e instituições financeiras mais seletivas na hora de conceder o crédito. O executivo prevê que, independentemente de quem seja o novo presidente, a eleição não deve ter reflexo direto ou relevante no crédito e inadimplência.

"O ano de 2015, independentemente de quem seja eleito, será de realinhamento de políticas, o que já vem sendo demonstrado pelas pesquisas, com consumidor mais cauteloso, procurando reduzir seu nível de endividamento", afirmou o presidente da SCPC Boa Vista. Dourado defende que é preciso promover alguns ajustes, principalmente nas contas públicas, o que vai melhorar a confiança na economia.

Mesmo diante de um quadro de baixa confiança na economia, pesquisa sobre o perfil do inadimplente divulgada nesta quinta-feira (16), pela Boa Vista SCPC mostra que os consumidores estão mais otimistas em relação à sua situação financeira e suas dívidas, tanto hoje quanto para os próximos meses. O levantamento, referente ao terceiro trimestre e feito com aqueles que têm alguma conta vencida e não paga registrada no SCPC, indica que o consumidor está mais atento e cauteloso em contrair dívidas futuras.

A pesquisa mostra que a percepção sobre a relação recebimentos versus gastos para os próximos 12 meses melhorou para 93% dos inadimplentes no terceiro trimestre, ante 90% nos três meses anteriores. De acordo com a SCPC, foi a maior porcentagem registrada nas últimas 12 pesquisas realizadas. Ao mesmo tempo, os que responderam que a percepção piorou diminuíram dois pontos porcentuais, para 2%. Já os inadimplentes que disseram que a situação continuou igual diminuíram de 6% para 5%.

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A percepção atual em relação à sua situação financeira também melhorou para 41% dos entrevistados, ante 40% no trimestre anterior. Aqueles que consideram que essa relação continua igual também aumentaram cinco pontos porcentuais no período, para 43%, ao mesmo tempo em que os que acham que piorou diminuíram de 22% para 16%.

Outro dado positivo revelado pela pesquisa é o de que aumentou (de 41% para 48%) o porcentual dos inadimplentes cuja renda familiar está comprometida com pagamento de dívidas em até 25%, ao passo que diminuiu (de 26% para 19%) o daqueles cujo comprometimento é de mais de 50%. Apesar disso, a pesquisa revela que recuaram aqueles que consideram que as dívidas atuais diminuíram em relação ao ano passado, aumentando os que acham que continuam iguais e diminuindo levemente os que acham que aumentou.

O levantamento traz como positivo também que o valor das dívidas tem diminuído. Segundo a pesquisa, cresceram um ponto porcentual as proporções dos que informaram ter dívidas até R$ 500; de R$ 500 a R$ 1 mil; de R$ 2 mil a R$ 3 mil e de R$ 3 mil a R$ 4 mil. Enquanto isso, diminuiu a parcela daqueles que possuem contas em atraso entre R$ 4 mil e R$ 5 mil e se manteve o porcentual dos que têm dívidas acima de R$ 5 mil.

Pagamento de dívidas

Enquanto o valor da dívida diminuiu, cresceu o número de inadimplentes que pretende quitar totalmente suas dívidas: de 74% para 78%. De acordo com a pesquisa da SCPC, 66% dos entrevistados pretendem pagar suas contas nos próximos 30 dias, porcentual maior do que o registrado no trimestre anterior (59%), ao passo que diminuíram as proporções daqueles que querem pagar entre 30 e 90 dias e acima de 180 dias.

A quantidade de contas que causaram a restrição também diminuiu. De acordo com a pesquisa, aumentou o porcentual dos que informaram terem apenas uma conta a pagar, enquanto diminuiu o daqueles que têm quatro dívidas. A proporção daqueles que possuem duas, três ou mais de quatro contas que causaram restrição permaneceram estáveis.

A pesquisa mostrou ainda que a principal forma de pagamento que o levou o consumidor a contrair dívidas passou a ser o carnê/boleto, seguido por cartão de crédito, cheque e empréstimo pessoal. No trimestre anterior, o cartão de crédito era o principal meio de endividamento dos consumidores. Já o produto ou serviço que mais gerou dívida continuou a ser a aquisição de móveis e eletrodomésticos. O desemprego também continuou como principal motivo que fez com que o consumidor não pudesse pagar a dívida.

A inflação percebida pelos idosos encerrou o terceiro trimestre de 2014 com alta de 0,46%, abaixo da taxa de 1,70% apurada no segundo trimestre deste ano, mostrou o Índice de Preços ao Consumidor da Terceira Idade (IPC-3i) divulgado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), nesta segunda-feira (13). Em 12 meses, contudo, o IPC-3i acelerou a 6,70%.

O resultado do IPC-3i no terceiro trimestre ficou abaixo, no mesmo período, do Índice de Preços ao Consumidor - Brasil (IPC-BR), que mede a inflação em todas as faixas etárias. O IPC-Br subiu 0,71% entre julho e setembro. Em 12 meses, a inflação da terceira idade também foi mais branda que os 6,97% percebidos entre a média dos consumidores.

