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A Ávila Capital e o Banco Fator realizaram um evento exclusivo para investidores institucionais. O encontro aconteceu em um restaurante da Zona Sul do Recife e contou com cerca de cinco RPPS de dois estados.

O evento cenário macroeconômico mundial, fazendo interlocuções com as últimas duas décadas de investimentos, com foco em ações. O encontro contou com a participação do Diretor da Ávila Capital, Guilherme de Carvalho, e do Gerente Institucional do Banco Fator, Rene Bueno, como também do gestor da FAR, administradora de recursos do grupo, Fernando Tendolini.

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Só será possível vislumbrar algum potencial de melhora para a economia brasileira por volta do terceiro trimestre do ano, quando o ajuste fiscal promovido pela nova equipe econômica já estiver consolidado e for possível ter uma ideia melhor da condição da economia global. A avaliação é do economista-chefe do Banco Fator, José Francisco de Lima Gonçalves, que participa nesta manhã do seminário "Perspectivas Comerciais, Econômicas e Políticas para 2015", promovido pela Câmara Americana de Comércio.

Segundo Gonçalves, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e o restante da equipe econômica sabem que o ajuste que eles começam a implementar tem impacto na economia, já que tanto o aumento de impostos como o corte de gastos diminuem o consume de famílias e governo. Nesse cenário, só os investimentos poderiam fornecer algum estímulo para a atividade, apesar de não haver perspectiva de retomada dessa área no curto prazo. "Eles estão conseguindo passar uma sinalização adequada, de quais são as linhas das novas políticas, mas sabem que essas medidas têm um problema vicioso. Quando se aumenta imposto e corta gastos, a economia cai ainda mais", comenta.

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Segundo ele, o novo programa de relaxamento quantitativo (QE, na sigla em inglês) do Banco Central Europeu (BCE) deve ter um impacto líquido negativo para o Brasil, já que tende a desvalorizar o euro e tornar as exportações europeias mais competitivas. Ele reconhece que a medida deve ter um impacto no real e outras moedas emergentes, que também perderiam terreno ante o dólar, mas não vê grandes possibilidades para os produtos brasileiros. "Podemos até pensar que o QE vai ajudar a economia europeia a crescer mais, o que significa mais importações. Mas eles têm uma tradição protecionista muito grande, especialmente na agricultura e agropecuária, que são as áreas mais competitivas do Brasil", aponta.

Rui Nogueira, sócio-diretor da Patri Políticas Públicas, que participou do mesmo painel de Gonçalves, também não vê perspectivas positivas para o Brasil no curto prazo. Ao mesmo tempo, porém, ele não acredita que a fragilidade da economia possa levar a presidente Dilma Rousseff a desistir dos ajustes. "Vai ter muito choro, muitas reclamações, incluindo dentro do PT, mas eu não vejo muita possibilidade de retrocesso nessas medidas, simplesmente porque não há como continuar com o que vinha sendo feito", afirma.

O discurso de posse da presidente Dilma Rousseff nesta quinta-feira (1º) trouxe alguns sinais importantes sobre a estratégia do segundo mandato da petista. A avaliação é do economista-chefe do Banco Fator, José Francisco de Lima Gonçalves. Uma dessas sinalizações foi quanto à política de valorização do salário mínimo, iniciada no primeiro mandato presidencial do petista Luiz Inácio Lula da Silva. Os reajustes anuais que superam a inflação acabam neste ano, o que forçará o governo a discutir e a aprovar uma nova política.

Lima Gonçalves argumenta que, ao garantir a continuidade da valorização do salário mínimo, a presidente Dilma não vai desistir de seu compromisso em dar reajustes relevantes para o trabalhador assalariado. "(Esse ponto do discurso de Dilma) é um balizador importante. É preciso ficar de olho nisso para entender o que o governo pretende fazer", afirmou.

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Outro sinal importante, na avaliação do economista, foi a respeito dos Brics, o grupo de países formado por Brasil, China, Índia, Rússia e África do Sul. Em seu discurso, a presidente afirmou que, com os Brics, o País avançará em parcerias, assim como no Banco de Desenvolvimento da região e na implementação do acordo contingente de reservas. "Isso demonstra a importância que a presidente dá a esse bloco, especialmente ao falar do acordo de reservas, que formaria uma espécie de FMI (Fundo Monetário Internacional) da região", disse.

Lima Gonçalves observa que outro sinal relevante dado por Dilma foi a sua intenção de manter os investimentos públicos. "Ela indicou que vai buscar complementar os investimentos com recursos privados, mas sinalizou que não vai zerar os investimentos públicos, determinando, inclusive, uma meta para o Minha Casa, Minha Vida de 3 milhões de moradias", analisou.

O economista estranhou apenas o fato de a presidente ter mencionado a dívida líquida do setor público e enaltecido o resultado que seu governo conquistou, considerando esse indicador. Em sua fala, Dilma afirma: "É importante notar que a dívida líquida do setor público é hoje menor do que no início do meu mandato".

Na entrevista coletiva de sua apresentação como ministro da Fazenda nomeado, Joaquim Levy deixou claro que tem como meta controlar a evolução da dívida bruta do setor público consolidado, atualmente em 63% do Produto Interno Bruto (PIB).

"De forma geral, o discurso da presidente foi mais uma conversa estratégica do que uma apresentação conjuntural ou (sobre questões) de curto prazo. Não era de se esperar algo muito diferente para um discurso de posse", afirmou.

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