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O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) disse nesta sexta-feira (12) que o rebaixamento da nota de crédito do Brasil pode ajudar no convencimento dos parlamentares em torno da reforma da Previdência.

A agência internacional de classificação risco de Standard & Poor's rebaixou ontem o país para três níveis abaixo do grau de investimento. Ela justificou sua avaliação negativa sobre o Brasil por conta da demora na implementação das reformas, principalmente a da Previdência, que poderiam reduzir os riscos fiscais do país.

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Para Rodrigo Maia, a avaliação da agência internacional pode contribuir para o avanço da proposta na Câmara “se parte do governo não tentar responsabilizar o Congresso”, disse o deputado à Agência Brasil.

Ele sinalizou que a responsabilidade pela aprovação da reforma também é do governo. “Todos têm responsabilidade. A liderança do governo é decisiva para aprovar a reforma”, acrescentou.

O Congresso Nacional está em recesso parlamentar até fevereiro. Neste período, líderes partidários estão se mobilizando junto à equipe do governo para garantir votos favoráveis à reforma.

Proposta tramita na Câmara desde 2016

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que altera as regras de acesso à aposentadoria tramita na Câmara desde o fim de 2016. A PEC foi aprovada em uma comissão especial da Câmara em maio do ano passado e, desde então, aguarda para ser analisada em plenário.

A tramitação da proposta, no entanto, ficou paralisada depois que chegaram à Câmara duas denúncias contra o presidente Michel Temer, apresentadas pela Procuradoria Geral da República.

As acusações que pesaram contra Temer por crime de corrupção passiva, obstrução da justiça e liderança de organização criminosa foram derrubadas em plenário pelos deputados.

No entanto, o processo de votação das denúncias gerou um desgaste na base aliada do governo e provocou o recuo do apoio de vários deputados em torno das reformas.

O quorum para aprovar a emenda é qualificado, precisa do apoio de 308 deputados, o que corresponde a dois terços do total de 513 parlamentares em dois turnos. A base governista ainda não conseguiu reunir os votos e a votação da reforma foi adiada para fevereiro.

A coordenação política do governo se reunião na manhã desta quinta-feira (10) para discutir o rebaixamento da nota de crédito do Brasil pela agência de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P). Diferentemente do que acontece após essas reuniões, não houve pronunciamentos, no entanto o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, deve falar com a imprensa ainda nesta tarde.

Em nota divulgada na noite dessa quarta (9), Levy reafirmou o compromisso do governo com a consolidação fiscal. “O governo entende que o esforço fiscal é essencial para equilibrar a economia em um ambiente global de incerteza e, juntamente com iniciativas microeconômicas, aumentar a produtividade do país e criar as condições para a retomada do crescimento na esteira do fim do boom das commodities”, disse.

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“O projeto de lei orçamentária para 2016 incorpora importante disciplina nas despesas discricionárias e esforços de gestão para reduzir as despesas obrigatórias.  O processo para se garantir a meta de superávit primário de 0,7% do PIB em 2016 será completado nas próximas semanas com o envio de propostas na área de gastos e receitas discutidas com o Congresso Nacional, em paralelo nos próximos meses a ações legislativas de caráter estrutural para aumentar a eficiência, previsibilidade e produtividade da economia”, explicou também em nota.

Participaram da reunião a presidente Dilma Rousseff, o vice-presidente Michel Temer e os ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil), Nelson Barbosa (Planejamento), Edinho Silva (Comunicação Social), Eduardo Braga (Minas e Energia), Gilberto Kassab (Cidades), José Eduardo Cardozo (Justiça) e Ricardo Berzoini (Comunicações). Também estiveram presentes os líderes do governo, o senador Delcídio Amaral (PT-MS), o deputado José Guimarães (PT-CE) e o senador José Pimentel (PT-CE).