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Todas as oito classes de despesa que formam o índice perderam força na passagem do trimestre. Mas a principal contribuição partiu do grupo Alimentação (1,31% para -0,62%). Segundo a FGV, as hortaliças e legumes ficaram 25,29% mais baratas, depois de seus preços já terem recuado 7,70% no segundo trimestre. Os maiores destaques de baixa de preços no terceiro trimestre foram batata-inglesa (-50,34%) e tomate (-34,86%).

Contribuíram ainda para a desaceleração do IPC-3i os grupos Habitação (2,16% para 1,22%), Saúde e Cuidados Pessoais (2,73% para 1,07%), Vestuário (1,92% para -0,59%), Comunicação (0,19% para -1,08%), Despesas Diversas (2,46% para 0,30%), Transportes (0,76% para 0,51%) e Educação, Leitura e Recreação (0,11% para 0,07%).

Para cada uma destas classes de despesa, vale citar o comportamento dos itens condomínio residencial (3,03% para 0,46%), medicamentos em geral (3,65% para -0,29%), roupas (2,07% para -0,96%), tarifa de telefone residencial (-0,10% para -2,92%), loterias (8,74% para 0,00%), tarifa de táxi (2,17% para 0,31%) e hotel (8,71% para -3,31%), respectivamente.

O IPC-3i representa o cenário de preços sentido em famílias com pelo menos 50% dos indivíduos de 60 anos ou mais de idade e renda mensal entre 1 e 33 salários mínimos.

Os lucros e reservas reinvestidos foram, em 2013, pelo 14º ano consecutivo, a opção majoritária das indústrias como fonte de recursos para seus programas de investimento, de acordo com a Sondagem de Investimentos da Indústria de Transformação referente ao terceiro trimestre divulgada nesta quinta-feira, 11, pela Fundação Getulio Vargas (FGV). De acordo com a pesquisa, esses recursos tiveram participação média de 63% no total empregado pelas empresas industriais.

Em segundo lugar, os empréstimos no País foram a origem de 28% em média dos recursos utilizados pelas indústrias brasileiras para investir. Esse porcentual foi idêntico ao observado em 2012 e três pontos porcentuais abaixo do patamar registrado em 2011 (quando havia chegado ao ponto máximo da série, iniciada em 2000).

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Além disso, algumas empresas também recorreram a empréstimos no exterior (3%) e outros tipos de recursos (6%), entre eles subscrição de novas ações e incentivos fiscais.

Para 2014, a previsão dos empresários é de que os lucros e reservas sigam no topo como fonte de recursos, mas com fatia menor, de 59%. Em relação aos empréstimos no País, a expectativa é que eles respondam por 31% do total. Também devem ter participação os empréstimos no exterior (4%) e outros tipos de recursos (6%).

A Sondagem de Investimentos é um levantamento estatístico trimestral que fornece sinalizações sobre o rumo dos investimentos produtivos no setor industrial. A coleta de dados para a sondagem divulgada hoje ocorreu entre 7 de julho e 29 de agosto. Foram ouvidas 699 empresas.

O porcentual de empresas industriais que ampliaram seus investimentos em capital fixo nos 12 meses até o terceiro trimestre de 2014 caiu para 29%, de 36% um ano antes. No sentido contrário, a parcela das que reduziram esse tipo de gasto avançou para 30%, de 25% nos 12 meses até o terceiro trimestre do ano passado. Os dados foram apontados pela Sondagem de Investimentos da Indústria de Transformação referente ao período entre julho e setembro, divulgada nesta quinta-feira (11) pela Fundação Getulio Vargas (FGV) em parceria com o Instituto Brasileiro de Economia (Ibre).

"Esta é a primeira vez, na série iniciada no terceiro trimestre de 2012, em que a proporção de empresas que afirmam terem investido menos supera a das que investiram mais nos 12 meses anteriores", afirmou a FGV, em nota.

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No segundo trimestre de 2014, a parcela das empresas que investiram mais nos 12 meses anteriores também era maior (31%), enquanto a fatia das que investiram menos havia sido menor (24%). Para os próximos 12 meses, 30% das empresas planejam ampliar seus programas de investimento, mesmo porcentual registrado no segundo trimestre deste ano, mas fatia menor do que há um ano (34%). Por outro lado, a parcela das companhias industriais que pretende reduzir os investimentos nos próximos 12 meses passou a 23% no terceiro trimestre deste ano. Essa fatia era de 21% no segundo trimestre de 2014, e de 17% há um ano.

"Embora se mantenha no terreno positivo, a diferença de 7 pontos percentuais entre a proporção de respostas favoráveis e desfavoráveis é também a menor dos nove trimestres pesquisados", ressaltou a instituição.

A Sondagem de Investimentos é um levantamento estatístico trimestral que fornece sinalizações sobre o rumo dos investimentos produtivos no setor industrial. A coleta de dados para a sondagem divulgada hoje ocorreu entre 7 de julho e 29 de agosto. Foram ouvidas 699 empresas.

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