Tópicos | atletas transgêneros

A polêmica sobre a participação de atletas transgêneros nas provas de natação está perto de chegar ao fim. De acordo com Husain Al-Musallam, presidente da World Aquatics (responsável por administrar as competições internacionais), uma "categoria aberta" está sendo criada para beneficiar a todos após veto imposto em 2022.

Desde o ano passado que a discussão está na mesa da entidade. A World Aquatics havia proibido a participação de atletas transexuais em grandes eventos visando a "proteção e a justiça" nas competições femininas de natação. A Federação Internacional de Natação (Fina) foi a favor das restrições. Depois de estudos e de protestos, contudo, as regras serão mudadas em breve.

##RECOMENDA##

"Nosso esporte deve ser aberto a todos", disse Al-Musallam no Congresso Mundial de Esportes Aquáticos realizado na cidade de Fukuoka, onde ocorreu a disputa do Mundial de Esportes Aquáticos. O discurso é um mea-culpa do dirigente4, reconhecendo que não agiu bem no caso.

O dirigente não definiu como será a nova modalidade e quando ela começará a figurar no calendário mundial. Mas relatórios indicam que será ainda em 2023. "É um tópico muito complexo, mas tenho o prazer de dizer que estamos fazendo planos para a primeira prova de uma categoria aberta e esperamos poder confirmar todos os detalhes em breve."

A World Aquatics mudou sua maneira de pensar sobre os atletas transgêneros após a entidades incitarem na criação de ligas somente para mulheres por causa da imposição fisiológica dos homens, pregando justiça. "Era muito importante protegermos a competição justa para nossas atletas femininas", admitiu Al-Musallam. "Mas você já me ouviu dizer muitas vezes que não deve haver discriminação. Ninguém deve ser excluído de nossas competições."

Lia Thomas vem se destacando no circuito desde 2021 com resultados surpreendentes, o que deu início às questões se as atletas transgêneros deviam competir entre as mulheres. A americana chegou a subir sozinho no pódio na temporada passada. Com o crescimento dos atletas trans na modalidade, a criação da "categoria aberta" seria uma maneira de a World Aquatics equiparar forças e deixar a disputa equilibrada.

A União Ciclística Internacional (UCI) anunciou nesta terça-feira novos regulamentos sobre a elegibilidade de atletas transgêneros para competir nos eventos do seu calendário. A partir de agora, terão de possuir até 5 nanomoles de testosterona por litro de sangue para competir na categoria feminina.

A regra foi aprovado em reunião do Comitê de Gestão da UCI e vai entrar em vigor em 1º de março de 2020. A medida é restritiva, pois o limite anterior era de 10 nmol/L. De acordo com a UCI, os novos regulamentos "são projetados para incentivar os atletas trans a competir na categoria correspondente ao seu novo sexo, garantindo condições equitativas para todos os atletas nas competições em questão."

##RECOMENDA##

A decisão da UCI segue o que foi apresentado em uma reunião de trabalho que ocorreu em outubro de 2019 com participação da própria entidade, de outras federações internacionais, especialistas e representantes de atletas transexuais e cisgêneros. Nela, se chegou a um consenso de que se uma federação decidir usar testosterona como indicador, o atleta transexual só será elegível para competir entre as mulheres se o nível de testosterona estiver abaixo de 5 nmol/L.

A partir de agora, todos os atletas transgêneros que desejam competir na categoria correspondente ao seu novo sexo devem fazer uma solicitação médica para a UCI, pelo menos seis semanas antes da data da primeira competição. Os dados do atleta serão analisados por uma comissão de três especialistas internacionais, que avaliarão a elegibilidade dele para competir na nova categoria e informarão o médico da UCI sobre suas conclusões. Além disso, o atleta deve provar que seu nível de testosterona está abaixo de 5 nmol/L por pelo menos 12 meses antes da data de elegibilidade. Além disso, esse nível terá de continuar sendo mantido.

"Graças a esse consenso, alcançado por um grupo de trabalho que representa as diversas partes interessadas de nosso esporte, nossa federação tem os meios necessários para levar em consideração - e refletindo os desenvolvimentos da nossa sociedade - o desejo dos atletas trans de competir, garantindo um nível de competição para todos os concorrentes. Este é um passo importante na inclusão de atletas transgêneros no esporte de elite", afirmou o presidente da UCI, David Lappartient.

Em outubro de 2019, a transgênero canadense Rachel McKinnon, de 37 anos, conquistou o segundo título do Mundial Master de Ciclismo de Pista e também bateu o recorde da prova do contrarrelógio de 200 metros na categoria entre 35 a 39 anos.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando