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De janeiro a junho de 2019 já foram confirmados no Brasil 596,3 mil casos de dengue, com 366 mortes por causa da doença e outras 453 em processo de investigação. Os dados são do Ministério da Saúde. O número de casos provisórios, ou seja, ainda não confirmados como dengue, saltaram de 173,6 mil em 2018 para 1,1 milhão em 2019, um crescimento de mais de 560%.

Os estados de Minas Gerais e São Paulo registram 96,5% do total de casos prováveis do país. 

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O mosquito transmissor da dengue, Aedes Aegypti, também transmite outras doenças como febre amarela, Zika e Chikungunya. O levantamento registrou ainda um aumento nos casos de chikungunya, de 61,4 mil para 65,8 mil casos prováveis. Até o momento 15 mortes por causa da doença já foram confirmados e outros 46 estão sob investigação, sendo 19 no estado de Pernambuco.

Os casos de Zika também cresceram de 5 mil para 6,5 mil casos provisórios. Ainda não há mortes confirmadas pela doença. Entre as gestantes, dos 1,6 mil casos prováveis 299 foram confirmados. As maiores incidências foram no Rio de Janeiro, com 39,4% dos casos, seguido do Espírito Santo com 16,7%.

 

O Estado do Rio enfrenta um grave surto de chikungunya e registra a circulação de um vírus até então inédito na região Sudeste, o mayaro. Os dois provocam sintomas semelhantes: fortes dores nas articulações, que podem se prolongar por meses.

Cientistas suspeitam de casos concomitantes das duas doenças. Segundo o Ministério da Saúde, os números de chikungunya no País estão 23% abaixo dos registrados no mesmo período do ano passado.

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No Rio, no entanto, foram registrados até meados deste mês 25.459 casos da doença, com seis mortes - aumento de 26,7% em relação ao mesmo período do ano passado. De acordo com especialistas, os dados podem estar sendo inflados por casos de mayaro identificados erroneamente como chikungunya. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Pesquisadores da Universidade de Oxford, no Reino Unido, já realizam testes em humanos para obter uma vacina segura e eficaz contra a chikungunya. O estudo foi apresentado nesta sexta-feira (10), no Rio de Janeiro, pelo infectologista mexicano Arturo Reyes-Sandoval, no Simpósio Desafios e Oportunidades na Pesquisa Clínica em Chikungunya: Produzindo Evidências para Saúde Pública.

A vacina contra o vírus da chikungunya já está em testes em 24 voluntários no Reino Unido e deve passar por uma nova rodada de testagens ao longo do ano que vem, com entre 120 e 150 pessoas no México. Arturo conta que os testes realizados atualmente buscam uma dosagem eficiente para a imunização, que já demonstrou não apresentar efeitos adversos. O estudo no México deve avaliar também a possibilidade de uma vacina que combine a imunização da chikungunya e da zika de forma segura. Caso a pesquisa caminhe no melhor dos cenários, estima, uma vacina contra a doença pode estar disponível em cinco anos.

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O pesquisador afirma que, ao contrário de outros vírus, o da chikungunya tem uma capacidade limitada de mutação, o que permitiu que os pesquisadores mapeassem todas as suas formas registradas e criassem uma vacina com base em uma sequência genética que abrange todas e permitisse precaver futuras mutações.

"Estarmos um passo à frente do vírus", comemora Arturo. Ele afirma que o principal entrave para os avanços no combate à doença eram a falta de conhecimento e de financiamento para as pesquisas. "Historicamente, a grande dificuldade foi a falta de interesse. Agora, a chikungunyua está em muitas partes do mundo e está chegando à Europa. Isso favorece o financiamento."

A presença do vírus no Brasil e a capacidade de instituições como o Instituto Butantan e a Fundação Oswaldo Cruz fazem com que o país seja um importante parceiro para o futuro das pesquisas desenvolvidas em Oxford, aponta Arturo Reyes-Sandoval. 

"Depois de testarmos no México, considero que o país mais importante para finalizar esse desenvolvimento é o Brasil. O Brasil tem capacidade econômica e instituições fortes para poder produzir a vacina."

Três cidades brasileiras irão realizar a etapa final do método "Wolbachia" para o combate ao mosquito Aedes aegypti antes da sua incorporação ao Sistema Único de Saúde (SUS). A nova fase do projeto World Mosquito Program Brasil (WMPBrasil) da Fiocruz em parceria com o Ministério da Saúde será restado em Petrolina, no Sertão de Pernambuco; Campo Grande-MS e Belo Horizonte-MG. O investimento é de R$ 22 milhões.

De acordo com o Ministério da Saúde, a tecnologia é inovadora, autossustentável e complementar às demais ações de prevenção ao mosquito. O método consiste na liberação do Aedes com o microorganismo Wolbachia na natureza, reduzindo a capacidade de transmissão de doenças.

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O anúncio da etapa final de avaliação da Wolbachia foi feito pelo ministro da Saúde, Henrique Mandetta, na segunda-feira (15), durante a abertura do evento “Atualização em Manejo Clínico da Dengue e febre do chikungunya e no controle vetorial do Aedes aegypti”, em Campo Grande (MS). O evento tem como objetivo capacitar médicos, enfermeiros, coordenadores e supervisores de Controle de Vetores dos 79 municípios do estado de Mato Grosso do Sul em relação à técnica de manejo, controle do mosquito e operação de campo.

De acordo com o ministro, o anúncio significa um grande passo no combate ao Aedes aegypti. "Tínhamos duas linhas de trabalho, sendo uma voltada ao controle do mosquito com o uso de inseticidas, e outra direcionada ao controle biológico, que é o caso do uso da Wolbachia. Essa última pesquisa foi muito bem em todas as etapas, desde a parte teórica até o ensaio clínico em laboratório, e no teste em cidades de pequeno porte. E agora, vamos testar em cidades acima de 1,5 milhão de habitantes”, afirmou Mandetta.

As três cidades, onde serão trabalhadas a última fase, vão servir de base para verificar a eficácia da metodologia nas regiões do Centro-Oeste, a partir de Campo Grande; Nordeste, por meio de Petrolina; e Sudeste, a partir da experiência em Belo Horizonte. Em breve, novas cidades devem receber o método.

O teste nas três cidades terá início no segundo semestre de 2019 com duração de cerca de três anos. O método é seguro para as pessoas e para o ambiente, pois a Wolbachia vive apenas dentro das células dos insetos.

A medida é complementar e ajuda a proteger a região das doenças propagadas pelos mosquitos, uma vez que o Aedes aegypti com Wolbachia - que têm a capacidade reduzida de transmitir dengue, Zika, chikungunya – ao serem soltos na natureza se reproduzem com os mosquitos de campo e geram Aedes aegypti com as mesmas características, tornando o método autossustentável. Esta iniciativa não usa qualquer tipo de modificação genética.

As liberações de mosquitos são precedidas por uma série de ações educativas e de comunicação, com o objetivo de informar a população sobre o método Wolbachia. Esta etapa tem o apoio e a participação de parceiros do WMP no território, como lideranças comunitárias e associações de moradores, unidades de saúde, escolas e organizações não-governamentais.

A Wolbachia é um microrganismo presente em cerca de 60% dos insetos na natureza, mas ausente no Aedes aegypti. Uma vez inserida artificialmente em ovos de Aedes aegypti, a capacidade do Aedes transmitir o vírus da zika, Chikungunya e Febre Amarela fica reduzida. Com a liberação de mosquitos com a Wolbachia, a tendência é que esses mosquitos se tornem predominante e diminua o número de casos associado a essas doenças nos três municípios.

Desde 2011, o Ministério da Saúde em parceria com a Fundação Bill & Melinda Gates e National Institutes of Health já investiram no método Wolbachia R$ 31,5 milhões. As primeiras liberações dos mosquitos contendo Aedes aegypti com wolbachia no Brasil ocorreram em 2015 nos bairros de Jurujuba em Niterói e Tubiacanga na Ilha do Governador ambos no estado do Rio de Janeiro.

Em 2016 a ação foi ampliada em larga escala em Niterói e em 2017 no município do Rio de Janeiro. Atualmente o WMP Brasil atende 29 bairros na cidade do Rio de Janeiro e 28 bairros de Niterói. No total, já são 1,3 milhão de pessoas beneficiadas no estado com o método Wolbachia. Além do Brasil, também desenvolvem ações do programa países como: Austrália, Colômbia, Índia, Indonésia, Sri Lanka, Vietnã, e as ilhas do oceano pacífico Fiji, Kiribati e Vanuatu.

Com informações da assessoria

Após a confirmação de casos de dengue com o vírus do tipo 2, a prefeitura de Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo, planeja para amanhã (16) uma nebulização veicular ("fumacê") para combater o mosquito Aedes Aegypti, transmissor do vírus da dengue e também de zika e chikungunya.

A nebulização vai percorrer as ruas do bairro Parque Alvorada, onde foram confirmados os casos, e também do Jardim Lenize, onde foram registrados 46 dos 361 casos de dengue já confirmados na cidade em 2019. No Parque Alvorada o fumacê vai passar amanhã (16) às 18h. Já no Jardim Lenize, a ação acontece nos dias 17 e 18 (quarta e quinta-feira), também a partir das 18h.

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Durante a nebulização, os moradores e seus animais domésticos devem permanecer dentro de casa, para que não sejam atingidos diretamente pelo inseticida. No entanto, as portas, janelas e cortinas precisam permanecer abertas, para que o produto tenha contato com o interior da casa. Aquários e gaiolas com aves ou roedores domesticados precisam ser cobertos.

A constatação de que o tipo 2 da dengue já circula em Guarulhos se deu após o Instituto Adolfo Lutz confirmar a presença do vírus em exame de sangue de uma moradora do bairro, de 32 anos, que não se deslocou para outras regiões ou estados (caso autóctone). 

O histórico dos casos já confirmados em Guarulhos nos últimos sete anos mostra que a maior parte foi causada pelos vírus dos tipos 1 e 4. Essas pessoas não são imunes ao vírus do tipo 2, por isso correm o risco de contrair novamente a doença, que tende a se manifestar com sintomas mais fortes do que da primeira vez. 

Só é possível identificar o tipo de vírus causador da dengue por exame de sangue, que tem que ser coletado no máximo até três dias após o aparecimento dos primeiros sintomas. Por isso, é importante procurar um serviço de saúde assim que houver suspeita de dengue. 

Atualmente, além do caso do Parque Alvorada, o município recebeu mais dois resultados positivos para dengue do tipo 2, um homem de 55 anos residente na Água Chata e uma mulher de 44 anos moradora do Cabuçu.

 

Os casos de chikungunya  aumentaram 14,95% este ano no Rio de Janeiro. Passaram de 5.885, em 2018, para 6.765. Os dados apresentados pelo Ministério da Saúde referem-se até o último dia 16 e mostram queda do número de casos de dengue e de zika no mesmo período. Os casos de dengue passaram de 4.624 para 2.960, enquanto os de zika caíram de 513 para 117.