A agência reduziu a nota de crédito do Brasil de BBB- (que representa grau de investimento médio) para BB+ (categoria de especulação). Ontem (9), após o anúncio do rebaixamento, Levy afirmou, em nota, que “o governo brasileiro reafirma seu compromisso com a consolidação fiscal”.

Com informações da Agência Brasil.

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) divulgou nesta quarta-feira as regras para a atuação das agências de classificação de risco de crédito no Brasil. A Instrução 521/12 traz normas inéditas para essa atividade, que até hoje não era regulamentada por aqui. A decisão de regular as agências no Brasil ganhou força após a crise financeira global de 2008, quando a credibilidade das agências de rating passou a ser questionada pelo fato de terem atribuído boas notas a títulos podres nos EUA.

A Instrução 521/12 traz as regras de registro das agências domiciliadas no Brasil e de reconhecimento das estrangeiras e exige a divulgação de informações periódicas pelas agências (assim como as companhias abertas, elas preencherão um formulário de referência). A CVM instituiu a segregação entre a atividade de classificação de risco de crédito e as demais atividades desenvolvidas pela agência e por partes a ela relacionadas.

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De acordo com a instrução da CVM, a divulgação de relatórios de classificação de risco de crédito deverá ser feita na página das empresas na internet. A norma obriga inclusive a publicação de opiniões preliminares sobre risco de crédito que não forem utilizadas pelo emissor quando divulgada a operação, mesmo que a agência não tenha sido contratada em definitivo.

As agências deverão ter uma área de compliance, que fará a supervisão o cumprimento das normas. O administrador responsável pela agência deverá fazer os controles internos. O responsável pelo compliance poderá ficar no exterior, como reivindicado pelas agências.

A CVM promoveu ajustes na minuta original, em resposta aos comentários recebidos no período de audiência pública. No caso da exigência de divulgação de opiniões preliminares sobre as classificações de risco de crédito, especificou que elas deverão ser divulgadas "imediatamente após a divulgação da operação". Segundo a CVM, essa divulgação é uma ferramenta importante para mitigar a prática de ratings shopping (quando uma empresa contrata mais de uma agência para fazer sua avaliação e fica com a mais positiva).

A redação da exigência conhecida como look back foi alterada, deixando claro que a agência deve rever todo o trabalho relevante do analista de classificação de risco de crédito nos dois anos anteriores à sua saída do seu quadro de empregados, caso ele tenha ido trabalhar para entidades avaliadas ou partes a elas relacionadas. Nas regras de vedações à negociação com ativos financeiros, a CVM esclareceu que as restrições aos analistas estão vinculadas ao setor ou entidade objeto de sua avaliação.

A autarquia concordou ainda que o relatório de compliance das agências seja anual e não semestral, seguindo tendência internacional. Hoje sete agências atuam no Brasil e terão que se enquadrar à norma. Além das internacionais S&P, Moody's e Fitch, há as nacionais LFRating, Austin, SR Rating e a recém-criada Liberum.

Em discurso em Cingapura, Andrew Colquhoun, diretor da Fitch para ratings soberanos da Ásia e do Pacífico, afirmou acreditar que é bastante possível que o teto da dívida dos EUA seja elevado a tempo e que o país evite um não pagamento da dívida. No entanto, "se chegarmos a 2 de agosto sem um aumento no limite de endividamento, a Fitch vai atribuir observação com implicações negativas para o rating soberano dos EUA", disse Colquhoun.

"Em 15 de agosto, os EUA enfrentarão US$ 25 bilhões em pagamentos de cupons sobre US$ 4 trilhões em dívida soberana. Se (...) o teto da dívida não tiver sido elevado e os EUA não forem capazes de cumprir esse pagamento, então os ratings do país serão colocados em default restritivo", afirmou. Embora esse movimento deva ser revertido rapidamente, "é bastante improvável depois de tal default que o rating dos EUA volte para AAA", acrescentou. As informações são da Dow Jones.

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