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Primeiro veio a seca, que matou dois filhos de Ruqiya Hussein Ahmed, na Somália. Depois, veio a guerra na Ucrânia, elevando tanto o preço da comida que agora ela mal consegue manter os outros dois que sobreviveram. "Aqui, não temos nada", disse. "Meus filhos morreram de fome. Eles sofreram."

Na África Oriental, a seca deixou 13 milhões de pessoas passando fome severa - principalmente na Somália, Quênia e Etiópia. As colheitas atingiram o nível mais baixo em décadas e crianças desnutridas lotam hospitais. Na Etiópia, a guerra civil agrava a situação e impede a entrega de ajuda na região de Tigray - o primeiro carregamento em três meses chegou ontem. O conflito na Ucrânia piorou a crise ao pressionar o preço de grãos, combustíveis e fertilizantes.

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Rússia e Ucrânia estão entre os maiores produtores mundiais de trigo, soja e cevada. Ao menos 14 países africanos importam metade de seu trigo dos dois países. "O conflito agravou uma situação já complicada", disse Gabriela Bucher, diretora da ONG Oxfam. "A região precisa da solidariedade internacional - e agora."

TRAGÉDIAS

Além da seca e da guerra, a pandemia interrompeu as cadeias de fornecimento e forçou muita gente a pagar mais por comida. Para piorar, uma infestação de gafanhotos no Quênia, a guerra civil na Etiópia, inundações no Sudão do Sul e os ataques terroristas na Somália contribuíram para a destruição de fazendas, o esgotamento das colheitas e o agravamento da crise alimentar.

Agora, a guerra na Ucrânia pode reduzir ainda mais "a quantidade e a qualidade" da comida, segundo Sean Granville-Ross, diretor da ONG Mercy Corps. "Atender às necessidades da população se tornará mais caro e desafiador", disse.

O resultado já é evidente na Somália, onde o preço de 20 litros de óleo de cozinha aumentou de US$ 32 para US$ 55, enquanto 25 quilos de feijão agora custam US$ 28, em vez de US$ 18. No Sudão, o pão quase dobrou de preço e algumas padarias fecharam por causa da queda de 60% das importações de trigo desde o início da guerra. No Quênia, o preço da gasolina subiu, provocando protestos.

A guerra também afetou o Programa Mundial de Alimentos, que neste mês reduziu as rações para refugiados na África Oriental e no Oriente Médio. Os recursos necessários para evitar a crise também não fluem mais, disse Bucher. Apenas 3% dos US$ 6 bilhões que a ONU precisa este ano para Etiópia, Somália e Sudão do Sul foram alocados. "O mundo precisa vir em socorro da África Oriental para evitar uma catástrofe", disse ela.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Prevista para começar no dia 15 de fevereiro, a 14ª edição da Campus Party Brasil foi adiada para 16 de julho por conta da pandemia. As atrações anunciadas estão confirmadas para o evento que segue até o dia 20 do mês, no Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo.

Os ingressos serão válidos para a nova data, mas quem comprou e não vai poder participar, pode solicitar reembolso no e-mail brasil@campus-party.org ou no @campuspartybra no Instagram.

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"Ficamos muito tristes, queríamos muito realizar a edição agora, em fevereiro. Estávamos contando que teríamos uma situação de pandemia já controlada. Queremos sempre proteger a nossa comunidade, decidimos com os nossos parceiros que apoiam a realização do evento e ouvindo a nossa comunidade, adiar para julho, uma época que acreditamos que a situação estará bem mais controlada e também de férias escolares", avaliou o CEO da Campus Party Brasil, Tonico Novaes.

Neste ano, a Campus Party anunciou a participação de Jordan Soles, vice-presidente de desenvolvimento tecnológico da Rodeo FX — empresa responsável pelos efeitos especiais de Game of Thrones —, Sharron Mcpherson, diretora fundadora do consórcio “Women in Infrastructure e Development & Energia” e o brasileiro Fabiano de Abreu, PhD, neurocientista, mestre psicanalista e membro na Federation of European Neuroscience Societies (FENS).

A China continua sendo o país com mais jornalistas detidos, enquanto Índia e México bateram recordes de repórteres assassinados, afirma o relatório do Comitê de Proteção dos Jornalistas (CPJ), que destaca o agravamento do cenário da liberdade de imprensa no mundo.

Vinte e quatro jornalistas foram assassinados em 2021, de acordo com os dados do CPJ, que ainda investiga outros casos, em particular no México.

Em números absolutos, a Índia foi o país mais perigoso para o exercício da profissão, com quatro jornalistas assassinados por seu trabalho e outro que faleceu durante um protesto.

Mas o México pode assumir a liderança no triste ranking caso sejam confirmados os seis casos que estão sob investigação, que seriam adicionados aos três confirmados.

A crescente intolerância e a perseguição contra o jornalismo independente provocaram a detenção de 193 profissionais da imprensa, afirma o CPJ, que cita a China, que se prepara para receber os Jogos Olímpicos de Inverno Pequim-2022, como o país com mais detidos.

Com 50 jornalistas presos, a China é a primeira na lista, que tem ainda Mianmar (26), Egito (25), Vietnã (23), Belarus (19), além de Turquia, Eritreia, Arábia Saudita, Rússia e Irã.

A organização afirma que Hong Kong entrou pela primeira vez para a lista, com a detenção, entre outros, do fundador do jornal Apple Daily, Jimmy Lai, que este ano recebeu o prêmio de liberdade de imprensa Gwen Ifill, concedido pelo CPJ.

E o número continua aumentando. A Etiópia, em plena guerra civil, se tornou um dos países com mais jornalistas detidos na África Subsaariana, atrás apenas da Eritreia.

"Prender jornalistas por informar é a marca de um regime autoritário", afirmou o diretor do CPJ, Joel Simon.

"Este é o sexto ano consecutivo que o CPJ documenta um número recorde de jornalistas detidos no mundo", o que reflete, para Simon, dois fatos inquestionáveis: que os "governos estão determinados a controlar e dirigir a informação e que fazem isso de maneira cada vez mais flagrante".

A deterioração é generalizada. Na Europa, Belarus, que desviou um voo comercial para prender o jornalista Raman Pratasevich, tem 19 repórteres detidos, o maior número desde que o CPJ começou a coletar dados em 1992.

Na América Latina, Cuba tem três, a Nicarágua dois e o Brasil um.

Na Cúpula pela Democracia convocada pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ao menos sete países convidados figuram da lista do CPJ de violadores da liberdade de imprensa.

E muitos têm um histórico de impunidade, como Brasil, Índia, Iraque e Filipinas, onde as autoridades continuam perseguindo jornalistas independentes, como a vencedora do Prêmio Nobel da Paz deste ano, Maria Ressa, recorda a organização.

O viés negativo do exterior e o clima cauteloso no Brasil após os manifestos de 7 de Setembro empurram o Ibovespa para baixo, com o índice renovando mínimas instantes após a abertura e chegando a testar os 115 mil pontos. Apesar do tom pacífico entre os manifestantes, os protestos contaram com novos ataques - e mais duros - do presidente Jair Bolsonaro ao STF, reacendendo o debate sobre pedidos de impeachment do mandatário. Ainda que muitos entendam que seja difícil ocorrer uma ruptura ou mesmo um saída do chefe do Executivo, o clima hostil entre os Poderes tende a atrapalhar a já complicada situação econômica do País.

O temor de especialistas é que essa hostilidade inibe ou até mesmo jogue por terra o avanço da pauta reformista em um momento já complicado para a economia doméstica. Por isso, destaca o economista-chefe do ModalMais, Álvaro Bandeira, em nota, será preciso avaliar o clima das respostas políticas após os manifestos de ontem. "Certamente tudo isso piora o clima para as reformas que são necessárias", diz, lembrando da crise hídrica, da inflação elevada e do PIB, cujas projeções estão sendo diminuídas.

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Neste cenário, fica a expectativa da abertura dos trabalhos do Judiciário hoje à tarde. Após Bolsonaro ameaçar descumprir decisões judiciais e pedir renúncia de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), ontem, o presidente da Corte, Luiz Fux, deve fazer um pronunciamento em nome dos integrantes do STF.

"A grande atenção interna fica por conta das repercussões das manifestações que aconteceram ontem. Vimos uma elevação de voz do presidente da República, e agora o mercado aguarda a reação dos demais Poderes", observa Pietra Guerra, especialista em ações da Clear Corretora.

Ontem, durante as manifestações, Bolsonaro ampliou a retórica autoritária contra o STF, desafiando a Corte máxima do País, procurou intimidar Fux e chamou de "canalha" o ministro Alexandre de Moraes. Com isso, partidos discutem um novo pedido de impeachment, e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), decidiu cancelar as sessões deliberativas remotas e as reuniões de comissões da Casa previstas para hoje e amanhã, num sinal de isolamento a Bolsonaro.

"Existe, de fato, uma desarmonia entre os Poderes. Está inflado dos dois lados, o que pode sugerir racha institucional, o que será péssimo para o País. Agora, se o discurso do Fux for apaziguador, OK. O problema é se vier com discurso de ruptura", afirma em conversa matinal com clientes o estrategista-chefe do Grupo Laatus, Jefferson Laatus.

Já a recuperação do petróleo no exterior pode atenuar eventual queda do Ibovespa hoje. Além disso, a valorização do minério de ferro na véspera (alta de 4,22%), quando a B3 ficou fechada, tende a servir de alento, depois do salto das exportações chinesas. Porém, hoje a commodity voltou a cair (-4,19%, a US$ 132,19 a tonelada, em Qingdao).

Ontem, as bolsas norte-americanas fecharam com sinais mistos, após o feriado de segunda-feira em comemoração ao Dia do Trabalho nos EUA e com investidores avaliando os impactos da pandemia de covid-19. Naquele dia (6), o Ibovespa subiu 0,80%, aos 117.868,63 pontos.

Hoje, o tom é levemente negativo no exterior, o que pode inibir possíveis perdas na Bolsa brasileira ao longo do dia. Os investidores esperam dados de emprego dos EUA e fala de membro do Fed, além do livro Bege.

Às 10h35, o Ibovespa cedia 1,60%, aos 115.987,43 pontos, na mínima, intradia, ante máxima aos 117.866,14 pontos, com o dólar subindo 0,92%, a R$ 5,2248.

32 dias depois de uma internação em decorrência de um quadro grave de Covid-19, Luciano Szafir, de 52 anos de idade, teve alta no sábado (24), e concedeu uma entrevista exibida no Fantástico, no último domingo (25), para falar sobre as dificuldades no enfrentamento a doença. Com 15 quilos a menos, intubação e duas cirurgias depois, Szafir ainda revelou que terá que passar por algumas cirurgias em breve, como a reconstrução de seu intestino, que foi acometido pelo vírus.

"Não dá para descrever. Não dá para descrever o quão próximo... Eu achei que eu ia embora", disse ele emocionado.

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Luciano ainda falou sobre a sensação de impotência no período em que ficou intubado: "O intubar foi a pior coisa da minha vida. Lembro que falei: não sei se saio daqui".

E explicou que ainda está longe de ficar 100%: "Tenho aí uma luta aí pela frente de alguns meses. Depois eu tenho que fazer muita cirurgia para reconstruir o intestino, mas tudo bem. É um dia de cada vez. Abro o olho hoje, e a primeira coisa que eu faço é agradecer à vida".

O ator descobriu a doença pouco antes de se vacinar. Com alguns sintomas, ele ficou isolado em casa antes de procurar o hospital, onde deu entrada já precisando de oxigênio: "Eu sempre tive muito medo. Eu sempre fui muito cuidadoso. Eu saía com duas máscaras. Como eu peguei? Onde? Não sei".

Família

Sasha Meneghel, filha mais velha do artista, estava em lua de mel após se casar em maio deste ano com João Figueiredo. "Quando ela soube da internação ela veio correndo. Depois que a gente se encontrou eu falei: pô estraguei a lua de mel. É muito difícil pensar em quem você ama e saber que você pode deixá-los a qualquer instante", disse o ator sobre o encontro com a filha da relação com Xuxa.

Além de Sasha, Szafir é pai de Davi e Mikael, frutos da relação com sua atual companheira Luhanna Melloni. Para o ator, a luta não é apenas contra a doença: "São duas lutas: contra vírus e contra a cabeça. O tempo todo eu pensava nos filhos, na minha mulher, na minha família, sabe?"

Ele ainda pediu responsabilidade das pessoas diante da doença. "Sentia muita dor, sentia muito pânico. Eu sentia muitas vezes que não ia passar de quinze minutos. Isso não é fácil. Não queiram sentir isso. Sejam responsáveis. Se vacinem. Eu abro o olho e agradeço; A gente precisa de tão pouco para ser feliz, né?", declarou.

Complicações

O médico pneumologista e diretor-geral do Copa Star, João Pantoja, falou sobre o quadro de Szafir, revelando que ele teve um comprometimento pulmonar de 50%. Internado no dia 22 de junho, Szafir desenvolveu uma embolia pulmonar no dia 2 de julho. Com o uso dos anticoagulantes, ele perfurou uma alça intestinal e fez sangue na cavidade abdominal.

"É muito grave. Ele poderia ter feito uma sepse fulminante. Ele estava em uso de corticoide, que é uma medicação que reduz a inflamação e reduz a resposta imunológica da pessoa também. Ele teve que ser operado às pressas. Foi feita então uma remoção desse segmento do intestino que estava isquemiado, e ele teve que fazer então uma colostomia", disse o médico.

A insegurança alimentar aguda aumentou em 2020 devido a conflitos, crises econômicas exacerbadas pela pandemia de covid-19 e fenômenos climáticos, alertou nesta quarta-feira (5) a Rede Mundial Contra as Crises Alimentares, que prevê um ano 2021 "difícil".

No ano passado, 155 milhões de pessoas em 55 países estavam em situação de "crise" (fase 3 da escala internacional de segurança alimentar) ou "pior".

Isso representa 20 milhões de pessoas a mais do que em 2019, segundo o relatório publicado pela Rede, que reúne a a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), a União Europeia e o Programa Alimentar Mundial (PMA).

Mais de 28 milhões de pessoas em 38 países - sendo República Democrática do Congo, Iêmen e Afeganistão os mais afetados - estavam em uma situação de "emergência alimentar" (fase 4).

E cerca de 133 mil pessoas estavam em uma situação de "catástrofe/fome" em 2020 (fase 5, a mais alta), em Burkina Faso, Sudão do Sul e Iêmen.

"Medidas urgentes foram tomadas para prevenir a mortalidade generalizada e um colapso total dos meios de subsistência", enfatiza o relatório.

"Esses números mostram a gravidade da situação e a importância de uma ação rápida e coordenada", declarou à AFP Dominique Burgeon, diretor da divisão de emergência e resiliência da FAO. "A resposta não deve ser apenas humanitária, mas também trabalhar nas raízes da insegurança alimentar".

"Para 100 milhões de pessoas enfrentando uma crise alimentar aguda em 2020, a principal causa estava relacionada a conflitos e à insegurança", ante 77 milhões em 2019, apontou Burgeon.

Esses conflitos levaram a seis das 10 maiores crises alimentares de 2020 na República Democrática do Congo, Iêmen, Afeganistão, Síria, Nigéria e Sudão do Sul.

Para 40 milhões de pessoas, as crises econômicas foram as principais responsáveis pela insegurança alimentar (eram 24 milhões em 2019).

"A pandemia exacerbou as vulnerabilidades" dos sistemas agrícolas "em todos os níveis", disse Burgeon. O impacto socioeconômico da covid-19 exacerbou as crises no Haiti, Sudão e Zimbábue.

Por fim, para 15 milhões de pessoas, os "choques climáticos" foram a principal causa de sua insegurança alimentar, menos do que em 2019 (34 milhões). Em particular, as tempestades tropicais, furacões e inundações agravaram os problemas alimentares na América Central e no Haiti.

Para 2021, os sinais não são bons. "Será um ano difícil", segundo Burgeon, devido aos conflitos que persistem e à fragilidade das economias devido à covid-19.

"Os conflitos continuarão a ser a principal causa das crises alimentares, enquanto a covid-19 e as medidas de restrições sanitárias que ela implica continuarão a exacerbar a insegurança alimentar aguda em economias frágeis", prevê o relatório.

O agravamento da pandemia de covid-19 na Índia deve afetar diretamente o calendário vacinal brasileiro. Com o número de casos da doença em disparada, o governo indiano tende a reter a produção de vacinas para abastecer o mercado interno. A medida atingirá exportações de vacinas com as quais o Brasil contava.

No calendário apresentado sábado pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, a entrega de 8 milhões de doses da vacina da AstraZeneca à Fiocruz foi postergada para o terceiro trimestre deste ano. A chegada de quatro lotes entre abril e julho não será cumprida: o imunizantes é produzido no Laboratório Serum, na Índia.

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Em janeiro, diante da demora na chegada do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) da China, a Fiocruz negociou com o Serum 2 milhões de doses. No mês seguinte, foram compradas mais 10 milhões. Dessas, 8 milhões não foram entregues. Segundo a AstraZeneca, essa negociação é conduzida diretamente entre a Fiocruz e o Serum. A Fiocruz informou que a negociação está a cargo da diplomacia dos dois países. As 8 milhões de doses prometidas pelo consórcio para maio são da AstraZeneca, mas fabricadas em um laboratório da Coreia do Sul.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Mesmo quem já tomou as duas doses da vacina contra a covid-19 precisa ficar atento aos cuidados básicos de prevenção ao coronavírus. Pouco mais de 3% da população brasileira recebeu a imunização completa, índice que está bem longe de garantir a imunidade coletiva, oferecendo apenas uma proteção individual. A alta taxa de propagação do vírus no País, com média móvel de 71 mil novos casos por dia, reforça a necessidade de atenção adicional.

Mellanie Fontes-Dutra, biomédica, neurocientista e divulgadora científica pela Rede Análise COVID-19, explica que, no geral, as vacinas contra a covid-19 começam a fazer efeito depois de 14 dias. Ela reforça que, mesmo após esse período, é necessário manter o isolamento social sempre que possível e usar máscaras de proteção de maneira adequada.

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Apesar de demonstrarem excelente desempenho contra óbitos, os imunizantes não são totalmente eficazes em prevenir formas leves da doença. Por isso, mesmo quem foi vacinado pode contrair o vírus - e as chances de isso acontecer aumentam em cenários com a transmissão descontrolada, como no Brasil. "Por isso é muito relevante que até mesmo a pessoa vacinada siga com todas as medidas de prevenção para reduzirmos a transmissão", explica a biomédica.