O estado do Rio aparece entre que registram os maiores índices de chikungunya no país, com 39,4 casos por 100 mil habitantes, seguido do Tocantins (22,5 casos, na mesma base de comparação), Pará (18,9 casos) e Acre (8,6 casos). Segundo o ministério, em 2019 não foram confirmadas mortes por chikungunya no Brasil. No mesmo período do ano passado, foram confirmadas nove mortes.

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Embora os números fornecidos hoje (26) pela Superintendência de Vigilância Epidemiológica e Ambiental da Secretaria estadual de Saúde do Rio de Janeiro sejam diferentes dos divulgados pelo ministério, eles comprovam o aumento dos  casos de chikungunya no estado de 1º de janeiro a 19 de março, em comparação com igual período de 2018: de 5.903 para 6.747 casos. Segundo a superintendência, este ano até o dia 19 de março, foram registrados no estado do Rio 2.993 casos de dengue e 225 de zika. No mesmo período de 2018, foram 4.596 casos de dengue e 721 de zika.

Capital

Na cidade do Rio de Janeiro, a Secretaria Municipal de Saúde informou que foram registrados 2.753 casos de chikungunya de janeiro a março de 2019, contra 1.774 casos no mesmo período do ano passado, o que representa aumento de 55,18%. Os números foram atualizados ontem (25) pela secretaria.

Por regiões da capital fluminense, os maiores índices de chikungunya foram registrados na Cidade de Deus (267), em Paciência (237) e em Bangu (171), bairros localizados na zona oeste.

Cuidados

O médico infectologista André Siqueira, do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, da Fundação Instituto Oswaldo Cruz, confirmou que os bairros da zona oeste da capital apresentam condições propícias para a disseminação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença e também da dengue e da zika.

Segundo Siqueira, a prevenção contra a chikungunya requer os mesmos cuidados recomendados para a dengue, isto é, atenção aos criadouros de mosquitos, como recipientes com água parada e pneus vazios. “A maioria dos criadouros está dentro dos domicílios. Então, cuidar bem da residência é um fator importante tanto para a pessoa quanto para seus vizinhos. E, no nível individual, é o uso de repelentes, que acabam ajudando a proteger, assim como o uso de mosquiteiros e telas na casa. Isso acaba ajudando também.”

De acordo com o médico infectologista, o que diferencia muito a chikungunya da dengue e da zika é a intensidade das dores articulares no punho, no joelho. “Todas as articulações podem ser afetadas.” Junto com isso, são sintomas da chikungunya febre alta, dor de cabeça, inapetência e dor no corpo. “Mas a dor articular é o que mais caracteriza”. André Siqueira admitiu que, às vezes, é difícil distinguir só com os sintomas entre uma doença e outra.

Consequências

Um dos grandes problemas em relação à chikungunya é que as dores articulares podem permanecer nos pacientes por semanas, meses ou até anos. Muitas vezes, são dores debilitantes, que impedem as pessoas de trabalhar. “A pessoa fica incapacitada, pode estar associada à depressão. Pode dar alterações na pele e nos cabelos, entre outras complicações”.

Como há dificuldade em diagnosticar entre zika, dengue e chikungunya, Siqueira recomendou que a ingestão de muito líquido. “Como é uma doença viral, o líquido é bastante importante”. No caso específico da chikungunya, é importante procurar o serviço de saúde para ter orientação sobre quais medicamentos usar para aliviar os sintomas, acrescentou.

Não se deve, de maneira alguma, tomar medicações que outras pessoas estejam tomando, porque isso pode provocar alterações nos rins, por exemplo. Se a pessoa tem diabetes, a automedicação pode desregular o sistema endócrino. Pode haver ainda sangramento no estômago. “É importante não se automedicar”, alertou o médico.

Uma nova técnica para detecção do vírus zika, mais sensível e barata que a PCR em tempo real, que é o padrão para diagnóstico molecular da doença, se mostrou eficiente nos testes com amostras de mosquitos. O teste foi desenvolvido em uma pesquisa de mestrado com a participação de pesquisadores da Fiocruz Pernambuco. A pesquisa foi publicada na conceituada revista científica Nature.

A tecnologia, denominada amplificação isotérmica medida por alça (RT-Lamp), também tem a vantagem de ser bem mais rápida do que a PCR, diminuindo de cinco horas para menos de uma hora o tempo necessário para obter o resultado. Segundo a Fiocruz, trata-se de uma ferramenta que pode ser utilizada em qualquer lugar, na forma de kit rápido, pois não depende de equipamentos caros e sofisticados, restritos a laboratórios especializados, como é o caso da PCR.

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Outra vantagem é o custo de cada teste, de apenas um R$ 1. O PCR tem custo individual de R$ 40. Segundo pesquisador Lindomar Pena, que orientou a pesquisa, a técnica se mostrou 10 mil vezes mais sensível que o PCR e, em alguns casos, foi capaz de detectar carga viral onde a PCR deu negativa. “Trata-se de um exame específico para zika, que não apresentou reação cruzada para outras arboviroses”, relata.

Foram utilizadas 60 amostras de mosquitos Aedes aegypti e Culex quinquefasciatus na pesquisa, infectados naturalmente ou em laboratório com os vírus zika, dengue, febre amarela e chikungunya. A próxima etapa será a conclusão dos testes com amostras humanas.

De acordo com a Fiocruz, na época que o projeto foi lançado, não havia trabalho semelhante. Ao longo do seu desenvolvimento surgiram em torno de 15 projetos nesse campo. O diferencial desse trabalho, conforme a Fiocruz, é o pequeno número de etapas necessárias para a reação, o baixo custo e a simplicidade do teste.

Na sua forma simplificada, o teste consiste em colocar a amostra de mosquito em um tubo com reagente. Após aguardar cerca de 20 a 40 minutos, observa-se a cor da mistura. Se ficar laranja, o resulto é negativo, mas se o líquido se tornar amarelo,  há presença do vírus zika. “A ideia é que se possa coletar, macerar o mosquito em campo – em plena Amazônia, por exemplo - e obter o resultado lá mesmo”, afirma o pesquisador. Com humanos, se poderá coletar saliva ou urina do paciente com suspeita de zika, realizar o teste e obter a resposta na mesma hora.

O Rio de Janeiro iniciou o ano com menor número de casos de arboviroses transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, na comparação com o ano passado. Dados da primeira quinzena de janeiro mostram 351 ocorrências de dengue e 15 de zika. Não houve ainda nenhum óbito. Na primeira quinzena de janeiro de 2018, foram registrados 781 casos de dengue e 133 de zika.

Embora o quadro epidemiológico possa gerar otimismo, a Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ) se mantém alerta contra a febre chikungunya, doença que inspira uma atenção especial. Em relação a essa arbovirose, o número de casos revela um quadro mais próximo daquele observado no ano passado. Na primeira quinzena de janeiro de 2019, ocorreram 563 casos, somente 20 a menos do que no mesmo período de 2018.

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Segundo o subsecretário de Vigilância em Saúde, Alexandre Chieppe, a preocupação com a chikungunya existe por ser um vírus relativamente novo no estado e pela maior parte da população não ser imunizada. No ano passado, o Rio de Janeiro registrou 39.082 casos da doença, com 18 mortes.

"A chikungunya vem se comportando com a ocorrência de surtos isolados bastante intensos, com o acometimentos de um número significativo de pessoas em algumas localidades. Não existe vacina e a maioria das pessoas nunca teve a doença, o que faz com que elas sejam, portanto, suscetíveis ao vírus. Então, estamos em alerta e nos preparando para que, em caso de aumento do número de casos, possamos agir de forma rápida", disse.

A reduzida ocorrência neste verão observada até o momento não minimiza as preocupações. "Os números por enquanto são baixos, o que nos dá uma certa tranquilidade. Mas não é ainda o período de maior risco de transmissão de arboviroses no estado. Geralmente temos picos de transmissão no mês de abril", acrescenta Chieppe. De acordo com o subsecretário, é normalmente a partir de fevereiro que as tendências conseguem ser visualizadas com mais clareza.

Monitoramento

Em relação à zika e dengue, o subsecretário afirma que há um cenário epidemiológico mais tranquilo, considerando o histórico das doenças e a previsão para este ano. "O monitoramento dos casos não mostrou um aumento no final do ano passado. E não tivemos nenhum fato novo como a entrada de um novo vírus da dengue. Então, a perspectiva para 2019 é de baixa transmissão dessas duas doenças."

Chieppe atribui o quadro mais favorável à combinação de fatores que vão desde ações do governo e conscientização da população até a influência do clima. "Estamos com mês de janeiro muito seco. Isso, de certa forma, inibe a formação de novos criadouros de mosquito. Ao mesmo tempo, há uma ação também intensa do poder público seja estadual ou municipal."

Visando tanto a melhoria do atendimento das pessoas infectadas como a redução do numero dos casos, a SES-RJ preparou ações para os primeiros 60 dias do ano, algumas das quais já estão em curso. Equipes de saúde estão sendo capacitadas em todo o estado e edifícios públicos vêm recebendo visitas regulares para aplicação de inseticida e larvicida.

Algumas medidas envolvem parcerias com outros órgãos do governo. Em ação conjunta com o Corpo de Bombeiros, está em andamento um mapeamento de áreas onde há risco de transmissão. Também há um acordo com a Secretaria de Estado de Educação (Seeduc) para incluir o assunto no currículo do ensino infantil. "A ideia é começar a trabalhar no dia a dia das atividades escolares o tema de forma transversal", diz Chieppe.

250 cidades do Estado de São Paulo estão em estado de alerta devido ao surto de dengue, zika e chikungunya, segundo o Ministério da Saúde.

Desse total, 208 cidades estão em alerta e outras 42 em risco de surto das doenças. Outras 388 estão em situação adequada e outros cinco municípios usaram armadilha, método usado quando a infestação do mosquito é muito baixa ou inexistente. A capital do estado está em situação satisfatória. Em São Paulo, a maior parte dos criadouros foi encontrada em depósitos domiciliares (4.456), seguida de depósitos de lixo (1.899) e água (629).

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No país, 5.358 municípios, 96,2% da totalidade de cidades, fizeram um monitoramento do mosquito transmissor dessas doenças, sendo 5.013 por levantamento de infestação do Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa) e 345 por armadilha.

O Ministério da Saúde pede que os municípios façam ao menos quatro vezes ao ano o LIRAa.  

Um estudo feito por pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP), com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), mostra que um fármaco usado no tratamento contra hepatite C crônica é capaz de eliminar o vírus da chikungunya e da febre amarela. Todos os testes para uso humano do Sofosbuvir já foram realizados e com isso é possível que a substância seja empregada em uma eventual epidemia de Chikungunya.

Segundo a pesquisa, as células humanas infectadas in vitro com Chikungunya foram tratadas com o fármaco, que eliminou o vírus sem danificar as células e se mostrou 11 vezes mais efetivo contra o vírus do que contra as células.

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Para um dos pesquisadores, o professor Lúcio Freitas-Junior, a utilização do Sofosbuvir para o tratamento da chikungunya é interessante porque o processo para a obtenção de um novo fármaco é demorado, levando em torno de 12 anos, e caro, podendo chegar a R$ 1,5 bilhão.

"O Sofosbuvir é uma droga que passou por todo o processo de aprovação para uso humano. Isso possibilita que ela venha a ser utilizada contra a chikungunya em um ou três anos. O custo seria muito menor, estimado em cerca de US$ 500 mil”, disse.

Explicou que a chikungunya é grave não só por ser uma doença aguda, apresentando quadro semelhante ao da dengue, mas porque pode provocar sequela, dores articulares altamente debilitantes, que se estendem por meses ou anos.

Essas sequelas podem também incapacitar a pessoa a exercer sua atividade profissional e até mesmo a sair da cama.

“Não há vacina desenvolvida e as ferramentas para diagnóstico ainda precisam ser otimizadas. O Sofosbuvir é algo concreto que pode se tornar uma ferramenta poderosa para lutar contra esse vírus. Os resultados de nossa pesquisa possibilitam que as instituições eventualmente interessadas deem início aos ensaios clínicos”, disse Freitas-Junior.

Afirmou que a estratégia de utilizar um medicamento já conhecido para uma outra doença é chamada de reposicionamento de fármacos. Foram testados vários remédios conhecidos, prescritos não só antivirais, mas para outras doenças e condições e o considerado melhor foi o Sofosbuvir.

"Com essa informação, médicos em hospitais podem organizar pequenos protocolos para testar isso em humanos", disse.

Campanha

A prefeitura de São Paulo anunciou que antecipará para a próxima semana o lançamento do plano de combate ao mosquito Aedes aegypti e reforçará o efetivo de agentes de saúde envolvidos na ação.

Normalmente as campanhas são lançadas em janeiro. Segundo a prefeitura, este ano o combate ao mosquito terá um plano que abrange várias secretarias. Haverá ainda uma sala de situação, comandada pelo infectologista David Uip, que vai monitorar as doenças transmitidas pelo mosquito.

Segundo dados da prefeitura, até outubro deste ano foram registrados 505 casos de dengue no município. No ano passado, foram confirmados 866 casos. Já com relação à febre amarela, este ano foram 13 casos autóctones (adquiridos no próprio município), 107 casos importados e seis mortes. Em 2017 não houve nenhum caso autóctone e foram 28 casos importados.

Foram confirmados ainda 24 casos de chikungunya autóctones e 30 importados este ano. Em 2017, foram três autóctones e um importado. Em 2018, não foram registrados casos autóctones de zika e houve apenas um importado. No ano anterior foram 3 autóctones e um importado.

A prefeitura informou também que, além dos postos de saúde, a vacina contra a febre amarela também será aplicada em estações de trem, Metrô e terminais de ônibus. A meta é imunizar 95% da população em 2019. De setembro do ano passado, quando começou a imunização, até outubro de 2018, foram vacinadas 6,8 milhões de pessoas, o que representa 58,5% da cobertura vacinal.

A Fiocruz Pernambuco iniciou nesta semana o "inquérito de Arboviroses do Recife", que irá identificar os números de casos, novos e antigos, de zika, chikungunya e dengue em diferentes níveis socioeconômicos e faixas etárias da cidade. Uma das finalidades do trabalho é tentar esclarecer se fatores ambientais podem ter interagido com o vírus zika e aumentado os casos de microcefalia.

Nas visitas aos domicílios escolhidos por sorteio, uma equipe de dez pessoas identificadas será responsável por aplicar um questionário para reunir dados sociodemográficos e de história anterior de adoecimento por arboviroses. Amostras de sangue serão coletadas para a realização de exames sorológicos e moleculares.

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No caso das pessoas que estiverem com sintomas das arboviroses na ocasião da visita da equipe ou nos últimos 30 dias, serão coletadas também amostras de urina, saliva e fio de cabelo para serem submetidos a testes mais específicos. Todo o material coletado será encaminhado ao Departamento de Virologia e Terapia Experimental da Fiocruz Pernambuco.

As visitas aos domicílios ocorrerão das 17h às 21h, de segunda a quinta-feira, e das 9h às 12h, nos sábados. Todos os participantes receberão os resultados dos testes e orientações sobre eles. Aqueles sintomáticos serão encaminhados para atendimento na rede de saúde municipal. Segundo a Fiocruz, deverão ser visitadas 990 residências e coletadas amostras de, aproximadamente, 3.105 pessoas, com idade entre 5 e 65 anos, residentes nos domicílios selecionados.

“Com esse estudo será possível conhecer a dimensão das epidemias de zika e chikungunya e avaliar a situação atual da dengue, no Recife. Zika e chikungunya são confundidas com dengue por terem sintomas semelhantes e há muitos casos assintomáticos, o que leva à subnotificação”, explica a coordenadora do inquérito, a pesquisadora Cynthia Braga. De acordo com ela, a pesquisa ajudará a identificar a população mais vulnerável a zika (homem, mulher, criança, pessoa em menor condição socioeconômica, etc) e a quantidade de mulheres em idade fértil que ainda não têm imunidade contra essa arbovirose. “Serão conhecidos, ainda, os fatores de risco associados a essas arboviroses e as áreas mais afetadas. De posse desses dados os governantes podem planejar ações para evitar epidemias futuras”, completou a coordenadora.

O estudo será desenvolvido com aporte financeiro do Ministério da Saúde, da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e do Consórcio Internacional Zikalliance. O trabalho conta com apoio da Secretaria de Saúde do Recife.

