Tópicos | baixa imunidade

Após boatos sobre o estado de saúde de Jair Bolsonaro, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos) compartilhou a foto de uma ferida no tornozelo esquerdo do pai, nesse domingo (4). O próprio filho do presidente confirmou que a lesão se tratava de uma infecção causada por erisipela. O LeiaJá conversou com uma especialista sobre as causas e tratamento da doença.

A infectologista e professora da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Sylvia Lemos, explicou que a erisipela atinge as camadas mais superficiais da pele, geralmente nas pernas, rosto e braços. "Quando nas pernas é impossível andar, no rosto pode dificultar até a fala", pontuou.

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A doença é causada pela bactéria Streptcoccus pyogenes, que penetra na pele através de feridas ou lesões preexistentes. A princípio, ela não é contagiosa, mas pode ser transmitida para outras pessoas que tenham contato com as feridas abertas. Lemos alertou que a erisipela pode se tornar crônica em casos mais graves e até levar o paciente a óbito após evoluir para uma infecção generalizada.

Seus primeiros sintomas se apresentam por meio de feridas avermelhadas e inflamadas, bastante dolorosas. O quadro também pode vir acompanhado por bolhas com líquido amarelado, que não devem ser perfuradas em hipótese alguma.

Os fatores mais comuns que facilitam a atuação da bactéria são problemas de circulação e doenças de pele, como psoríase, impetigo, eczema e frieira. Outros fatores de risco são picadas de inseto, diabetes não controlada, obesidade e uso de drogas intravenosas. "Qualquer pessoa pode ter isso por comum fato, por uma má circulação, mas o estresse também pode desencadear ou aumentar em pessoas que já teriam um desses fatores de risco", apontou a infectologista.

De acordo com Carlos, a ferida na perna do pai já está em processo de recuperação e Bolsonaro passa bem. A Dra. Sylvia Lemos esclareceu que o tratamento é feito com antibióticos, entre 10 e 14 dias. Acompanhado da medicação, o paciente deve manter repouso, beber bastante líquido, hidratar e limpar a pele com soro fisiológico e, em determinados casos, usar meias de compressão por conta dos danos causados ao sistema venoso.

Os idosos e pacientes de doenças crônicas representam o público que causa maior preocupação com a pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Isso porque a baixa imunidade faz dessas pessoas mais vulneráveis à ação do vírus e a complicações decorrentes dele, como síndromes respiratórias agudas graves.

Estudo do Centro para a Prevenção e Combate a Doenças da China analisou casos no país, tomando exemplos do mês de fevereiro, e identificou que a taxa de mortalidade avança conforme a idade.

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Enquanto entre 0 e 49 anos ela não passa de 1%, entre 50 e 59 fica em 1,3%, entre 60 e 69 vai para 3,6%, entre 70 e 79 anos sobe para 8% e acima dos 80 chega a 14,8%.

Ao falar na Comissão Geral da Câmara dos Deputados na última quarta-feira (11), o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, destacou a atenção necessária a esse público. “O maior grupo de risco é formado pelos idosos e doentes crônicos. Estes é o grupo que queremos superproteger. Quando jovens ganham imunidade, o vírus cai. Quanto menos pessoas idosas e com doenças crônicas tivermos, menos usaremos os sistemas hospitalares”, destacou.

No Brasil, ainda não houve mortes em razão da epidemia. De acordo com números divulgados ontem (12) pelo Ministério da Saúde, a maioria dos casos (40%) é de pessoas abaixo de 40 anos, enquanto os acima de 60 anos representam 14% das pessoas infectadas. A média geral é de 42 anos.

No mesmo evento na Câmara, o ministro alertou, no entanto, que os números são “enganosos”. “A maioria [dos casos confirmados] veio de viagens de fora. São pessoas de poder aquisitivo elevado e com faixa etária mais baixa. É o pessoal que viaja. Acima de 69 são os que menos viajam", explicou.

Já as doenças crônicas também devem ser objeto de cuidado pela vulnerabilidade que confere ao portador. De acordo com o Ministério da Saúde, entre os pacientes de doenças crônicas que precisam de maior atenção estão aqueles com diabetes, hipertensão, doenças renais, cardíacas e respiratórias, por exemplo.

Mudança radical

A professora aposentada Arilda Griessinger, de 71 anos, além de se enquadrar no grupo de idosos, também temi uma doença crônica. Ela adotou uma mudança radical em sua vida em razão da pandemia que assola o mundo.

Por recomendação médica, Arilda parou de frequentar lugares fechados com aglomerações. “O reumatologista afirmou que era para evitar até contato como os netos”, relata.

Ela evita fazer compras, ir à farmácia ou a aulas onde fazia atividades físicas. “É uma situação muito ruim. Está me incomodando demais. Estou precisando comprar coisas, remédios e fazer atividade física. A gente tem que esperar o que vem por aí”, lamenta.

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