JOÃO PESSOA (PB) - O promotor da infância e juventude da Paraíba, Valfredo Alves Teixeira, foi denunciado na Polícia Civil, nesta segunda-feira (10), acusado de ameaçar um menino de seis anos de idade. O caso aconteceu em Sousa, cidade localizada a 440 km de distância de João Pessoa.
Segunda Amanda Dantas, mãe do garoto, o promotor teria se aproximado da mesa, em um clube da cidade, onde estava sua família, para afirmar que iria agredir a criança. A motivação seria uma briga entre os filhos dos dois.
##RECOMENDA##
Em uma postagem no Facebook, Amanda declarou que precisou chamar a polícia por medo do que poderia acontecer. “Os sócios, aflitos, corriam em nossa direção avisando que o Promotor estaria vindo armado de um facão sob a camisa. Neste momento, ligamos solicitando a diligência da PM, já que aquele representante da Justiça que deveria nos transmitir a sensação de segurança, estaria tocando o terror a todos que usufruíam daquele momento de lazer.
A cena foi filmada por testemunhas. “Se bater no meu filho como ele fez bato nele, bato no pai dele, bato até na raça todinha”, ameaça o promotor em um momento da gravação, se referindo a briga, quando os garotos trocaram agressões.
Ainda no Facebook, Amanda declarou que, além da Polícia Civil, irá procurar o Ministério Público, o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), a Corregedoria, o Conselho Tutelar e todas as demais esferas que couber denúncia. “O vídeo é uma prova cabal do quão descompensado é este cidadão e de que ele carece de uma punição severa e célere, já que toda a população sousense sabe que ele é reincidente nestes episódios”.
A Associação Paraibana do Ministério Público (APMP) divulgou uma nota de esclarecimento repudiando a forma como Valfredo Alves Teixeira teria sido tratado durante o episódio, com “ataques pessoais dirigidos ao associado”. Na Nota, a APMP salienta ainda que o promotor teria acreditado haver armas com as pessoas, “o que provavelmente o levou a essa reação, sem qualquer consequência”.
O MP, o CNMP, a Corregedoria e o Conselho Tutelar não se pronunciaram sobre o ocorrido.
Confira a Nota da Associação Paraibana do Ministério Público (APMP) na íntegra
A Associação Paraibana do Ministério Público, entidade representativa dos Procuradores e Promotores de Justiça, ativos e aposentados, diante das notícias veiculadas acerca da conduta do associado Valfredo Alves Teixeira, durante incidente ocorrido no Campestre Clube, na cidade de Sousa-PB, vem esclarecer o seguinte:
O vídeo que circula na internet não mostra a origem da discussão entre as partes, apenas registra que o associado Valfredo Alves Teixeira teria questionado eventuais agressões a seu filho, ocasião em que foi cercado por várias pessoas estranhas, que passaram a confrontá-lo e a filmar o episódio, trazendo uma maior tensão ao ambiente.
O associado Valfredo Alves Teixeira, em momento algum, apresentou-se como Promotor de Justiça ou quis se prevalecer do cargo, estando no direito dele, como cidadão, de acionar a polícia, devido ao ambiente criado, com várias pessoas estranhas o cercando, filmando e confrontando, dando a entender, inclusive, que sua incolumidade física estaria em risco, quando imaginou que um dos presentes pudesse estar com uma arma na bolsa, o que provavelmente o levou a essa reação, sem qualquer consequência.
Tamanho o ambiente de animosidade criado que um dos autores da filmagem, não participante da discussão, chega a ameaçá-lo e injuriá-lo no final do vídeo.
Trata-se de episódio isolado, causado pelo tumulto, registrando que associado Valfredo Alves Teixeira sempre prestou relevantes serviços à sociedade local, com atuação diligente na área da infância e juventude.
Assim, vem a APMP – Associação Paraibana do Ministério Público – esclarecer os fatos e repudiar quaisquer ataques pessoais dirigidos ao associado Valfredo Alves Teixeira.
João Pessoa, 09 de novembro de 2014
Francisco Seráphico Ferraz da Nóbrega Filho
Presidente da Associação Paraibana do Ministério Público