A secretaria de Estado da Saúde (SES), divuldou nesta terça-feira (24), o boletim epidemiológico relacionado às arboviroses onde constam os casos notificados de dengue, chikungunya e e zika, na Paraíba, no período de 1° de janeiro a 17 de abril (16° Semana Epidemiológica de 2018).Quanto à dengue, foram notificados 1.643 casos suspeitos, o que aponta um aumento de 16,44% das notificações suspeitas quando comparado com 2017, no mesmo período, quando foram notificados 1.411 casos.

Em 2015 e 2016 registraram, respectivamente, 9.422 e 33.650. Em 2018, foram registrados 314 casos de chikungunya. Já em 2017, foram 442 casos suspeitos, uma redução de 28,95% das notificações suspeitas entre 2017 e 2018. Ainda no mesmo período de 2018, foram registrados 46 casos com suspeita de zika. Em 2017, no mesmo período, foram registrados 98 casos, uma redução de 53% das notificações suspeitas quando comparado 2017 com 2018. 

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Até a 16ª Semana Epidemiológica de 2018, foram notificados 10 óbitos. Entre as ações programadas de combate ao mosquito Aedes aegypti, para 2018 estão o monitoramento e acompanhamento da situação epidemiológica e ambiental pelas áreas técnicas; mobilização e distribuição de material educativo referente às arboviroses; apoio técnico “in loco” conforme situação epidemiológica e ambiental dos municípios; intervenção com aplicação do UBV Pesado (carro fumacê), respeitando os critérios Epi-entomológicos estabelecidos na Nota Técnica nº 01 de 2018.

No período de 01 de janeiro a 31 de março de 2018, foram realizadas 1.735.881 visitas domiciliares, sendo que 149.641 imóveis (8,6%), nos 223 municípios paraibanos, estavam fechados.

Uma escola particular de Salvador, na Bahia, lançou um uniforme que contém um repelente natural de mosquitos. Entre os mosquitos, está o Aedes aegypti, que transmite dengue, zika e chikungunya. Segundo o Correio 24 Horas, o agente permetrina é aplicado no tecido de camisetas, bermudas e calças.

A instituição, Villa Campus de Educação, afirma que o ativo natural é invisível, inodoro e não prejudicial ao uso humano. Ele é aprovado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA).

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O uniforme está sendo comercializado pelo mesmo preço do fardamento tradicional. O produto, segundo o jornal local, se mantém no tecido por até 70 lavagens. A substância não age como inseticida, ou seja, não mata os mosquitos. 

Após o dramático ano de 2016, com o aumento drástico de casos de microcefalia, Pernambuco comemora a redução de cerca de 90% de pessoas notificadas com dengue, chikungunya e zika em 2017. A maior redução das notificações foi de zika (93,2%), com 782 ocorrências suspeitas, contra 11.482 do ano anterior. Em seguida vem chikungunya (92,1%) e dengue (85,3%).

Para Daniela Bandeira, técnica do Programa de Controle das Arboviroses da Secretaria Estadual de Saúde (SES), a diminuição de casos de arboviroses envolve vários fatores. "Entre eles destacamos o empenho dos órgãos públicos e de toda a sociedade na eliminação dos possíveis criadouros do mosquito Aedes aegypti", ela afirma.

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O verão é o clima ideal para o mosquito se proliferar. O Governo de Pernambuco diz que permanece em alerta e mantém um comitê permanente com diversos entes da sociedade. Também é responsabilidade do Estado reforçar as ações dos municípios através do bloqueio de transmissão, que se dá por meio da aplicação de inseticidas com nebulização espacial a frio. O procedimento é indicado apenas em locais com alta incidência de registro.

Em 2018, estão previstos: Protocolo de Vigilância dos Óbitos Suspeitos por Arboviroses, para padronizar as informações e agilizar o fechamento dos casos suspeitos; campanha educativa focada nos alunos da rede estadual de ensino; e parceria com a secretaria de Saúde do Mato Grosso do Sul, para aquisição de um aplicativo que auxilie o trabalho dos agentes de endemias.

Dados de 2017

Dengue

Notificados: 16.826

Confirmados: 5.106

Descartados: 7.768

Municípios notificadores: 181

Dados de 2016: No mesmo período, foram 114.375 casos suspeitos (redução de 85,3% em relação aos dados de 2017).

Chikungunya

Notificados: 4.829

Confirmados: 988

Descartados: 2.893

Municípios notificadores: 144

Dados de 2016: No mesmo período, foram notificados 61.138 casos (redução de 92,1% em relação aos dados de 2017).

Zika

Notificados: 782

Confirmados: --

Descartados: 380

Municípios notificadores: 102

Dados de 2016: No mesmo período, foram notificados 11.482 casos (redução de 93,2% em relação aos dados de 2017).

Óbitos pelas arboviroses

Notificados: 120

Confirmados: 3 (sendo 2 dengue e 1 chikungunya)

Descartado: 57

Dados de 2016: No mesmo período, foram notificados 414 óbitos suspeitos.

O Ministério da Saúde registrou queda nas doenças causadas pelo Aedes Aegypti. De acordo com a pesquisa publicada, os registros diminuíram entre janeiro e novembro deste ano, em comparação com o mesmo período de 2016.

Segundo o ministério, até dia 11 de novembro foram constatados 16.870 casos da doença em todo o Brasil. O número representa uma redução de 92,1% em relação a 2016, quando 214.126 casos foram registrados. As regiões Centro-Oeste e Norte são as que apresentam as maiores taxas de incidência: 38,3 casos/100 mil habitantes e 12,2 casos/100 mil habitantes, respectivamente. 

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Em relação à dengue, a redução foi de 83,7%. Em 2016 foram registrados 1.463.007 casos prováveis, contra 239.076 em 2017. Os casos de dengue grave caíram 73%, de 901, em 2016 para 243em 2017. Os casos de dengue com sinais de alarme (choque e hemorragia), por sua vez, foram de 8.875 em 2016 e 2.209 em 2017, redução de 75%.

Sobre a febre chikungunya, o boletim informa que foram notificados 184.458 casos prováveis. Assim, a taxa de incidência atual é de 89,5 casos para cada 100 mil habitantes, o que representa uma redução de 32,1% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram registrados 271.637 casos.


O Governo de Pernambuco confirmou a primeira morte por chikungunya em 2017, nesta quarta-feira (22). O óbito aconteceu no mês de junho, no município de Belo Jardim, Agreste de Pernambuco.

Neste ano, já foram três mortes por doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. Os outros dois óbitos foram causados pela dengue. O governo computou 113 notificações de óbitos, com 45 descartes e os demais casos em investigação.  

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O levantamento da Secretaria de Saúde do Estado também aponta que 132 municípios estão em situação de risco para transmissão elevada das arboviroses, sendo 44 em situação de risco de surto e 88 em situação de alerta. Outros 50 apresentaram índices satisfatórios, o melhor resultado deste ano. 

Até o dia 18 de novembro, Pernambuco notificou 15.097 casos de dengue (4610 confirmados e 6354 descartados), 4456 de chikungunya (1082 confirmados e 2386 descartados) e 712 de zika (334 descartados. 

Febre amarela - Ainda em fevereiro, a Secretaria Estadual de Saúde iniciou a vigilância sentinela de macacos para averiguar possíveis causas para mortes de primatas, que podem ser por doenças como raiva, febre amarela ou outras zoonoses. A vigilância é uma estratégia para detecção precoce do vírus da febre amarela, já que os macacos doentes funcionam como sentinelas da doença.

Até o momento, foram notificadas 31 ocorrências de óbitos envolvendo macacos. Em nenhum caso houve diagnóstico com febre amarela. Pernambuco não registra a enfermidade desde a década de 1930.

Um grande aumento dos casos de chikungunya foi registrado em 2016 e causou muita dor de cabeça às secretarias de saúde de todos os estados do Brasil. No entanto, após a redução, o Piauí registrou novo aumento de mais 118 casos em apenas sete dias, conforme boletim epidemiológico. 

No Estado, desde o início do ano já foram somados quase 5.500 casos notificados e isso equivale a um aumento de mais de 170% em relação ao mesmo período do ano anterior. Apesar disso, o número de casos de dengue têm caído e reduziu em 6,6% da incidência, assim como aconteceu com o zika nos últimos meses. 

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Procurada pela imprensa local, a Secretaria de Estado da Saúde do Piauí (Sesapi) explico o fenômeno pelo fato de a dengue esta há mais tempo instalada. Isto porque acontece um certo tipo de imunização à dengue para quem já adoeceu. Enquanto isso, a chikungunya pé mais recente, então a população ainda está vulnerável, explicou o epidemiologista Inácio Lima ao site CidadeVerde. Além disso, ele ressalta a necessidade do combate aos mosquitos prevenindo o surgimento das suas larvas. 

 

Armadilhas de garrafa PET, bactéria, aplicativo de celular e até uma tinta para paredes estão entre as novas estratégias para combater o Aedes aegypti, famigerado mosquito transmissor de dengue, zika e chikungunya.

Trazida pelo Brasil pelo empresário Roberto Lucena, uma tinta desenvolvida pela empresa espanhola Inesfly promete ser uma arma fatal para os mosquitos. O produto está na reta final dos trâmites de aprovação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e deve chegar às prateleiras neste ano.

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"É uma tinta inseticida", resume Lucena. "Em viagens e contatos feitos na Espanha, fui apresentado ao produto e convidado a representá-lo no País. Acreditei imediatamente, não só pela eficácia mas também pelo apelo no combate dos vetores de doenças como dengue, zika e chikungunya."

Apesar de novidade por aqui, a tinta existe há mais de dez anos e já é utilizada em 12 países - muitos deles africanos, onde a ênfase é no combate aos mosquitos do gênero Anopheles, transmissores da malária. A tinta é composta por microcápsulas em suspensão, que contêm inseticidas e reguladores do crescimento de insetos. Esses ingredientes são liberados de modo gradual no ambiente.

Lucena acredita que, se o produto for bem recebido, em breve a empresa deve fabricá-lo no Brasil. "Não tenho dúvidas de que este será o próximo passo", afirma. "Já tenho sido procurado por redes de lojas de tinta interessadas em contar com o produto tão logo ele seja lançado." A tinta poderá ser aplicada em um procedimento comum, por qualquer pintor. A ideia é que o produto chegue ao mercado com preço sugerido de R$ 526,10 (lata de 4 litros).

Armadilhas

E esta não é a única novidade para a próxima temporada das chuvas. Um projeto experimental lançado em Rio Branco no início do ano pela organização não governamental WWF-Brasil deve chegar ao Recife até o fim do ano. A ideia é engajar a população para a produção de armadilhas para o mosquito. São simples, feitas de garrafa PET. No interior, uma infusão de grama serve como atrativo para que fêmeas depositem ali seus ovos.

Uma vez recolhidos, os ovos são fotografados e contados. Em seguida, tudo vai para um aplicativo, o Aetrapp. "Conforme vamos expandindo o projeto, esperamos que se torne como o Waze ou o Tinder do Aedes", compara Marcelo Oliveira, especialista em conservação do WWF-Brasil.