Em fevereiro, a diretora do Departamento de Imunização, Vacinas e Produtos Biológicos da Organização Mundial da Saúde (OMS), Katherine O'Brien, já tinha alertado que as pessoas vacinadas contra a covid precisam manter os cuidados contra o vírus. "Nenhuma vacina é 100% eficaz", disse. "Recomendamos fortemente que as pessoas mantenham as outras medidas de proteção."

As medidas de prevenção à covid - distanciamento social, uso de máscaras adequadas protegendo o nariz e a boca e de álcool em gel - só podem começar a ser relaxadas quando uma parte significativa da população for vacinada contra a doença, atingindo o que os cientistas chamam de imunidade de rebanho.

Uma pesquisa mostrou que para atingir a imunidade coletiva com a Coronavac, principal vacina aplicada no Brasil, será necessário imunizar 99% dos adultos, público apto a receber as doses. Dessa forma, acredita-se que a transmissão do coronavírus será interrompida no País. Até lá, todos devem manter os cuidados.

Após registrar números recordes de mortes e de contaminados pela covid-19, o Brasil deve continuar a ver "níveis preocupantes" da pandemia até o fim de abril. Segundo o Boletim Extraordinário da Fiocruz, o vírus permanece em "circulação intensa" no País.

Na semana entre os dias 4 e 10 deste mês, a tendência de alta se manteve, e o Brasil registrou média recorde de mortes (3.020 por dia) e de novos casos (70,2 mil diários). Outro ponto destacado pela Fiocruz é a sobrecarga dos hospitais, que continua grave.

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O Estado com mais resultados positivos quanto à ocupação de leitos de UTI foi o Maranhão, que está com 78% e saiu da zona de alerta crítico para a intermediária. Outros lugares, como Pará (de 87% para 82%), Amapá (de 91% para 84%), Tocantins (de 95% para 90%), Paraíba (de 77% para 70%) e São Paulo (de 91% para 86%) se destacaram nesse sentido.

Os pesquisadores ressaltam que as medidas restritivas das últimas semanas têm começado a indicar "êxitos localizados", apesar de ainda não terem diminuído o número de mortes e a demanda hospitalar. É importante, dizem, não flexibilizar.

"A flexibilização de medidas restritivas pode ter como consequência a aceleração do ritmo de transmissão e, portanto, de casos graves de covid-19 nas próximas semanas", alertam.

Comissão criada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para avaliar as ações do governo federal à frente da pandemia de Covid concluiu que o presidente Jair Bolsonaro cometeu crimes de responsabilidade e contra a humanidade ao fundar uma 'República da Morte' no País. Segundo o colegiado, Bolsonaro agiu deliberadamente contra medidas de proteção ao coronavírus e se omitiu em diversas situações que poderiam reduzir o número de óbitos causados pela doença.

A comissão foi presidida pelo ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Carlos Ayres Britto e contou com a participação dos juristas Miguel Reale Jr., Carlos Roberto Siqueira Castro, Cléa Carpi, Nabor Bulhões, Antonio Carlos de Almeida Castro, Geraldo Prado, Marta Saad, José Carlos Porciúncula e Alexandre Freire. O relatório de 24 páginas é dividido em análises sobre possíveis sanções a Bolsonaro no plano nacional (processo de impeachment e denúncias criminais) e internacional (denúncia ao Tribunal Penal Internacional).

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"A questão que se põe no presente momento é a seguinte: pode-se provar com segurança, e de acordo com as leis da natureza, que centenas de milhares de vidas teriam sido salvas, caso o presidente e outras autoridades tivessem cumprido com o seu dever constitucional de zelar pela saúde pública? A resposta é um retumbante sim", apontou o relatório dos juristas.

O colegiado relembra três ocasiões em que omissões e ações do governo pesaram no combate à pandemia: a falta de interesse de Bolsonaro em negociar vacinas com a Pfizer no ano passado, as ações do presidente ao desautorizar o então ministro da Saúde Eduardo Pazuello a comprar doses da Coronavac com o Instituto Butantan e a resistência do governo federal em adotar medidas sanitárias que ajudariam a minimizar a transmissão do vírus, como o distanciamento social e o uso de máscaras.

"Não há outra conclusão possível: houvesse o presidente cumprido com o seu dever constitucional de proteção da saúde pública, seguramente milhares de vidas teriam sido preservadas. Deve, por isso mesmo, responder por tais mortes, em omissão imprópria, a título de homicídio. Deve também, evidentemente, responder, em omissão imprópria, pela lesão corporal de um número ainda indeterminado de pessoas que não teriam sido atingidas caso medidas eficazes de combate à Covid-19 tivessem sido implementadas. Por óbvio, para fins de responsabilização criminal, esse número deve ser apurado", anotou o relatório.

'República da Morte'

No plano internacional, a comissão da OAB afirma há 'fundadas e sobradas razões' para Bolsonaro responder por crimes contra a humanidade no Tribunal Penal Internacional. Os juristas afirmam que o presidente utilizou a pandemia 'deliberadamente como instrumento de ataque (arma biológica) e submissão de toda a população'.

"A partir da leitura do tipo penal em questão, indaga-se: acaso uma gestão governamental deliberadamente atentatória à saúde pública, que acaba por abandonar a população à própria sorte, submetendo-a a um superlativo grau de sofrimento, não poderia ser caracterizada como um autêntico crime contra a humanidade? Em outras palavras: fundar uma 'República da Morte' não configuraria tal crime? Parece-nos que sim", frisaram os juristas.

O relatório da comissão será levado para discussão no plenário do Conselho Federal da OAB, que reúne representantes das seccionais estaduais da entidade e o seu presidente, Felipe Santa Cruz. Com base no parecer, a Ordem poderá apresentar um pedido de impeachment contra Bolsonaro. Até o momento, a OAB não elaborou nenhum pedido de afastamento do presidente.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pediu a governadores e prefeitos que decretam medidas restritivas para conter o contágio pela covid-19 que considerem um "meio-termo" entre o fechamento de todo o comércio não essencial e a liberação de todas as atividades.

"Gostaria que aqueles que acham que podem fechar sem se preocupar com o desemprego visitem as comunidades, entrem na casa delas, vejam o que tem dentro da geladeira, como sobrevivem, para ver se a gente vai para o meio-termo pelo menos no tocante a evitar que empregos sejam destruídos cada vez mais em nosso Brasil", disse o chefe do Planalto em transmissão ao vivo nas redes sociais nesta quinta-feira, 8.

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Com o sistema funerário pressionado pelo agravamento da pandemia do novo coronavírus, a gestão Bruno Covas (PSDB) começa nesta quarta-feira, 7, uma operação para abrir 600 valas por dia na capital paulista. A Prefeitura também estuda a construção de um cemitério vertical e planeja fazer convênios com crematórios de municípios da Grande São Paulo.

Historicamente, a cidade realiza entre 240 sepultamentos (primavera e verão) e 300 (outono e inverno) por dia. Já os dados mais recentes do boletim da Prefeitura apontam que, desde março, a média subiu para mais de 315 casos, com recorde de sepultamentos registrado no período. E cientistas alertam que há tendência de alta para mortes por covid nas próximas semanas, o que impacta de forma direta na demanda do serviço funerário.

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"Todos os estudos apontam para uma maior demanda de sepultamentos no País nos meses de abril e maio", afirmou o secretário de Subprefeituras, Alexandre Modonezi, ao Estadão. "Com base nisso, estamos ampliando a abertura de valas diárias para estarmos preparados, caso ocorra esse aumento."

Mesmo com a recente escalada de óbitos por covid, nenhuma necrópole municipal estaria próxima do esgotamento e ainda haveria capacidade para outras ampliações, segundo a Prefeitura. A medida atual, no entanto, está prevista no Plano de Contingenciamento do Serviço Funerário, elaborado no ano passado, que antecipa cenários e prevê ações por etapas para evitar colapso no sistema.

A meta é evitar que São Paulo registre episódios como o de Manaus, onde corpos chegaram a ser enterrados em valas coletivas durante a pandemia. "Hoje, não corremos risco (de colapso)", disse Modonezi. "O nosso principal objetivo é oferecer dignidade às pessoas, sempre com sepultamento individual."

A operação empenhou dez retroescavadeiras e vai focar em quatro grandes cemitérios, onde a Prefeitura identificou maior margem de exumações, que ocorrem após dois (crianças) ou três anos (adultos), e, portanto, de novas vagas. São eles: Vila Formosa e Itaquera, na zona leste, além do São Luiz, na zona sul, e Dom Bosco, na zona oeste.

Em Itaquera, há plano para erguer um cemitério vertical em duas quadras do cemitério, área correspondente a 1,6 mil m², com sepulturas em alvenaria e de estilo gavetões. O projeto está em fase de estudo de engenharia. O tempo de implantação é estimado em 90 dias, após conclusão da análise, o que deve ocorrer na próxima semana.

Em paralelo, existe proposta de convênio com seis crematórios privados de cidades vizinhas, que ampliariam a capacidade do serviço de cerca de 50 para 100 cremações diárias. Se confirmada, a parceria vai manter os preços que constam da tabela do Serviço Funerário Municipal nesses outros lugares.

"É preciso reforçar todos os cuidados sanitários durante a pandemia, como o uso de máscaras e o distanciamento. O Serviço Funerário vive o reflexo direto da não tomada dessas medidas", afirmou o secretário. "Além dos óbitos de covid, a cidade continua tendo os óbitos de outras causas: são cerca de 200 sepultamentos que normalmente já precisamos absorver."

Atualmente, a cidade conta com 398 sepultadores atuando nos 22 cemitérios municipais. Em março, a Prefeitura começou a usar 50 vans particulares, contratadas para atuar no transporte funerário.

Também desde o mês passado, os cemitérios da Vila Formosa, São Luiz, Vila Nova Cachoeirinha e São Pedro têm realizado enterros em horário estendido, até as 22 horas. Nas demais, as cerimônias seguem de 7h às 18 horas.

O presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar nesta quarta-feira (7) medidas de fechamento adotadas por governadores e prefeitos para frear a pandemia da Covid-19. O chefe do Executivo afirmou que a política do "fica em casa" e do fechamento do comércio está "empobrecendo" o País.

"Realmente está faltando um pouco de humanidade por parte de muitos governadores e prefeitos no Brasil nessa questão da pandemia. Lamentamos as mortes, queríamos que ninguém morresse, mas temos uma realidade pela frente", disse em evento de entrega da ampliação da pista de pouso do Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu (PR). "Desemprego é um efeito colateral mais danoso que o próprio vírus", completou.

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"Queria cumprimentar os trabalhadores, aqueles que pegaram no pesado aqui e em nome de você apelar a todos governadores e prefeitos do Brasil: todo homem que trabalha, toda atividade que ele exerce para levar o pão para casa, é uma atividade essencial", afirmou.

Nesta tarde, o presidente Jair Bolsonaro participou da entrega da obra de ampliação da pista de pouso e decolagem do Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu. A ampliação da pista permitirá a realização de voos internacionais sem escala e tem objetivo de incentivar o turismo na região.

A obra contou com investimentos de Itaipu Binacional e da Infraero. Também foi inaugurado o novo pátio de manobras e a duplicação da via de acesso ao aeroporto. O aeroporto de Foz do Iguaçu foi um dos 22 leiloados na 6ª rodada de concessão de aeroportos, promovida nesta quarta-feira.

"Todas as estatais são importantes. O que nós pudermos fazer para privatizar parte das estatais, nós faremos", citou Bolsonaro. "Como disse aqui o presidente da Infraero (Hélio Paes de Barros Júnior), não teríamos recursos para investir mais pelo Brasil se nós não passarmos para a iniciativa privada a administração desses aeroportos e portos também que estão na pauta de privatizações e concessões nos próximos dias", disse.

Com o agravamento da pandemia e a demora de o governo definir a nova rodada de auxílio emergencial começam aparecer sinais de que um novo ciclo de alta da inadimplência do consumidor está a caminho. Cresceu neste início de ano o número de brasileiros que não conseguiram pagar dívidas em dia e honrar compromissos renegociados. Também aumentaram os créditos com pagamentos atrasados entre 15 dias e 90 dias. Esse atraso não é considerado como inadimplência pelos bancos, mas pode virar calote no futuro.