Então, as pessoas poderão saber, por geolocalização, qual o nível da presença do inseto na sua vizinhança. "Sem falar que os ovos recolhidos são descartados, ou seja, diminui a reprodução do Aedes na natureza", afirma o especialista.

Na nova fase do projeto, o app estará conectado às redes sociais. "As pessoas gostam de mostrar engajamento no Facebook", comenta Oliveira. "Esperamos que, assim, mais gente se anime a participar do projeto."

O projeto Eliminar a Dengue, esforço internacional no Brasil capitaneado pela Fundação Oswaldo Cruz, também chega a uma nova fase. Depois de espalhar mosquitos contaminados com a bactéria Wolbachia pipientis em regiões do Rio no ano passado, agora a ideia é que até o fim de 2018 tais insetos estejam em uma região mais abrangente, habitada por 2,5 milhões no Estado.

Presente em mais de 70% dos insetos do mundo, a bactéria Wolbachia não é infecciosa nem é capaz de infectar vertebrados, incluindo humanos. Mas cientistas da Austrália demonstraram que ela consegue bloquear a transmissão do vírus da dengue no Aedes. No mosquito infectado por ela, o vírus da dengue não se estabelece. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A cidade de Roma anunciou nesta quarta-feira a implementação de um plano de desinfecção extraordinário após uma série de casos suspeitos ou comprovados de chikungunya, uma medida considerada tardia pela ministra de Saúde.

"A prefeita de Roma, Virginia Raggi [Movimento 5 estrelas, antissistema] assinou a ordem para lutar contra a emergência sanitária devido aos casos suspeitos e comprovados de chikungunya transmitida pelo mosquito" Aedes albopictus, anunciou a prefeitura em um comunicado.

Será implementado "em todas as zonas urbanas nas que foram verificados casos clínicos notificados pelas autoridades sanitárias locais", detalhou a prefeitura.

Um total de 17 casos de chikungunya foram detectados nos últimos dias na região de Lácio (centro), seis deles em Roma, segundo os dados do Serviço Regional de Vigilância de Doenças Infecciosas (Seresmi).

Uma dezena de casos ocorreram em casas de pessoas que vivem ou que se hospedavam na comuna de Anzio, a 50 km da capital, onde já foram realizados trabalhos de desinfecção.

É provável que essas zonas tenham sido infectadas por um mosquito contaminado presente no local, segundo o Seresmi.

A ministra italiana da Saúde, Beatrice Lorenzin, considerou que a prefeita de Roma reagiu tarde demais.

"Passou tempo demais desde o pedido de intervenção das autoridades sanitárias locais", em 7 de setembro, lamentou a ministra na quarta-feira.

Lorenzin advertiu, ainda, que é "muito provável" que se decida "interromper as doações de sangue" na capital italiana.

Em 2007, foram detectados cerca de 250 casos de chikungunya na região de Emília-Romanha (norte), provavelmente transmitidos por um viajante que tinha sido infectado na Índia, onde havia uma epidemia.

A chikungunya é uma doença tropical que provoca dores intensas nas articulações e que ameaça a Europa, onde se instalou o Aedes albopictus, que transmite o vírus.

A Secretaria de Saúde do Estado divulgou nesta quarta-feira (2) um levantamento mostrando que as doenças provocadas por mosquitos tiveram redução de 94,78% de 1º de janeiro a 15 de julho de 2017 na Paraíba. Neste período, foram notificados 2.239 casos suspeitos de dengue na Paraíba; em 2014, 2015 e 2016, no mesmo período, foram registrados, respectivamente, 5.661, 23.221 e 42.931 casos suspeitos da doença.

Até a 28ª semana epidemiológica deste ano, 106 notificações de casos suspeitos de infecção pelo Zika vírus foram notificadas. Apontando uma redução de 97,77% comparada ao mesmo período de 2016, quando foram registrados 4.761 casos. Em relação às notificações de suspeita de chikungunya foram registrados 905 casos suspeitos de 1º de janeiro a 15 de julho de 2017. Mostrando uma redução de 95,36% comparada ao mesmo período de 2016, em que foram notificados 19.512 casos suspeitos.

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Também foram notificadas 16 mortes com suspeita de causa de arboviroses nos municípios de Bayeux (2), João Pessoa (2), Conceição (1), Caaporã (1), Santa Rita (2), Cabedelo (1), Massaranduba (1), Bom Jesus (1), Boqueirão (1), Santa Luzia (1), Sousa (1), Piancó (1) e Esperança (1). Entre as 16 mortes, duas foram confirmadas como infecção por arbovirose, uma em Bayeux e outra em Caaporã, e quatro foram descartadas.

Como destacado pelo boletim epidemiológico, óbitos com suspeita de arboviroses devem ser informados imediatamente, ou seja, no período de até 24 horas, conforme Portaria 204 de 17 de fevereiro de 2016. Já que a notificação dos casos de doença aguda pelo vírus Zika é essencial para nortear as ações de combate ao Aedes aegypti.

Foram realizados pelos municípios paraibanos, no período de 3 a 7 de julho de 2017, o 3º LIRAa (Levantamento de Índices Rápido do Aedes aegypti) e o LIA (Levantamento de Índices Amostral do Aedes aegypti). Segundo os resultados enviados pelos 223 municípios, 82 (36,8%) municípios apresentaram índices que demonstram situação de risco para ocorrência de surto, 120 (53,8%) encontra-se em situação de alerta e 21 (9,4%) municípios estão em situação satisfatória; destes seis (2,7%) apresentaram Índice de Infestação Predial zero.

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