Os indícios de alta da inadimplência começam a ser identificados pelos birôs de crédito, depois da surpresa com esses indicadores em 2020. A postergação por até 180 dias da cobrança pelos bancos de créditos inadimplentes, a injeção de quase R$ 300 bilhões por conta do auxílio emergencial e os juros no piso histórico ajudaram na repactuação de dívidas. Tanto é que a inadimplência do consumidor com bancos ficou praticamente estável até fevereiro.

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No entanto, o sinal amarelo do risco de alta do calote começou a piscar a partir de março, com a piora da pandemia, que levou a maiores restrições ao funcionamento das atividades. Além disso, o novo auxílio emergencial, que começa a ser pago na quarta-feira, 7, será menor: tanto a cifra com o número de beneficiários. Também os juros básicos, que voltaram a subir no mês passado, podem atrapalhar as renegociações de dívidas. Isso sem falar no desemprego, que atingiu 14,2% em janeiro.

"A inadimplência está começando a 'desrepresar'", alerta o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi. O primeiro bimestre encerrou com 61,6 milhões de inadimplentes, segundo o birô. É um número um pouco maior que o de dezembro de 2020 (61,4 milhões).

Outro dado que aponta para essa direção, segundo Rabi, é o avanço da fatia da inadimplência bancária no total do calote neste início de ano. Quando as pessoas começam a ter dificuldades, primeiro elas atrasam as contas não bancárias, explica. Isso ocorreu entre setembro e dezembro, com a redução do valor do auxílio emergencial. "Se a dificuldade se mantém, mais ou menos em seis meses a inadimplência bancária começa a subir, e é o que está acontecendo agora", observa. Em fevereiro, a fatia da inadimplência bancária subiu quase dois pontos porcentuais ante dezembro.

Um indício importante de um novo ciclo de alta do calote é o aumento do índice de atraso pré-inadimplência. São prestações vencidas entre 15 dias e 90 dias. Em queda em 2020, o indicador voltou a subir no primeiro bimestre, aponta Flávio Calife, economista da Boa Vista. Ele alerta para o risco de que o atraso vire calote no 2º semestre.

Empresas de cobrança constataram que o brasileiro está com maior dificuldade de honrar compromissos repactuados. "Registramos no primeiro trimestre uma redução entre 20% a 30% nos pagamentos de dívidas renegociadas com os inadimplentes em relação ao último trimestre de 2020", diz Edemilson Motoda, presidente do Instituto Geoc, que reúne 18 grandes empresas de cobrança.

Os cobradores têm enfrentado mais obstáculos para fechar acordos. "Todo mundo está mais assustado com o recrudescimento da pandemia, com o desemprego e a ausência do auxílio neste início de ano e há a preocupação de que a inadimplência possa crescer", diz Motoda.

Pontual

Em 2020, os bancos renegociaram R$ 146,7 bilhões de dívidas, mais de 50% com pequenas empresas e consumidores, diz a Febraban. Rubens Sardenberg, economista-chefe da entidade, não vê no momento a implementação de um programa semelhante. "Não será tão generalizado, mas com renegociações pontuais." Frisa que a inadimplência teve comportamento razoável no 1º bimestre, reconhece que em março piorou e que pode subir.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em mais uma defesa pelo retorno à normalidade das atividades econômicas, o presidente Jair Bolsonaro repetiu nesta segunda-feira, 5, que "o Brasil precisa voltar a trabalhar". O chefe do Executivo reiterou o seu discurso sobre enfrentar o vírus e o desemprego juntos, problemas que classificou como "gravíssimos".

"Bato na mesma tecla desde março do ano passado, temos dois problemas pela frente gravíssimos ainda o vírus e o desemprego. E também sempre bati na mesma tecla as medidas para combater o vírus, os seus efeitos colaterais não podem ser mais danosos que o próprio vírus", disse em evento para entregas de residências em São Sebastião, região administrativa do Distrito Federal. "O Brasil precisa voltar a trabalhar", acrescentou.

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No evento de hoje, Bolsonaro visitou e fez a entrega simbólica de residenciais patrocinados pela Caixa Econômica Federal em parceria com o governo do DF. "Pessoas necessitadas estão recebendo um benefício, um imóvel patrocinado pela nossa Caixa Econômica Federal. É sinal que teve gente que não parou durante a pandemia", comentou.

Em reforço à sua posição contrária às medidas de fechamento, Bolsonaro citou que dos quatro beneficiários que receberão as novas residências uma pessoa é aposentada e três estão desempregados. "Pessoas humildes, só Deus sabe como estão sobrevivendo", disse. Bolsonaro mencionou ainda que deve viajar na quarta-feira, 7, para Chapecó (SC), onde avaliou como um exemplo a gestão de combate à pandemia.

Bolsonaro estava acompanhado dos ministros Rogério Marinho, do Desenvolvimento Regional, e Flávia Arruda, da Secretaria de Governo, que tomará posse amanhã, além do presidente da Caixa Econômica, Pedro Guimarães, e do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB).

No mês passado, Bolsonaro chegou a entrar com ação no Supremo Tribunal Federal contra decreto de Ibaneis e dos governos da Bahia e do Rio Grande do Sul sobre o toque de recolher por conta da crise sanitária. O ministro Marco Aurélio Mello, do STF, rejeitou a ação do chefe do Executivo. Hoje, Ibaneis Rocha reiterou seu apoio ao governo de Bolsonaro.

Residenciais

O governo entregou hoje os Residenciais Crixá IV e V, localizados em São Sebastião (DF). Os condomínios fazem parte do programa habitacional Casa Verde e Amarela, criado pelo governo para substituir o Minha Casa Minha Vida (MCMV). O evento marcou o início da entrega de 435 residências construídas em parceria com o governo do Distrito Federal.

De acordo com o Ministério do Desenvolvimento Regional, os empreendimentos receberam cerca de R$ 53,7 milhões em investimentos federais. O ministro Rogério Marinho destacou que uma das metas do governo é não deixar obras paradas. Segundo ele, a pasta adotou protocolos sanitários para os trabalhadores da construção civil e deve entregar mais unidades habitacionais do que no ano passado.

"Ano passado entregamos mais de 400 mil unidades habitacionais, esse ano nós vamos repetir e aumentar um pouco mais, graças às negociações que foram feitas e resultaram na melhoria do programa Casa Verde Amarela", disse.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) contrariou a recomendação do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e voltou a defender o chamado "tratamento precoce" contra a covid-19 em sua live semanal nesta quinta-feira, 1º. Na avaliação dele, o procedimento, que não tem respaldo científico, "passou a ser crime no Brasil". "Muita gente no Brasil faz o tratamento precoce e o preventivo também", disse o chefe do Planalto.

Na semana passada, o ministro da Saúde afirmou não existir tratamento para bloquear o vírus, mas ressaltou que a decisão de indicar medicamentos "compete ao médico, dentro de uma ambiência onde não existe uma evidência científica forte, com a sua autonomia milenar para prescrever medicamentos".

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Desde o início da pandemia, o presidente vem defendendo a adoção do que chama de "tratamento precoce", que consiste na utilização de substâncias como cloroquina, hidroxicloroquina, ivermectina e azitromicina. Essas medicações não são recomendadas para pessoas com covid-19. Na semana passada, três pacientes morreram após receber nebulização com cloroquina na cidade de Camaquã, região sul do Rio Grande do Sul.

O presidente também comentou sobre um novo medicamento. "Já chegou à Anvisa a proxalutamida. É um medicamento que é desenvolvido conjuntamente com os Estados Unidos. Não é só nosso não, tá? Em conjunto com os pesquisadores americanos, de modo então que tenhamos então um remédio, mais cedo ou mais tarde, um remédio eficaz para combater aí a covid", disse.

A Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) aprovou o reajuste de preços dos remédios a partir desta quinta-feira (1°). A resolução está publicada em edição extra do Diário Oficial da União que circula na noite desta quarta-feira (31). Segundo o texto, o ajuste máximo de preços permitido chega a 10,08%. A resolução traz três porcentuais máximos, de acordo com a classe terapêutica dos medicamentos: 10,08% (nível 1); 8,44% (nível 2); 6,79% (nível 3).

No último dia 15, a CMED já tinha definido em 4,88% o Fator de Ajuste de Preços Relativos entre Setores, denominado Fator Y, que é um dos itens considerados para se chegar ao índice de ajuste dos preços ao consumidor. Além disso, são levados também em conta a inflação acumulada em 12 meses, o fator de produtividade repassado ao consumidor (Fator X), já fixado em 3,29%.

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As empresas produtoras deverão dar ampla publicidade aos preços de seus medicamentos, por meio de publicações em mídias especializadas de grande circulação. Esse preços não poderão ser superior aos preços publicados pela CMED no Portal da Anvisa.

Um dos maiores cemitérios da cidade de São Paulo, o Cemitério da Vila Nova Cachoeirinha, na zona norte, suspendeu os sepultamentos por falta de espaço. A interrupção afeta os enterros da quadra geral, que representam a maior parte do serviço no local. A capital paulista convive com um aumento de mortes decorrentes da Covid-19.

A suspensão dos sepultamentos foi divulgada nesta terça-feira (30) pelo Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo (Sindsep), que critica a gestão da Prefeitura sobre o Serviço Funerário Municipal. Para retomar os sepultamentos, o poder público deverá iniciar exumações, o que deve abrir novos espaços no cemitério.

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A unidade da Vila Nova Cachoeirinha era uma das quatro que estavam operando durante à noite para atender a demanda mais recente por sepultamentos. Dados da Prefeitura apontam que a cidade realizou 381 sepultamentos nesta segunda-feira (29). No domingo (28), o número chegou a 392, um a menos que os 393 da sexta-feira (26).

Em nota, a Prefeitura disse que o cemitério não foi fechado, pois continua funcionando para sepultamentos dos que possuem túmulos, no formato de concessão, e para enterros de crianças. "A informação de que o cemitério fará apenas exumação para abertura de novas vagas é improcedente, pois trata-se de um procedimento necessário, que é feito de forma regular de acordo com critérios previstos na legislação em vigor", informou a gestão do prefeito Bruno Covas (PSDB).

Ao Estadão, o secretário de imprensa do Sindsep, João Batista Gomes, reforçou que os sepultamentos para quem já possui túmulo representa uma minoria entre o serviço realizado cotidianamente no cemitério. Ele disse que os sepultamentos que antes ocorreriam no local devem passar para unidades do Perus ou Santana, também na zona norte.

O sindicato vê relação entre a suspensão e o que chama de sucateamento do serviço funerário. "O Sindsep há décadas alerta para a falta de investimento no Serviço Funerário Municipal de São Paulo e para o seu sucateamento", declarou o Sindsep em nota, cobrando a nomeação de concursados e a ampliação de investimentos em novos cemitérios públicos da cidade.

Contrário às medidas de fechamento para conter disseminação do novo coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse nesta quinta-feira, 25, que espera que as políticas de lockdown sejam "atenuadas ou extintas" daqui a três meses. O prazo foi indicado após o presidente comentar a decisão do Ministério da Economia de adiar o recolhimento de tributos para empresas do Simples Nacional nos meses de abril, maio e junho.

"O governo federal via Ministério da Economia anunciou o diferimento, o atraso, da contribuição do Simples Nacional por três meses. Isso o governo abre mão nesses três meses de receber R$ 27 bilhões", disse em transmissão ao vivo nas redes sociais nesta noite. "Mas, em contrapartida, depois do fim do terceiro mês, no quarto (mês) vai ter seis meses para pagar o que (o governo) deixou de receber. Espero que até lá a economia volte e as políticas de lockdown sejam atenuadas ou extintas", acrescentou.

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Em sua live semanal, o presidente afirmou que o "governo federal manteve viva a economia ano passado". Ele destacou medidas para a manutenção do emprego, como o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) e o Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda (BEm), que terão novas fases.

"O BEm, que é o benefício emergencial e permite acordos entre patrões e empregados, está na iminência de sair, ser publicado", comentou. "Vai atingir diretamente 11 milhões de pessoas que poderão fazer acordos com seus patrões fazendo com que seus empregos sejam mantidos", disse o presidente.

Bolsonaro ressaltou que o Pronampe, que é um programa de crédito para pequenas empresas, ajudará em especial donos de negócios afetados por medidas de fechamento. "Vai ajudar diretamente grande parte daquele pessoal que trabalha em restaurantes e hotéis, que com essas políticas de fica em casa tirou-lhes o emprego (sic)", afirmou.

O presidente também reiterou que, uma vez aprovado o Orçamento de 2021, o governo antecipará o pagamento do 13º salário para beneficiários do INSS. O texto-base da Lei de Orçamentária Anual 2021 foi aprovado nesta noite pelos deputados, que agora analisam os destaques à proposta. "Caso seja votado hoje, nos próximos dias vamos antecipar o pagamento do 13º salário, a primeira parcela, dos aposentados e pensionistas do INSS", informou o presidente.

O secretário de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde, coronel Luiz Otávio Franco Duarte, declarou nesta quinta-feira, 25, que os estoques de medicamentos do chamado "kit intubação" devem ser para no máximo sete dias e, ainda, defendeu ações em nível regional para remanejar estoques acima dessa meta entre as redes de saúde. "Essa interlocução tem que ter o discernimento que acima de 7 dias de estoque é luxo para atual situação", afirmou, referindo-se ao agravamento da pandemia da covid-19 no País.

"Hoje, é um luxo um estabelecimento de saúde ter mais de 7 dias desse 'kit intubação'. Se estiver ultrapassando 7 dias, por obséquio, empreste a medicação para o hospital ao lado", disse em audiência pública na Câmara dos Deputados.

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O coronel afirmou que a orientação do ministério sobre esse tema precisa ser repassada regionalmente, inclusive em relação aos estoques de hospitais particulares. "Não temos que fazer diferença do setor público e privado. Se eu tenho a medicação de posse do setor público e o setor privado não tem essa medicação, por favor, passe para o setor privado. E vice-versa."

Ele destacou que essa "equalização" dos estoques pode ser feita pelos conselhos regionais de Farmácia. Segundo ele, a produção atual e as medidas de requisição de estoque feitas pelo ministério são suficientes para garantir abastecimento para as próximas duas semanas. "Iremos respirar, no mínimo, para 15 dias", apontou, embora diversos municípios e Estados tenham relatado desabastecimento ou risco de falta de remédios.

Mais cedo, na mesma audiência, o coronel defendeu a atuação da pasta. "A única finalidade nossa, nesse momento, é salvar vidas. E, nesse momento, a maior quantidade possível."

O coronel ainda disse que o governo federal tenta fazer uma aproximação com o setor da aviação civil para que possa ampliar o transporte aéreo de oxigênio líquido. Hoje, esse tipo de procedimento é feito exclusivamente pelas Forças Armadas, pelo risco de explosão.

‘Quantos cilindros tem disponível hoje no mercado? Nenhum’, diz assessor especial do Ministério da Saúde

Na mesma audiência pública, o assessor especial de Logística do Ministério da Saúde, general Ridauto Fernandes, resumiu que, hoje, "tudo é problema" no abastecimento de oxigênio medicinal. "Quantos cilindros tem disponível hoje no mercado? Nenhum. Tudo o que tinha, nós estamos requisitando, adquirindo, transportando e entregando pra quem nos pede socorro", declarou. "Estamos em tempo de guerra."

Ele voltou a dizer que a maior dificuldade é obter insumos para municípios do interior e pequenas unidades de saúde, pois grande parte depende do produto na forma gasosa, que tem um transporte mais limitado e demorado. "Estou com dificuldade imensa para conseguir 1 mil cilindros para alguns problemas que estão surgindo, Rondônia, Acre, Ceará, Rio Grande do Norte, agora no Mato Grosso, região Sul", citou.

"O maior gargalo, a parte mais importante que precisa ser atacada urgentemente, é com relação aos pequenos hospitais, as unidades de pronto atendimento, que funcionam no interior. Particularmente as do interior, mas também atinge algumas unidades de pronto atendimento das capitais", salientou. "Oxigênio em cilindro: esse hoje é o maior gargalo", comentou. "Pode acreditar: a situação no interior está bastante complicada. Os cilindros cada vez se sente que são em quantidade menos suficiente."

Ele disse que a instalação de tanques para armazenamento do produto líquido é inviável neste momento, pelo tempo e recursos exigidos. Uma alternativa é a implantação de miniusinas de produção, que o general disse também estar com uma demanda limitada hoje.

Além disso, falou que há dificuldade para a compra do cilindro para envasamento e de carretas para o transporte de oxigênio. Sobre o primeiro, disse que a pasta pediu ajuda à Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e ao Ministério das Relações Exteriores, "mas não é uma coisa fácil", diante da alta demanda mundial.

Por isso, defendeu a compra de compressores de oxigênio como uma alternativa "fora da caixa" para atender pacientes menos graves, que necessitam de um menor fornecimento de oxigênio por minuto. Segundo ele, esses equipamentos são portáteis, geralmente de uso no tratamento doméstico de pacientes e têm o tamanho de um ar condicionado, com um custo médio de R$ 5 mil. "É (como se fosse) um cilindro que se enche sozinho."

Fernandes anunciou que o governo federal está com uma negociação avançada para a compra de 5 mil unidades dos Estados Unidos e da China. Parte desse material, segundo ele, será doado pela iniciativa privada. "Vai ajudar muito, aliviando o consumo de pacientes de baixa e média gravidade, em consequência reservar cilindros para pacientes mais graves."

Em relação às carretas, ele anunciou que uma das principais empresas atuantes no País vai conseguir importar 13 veículos usados do Canadá. "Tenho certeza que, quando chegarem, automaticamente serão empenhadas", comentou. "(Hoje) Não tem uma carreta disponível no Brasil".

Além disso, o general afirmou que o ministério fez a requisição de mil cilindros industriais do Grupo MAT após a liberação do uso desses vasilhames para o oxigênio medicinal. "Tinha linha produção que poderia ser ampliada. Automaticamente, requisitamos toda a produção extra", apontou, embora admita que o número é "muito pouquinho" para a necessidade atual.

Outro ponto que abordou aos deputados é de tomar ações legislativas para liberar as fabricantes de oxigênio de cumprirem contratos com indústrias (que também compram oxigênio) neste momento de crise e, ainda, de taxas adicionais de empresas de fornecimento de energia elétrica pelo aumento do consumo na pandemia.

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